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Código | Data | Descrição |
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Roberto Cabral de Melo Machado (1942-2021) | _ |
Natural de Pernambuco, teve passagens pela PUC-Rio entre 1971 e 1980, e também pela Universidade Federal de Pernambuco. Roberto Machado deixa, além de uma legião privilegiada de alunos, alunas e colegas, entre outras obras, o livro Danação da Norma: medicina social e constituição da psiquiatria no Brasil (Graal,1978), fruto de uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Medicina Social Hésio Cordeiro (IMS/UERJ), considerado um marco histórico do campo da Saúde Coletiva. Em nota de pesar, o Departamento de Filosofia do IFCS/UFRJ, assim homenageia o professor, que “uma vez compôs o corpo docente do Departamento e cerrou fileiras de alunos ao seu redor e em suas aulas”: Roberto Machado é um dos maiores nomes da Filosofia brasileira, tendo publicado vários livros sobre Nietzsche, Deleuze e Foucault, além de ter formado vários professores pelo Brasil. Sua presença transcendeu os muros acadêmicos e se espalhou por toda a intelectualidade criativa da cidade do Rio de Janeiro. Natural de Pernambuco, estabeleceu-se no Rio e fez da UFRJ sua casa. Aqueles e aquelas que tiveram o privilégio de o conhecer pessoalmente sabem que a grandeza do nome é reflexo direto da grandeza do ser humano e do pesquisador que ele foi, com um carisma que transmitia em cada palavra. Que os familiares e amigos possam achar algum conforto na certeza de que seu nome permanecera vivo entre nós. O IMS/UERJ lamentou profundamente a partida do filósofo e professor, que lecionou no IMS entre 1974 e 1975: Roberto Machado foi pioneiro no diálogo brasileiro com autores canônicos das Ciências Humanas da segunda metade do século XX, tais como Michel Foucault e Gilles Deleuze, com quem ele estudou. A sua relação com Foucault culminou na vinda do filósofo francês ao IMS em mais de uma oportunidade nos anos 1970. Nota da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (Anpof): Das bacantes ao ditirambo, Machado estudou e escreveu sobre Nietzsche, Proust, Deleuze, Foucault, o Trágico. Das teses cotidianas a Dionísio, cada aula, um artigo. Cada conjunto de cursos, livros apareciam. Roberto Machado formou algumas gerações de filósofos e filósofas. Sua ausência será muito sentida. A Filosofia perde um dos seus grandes nomes. |
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Ricardo Oiticica (? - 2013) | _ |
O Professor Ricardo Oiticica, diretor do Instituto Interdisciplinar de Leitura – IILER - da PUC-Rio, morreu subitamente no dia 20 de outubro, pouco mais de um mês depois de ter assumido essa função. Era graduado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1984), mestre (1988) e doutor (1997) em Letras pela PUC-Rio. Foi pesquisador da Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio e professor adjunto do Centro Universitário da Cidade. Foi Leitor da Université Stendall, em Grenoble (França), editor do jornal Verve e pesquisador da Fundação Biblioteca Nacional. Mensagem do Reitor da PUC-Rio: "A PUC-Rio manifesta seu sentimento de pesar pelo falecimento do nosso querido Professor Ricardo Oiticica, atual diretor do Instituto IILER, ocorrido na madrugada do dia 20 de outubro. A Universidade estende todo o apoio e solidariedade à sua família, além das orações para que o Senhor Deus o receba na pátria definitiva e eterna. A ele, nossa profunda gratidão pelo que fez em prol de nossa Universidade." Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. |
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Ricardo Henrique Salles (1950-2021) | _ |
O prof. Ricardo Henrique Salles nos últimos anos era professor da UNIRIO. Fez graduação em História e pós-doutorado na PUC-Rio e foi professor da Universidade entre 1999 e 2002. Pesquisador do CNPq, publicou livros de referência para a historiografia brasileira. Nota do prof. Pedro Claudio Cunca Brando Bocayuva Cunha (IRI): Nosso grande companheiro e amigo, Ricardo Salles acaba de falecer [...]. Professor, historiador, pesquisador, escritor com uma larga trajetória de militância política. Foi preso durante a ditadura, esteve na clandestinidade como dirigente da APML. Estudioso da escravidão e do Brasil no século XIX, coordenava o Grupo Gramsci e a Modernidade. Nota de pesar da Escola de História da UNIRIO: Ricardo teve uma trajetória tão incomum quanto brilhante. Entrou na vida acadêmica depois de participar intensamente da resistência contra a ditadura militar nos anos 1970 e 1980. Ao ingressar na pós-graduação em História na UFF, já havia publicado dois livros autorais que marcaram a historiografia brasileira: Guerra do Paraguai: escravidão e cidadania na formação do Exército (1990) e Nostalgia Imperial: a formação da identidade nacional no Brasil do Segundo Reinado (1996). Ricardo ainda publicou três livros autorais: Joaquim Nabuco: um pensador do Império (2002), produto de sua tese de doutorado; Guerra do Paraguai: memórias & imagens (2003) e O Vale era o escravo. Vassouras, século XIX. Senhores e escravos no coração do Império (2006). Desde então, vinha se dedicando a estudar e a discutir o conceito de Segunda Escravidão no Brasil. Agregador e generoso, Ricardo construiu parcerias sólidas ao longo de sua trajetória intelectual. Organizou seminários e coletâneas, liderou os grupos de pesquisa “Gramsci e a Modernidade” e “O Império do Brasil e a segunda escravidão” e orientou inúmeros alunos na graduação e na pós-graduação. |
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Ricardo Benzaquen de Araújo (1952-2017) | _ |
(01 de fevereiro de 2017) O professor, historiador e antropólogo Ricardo Benzaquen de Araújo, foi professor da PUC-Rio no Departamento de História por mais de 40 anos, universidade na qual se formou. Benzaquen foi um importante intérprete da sociologia brasileira do século 20, tendo se dedicado principalmente à análise das obras de Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda. Texto adaptado de nota da ANPUH (Associação Nacional de História) publicada no dia seguinte à morte de Ricardo Benzaquen: Professor, antropólogo, historiador, vinculado a diversas instituições de ensino e pesquisa, como a PUC-Rio, IUPERJ, ANPOCS, Biblioteca Nacional e também ao IESP/UERJ, Ricardo Benzaquen faleceu no dia 1 de Fevereiro de 2017, depois de complicações decorrentes de uma cirurgia. Estudioso de imensa erudição, intelectual brilhante, Ricardinho, como muitos o chamavam carinhosamente, nos deixou precocemente e sua ausência será marcada por muitas saudades de todos os que tiveram o privilégio de conviver com ele. Por tudo que representou em sua trajetória particular e pública, pelo respeito intelectual e afetivo que consolidou ao longo da vida, sua perda será muito sentida. Seu livro "Guerra e Paz: Casa Grande e Senzala e a obra de Gilberto Freire nos anos 30", marco nos estudos das Ciências Sociais no Brasil, prêmio Jabuti em 1995, será sempre uma referência dentro da rica e diversificada produção que nos deixou. Nota do Núcleo de Memória da PUC-Rio: O Departamento de História, seus alunos, ex-alunos, funcionários e professores viveram ontem, dia 01 de fevereiro, um dia de muita tristeza com a morte do Prof. Ricardo Benzaquen. O Centro de Ciências Sociais (CCS) perdeu um de seus grandes colaboradores. A PUC-Rio deixa de contar, em seu dia a dia, com um quadro intelectual brilhante e com alguém que, desde os tempos em que foi aluno do Departamento de História e a cada um dos muitos anos em que fez parte do corpo docente da Universidade, foi capaz de pensar a Universidade como um todo e comprometer-se com ela. O país perdeu ontem um cientista social com uma rara capacidade de transitar por várias áreas do conhecimento por saber, como poucos, o que significa a interdisciplinariedade. E o mundo, nesses tempos já tão sombrios, deixa de contar com o seu sorriso, sua fala mansa e firme, seu sentido de humor, sua capacidade de fazer amigos, sua doçura, sua conversa gostosa e sua enorme generosidade. A equipe do Núcleo de memória, e muito especialmente aqueles que aprendemos tanto com o Ricardinho porque fomos seus colegas, seus alunos e seus leitores, muito tristes, quer juntar-se à dor de todos os seus amigos, e de modo muito particular à da Carolina, da Alice e da Carmen. Diversas manifestações e textos sobre Ricardo Benzaquen estão disponíveis no site do Núcleo de Memória.
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Renato Cordeiro Gomes (1943-2019) | _ |
(05 de setembro de 2019) O prof. Renato Cordeiro Gomes possuía graduação com Bacharelado e Licenciatura em Letras pela UFRJ (1967), graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela mesma UFRJ (1965), mestrado (1985) e doutorado (1993) em Letras pela PUC-Rio (1993). Era professor do Departamento de Letras, consultor ad hoc do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, da FAPERJ e da CAPES. Foi coordenador da área de Linguística, Letras e Artes, e de Comunicação da FAPERJ (2000 a 2005) e membro do Comitê Assessor de Letras e Linguística do CNPq (2006 a 2009). Atuava na área de Letras, em Literatura Brasileira e Literatura Comparada, e na área de Comunicação. Desenvolvia as linhas de pesquisa Representação na Literatura e na Cultura das Mídias, Literatura e Experiência Urbana e Cultura de Massa e Representações Sociais. Suas pesquisas tinham como foco a representação da cidade moderna e suas derivações pós-modernas; o Rio de Janeiro; João do Rio; identidade cultural; cultura das mídias e literatura brasileira contemporânea. Nascido no Rio de Janeiro, foi professor da PUC-Rio por 46 anos. Um dos seus principais livros, Todas as cidades, a cidade, reflete suas observações como flaneur, como o era João do Rio, sobre quem se especializou. A cidade, o cinema e a Literatura eram suas paixões. O professor Renato Cordeiro Gomes faleceu no Rio de Janeiro, aos 76 anos. |
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Renata Cantanhede Amarantes (1970 - 2012) | _ |
A Profa. Renata lecionava no Departamento de Comunicação Social e era subeditora do Núcleo de Jornalismo Impresso do Projeto Comunicar. Sua morte prematura e imprevista chocou colegas e alunos. Entre as muitas manifestações de pesar recebidas, o Núcleo de Memória selecionou a bela carta aberta enviada pelos ex-estagiários do Projeto Comunicar que trabalharam com ela. “Carta aberta dos ex-estagiários “A cena era relativamente comum: algum dos estagiários havia conseguido uma vaga em outro lugar 'lá fora' e ia se despedir do Jornal da PUC. Todos nós abraçávamos quem ia embora, genuinamente felizes por mais um passo alcançado na carreira do colega iniciante. É inevitável: o mercado costuma absorver com gosto quem passou pelo Projeto Comunicar. Quando esse estagiário resolvia dar tchau às chefes, abraçava uma emocionada Renata Cantanhede, que - não raro - estava com os olhos cheios de água. “Logo a durona da Renata? Aquela que é tão rígida na hora de cobrar e de exigir o melhor de seus alunos e estagiários? Sim. Ela exigia porque sabia que seríamos capazes de fazer. E se não conseguíssemos, ela vinha para o nosso lado e nos fazia ser capazes. Explicava quantas vezes fossem necessárias. Nunca como chefe, sempre como professora. Aliás, gabaritada professora. Daquelas que explicam o porquê da regra gramatical como uma gramática falante, coisas que só uma Doutora em Letras poderia fazer. “Muitas vezes ela também foi amiga. Sempre que o trabalho permitia, sentava conosco para rir e fazer piadas. E nas férias escolares, quando o ritmo é bem mais leve, disputava (e quase sempre vencia) as animadas partidas de ‘Perfil’ e ‘Stop’ que a gente organizava. “As histórias, sua paixão, não ficavam só nos livros que lia e escrevia. Depois do lanche da tarde, chegava manso na redação com sua Coca-Cola e o típico olhar de Renata. Desconfiada e interessada, doida para saber o que os estagiários estavam aprontando. Antes de voltar às notinhas do PUC Urgente, havia tempo para o plágio que descobriu no último trabalho que passou em aula e a desculpa cara de pau do aluno fulano. O fulano, apesar de nossa insistência e para tristeza de todos, nunca tinha o nome revelado. “Nossas experiências do Jornal da PUC vão nos marcar para sempre. E é indiscutível que as lições da Renata foram fundamentais para isso. Das reuniões de pauta às aulas de português. Na família Comunicar, a Renata era uma irmã mais velha. Jovem há mais tempo, tinha a expertise para nos ensinar os atalhos e ajudar a prevenir os erros. Quando entramos pela porta cinza do 4º andar pela primeira vez, estávamos crus. Saímos preparados para enfrentar os desafios que o mundo real nos apresentava. Talvez fosse essa mudança que a deixasse tão emocionada com a despedida. E agora, que dizemos adeus, nos emocionamos também. Afinal, nos damos conta que para toda nossa vida pessoal e profissional carregaremos um pouco da Renata conosco.”. |
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Reinaldo Calixto de Campos (1955 - 2012) | _ |
O Prof. Calixto era doutor em Química pela PUC-Rio e integrava o quadro de docentes desde 1977. Era decano do CTC desde 2006, e fora antes vice-decano de Graduação. Faleceu em decorrência de um câncer diagnosticado há alguns meses. Tinha 57 anos, e faleceu o dia 07/02/2012. Veja mais em matéria no Portal PUC-Rio Digital. Alguns amigos da PUC-Rio compartilharam as mensagens publicadas a seguir: "Prezados professores, alunos e funcionários da comunidade universitária da PUC-Rio, "Com enorme tristeza e não sem certa surpresa recebi a notícia do falecimento do nosso querido Professor e Decano, Reinaldo Calixto. Além de admirá-lo pelas suas qualidades e talentos profissionais, aprendi a apreciar ainda mais a sua 'humanidade', sabedoria e bondade, durante o período da sua doença e aparente recuperação. À sua família o nosso pesar e as nossas orações." "Caros colegas, "Não imaginava há poucos dias atrás.... parece que havia esperança. Foi o tipo de câncer que também vitimou o saudoso prof. Bocater. Para todos nós que aprendemos a apreciar suas inúmeras qualidades, fica a saudade... "Prezados colegas "O desaparecimento do grande amigo e colega Reinaldo é um golpe duríssimo para todos nós. Que o entusiasmo e o otimismo com que ele sempre nos contagiou, em sua incansável dedicação à PUC, possa nos servir de permanente inspiração. À sua esposa, filhos e demais parentes, em nome de toda a CCPG, o nosso sentimento de profundo pesar." "Prezados Colegas e familiares do Prof. Reinaldo Calixto, Decano do CTC "Nosso Reinaldo C. Campos "Reinaldo Calixto - dois registros adicionais sobre um mestre compromissado com a causa do ensino "Reinaldo estará para sempre conosco. Preservemos seus inúmeros exemplos de vida e solidariedade cotidianos." "Hoje mais restabelecida pela triste notícia de falecimento do Prof. Reinaldo, me permito dizer algumas palavras. "Gostaria de expressar meus profundos sentimentos à família do Prof. Reinaldo Calixto, assim como aos seus amigos e colegas de trabalho. Ele foi realmente uma pessoa brilhante, parceiro em várias atividades acadêmicas e um amigo muito especial. Todos sentiremos a sua falta enormemente. "Certamente que nosso amigo Reinaldo, na nova experiência que ora inicia, obterá o mesmo sucesso da que acabou de finalizar! "Notícias do Reinaldo Calixto de Campos De: Reinaldo Calixto "Surpresa e tristeza se misturam "Prezados Amigos e Familiares do Prof Reinaldo Calixto, "É uma grande perda para todos nós. Além das qualidades profissionais, Reinaldo se caracterizava pela gentileza no trato com os colegas, o bom humor e pela tolerância. Ele parte mas ficará sempre lembrado por sua generosidade." "Em nome do Departamento de Serviço Social da PUC-Rio venho manifestar o nosso sentimento de perda de um grande professor, administrador e entusiasta pelo trabalho interdisciplinar. Nossos pêsames à família, ao Departamento de Química e ao CTC." "Prezados colegas, "Carta aberta ao Reinaldo Calixto de Campos "Prezados Colegas "Os professores do Departamento de Filosofia lamentam profundamente o precoce falecimento de Reinaldo Calixto. Além de tudo aquilo que os colegas já afirmaram, e para o que chamaram a atenção a seu respeito, acrescento que ele sempre se mostrou atento e interessado pela melhor maneira pela qual o ensino da Filosofia poderia ser aproveitado pelos diversos cursos do CTC. Os coordenadores de graduação de nosso Departamento reconheciam, e se sentiam profundamente gratos por isso, o apoio e cuidado que ele sempre manifestou relativamente ao ensino da Filosofia. "Em nome do Departamento de Sociologia e Política venho me juntar às inúmeras manifestações de pesar pelo falecimento do Decano do CTC, Prof. Reinaldo Calixto. "Caros, "Gostaria de externar a minha tristeza pelo falecimento prematuro do Reinaldo com quem convivi mais proximamente no CEP. Ele sempre se caracterizou pelo bom senso, capacidade de trabalho, espírito cooperativo e refinado humor. "Prezados colegas, e familiares do Reinaldo, "Alô Reinaldo! "Poxa Marco, obrigado pelos elogios e mais ainda pelas orações. Vou me recuperar sim, mas vai ser devagar. A operação foi grande e o retorno à normalidade vai ser bem gradativo. Já tirei uns pontos, terça tiro outros, o sistema digestivo está começando a funcionar melhor, e vou indo, tendo que ter paciência, com muito apoio da família. O que procurei como Decano foi ouvir a todos, não tratar ninguém com pré-conceito e procurar ver o melhor de cada um. Temos um centro muito rico, de pessoas e ideias. "Prezados colegas, "Caros colegas, "Caros colegas e familiares do meu prezado Reinaldo, "Reinaldo querido, "Prezados colegas, "Prezados Colegas, "Diante da perda de um colega tão querido, nos restam memórias. Um rastro de ações, visíveis e invisíveis, abrigam e alimentam não o tempo que sempre se esvai, mas aquele que é devir e pleno de valores que nosso amigo nos oferece como presente. "Quero me juntar a todos nesse momento tão triste para registrar que a PUC perde um dos seus melhores quadros. Convivi pouco com o Calixto, sempre nas reuniões ampliadas ou nos planejamentos de Itaipava, mas o bastante para admirar sua competência na compreensão da universidade e seu entusiasmo como professor e pesquisador. "Estamos todos de luto - as belas qualidades do Prof. Calixto e seu compromisso com a Universidade são fortes o bastante para continuar nos inspirando. Que seus entes queridos e amigos encontrem todo o conforto." "Em nome do Departamento de Engenharia Civil, expressamos sentimentos de profundo pesar pelo falecimento prematuro do Prof. Reinaldo Calixto de Campos, cuja atuação frente ao Decanato do CTC, será sempre por nós lembrada pela competência e dedicação demonstradas na busca incessante do aperfeiçoamento acadêmico de nossa PUC-Rio. "Prezados colegas, "Prezados, "É com profunda tristeza que nós do Departamento de Administração recebemos a notícia do falecimento do nosso querido colega Prof. Reinaldo Calixto. "Prezados, "É com enorme pesar que não poderei prestar esta última homenagem ao amigo Calixto por me encontrar fora do país. Ficará na nossa lembrança a figura de um professor modelo da PUC." "Hans e eu não poderemos comparecer a cerimônia por estarmos fora do país. Guardo comigo a memória do final da Congregação do CTC, no final do ano, com todos nós de pé aplaudindo a apresentação do Reinaldo. "Lamento profundamente não ter podido estar presente ao enterro de Reinaldo, um grande companheiro de trabalho, modelo de professor e pesquisador na luta pela valorização da função da universidade na formação de professores. Doença grave de minha mãe impediu-me de estar presente e homenagear esse amigo tão querido e leal à nossa universidade." "Foi um dia muito difícil, não sei se poderei comparecer amanhã para prestar uma ultima homenagem ao meu xará e grande amigo. Quero mais uma vez registrar meus sentimentos por esta perda irreparável que a nossa Universidade teve com a passagem do meu querido xará. Que Deus dê a ele o descanso eterno e todo conforto para sua família." "Caros colegas, "Prezados colegas, "Colegas, "Nos poucos momentos de convívio que tive com o Prof. Calixto na CSCD pude perceber várias das qualidades apontadas nas mensagens ao longo do dia. Hoje foi um dia triste, descanse em paz Professor. |
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Regina Maria de Oliveira Borges (? - 2013) | _ |
No final do mês de janeiro a PUC-Rio perdeu a Profa. Regina Maria de Oliveira Borges, do Departamento de Teologia, que foi por muitos anos encarregada de turmas de disciplinas de Cultura Religiosa. Regina tinha uma longa história na Universidade. Antes de titular-se em Teologia, havia feito o curso de graduação em Pedagogia na década de 1960. Mas foi como teóloga que atuou como professora por mais de uma década. Discreta, Regina conhecia bem os alunos de vários Departamentos. Muitos de seus colegas do Departamento de Teologia e vários professores de outros Departamentos manifestaram seu pesar com a morte de Regina. A Profa. Lúcia Pedrosa, do Departamento de Teologia, que trabalhou com ela por muitos anos e era sua grande amiga destacou sua força interior para enfrentar com fé, com disposição de luta e sem deixar-se abater pela penosa doença que se manifestou no início de 2012 e a levou um ano depois. A PUC-Rio manifesta toda a solidariedade a seu marido, a toda sua família e a seus amigos. |
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Pina Maria Arnoldi Coco (-2022) | _ |
Pina Coco (-10/08/2022) era graduada em Letras Neolatinas pela Universidade de São Paulo (1962), com mestrado pela Université d’Aix-Marseille III (1970) e doutorado em Letras pela PUC-Rio (1990). Era professora do quadro principal do Departamento de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira, atuando principalmente nos temas: telenovela, literatura, cinema, formas biográficas e formas ficcionais. Na introdução a uma entrevista com Pina Coco para o blog PET-Letras, da PUC-Rio, em 2013, os redatores escreveram: Por mais que Nelson Rodrigues tenha dito que toda unanimidade é burra, há algo unânime em relação aos estudantes de Letras da PUC–Rio que em nada é atrelado à burrice: a admiração e o carinho pela professora Pina Arnoldi Coco. Admiradora da obra de Nelson, ela orientou pesquisas e teses de mestrado em que pôde auxiliar jovens interessados pelo trabalho dele. Mas não é somente sobre Nelson ou sobre os aspectos curriculares de Pina Coco que pretendemos falar aqui. Pina é acima de tudo uma apaixonada pelos alunos e pela arte de ensinar, e daí vem o imenso carinho e respeito que todos sentem por ela. |
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pe. Amarilho Checon S.J. (1926-2015) | _ |
O Padre Amarilho Checon S.J. foi Vice-Reitor Comunitário, decano do CTC, professor do Departamento de Física e coordenador do Centro de Pastoral Anchieta da PUC-Rio. Era natural do estado do Espírito Santo e residiu em Nova York após sua aposentadoria. Retornou recentemente ao Brasil. De personalidade carismática, o líder religioso era bastante popular e respeitado na comunidade brasileira, com destaque para a católica, mas também em outras denominações religiosas. Era PhD em Física Nuclear e foi decano dos jesuítas em Nova York. Após se aposentar do sacerdócio e da vida acadêmica, em meados da década de 1990, o Padre Checon imigrou para Nova York com o objetivo de ajudar a então crescente comunidade brasileira na cidade. Em companhia do Comandante Vicente Bonnard, ele fundou o Conselho da Comunidade e representou os habitantes brasileiros de Nova York durante as reuniões realizadas pelo Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, em diversos encontros ocorridos no Rio de Janeiro. Sempre dedicado a ajudar os necessitados, o Pe. Checon prestou imensa ajuda aos brasileiros afetados, diretamente ou indiretamente, pelos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, em Manhattan (NY). Em decorrência desse trabalho beneficente e comunitário, ele foi agraciado com a Ordem de Rio Branco, a maior comenda do gênero concedida pelo Governo do Brasil. Ainda nos EUA, o líder religioso ajudava nas atividades nas paróquias de Queens e New Rochelle, ambas na região metropolitana de Nova York. Ao retornar ao Rio, mesmo com problemas de saúde, prestou ajuda à comunidade sempre que solicitado. Morava na residência dos padres jesuítas na Rua Marquês de São Vicente, na Gávea, quando faleceu. (Ex- Vice-Reitor Comunitário) (+10 de março de 2015) |
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Paulo Fiúza Bocater (1952 - 1999) | _ |
Dois prédios do conjunto do IAG foram inaugurados no mesmo dia 10/12/2003, um nomeado em homenagem ao Prof. Padre Francisco Leme Lopes S.J., falecido em 1983, e o outro ao Prof. Paulo Fiúza Bocater, falecido em 1999. Paulo Bocater formou-se em Economia na PUC-Rio em 1975, e logo que entrou, em 1976, no recém-criado mestrado do IAG, foi convidado para ser professor na graduação em Administração. Retornou ao IAG após o doutorado na New York University e assumiu a coordenação da pós-graduação. Em 1987 foi nomeado Vice-Reitor Administrativo, cargo que ocupou até seu falecimento. A virada para os anos 1990 foi um período especialmente difícil na gestão da Universidade. Em tempos tão duros, a atuação de Bocater, como descreve o Prof. Jorge Vianna Monteiro, do Departamento de Economia, foi marcante: “Seu jeito elegantemente discreto e atencioso o predispunha a sempre ser um porto seguro para ouvir e ajudar – embora, curiosamente, fosse isso mesmo que, às vezes, o fizesse parecer a alguns tão sério, ameaçador e rigoroso no julgamento.” Uma relativa estabilidade financeira em meados dos anos 1990 permitiu que Bocater atuasse na renovação e expansão da estrutura física do campus. Um desses novos espaços foi o que recebeu seu nome, uma homenagem ao administrador, professor e aluno da PUC-Rio. Professor Paulo Fiúza Bocater: Um “general prussiano” de alma doce Do alto de seus quase um metro e noventa, com longos bigodes louros, aquela figura altiva e de porte elevado, cheia de dinamismo e atenta a tudo e a todos, colocava o dever acima de tudo, ajudava a “comandar” uma PUC num período de muitas crises, fazia lembrar um “general prussiano”. Mas sua alma era doce, seu humor era saudável, sua vida era feliz... Sua preocupação, dedicação e compromisso com a instituição, em muitos momentos acima até de sua saúde nos longos meses de sofrimento, sendo consumido pela doença, mas sempre presente, mostravam realmente quem era o professor Bocater. Sua vida foi dedicada à “nossa” PUC. Entrou para o curso de economia em 1971, após concluir o 2º grau no Santo Inácio. Nos seus primeiros anos na economia, dividiu os estudos quantitativos com as aulas de religião, que ministrava no antigo colégio. A partir de 1973, mais envolvido com a PUC e o com o departamento de economia, foi monitor, passando a se integrar cada vez mais no dia a dia da universidade. Aqueles eram outros tempos... O numero de professores de “horário integral” no CCS era ainda pequeno e, como as tarefas eram muitas, monitores mais dedicados e comprometidos integravam-se também às atividades acadêmico-administrativas, participavam das discussões sobre o futuro da instituição. Estava se iniciando o curso de mestrado em administração de empresas, e Bocater optou pela pós-graduação em administração em 1976. Ainda no mestrado, é contratado como professor-auxiliar de “horário integral” e, além das aulas, passa a colaborar também na administração acadêmica do departamento, sendo a partir de julho 1976 coordenador de graduação Em 1977, na Igreja da Glória do Outeiro, oficiado por seu prefeito no colégio Santo Inácio, Pe. Guy Ruffier, casa-se com Maria Isabel do Prado, advogada, que além de João e Marília, lhe deu uma nova área de interesse, as questões jurídicas... No final de 1979, licencia-se para fazer o doutorado na NYU. Retorna em no 2º. semestre de 1983, passando a atuar no departamento de administração. Logo volta a se integrar na administração acadêmico-administrativa da Universidade, em agosto de 1985, quando os cursos de extensão foram desvinculados das atividades de extensão, é nomeado Coordenador dos Cursos de Extensão (CCE). Em junho de 1987 assume a Vice-reitoria Administrativa. Foram quase treze anos no cargo. Treze anos que marcaram profundamente a Universidade. No inicio, foram tempos difíceis, especialmente no começo dos anos 90, quando enfrentou junto com a reitoria e o apoio dos decanos, uma conjuntura econômica desordenada, onde problemas administrativos e trabalhistas acumulados ao longo de anos, levaram a PUC a um período de muitas discussões, negociações e ajustes financeiro-administrativos. O desafio para o Vice-reitor Administrativo era enorme, pois se de um lado era necessário adequar o orçamento, de outro só com o crescimento a instituição poderia sobreviver. Nas reuniões dos conselhos e comissões, sob a orientação do Pe. Laércio e depois do Pe. Hortal, sua presença era marcante. O professor Bocater teve um papel importante no processo de definição dos rumos da Universidade, sempre com uma preocupação de futuro, sempre entendendo, como um acadêmico, as características diferenciadas do “modelo-PUC”. Passada a crise, vemos o professor Bocater exercer outro papel que lhe dava gosto e prazer, “comandar” a renovação do campus... Com sua figura marcante, destacava-se sempre ao vistoriar as obras, como novas salas de aula e laboratórios para cursos de graduação, e pelas alamedas ajardinadas, o “Paseo de Bocater”... Paulo foi sempre um grande amigo de todos nós, em todas as unidades sua lembrança está sempre presente. Já em sua turma de graduação, destacava-se por suas muitas qualidades, que iam além do excelente aluno. Nos primórdios do departamento de economia lembro-me de suas idéias e de seu compromisso com o futuro da instituição. Nos tempos de crise, visitá-lo ao fim de um dia longo para trocar idéias sobre a ‘nossa’ PUC, era sempre um prazer, pois do alto de sua voz marcante, mesmo nos assuntos difíceis, a conversa era boa, os assuntos fluíam, as decisões eram tomadas. Nas horas de lazer, na companhia de Bebel, os ‘papos’ eram sempre animados, a visão do mundo era otimista, positiva. 16 de setembro de 2007 |
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Paulo Edmundo de Leers Costa Ribeiro (-2023) | _ |
(-06/03/2023 O prof. Paulo Costa Ribeiro foi aluno e professor de Física da nossa Universidade e tornou-se Professor Emérito da PUC-Rio em 2011. Foi um dos grandes nomes da Física Experimental no Brasil. Um de seus trabalhos mais marcantes foi o desenvolvimento de um método inovador para identificar a autenticidade de obras de arte por meio da magnetização das tintas. Concluiu o doutorado em Física pela Universidade de Grenoble, em 1973. Publicou 58 artigos em periódicos especializados, 14 capítulos de livros e 98 trabalhos em anais de eventos. Possui 6 produtos tecnológicos. Orientou 7 dissertações de mestrado e 3 teses de doutorado, além de ter orientado 31 trabalhos de iniciação científica. Atuou na área de Física aplicada para Artes e Arqueologia. O prof. Jean Pierre von der Weid (CETUC) falou sobre o professor em sua despedida: ”Paulo Edmundo de Leers Costa Ribeiro foi um nome e sobrenome na Física e no mundo. Amigo sincero e leal, físico criativo e corajoso, um lutador pela ciência e pela vida. Quando tudo parecia perdido ele vinha e dava a volta por cima. Tenho orgulho de ter tido o privilégio da sua amizade.”
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Paulo de Assis Ribeiro (1906 - 1974) | _ |
Há 43 anos, o processo de institucionalização da Pós-Graduação em Educação deu-se na PUC-Rio através da estratégia política de se iniciar um curso "lato-sensu" de Especialização; a fim de se consolidar paulatinamente seus quadros docentes e sua proposta curricular; com a gênese mais à frente do curso de Mestrado. Com efeito, em abril de 1965, o Diretor da Faculdade de Filosofia, o jesuíta húngaro Pe. Antonius Benkö, que era também consultor do MEC, articula um convênio com a Diretoria do Ensino Secundário e a CADES (Campanha de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Secundário) para promoção do Curso de Especialização em Planejamento da Educação Brasileira. Naquele momento, o contexto político-ideológico de uma Especialização em Planejamento Educacional era bastante conflituoso. De um lado, no âmbito do INEP / MEC predominava o "Social Demand Approach" da UNESCO e de sua Missão Técnica no Brasil, propondo uma política descentralizada, a partir dos CEOSEs (Colóquios Estaduais de Organização do Sistema de Ensino). De outro lado, o viés econômico do "Manpower Approach" predominava no recém-criado IPEA - Instituto de Planejamento Econômico Aplicado/ MINIPLAN - considerando-se a área educacional como um substrato da economia. Embora tendendo mais à abordagem da UNESCO e do INEP, o Curso de Especialização em Educação da PUC-Rio agregou igualmente aportes da Economia da Educação, através de dois consultores da CAPES: José Zacharias Sá Carvalho e Paulo Horta Novaes (este também vinculado à PUC, criador do IAG e assessor da Reitoria,), além do economista Isaac Kerstenetizty, da FVG mas também docente na PUC. Mas foi Paulo de Assis Ribeiro quem melhor promoveu os diálogos entre as abordagens sócio-demográficas e econômico-financeiras na área de Planejamento Educacional no Mestrado da PUC-Rio. Com efeito, o papel central de Paulo de Assis Ribeiro no incipiente Mestrado em Educação consolidou-se por sua estreita vinculação à Reitoria da PUC, para quem elaborara em 1963 o diagnóstico técnico "Reforma das Estruturas da PUC-Rio", e se materializou mais ainda em 1969-1970, através do "Plano Diretor da Reforma da PUC-Rio", inclusive agregando diversos pós-graduandos do incipiente programa de Mestrado. Três memórias sobre Paulo de Assis Ribeiro *: do congresso estudantil em 1963; aos impactos do Ato Institucional nº 5 na PUC; e à coordenação da área de Planejamento Educacional em 1970. 1 - Minha primeira memória de Paulo de Assis Ribeiro deu-se no incandescente período político de 1962-1963, como presidente do Diretório Acadêmico Jackson Figueiredo, da Faculdade de Filosofia da PUC. No início de 1963, programávamos a "Semana Social sobre a Realidade Brasileira", fervilhante programação de debates que lotava o antigo ginásio esportivo da PUC. Uma equipe de representantes dos Diretórios Acadêmicos da PUC reuniu-se com Assis Ribeiro, em sua casa em Botafogo. Mas "o que é a realidade brasileira?" insistia sempre . Ai, a cada resposta cheia de certezas dada pelos dirigentes estudantis, como que maiêuticamente Assis Ribeiro retrucava com uma bateria de dados estatísticos sobre a economia, a geografia, a educação, etc, diagnosticando, a partir de suas densas bases empíricas, complexas equações envolvendo tantas outras facetas e implicações, muito além das nossas sumárias interpretações político-ideológicas. Este primeiro diálogo, iniciado às 20 horas de um dia, teve a duração de seis horas de dúvidas e questionamentos. Marcou indelevelmente a figura do intelectual que foi Assis Ribeiro. Antes de ingressar como docente na PUC em 1965, acompanhei, através da revista SPES: Síntese Política, Econômica e Social, da PUC-Rio, diversos estudos de Assis Ribeiro na equipe coordenada pelo sociólogo jesuíta Fernando Bastos de Ávila, mentor de iniciativas sobre o Solidarismo no Brasil, como uma possível terceira via brasileira entre o Capitalismo e o Socialismo. 2 - Minha segunda memória de Assis Ribeiro dá-se sobre seu papel na formulação do Plano Diretor da PUC-Rio em 1968-1970, e as estreitas vinculações que tivemos seja como Diretor do recém-criado Departamento de Educação, em especial pela integração de três jovens docentes da Pedagogia - Ana Waleska, Rosina e Stella - na equipe de Planejamento do Plano Diretor, seja pela sua crescente importância como o principal professor da área de Planejamento Educacional no Mestrado. Apesar de suas inúmeras ocupações, as aulas de Assis Ribeiro eram calcadas em apostilas escritas previamente, e que constituíram um importante acervo de material técnico submetido ao CNPq e ao Conselho Federal de Educação em 1970, no processo de credenciamento do primeiro Mestrado em Educação no Brasil. Entretanto, será nos primeiros meses de 1969, em função dos impactos provocados pelo Ato Institucional nº 5, de 13 / 12 / 1968, que a figura humana de Assis Ribeiro fica profundamente marcada em minha memória. Diversos dirigentes do Centro Técnico Científico da PUC, também docentes do Instituto Militar de Engenharia (IME) levaram ao Conselho Universitário a moção de que a PUC-Rio, por ser beneficiária de recursos federais do MEC, CNPq, FINEP, etc, deveria cumprir o artigo 6º do AI 5, suspendendo os contratos de docentes e pesquisadores que já haviam sido previamente punidos em suas estabilidade e vitaliciedade na UFRJ. Foi um sessão memorável do Conselho Universitário, no qual era o representante docente eleito pelo CTCH. Diante de tamanha tensão político-ideológica nos debates entre os integrantes do Conselho Universitário, o então Reitor - Padre Laércio Dias de Moura, que gabava ser "um genuíno representante político do PSD mineiro" - tenta evitar a ebulição completa no Conselho Universitário, promovendo uma pausa para café. A suspensão da reunião apenas acirrou mais ainda os ânimos dos conselheiros. Neste momento, procuro o Prof. Paulo de Assis Ribeiro, que em seguida falaria sobre o projeto do Plano Diretor da PUC, instando-o a opor-se ao voto de censura dos favoráveis à aplicação do AI 5 na PUC. Neste ato, Assis Ribeiro respondeu-me: "Professor, meu pai era diretor da Rede Ferroviária Nacional no Governo Getúlio Vargas, quando o Presidente Vargas orientou-o a afastar um técnico, por motivação política. Meu pai, sim, é quem se demitiu. Igualmente, eu me afastarei da PUC, se for aprovada a aplicação aqui do AI - 5". 3 - Minha terceira memória sobre Paulo de Assis Ribeiro ocorre em 1970, quando uma equipe bastante politizada de mestrandos se opõe à linha de Planejamento da Educação desenvolvida pelo mestre, a partir de sua leitura bastante técnica das articulações entre as abordagens "Social Demand Approach" de bases sócio-demográficas, e "Manpower Approach" articulada às concepções de formação de recursos humanos. Prof. José Carmello Braz de Carvalho |
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Paulo Augusto Silva Velloso (?- 2020) | _ |
Paulo Velloso foi professor do Departamento de Informática de 1977 até 1995. Veloso foi um dos pilares do Departamento e teve atuação de destaque internacional nas áreas de Lógica e Teoria da Computação. Ele contribuiu para a formação de numerosos mestres e doutores, entre os quais o atual diretor, prof. Markus Endler, cuja dissertação de mestrado orientou. Passou a atuar como professor titular na UFRJ e foi membro ativo do corpo docente do PESC, Programa de Engenharia de Sistemas e Computação, da COPPE/UFRJ, onde se aposentou, mas nunca deixou de frequentar e colaborar com a PUC-Rio. Velloso desenvolveu em 1984 a Teoria Geral dos Problemas, usada até hoje com a Teoria de Problemas de Kolmogorov, russo que é um dos fundamentadores da Teoria da Probabilidade. Outra contribuição importante foi o Teorema da Modularização, na década de 1990, fundamentando a teoria de desenvolvimento de software e sistemas. Por sua valorosa contribuição, Velloso recebeu homenagens e premiações, como o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia: Área de Informática, do CNPq, em 1993; Prêmio Cientista do Nosso Estado pela FAPERJ, em 2002; foi eleito membro do CLE: Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da UNICAMP, em 2003 e, em 2014 foi homenageado em seu aniversário de 70 anos, no Encontro Brasileiro de Lógica. Edward Hermann docente do quadro principal do DI da PUC-Rio, que trabalhou lado a lado com Velloso nos últimos anos, por exemplo na pesquisa sobre Fundamentação de Inteligência Artificial, lembra que Velloso era conhecido por fazer apenas uma pergunta em defesas e apresentações de seminários e trabalhos em congressos. A pergunta geralmente causava grande impacto. O professor Hermann também informou a todos sobre a preparação em andamento de um Festschrift - livro-homenagem - para ele, pela College Publications, do Imperial College London, intitulado A Question is more Illuminating than an Answer. |
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Olinto Antonio Pegoraro (?-2019) | _ |
O prof. Olinto Pegoraro era graduado em Filosofia pelo Instituto Pio XII (1954), com mestrado pela Universidad Santo Tomás (1963) e doutorado pela Université Catholique de Louvain (1972). Desde 2010, atuava como professor de Filosofia no Programa Interuniversitário de Pós-Graduação em Bioética e Ética Aplicada e Saúde Coletiva, mantido pela UERJ-UFRJ-UFF-FIOCRUZ. Foi responsável pela formação de gerações de filósofos na PUC-Rio, na UFRJ e na UERJ, onde atuava nos últimos anos. Em nota, a Anpof - Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia - lembrou que o prof. Olinto Pegoraro, seu presidente de 1988 a 1990, foi professor do Departamento de Filosofia da UFRJ e responsável por sua reestruturação após o término da ditadura civil-militar de 1964. Há muitos anos realizava trabalho comunitário na favela do Borel, no Rio de Janeiro. Engajado com a Filosofia Política e a luta pelos direitos humanos, trouxe para o Brasil, pela primeira vez, o prof. Ernst Tugendhat. Ex-padre, era conhecido por sua tolerância religiosa, acolhendo pessoas de todas as religiões e quem não possuía religião. Seu trabalho vinculava a ética à justiça. Leonardo Boff se despediu do amigo lembrando sua dedicação, por grande parte de sua vida, à comunidade do Borel, “unindo pensamento com compromisso com os desvalidos”. |
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Norbert Fritz Miekeley (1939 - 2013) | _ |
O Professor Miekeley, por muitos anos professor do Departamento de Química, era mestre em Química e Físico-Química pela Freie Universität de Berlim e doutor em Química Nuclear e Físico-Química pela Technische Universität de Berlim. Suas pesquisas na área de Química, com ênfase em Análise de Traços e em Química Ambiental faziam dele um pesquisador com atuação interdisciplinar. Foi um dos primeiros professores do Departamento, para onde veio a convite do Prof. Pe. Leopoldo Hainberger S.J., fundador do Departamento de Química da PUC-Rio. Foi Coordenador de Pós-Graduação e Pesquisa do Departamento de Química e participou em vários órgãos colegiados do Departamento e do CTC. Com ampla experiência internacional de pesquisa, foi Membro convidado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), coordenador do projeto internacional "Poços de Caldas" que teve participação da Suécia, Suíça, Inglaterra, Estados Unidos e do Brasil e foi responsável pelos laboratórios de Espectrometria de Massas (ICP-MS), Espectrometria Nuclear e Espectrometria de Emissão Atômica do Departamento de Química. Foi ainda bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq, pesquisador do Centro de Pesquisas Nucleares de Jülich (KFA), Alemanha, pesquisador convidado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), no âmbito do acordo bilateral Brasil/Alemanha e pesquisador do Instituto Hahn Meitner de Berlim. Sua morte é uma grande perda para a PUC-Rio e, em particular, para o Departamento de Química, tal como resume a Diretora do Departamento Química em mensagem que fez circular pela rede interna da Universidade: "Norbert Miekeley, Colega e Amigo de mais de 30 anos, partiu hoje para sua viagem final, após muitos meses de luta contra um câncer. O Professor Miekeley foi um dos primeiros a chegar ao Departamento de Química através do programa de cooperação com a Alemanha. Veio para ficar, amava o Rio, o Brasil, e dedicou sua vida de trabalho em ciência e ensino à PUC-Rio. Foi responsável pela implantação da área de Química Nuclear no Departamento e mais tarde, pioneiro no Brasil em desenvolvimentos de métodos espectrométricos avançados usando ICP-MS. Apesar de já estar aposentado, continuou a colaborar como Pesquisador Conveniado à frente de projetos de pesquisa em parceria com o CENPES/Petrobras. Foi orientador de inúmeras teses e dissertações e era reconhecido no país e no exterior como especialista de primeira linha na espectrometria. O Departamento de Química está de luto pela perda de mais um de seus membros preciosos e se solidariza com a família do Professor Miekeley nesta hora de tristeza. Professora Ângela Wagener Além da mensagem da Professora Ângela, muitas outras de colegas da Química e amigos de toda a Universidade circularam pela rede, todas elas atestando sua importância para a comunidade acadêmica dos químicos e para a PUC-Rio. |
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Myrtes de Aguiar Macedo (? - 2012) | _ |
Myrtes de Aguiar Macêdo, formou-se em Serviço Social pela Universidade Estadual da Paraíba, concluiu o mestrado em Serviço Social na PUC-Rio em 1977. Sua dissertação intitulada Reconceptualização do Serviço Social foi publicada em livro e tornou-se uma referência importante no debate sobre o movimento de Reconceituação do Serviço Social na América Latina. Era Doutora em Política Social pela University of Manchester, na Inglaterra, onde foi docente do Programa de Doutorado em Política Social. Ingressou na PUC-Rio como professora do quadro principal após sua aposentaria na Universidade Federal da Paraíba, e foi Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social em duas ocasiões. No Programa, integrou a Comissão responsável pela criação, em 1997, da revista O Social em Questão, periódico do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social. A Profa. Myrtes exerceu a função de representante da área de serviço social junto ao CNPq e, na CAPES, integrou a Comissão de Avaliação dos Programas de Pós-Graduação de sua área. |
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Miguel Serpa Pereira (1940-2019) | _ |
(4 de fevereiro de 2019) O prof. Miguel Pereira fez sua graduação em Ciências Sociais pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ e possuía mestrado e doutorado em Artes e Cinema pela Escola de Comunicações e Artes (ECA), da USP. Era também licenciado em Ciências Sociais pela Faculdade de Educação da UFRJ e graduado em Filosofia pelo Curso Superior de Filosofia do Seminário Arquidiocesano de São José do Rio de Janeiro. Professor da Graduação do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, desde 1975, e da Pós-Graduação, desde 2003, foi coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-Rio, de agosto de 2005 a março de 2015. Foi crítico de cinema de O Globo, de 1966 a 1983, e repórter da revista Manchete e do semanário Domingo Ilustrado, para o qual também exerceu a crítica de cinema, de 1971 a 1973. O prof. Miguel Pereira foi o responsável pela coordenação geral do Projeto Comunicar, da Vice-Reitoria Comunitária, entre 2010 e março de 2015 e de 2017 até os dias atuais. Em 2017, foi condecorado com a Menção Honrosa Ir. Dorothy Stang, por sua atuação na organização do Prêmio Margarida de Prata, concedido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. O presidente da Comissão de Comunicação da CNBB, Dom Darci José Nicioli, emitiu uma nota de gratidão pelos serviços de Miguel Pereira: “Nós, os comunicadores da Igreja no Brasil, nos levantamos para aplaudir a vida desse homem cheio de fé, dedicado a seu ofício e esperançoso de Deus!”. O Reitor da PUC-Rio, Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J., também destacou o trabalho do professor por mais de 40 anos na Universidade. “Nossa eterna gratidão a esse grande homem, que dedicou sua vida ao Departamento de Comunicação da PUC-Rio.” O Departamento de Comunicação Social na fala de seu diretor, o prof. Leonel Azevedo de Aguiar, representou seus colegas quando lamentou o falecimento “do querido Professor Miguel Serpa Pereira, a quem devemos boa parte da nossa história e memória”. |
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Marli Eliza Dalmazo Afonso de André (?-2021) | _ |
Professora da pós-graduação em Educação da PUC-Rio, entre 1978 e 1986, Marli Eliza Dalmazo Afonso de André concluiu o mestrado em Educação em nossa Universidade, em 1976. Era graduada em Letras pela USP (1966) e em Pedagogia pela Universidade Santa Úrsula, do Rio (1973) e seu doutorado em Psicologia da Educação (1978) foi cursado na University of Illinois em Urbana-Champaign (EUA). Professora titular aposentada da Faculdade de Educação da USP, desde 2000, integrava o corpo docente do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Psicologia da Educação, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Em nota, o Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-SP expressou seu pesar: A área da Educação e a PUC-SP perdem uma das pesquisadoras mais respeitadas do país, que, com sua experiência, ética e compromisso tornou-se uma referência para nós. Seu legado será honrado pelos colegas professores e pesquisadores e pelos alunos e orientandos de toda uma vida. O GT 08 (Formação de Professores) da Anped (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação) também destacou o legado deixado pela profa. Marli de André para a educação brasileira, por meio de suas pesquisas no campo da Formação de Professores e da Didática: Uma pesquisadora dedicada, responsável, estudiosa, generosa com a formação dos seus alunos de doutorado, mestrado, graduação e, na educação básica, nas escolas públicas de São Paulo. Uma pesquisadora, professora e mulher notável. Nosso profundo agradecimento! A Profa. Menga Lüdke (EDU), também a homenageou e convidou a manter “viva a sua presença no trabalho e na luta pela educação que nosso país precisa”.
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Maria Verli Mariano Eyer de Araújo (1941-2018) | _ |
(06 de fevereiro de 2018) A Profa. Verli atuou no Departamento de Serviço Social entre 1969 a 1996. Esteve alguns anos afastada por doença, em 2002 retornou à Universidade como Assistente Social através da Vice-Reitoria Comunitária, e atuou no IOPUC - Instituto de Odontologia da PUC-Rio. Realizava atendimento social e avaliações socioeconômicas de quem comparecia ao IOPUC solicitando tratamento. Seu livro Serviço social clínico: transferência - contratransferência, editado em 1982, enfoca a prática clínica como categoria metodológica no repertório de Serviço Social e é ainda referenciado em estudos na área. A Profa. Ilda Lopes Rodrigues da Silva (VRAc), que estudou e trabalho com a Profa. Verly, recorda: [...] Verly foi minha colega de graduação (1960 a 1964). Não sei em que data ela foi contratada como professora do Departamento de Serviço Social. Foi professora de graduação e da pós. Ela publicou a dissertação de mestrado em livro, com o título Serviço Social Clinico: Transferência e Contratransferência [...]. Ela tinha formação psicanalítica e partilhava da visão clínica de Serviço Social Clínico. Foi uma professora respeitada e muito conceituada entre seus colegas. |