Passe o mouse sobre o mapa para identificar as instalações universitárias e os espaços do campus e clique para mais informações, ou escolha um dos locais na lista abaixo.
> Edifício Cardeal Leme - Blocos A, B e C
Os blocos A, B e C, juntamente com o bloco D, configuram o antigo Edifício Central, primeira edificação do campus inaugurada em 1955 e que reunia todos os órgãos acadêmicos e administrativos da Universidade na época. Sediava também a antiga capela e a Residência dos Padres. A partir de 1965, com a inauguração da primeira ala do Edifício da Amizade, o Edifício Central foi apelidado de “Prédio Velho” pela comunidade universitária. Em 1968, recebeu o nome de Edifício Cardeal Leme, em homenagem ao idealizador e fundador das Faculdades Católicas, Cardeal Dom Sebastião Leme de Silveira Cintra, Bispo Auxiliar e Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro de 1911 até sua morte em 1942.
Nestes blocos localizam-se os departamentos de Engenharia Civil, Engenharia de Materiais, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Ambiental, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia em Nanotecnologia, Engenharia de Petróleo, o Programa de Pós-Graduação em Metrologia, laboratórios e salas de aula.
O edifício Cardeal Leme
série Crônicas de Memória - artigo publicado em 13/04/2012 no Jornal da PUC, Edição 253
Percorrer o campus da Gávea para identificar sua toponímia e, a partir dela, construir um mapa da memória inscrita em seus espaços nos desafia a compreender a densidade da trama que tece a memória.
De início, uma questão se impôs. Qual seria o primeiro registro deste mapa simbólico do campus? A primeira edificação inaugurada ou o espaço consagrado àquele que, na história da Universidade, ocupa o lugar de fundador? Decidimos que o mapa deveria percorrer as sete décadas de história da PUC-Rio e sublinhar aqueles nomes que, por distintas razões, são representativos de cada uma delas.
O percurso é iniciado com o Cardeal Dom Sebastião Leme de Silveira Cintra. Bispo Auxiliar e Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro de 1911 até sua morte em 1942, Dom Leme teve atuação política destacada em âmbito nacional e como líder dos grupos católicos nas décadas de 1920 e 1930. Criou entidades que pretendiam organizar a participação dos católicos na vida pública, como a Ação Católica Brasileira, a Liga Eleitoral Católica e, especificamente no campo intelectual, o Centro Dom Vital e o Instituto Católico de Estudos Superiores.
No início da década de 1930, ganhou força o projeto, idealizado por ele e pelo padre Franca S.J., de fundação de uma universidade que, em compasso com o tema da direção intelectual da sociedade brasileira e com os objetivos de reforma social defendidos pela Igreja naquele momento, deveria atuar em âmbito nacional. Em 1940 aprovaram-se os Estatutos das Faculdades Católicas, criadas para constituirem-se em uma “Universidade Católica para o Brasil.”
O Cardeal Leme empresta seu nome, desde 1968, ao primeiro edifício construído no campus da Gávea, prédio inaugurado bem antes desta data, em 17 de julho de 1955. A inauguração foi parte da programação oficial do 36º Congresso Eucarístico Internacional do Rio de Janeiro e está bem documentada pelo programa oficial do Congresso e por fotografias e matérias na imprensa carioca que identificam o prédio com o próprio campus universitário. Outro registro da solenidade fundadora, este inscrito no próprio edifício, é uma placa com dizeres em latim instalada no pilotis, acima de um dos elevadores do Leme. No Anuário de 1955 o fato é registrado por fotografias e pelo histórico que identifica os primeiros órgãos acadêmicos e administrativos a ocupar o Edifício Central que, após a inauguração do Edifício da Amizade, em 1965, passou a ser reconhecido pela comunidade como “o prédio velho”.
Da homenagem prestada em 1968 ao Cardeal, provavelmente pelos 25 anos de sua morte, não foram encontrados registros. Os indícios que nos levam a essa data são as primeiras referências ao Edifício Cardeal Leme, citado no precioso Anuário de 1968 como endereço dos novos departamentos, laboratórios e demais unidades criadas pela Reforma Universitária implementada na PUC-Rio em 1967 e que veio consolidar a implantação de um novo modelo de Universidade.
A rede de temporalidades de que é feito o mapa sugerido indica que a memória se constrói no presente pelo entrelaçamento de espaços e tempos, de indivíduos e coletividades, de identidades e projetos, de lembranças e esquecimentos.
Silvia Ilg Byington e Clóvis Gorgônio Núcleo de Memória da PUC-Rio
> Edifício Cardeal Leme – Bloco D
> Edifício Cardeal Leme – Bloco E ou Padre Leopoldo Hainberger S.J.
O Padre Hainberger e o Instituto de Química da PUC-Rio
série Crônicas de Memória - artigo publicado em 06/08/2012 no Jornal da PUC, Edição 258
Em uma vista aérea do campus da PUC-Rio, o prédio da química é identificado como um bloco contíguo ao antigo Instituto de Física que expande e alonga, na direção dos limites do campus, o corpo original do Edifício Cardeal Leme. A composição é bela e orgânica. Conforma-se à sinuosidade das encostas do Morro Dois Irmãos e, na curvatura adotada, dá continuidade ao desenho modernista do vizinho Conjunto Habitacional Marquês de São Vicente, o Minhocão, projeto de 1951 do arquiteto Affonso Eduardo Reidy.
O bloco foi construído entre 1965 e 1971 para sediar o Instituto de Química que, fundado em 1959, tinha instalações precárias na casa nº 21, uma das moradias operárias adquiridas pelas Faculdades Católicas por ocasião da compra dos terrenos para a construção do campus. Nesta casa foi criado, em 1960, o Laboratório de Pesquisas Radioquímicas, com verba do Conselho Nacional de Pesquisas. A casinha deu lugar ao prédio de sete andares, pilotis e subsolo, com área de 7.700 m², projetado para salas de aula, dois grandes auditórios e quarenta laboratórios, uma impressionante expansão que simboliza na dimensão espacial e de infraestrutura as ambições e conquistas científicas e acadêmicas do Instituto e de seu fundador e diretor, o padre Leopoldo Hainberger S.J.
Austríaco, o padre Leopoldo Hainberger ingressou na Companhia de Jesus em 1928, ano de sua chegada ao Brasil, e iniciou seus estudos no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo. Ordenou-se sacerdote em 1941 e, após lecionar filosofia e teologia, voltou para seu país para estudar química. Doutorou-se aos 50 anos pela Universidade de Viena, sob orientação do reconhecido químico analítico austríaco Fritz Feigl, refugiado de guerra que vivia e pesquisava no Rio de Janeiro desde 1940.
Os Anuários da PUC-Rio registram as intensas atividades realizadas pelo pe. Hainberger em favor da criação do Instituto e que, segundo relatos de seus colegas professores, pesquisadores e ex-alunos, podem ser tomadas também como medida de sua dedicação em favor do desenvolvimento da área de química analítica no Brasil, expressa na sua importante e vasta produção científica e em sua atividade docente.
Entre viagens e contatos, obteve verbas e equipamentos científicos de empresas, instituições e governos da Alemanha e do Brasil para as obras do Instituto, que se transformou no Departamento de Química após 1968, e para o reconhecimento deste como um centro avançado de pesquisas, um dos principais do país na área de química analítica. Estabeleceu convênios com universidades alemãs que possibilitaram o intercâmbio de professores e pesquisadores, a obtenção de bolsas e a instalação de equipamentos. Um dos principais resultados de sua atuação obstinada foi a criação do programa de pós-graduação em química simultaneamente à inauguração das novas instalações, em 1971. Tais iniciativas expressam o compromisso dos gestores e pesquisadores da Universidade com a formação e aperfeiçoamento de docentes do ensino superior e de quadros capacitados para gerir o acelerado processo de desenvolvimento científico-tecnológico em curso no Brasil naquele momento.
Em 1988, ano da morte do jesuíta, o chamado bloco da química ganhou o nome de Padre Leopoldo Hainberger S.J. e faz-se presente no mapa da memória do campus da PUC-Rio como expressão da gratidão à figura do padre cientista e do projeto de uma universidade em que o ensino e a pesquisa apresentam-se como atividades indissociáveis.
Silvia Ilg Byington Núcleo de Memória da PUC-Rio
> Edifício da Amizade - Ala Frings
A Ala Frings do Edifício da Amizade foi inaugurada em 1967 e recebe este nome em homenagem ao Cardeal Joseph Frings, que organizou campanha financeira na Alemanha para a obra.
Nesta Ala estão localizados a Vice-Reitoria Administrativa, o Decanato do CCS, os departamentos de Direito, Economia, Geografia e Meio Ambiente e História, a Biblioteca Central e salas de aula. No térreo encontra-se a Prefeitura do Campus e no subsolo o Bandejão.
As colunas da Amizade
artigo publicado em 08/09/2010 no Jornal da PUC, Edição 233
Um dos idealizadores das modernas construções sustentadas por pilotis foi o arquiteto suíço naturalizado francês Le Corbusier. Além da durabilidade, sua defesa baseava-se na facilidade de circulação, estímulo à sociabilidade, ganho de espaço livre e interação entre arquitetura e natureza.
Projetado sob as linhas modernistas, o Edifício da Amizade começou a ser erguido em 1964 e teve a sua primeira ala inaugurada em 1965, ano do Jubileu de Prata da Universidade. Foi batizada em homenagem ao presidente norte americano John Fitzgerald Kennedy, agraciado pela PUC-Rio com o título Honoris Causa pouco antes de ser assassinado em 1963.
A inauguração da Ala Cardeal Frings ocorreu dois anos mais tarde, em outubro de 1967, com a bênção e a instalação de uma placa em homenagem ao povo alemão pela contribuição financeira para a realização da obra. Estavam presentes o Embaixador da Alemanha, Erhenfried von Holleben, e o Cardeal Gottfried Dossing, representante do Cardeal Joseph Frings, ambos agraciados com o diploma e a medalha Cardeal Leme. Além de salas de aula e auditórios, as instalações acolheram a nova Biblioteca, transferida de uma das casas do IAG, e outros órgãos, como a Diretoria de Admissão e Registro.
Os pilotis do Edifício da Amizade são grandes estruturas cilíndricas de concreto e, portanto, monolíticas e imponentes. Entretanto, um olhar mais atento ao entorno da grande passarela que se abre entre eles, revela algo mais. A exuberante natureza do campus integra-se com os pilotis ecom os indivíduos que ali transitam. Além disso, importantes solenidades e eventos institucionais e culturais neles ocorridos contribuíram para transformá-los em espaços simbólicos, icônicos e democráticos, significativos para a memória e para a identidade institucional e comunitária.
Eduardo Gonçalves Pesquisador do Núcleo de Memória da PUC-Rio
> Edifício da Amizade - Ala Kennedy
A Ala Kennedy do Edifício da Amizade foi inaugurada em 1965. Foi batizada em homenagem ao presidente norte americano John Fitzgerald Kennedy, agraciado pela PUC-Rio com o título Honoris Causa pouco antes de ser assassinado em 1963.
Nesta Ala estão localizados a Reitoria, a Vice-Reitoria Acadêmica, a Vice-Reitoria de Desenvolvimento, o Centro de Estudos em Telecomunicações (CETUC), o Departamento de Comunicação, salas de aula e o Projeto Comunicar.
As colunas da Amizade
artigo publicado em 08/09/2010 no Jornal da PUC, Edição 233
Um dos idealizadores das modernas construções sustentadas por pilotis foi o arquiteto suíço naturalizado francês Le Corbusier. Além da durabilidade, sua defesa baseava-se na facilidade de circulação, estímulo à sociabilidade, ganho de espaço livre e interação entre arquitetura e natureza.
Projetado sob as linhas modernistas, o Edifício da Amizade começou a ser erguido em 1964 e teve a sua primeira ala inaugurada em 1965, ano do Jubileu de Prata da Universidade. Foi batizada em homenagem ao presidente norte americano John Fitzgerald Kennedy, agraciado pela PUC-Rio com o título Honoris Causa pouco antes de ser assassinado em 1963.
A inauguração da Ala Cardeal Frings ocorreu dois anos mais tarde, em outubro de 1967, com a bênção e a instalação de uma placa em homenagem ao povo alemão pela contribuição financeira para a realização da obra. Estavam presentes o Embaixador da Alemanha, Erhenfried von Holleben, e o Cardeal Gottfried Dossing, representante do Cardeal Joseph Frings, ambos agraciados com o diploma e a medalha Cardeal Leme. Além de salas de aula e auditórios, as instalações acolheram a nova Biblioteca, transferida de uma das casas do IAG, e outros órgãos, como a Diretoria de Admissão e Registro.
Os pilotis do Edifício da Amizade são grandes estruturas cilíndricas de concreto e, portanto, monolíticas e imponentes. Entretanto, um olhar mais atento ao entorno da grande passarela que se abre entre eles, revela algo mais. A exuberante natureza do campus integra-se com os pilotis ecom os indivíduos que ali transitam. Além disso, importantes solenidades e eventos institucionais e culturais neles ocorridos contribuíram para transformá-los em espaços simbólicos, icônicos e democráticos, significativos para a memória e para a identidade institucional e comunitária.
Eduardo Gonçalves Pesquisador do Núcleo de Memória da PUC-Rio
> Instituto de Administração e Gerência (IAG) - depósito
> Cátedra UNESCO de Leitura / Instituto Interdisciplinar de Leitura - iiLer
A Cátedra UNESCO de Leitura da PUC-Rio / Instituto Interdisciplinar de Leitura - iiLer é uma unidade complementar constituída e integrada pelos departamentos de Artes e Design, Educação e Letras. Abriga um acervo bibliográfico nas áreas da literatura infanto-juvenil e da formação do leitor, criando um espaço acadêmico de pesquisa integrado ao Sistema de Bibliotecas da PUC-Rio. Foi oficialmente inaugurada em 2006.
Telefone: 55 21 35271960
Site: iiler.puc-rio.br/portal/
Site: www.catedra.puc-rio.br
> Igreja do Sagrado Coração de Jesus
A nova igreja da PUC-Rio, construida no local do antigo ginásio, foi dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, patrono da Universidade, em cerimônia presidida pelo Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eusébio Oscar Scheidt, em 2005.
No subsolo da Igreja localiza-se o Salão da Pastoral (Salão Dom Luciano Mendes de Almeida) e o Centro de Pastoral Anchieta.
A Igreja do Sagrado Coração de Jesus
texto publicado na Agenda PUC-Rio 2012
Em meio ao campus fica situada a Igreja do Sagrado Coração de Jesus.
Coerente com sua natureza institucional, a PUC-Rio sempre teve uma capela e passou a ter, desde sua dedicação em 2005, uma igreja ampla e moderna, na qual a luz se filtra pelas seteiras que deixam ver o verde das árvores e pelos vitrais que reproduzem desenhos de Candido Portinari. Também sobre um desenho de Portinari está feito o mosaico do pórtico, Jesus entre os doutores. Em torno à Igreja está plantado um jardim de plantas bíblicas.
A construção da Igreja foi financiada exclusivamente por doações de fiéis e graças à dedicação perseverante do Pe. Pedro Guimarães Ferreira SJ.
Na Igreja do Sagrado Coração de Jesus a comunidade acadêmica celebra eucaristias que integram seus momentos mais solenes e seu cotidiano, assim como as alegrias e tristezas que pontuam a vida da Universidade, de seus professores, funcionários, alunos, colaboradores e amigos.
Aberta aos moradores do bairro da Gávea e da cidade, que frequentam as missas diárias e, em especial, as que são celebradas nos sábados e domingos, a Igreja oferece a todos um lugar de oração e o serviço dos sacramentos.
Em seu subsolo, está instalado o Centro de Pastoral Anchieta, espaço dedicado às atividades da pastoral universitária, que conta com um salão muitas vezes cedido para a realização de atividades acadêmicas.
No coração do campus a Igreja ancora a PUC-Rio na rocha viva da fé.
> Rio Rainha
A majestade do rio Rainha
artigo publicado em 15/09/2011 no Jornal da PUC, Edição 246
“No verde seio da serra,/ Nasce o rio generoso”. Nos versos parnasianos de Olavo Bilac, um “nobre” e “feliz” rio surge como “fio d’água”, desliza “sem rumor” por “entre as pedras”, “engrossa”, “cresce” e se converte em “providência da terra”. Bilac não localiza ou dá nome ao rio que lhe despertou tamanha inspiração. Assim, aproveitamos a inspiração e pedimos licença ao poeta para falar de um rio tão nobre quanto generoso para PUC-Rio: o rio Rainha.
Nascido nas encostas do Maciço da Tijuca, o rio Rainha atravessa o terreno onde fica a sede do Curso de Graduação em Ciências Biológicas da PUC-Rio, vizinho ao Parque da Cidade, corta o bairro da Gávea e chega até o canal da avenida Visconde de Albuquerque. Originalmente o rio tinha como foz a Lagoa Rodrigo de Freitas e com a construção do canal, na década de 1920, suas águas passaram a ser conduzidas à praia do Leblon. Essa intervenção, realizada pelo prefeito Carlos Sampaio, visava solucionar os frequentes transbordamentos da lagoa atribuídos ao aumento da vazão, durante chuvas fortes, das águas do Rainha e de outros rios que ali desaguavam. O rio era visto como ameaça.
Contudo, “do rio que tudo arrasta/ se diz que é violento/ mas ninguém diz violentas/ as margens que o oprimem”, diria Bertold Brecht em momento de inspiração não tão parnasiano. Com o passar dos anos, além das violentas intervenções em seu curso, o homem deixou marcas na qualidade das águas. Outrora cristalino, o rio sucumbe diante dos mais variados dejetos e, numa triste agonia, espuma, escurece, cheira mal. Em silêncio, Sua Majestade sofre.
Ao cruzar o campus, porém, o rio que ostenta no próprio nome o foro de nobreza tem sua agonia notada e sua importância reconhecida. Há décadas, projetos variados desenvolvidos por professores e alunos da PUC-Rio buscam soluções ambientais para a recuperação do rio Rainha. Como exemplos, temos a conservação e replantio da mata ciliar que o protege contra o assoreamento; o monitoramento da qualidade da água; a contenção dos dejetos nele despejados, entre outros. É tamanha a reverência, que seu leito foi digitalmente representado e os sons de suas águas captados e reproduzidos na exposição que comemorou os 70 anos da Universidade.
Com suas margens arborizadas o rio Rainha é, para os que frequentam o campus Gávea da PUC-Rio, um aprazível local para encontros, descanso e reflexão. Seus súditos o estimam e aclamam por sua generosidade. Sereno, Sua Majestade agradece.
Roberto Cesar Silva de Azevedo
Núcleo de Memória da PUC-Rio
> Vila dos Diretórios - Alameda Alceu Amoroso Lima
A Vila dos Diretórios é remanescente das habitações populares construídas no bairro da Gávea no início do século XX. No bairro estavam instaladas algumas fábricas, inclusive o Cotonifício Gávea, que ocupava parte do atual terreno da PUC-Rio. A Vila dos Diretórios deve ter sido construída em torno de 1920, e foi ocupada por unidades da PUC-Rio logo que o campus da Gávea foi adquirido no início dos anos 1950. Hoje nela estão instalados o DCE, a APG, alguns dos centros acadêmicos, o departamento de Sociologia e Política, o Instituto de Relações Internacionais, o Escritório Modelo de Arquitetura, Urbanismo e Design, o Laboratório de Mineralogia e o Serviço Médico.
Os caminhos de Alceu Amoroso Lima
série Crônicas de Memória - artigo publicado em 18/05/2012 no Jornal da PUC, Edição 255
Ao percorrermos a documentação sobre o campus encontramos referências a Alceu Amoroso Lima em dois espaços físicos, ambos significativos se relacionados à sua trajetória pessoal e aos caminhos da memória inscritos na toponímia da Universidade. Um deles é a alameda central da Vila dos Diretórios. O outro, a pequena praça em frente à casa da Editora e da Agência PUC-Rio, ao lado da DAR.
Alceu Amoroso Lima foi um dos fundadores da PUC-Rio e professor titular de Literatura Brasileira até sua aposentadoria em 1963. Sua ligação com a Universidade decorre de sua liderança como intelectual católico desde os anos 1920 e de sua proximidade com o pe. Leonel Franca, S.J., primeiro reitor da PUC-Rio. Ambos atuaram na criação do Instituto Católico de Estudos Superiores em 1932 e, em 1940, foram indicados pelo Cardeal Leme para coordenar a comissão que elaborou o projeto das Faculdades Católicas.
Após a morte do Cardeal Leme em 1942, Alceu aos poucos afastou-se da atuação direta em entidades católicas, mas continuou a ser uma referência para o laicato católico brasileiro. Nessa condição, participou do Concílio Vaticano II, iniciado em 1962, e identificou-se com a atualização proposta pelo papa João XXIII e pelos documentos do Concílio.
Nas colunas que, desde a juventude, publicou em diversos jornais, Alceu utilizava o pseudônimo Tristão de Athayde. Nelas tornou-se, nos anos de ditadura militar, voz e referência para os movimentos de resistência. Os universitários viam nele um interlocutor, e foi numerosas vezes escolhido para ser patrono de formandos na PUC-Rio e em universidades de todo o Brasil.
A iniciativa de homenagear Alceu dando seu nome a um dos espaços da PUC-Rio veio no contexto do primeiro projeto Memória da PUC-Rio, em 1986, e concretizou-se em julho de 1987. Explicitada em texto do então Reitor pe. Laércio Dias de Moura, S.J., implicava em “erigir marcos indeléveis” em reconhecimento a pessoas importantes na história da Universidade. O nome de Alceu Amoroso Lima foi dado “a uma das vias principais” do campus.
A Praça Alceu Amoroso Lima foi nomeada em 2002, mas não está registrada em nenhum dos mapas do campus a que tivemos acesso. Ver o nome de Alceu no endereço da Editora PUC-Rio parece acertado, dada a sua caudalosa produção literária.
Mesmo a alameda da Vila dos Diretórios só aparece com o nome de Alceu Amoroso Lima em um mapa produzido por ocasião da homenagem em 1987. Ao procurarmos hoje no campus a identificação na Vila dos Diretórios nos deparamos com uma placa em que se lê “Alameda Dra. Regina Feigl”, outra homenageada na mesma ocasião. Nos documentos do acervo da Reitoria, no entanto, a alameda Regina Feigl consta como a da entrada pela rua Marquês de São Vicente, na qual não há placa de identificação.
Professor por longos anos da PUC-Rio e um de seus fundadores, Alceu Amoroso Lima empresta ainda seu nome à medalha que traz sua efígie e que desde 1993 a Universidade outorga aos que se destacam em sua atuação em defesa da ética e da cultura. E cabe lembrar que a revista acadêmica publicada pelo Departamento de Comunicação intitula-se Alceu.
Nomear a alameda da Vila dos Diretórios é adequado ao espírito inquieto, público e conectado com o seu tempo do Dr. Alceu. Nas palavras do pe. Laércio no evento que marcou a nomeação deste espaço, Alceu “Estará assim vivo entre os alunos, no meio do burburinho de suas atividades”.
Clóvis Gorgônio
Núcleo de Memória da PUC-Rio
> Estacionamento principal - canteiro de obras do Metrô
A área onde funcionava o estacionamento principal da PUC-Rio, e que já foi ocupada pelo Parque Proletário da Gávea até sua remoção total em 1974, é hoje o canteiro de obras da Linha 4 do Metrô.
> Edifício Padre Francisco Leme Lopes (IAG)
> Casas I e II - DCE, centros acadêmicos de Administração e Economia e o Escritório Modelo de Arquitetura, Urbanismo e Design
- Casa I - frente: CAAD - Centro Acadêmico de Administração e Caeco - Centro Acadêmico de Economia
- Casa II - frente: DCE - Diretório Central dos Estudantes - Telefone: 55 21 35271636
- Casas I e II - fundos: Emaud - Escritório Modelo de Arquitetura, Urbanismo e Design
> Casas III e IV - Diretório acadêmico das Engenharias e centros acadêmicos de Direito e Psicologia
- Casa III: DAAF - Diretório Acadêmico Adhemar Fonseca (Engenharias)
- Casa IV - frente: Cael - Centro Acadêmico Eduardo Lustosa (Direito) - Telefone: 55 21 35271024
- Casa IV - fundos: Capsi - Centro Acadêmico de Psicologia - E-mail: capsipucrio@hotmail.com
> Casas V e VI - Associação dos Alunos de Pós-Graduação e centros acadêmicos de Geografia, Comunicação Social e Sociologia e Política
- Casa V - frente: APG - Associação dos Alunos de Pós-Graduação - Site: www.puc-rio.br/sobrepuc/depto/apg
- Casa V - fundos: Cacos - Centro Acadêmico de Comunicação Social
- Casa VI - frente: Gnaisse - Centro Acadêmico de Geografia
- Casa VI - fundos: Casoc - Centro Acadêmico de Sociologia e Política
> Casas IX e X - Ambulatório e o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)
Nas casas IX e X da Vila dos Diretórios funciona o Ambulatório e o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), setor responsável pela prevenção de riscos e doenças ocupacionais nos ambientes de trabalho da Universidade.
> Auditório Padre José de Anchieta
O Auditório Padre José de Anchieta, inaugurado no final dos anos 1990, ocupa parte da área do antigo Salão de Vidro, onde eram realizadas atividades acadêmicas, cerimônias e assembleias.
> Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA) e Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente (NIREMA)
O Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente – NIMA, foi criado em 1999 pelo prof. pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J., com o objetivo de ser o local de discussões interdisciplinares sobre as questões socioambientais. O Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente - NIREMA foi criado em 2003 por iniciativa dos departamentos de História, Serviço Social e Sociologia e Política. É um centro de pesquisa e documentação da cultura afrodescendente brasileira.
> Associação dos Funcionários da PUC-Rio (AFPUC)
> Museu Universitário Solar Grandjean de Montigny
O Solar Grandjean de Montigny foi construído na década de 1820 pelo arquiteto Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny. É uma moradia neoclássica construída em um platô elevado e cercada de exuberante vegetação. Dele se descortinava a paisagem da Lagoa Rodrigo de Freitas e do mar.
Apontado por arquitetos e estudiosos como exemplo da importação de modelos europeus e da adaptação do neoclássico ao clima tropical e ao ambiente brasileiro, como atestam o uso dos avarandados e da entrada por uma escada monumental, o Solar é um registro singular da arquitetura e da história de uma época. Foi moradia do arquiteto e de sua família até sua morte em 1850. Em etapas posteriores, foi residência de outras famílias, como o evidenciam algumas fotografias conservadas no acervo do Núcleo de Memória.
Foi tombado pelo Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1938 e passou por várias restaurações que procuraram restituir seu traçado original. Transformado em Centro Cultural da PUC-Rio em 1980 e em Museu Universitário em 2011, o Solar é um importante veículo de integração e informação e incentiva o estudo e a reflexão sobre a cultura, a arquitetura e a arte brasileira. Nele ocorrem eventos e exposições culturais e acadêmicas.
O Solar Grandjean de Montigny
artigo publicado em 30/11/2010 no Jornal da PUC, Edição 237
No início do século XIX começa a construção da nova casa da família Montigny, situada no então chamado Caminho da Tijuca. Seu proprietário, o arquiteto Auguste Grandjean de Montigny (1776-1850), projetara um solar alto o suficiente para dele contemplar, além dos cafezais e mandiocais, as águas tranquilas da Lagoa Rodrigo de Freitas e, mais ao longe, o mar. Nessa época, o porão do solar abrigava escravos, bois e alguns animais que eram preparados para as refeições diárias.
No ano de 1938 a construção foi tombada pelo Serviço de Patrimônio Artístico Nacional, atual Iphan. Alguns anos depois, com a criação do campus Gávea em 1951, o prédio foi adquirido pela PUC-Rio, e durante algum tempo ali funcionou a Reitoria. A história do Solar passa, então, a se confundir com a da Universidade. Em 1980 foi restaurado e convertido em Centro Cultural da PUC-Rio, espaço para realização de atividades culturais e artísticas.
Podemos pensar o Solar Grandjean de Montigny como uma das colunas da PUC-Rio uma vez que, etimologicamente, coluna, do latim columen, significa também “do princípio”, “o primeiro”. Assim, o mais antigo prédio do campus Gávea que, no entanto, tem sua principal marca não nas colunas mas nos degraus, nos convida a subir sua elegante escadaria e conhecê-lo melhor. Nos pavimentos superiores são montadas exposições e mostras variadas. O porão, em outros tempos uma triste senzala, hoje abriga o Projeto Portinari, que reúne informações e desenvolve pesquisas sobre a obra do pintor.
Monumento artístico e espaço de diálogo entre a Universidade e a sociedade, o Solar é, assim, um lugar que conta muitas histórias, conecta experiências e esboça os traços de nossa identidade comum. Lugar de memória, não à toa o Solar foi escolhido pela Reitoria da Universidade para sediar a Exposição Comemorativa dos 70 anos da PUC-Rio.
Roberto de Azevedo Núcleo de Memória da PUC-Rio
> Casa XXI - Laboratório de Tecnologia Mineral
> Casas XIX e XX - Instituto de Relações Internacionais (IRI)
O Instituto de Relações Internacionais foi criado em 1979 e passou a ocupar as casas XIX e XX da Vila dos Diretórios em 1980. Nos anos 1970 as casas foram utilizadas pela assessoria do Centro de Ciências Sociais.
> Casa XVIII - Departamento de Sociologia e Política
> Tendas de Artes
Inauguradas em outubro/2001. São duas tendas circulares, localizadas no terreno da antiga quadra de tênis. Cobertas por uma estrutura de membrana tensionada, as tendas foram projetadas pelos professores Alfredo Jefferson de Oliveira, Fernando Betim Paes Leme e José Luís Ripper. As tendas são contornadas por um lago e por canteiros que tornam o ambiente compatível com o campus. Cada tenda foi pensada para ter uma utilização diferente: uma é escurecida e facilita a projeção de slides e transparências; a outra, translúcida, é ideal para desenhos à luz natural. O novo laboratório concentra aulas de projetos, criatividade e desenho, e o formato das tendas proporciona uma dinâmica de aula diferente, que ajuda a integração de alunos e professores.
> Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) - Clínica Universitária Padre Benkö
> Departamento de Serviço Social
> Instituto Gênesis
O Instituto Gênesis está instalado no Edifício Dom Jaime de Barros Câmara, inaugurado em 1997.
O Instituto Gênesis (IG) tem como objetivo transferir conhecimento da Universidade para a sociedade por meio da formação de empreendedores e da geração de empreendimentos inovadores de sucesso, contribuindo assim para a inclusão social, a preservação da cultura nacional e a melhoria da qualidade de vida da região onde está inserido.
Atualmente o IG possui incubadoras nas áreas tecnológica, cultural, design e social, e conta com a colaboração do Consórcio de Desenvolvimento, órgão consultivo formado por instituições parceiras que contribuem para o desenvolvimento das ações do Instituto.
> Espaço Cultural e Esportivo Padre Ormindo Sodré Viveiros de Castro S.J.
O Ginásio Padre Ormindo Viveiros de Castro
série Crônicas de Memória - artigo publicado em 23/08/2012 no Jornal da PUC, Edição 259
O atacante avança com a bola em direção ao gol. Um lindo drible o deixa em condições de abrir o marcador. Um puxão na camisa... Priiii! Pênalti! Breve tensão, e o grito de gol ecoa pelo Espaço Cultural e Esportivo Pe. Ormindo Viveiros de Castro. A pelada segue animada e o placar é o que menos importa, a alegria está garantida. Pri, pri, priiiii! Fim de jogo.
O público agora é outro, mas a emoção segue a dar o tom. Cerimônia de formatura: convite aveludado, becas, sorrisos – muitos deles banhados em lágrimas de felicidade – e, claro, o tão desejado “canudo”. Capelos ao alto e o sonho que se torna real. E o mesmo local que marca o fim de uma importante etapa para uns, marca o início para outros. Calouros de graduação, ainda zonzos com as novidades da vida universitária, encontram no Meu Primeiro Dia na PUC uma carinhosa recepção, parte dela realizada no ginásio. Muitos deles voltarão alguns semestres depois ao ginásio para receber seus certificados de participação no Programa de Iniciação Científica (PIBIC).
As artes pedem passagem. Nos festivais de música da PUC-Rio, as únicas notas que interessam são as musicais. Do samba ao mais rasgado rock and roll, as apresentaçõestransformam o ginásio em uma caixa de ressonância para todos os gostos. Nova mudança: saem os músicos, entram os atores. A terceira campainha anuncia que o ginásio será ocupado pelas peças e esquetes teatrais, o palco ganha uma parede imaginária entre a platéia e personagens. Alguns atores preferem, contudo, quebrá-la, ainda que preservando a emoção da farsa, da comédia, do drama e outros gêneros.
O Espaço Cultural e Esportivo Pe. Ormindo Viveiros de Castro foi inaugurado no ano 2000. Na antiguidade grega, gymnasion era o local destinado aos exercícios tanto intelectuais como corporais, e vem daí sua vocação para ser um espaço compartilhado e de múltiplos usos. Talvez com base no sentido etimológico da palavra, a PUC-Rio encontrou em um de seus antigos reitores o nome adequado para o seu ginásio.
O pe. Viveiros (*1917 +1998) reunía em si a fé do sacerdócio, a diligência do intelectual e a paixão do desportista. Além de professor, diretor de departamento, e reitor da PUC-Rio, sua biografia também registra a fase em que, ainda menino, foi promessa de craque. Todos os dias após as aulas de catecismo, Mindinho, como o pe. Viveiros era chamado pela família, pendurava o uniforme escolar e calçava as chuteiras para os treinos da equipe juvenil de futebol do Botafogo. Sua vocação religiosa, entretanto, o fez avançar por outros campos, sem jamais abrir mão do seu futebol. Para os que o viram jogar, alguns entendidos em futebol como João Saldanha, e outros tantos que assim se consideravam, o padre-jogador era bom de bola.
Pe. Ormindo Viveiros de Castro: fé, diligência e paixão. A homenagem é perfeita ao dar seu nome ao ginásio que, em tantos momentos, abriga a vibração intangível das emoções.
Roberto Cesar Silva de Azevedo Pesquisador do Núcleo de Memória da PUC-Rio
> Edifício Padre Laércio Dias de Moura S.J.
O Edifício Padre Laércio Dias de Moura S.J. foi construído com o apoio da Petrobras para ser um polo de desenvolvimento de pesquisas e soluções tecnológicas. Nele estão instalados os laboratórios do Instituto Tecgraf de Desenvolvimento de Software Técnico-Científico da PUC-Rio.
> Anfiteatro Espaço Cultural Professor Junito Brandão
> Instituto de Administração e Gerência (IAG) - Anexo 3
> Edifício Paulo Fiúza Bocater (IAG)
Do alto de seus quase um metro e noventa, com longos bigodes louros, aquela figura altiva e de porte elevado, cheia de dinamismo e atenta a tudo e a todos, colocava o dever acima de tudo, ajudava a “comandar” uma PUC num período de muitas crises, fazia lembrar um “general prussiano”. Mas sua alma era doce, seu humor era saudável, sua vida era feliz... Sua preocupação, dedicação e compromisso com a instituição, em muitos momentos acima até de sua saúde nos longos meses de sofrimento, sendo consumido pela doença, mas sempre presente, mostravam realmente quem era o professor Bocater.
Sua vida foi dedicada à “nossa” PUC. Entrou para o curso de economia em 1971, após concluir o 2º grau no Santo Inácio. Nos seus primeiros anos na economia, dividiu os estudos quantitativos com as aulas de religião, que ministrava no antigo colégio. A partir de 1973, mais envolvido com a PUC e o com o departamento de economia, foi monitor, passando a se integrar cada vez mais no dia a dia da universidade. Aqueles eram outros tempos... O numero de professores de “horário integral” no CCS era ainda pequeno e, como as tarefas eram muitas, monitores mais dedicados e comprometidos integravam-se também às atividades acadêmico-administrativas, participavam das discussões sobre o futuro da instituição. Estava se iniciando o curso de mestrado em administração de empresas, e Bocater optou pela pós-graduação em administração em 1976. Ainda no mestrado, é contratado como professor-auxiliar de “horário integral” e, além das aulas, passa a colaborar também na administração acadêmica do departamento, sendo a partir de julho 1976 coordenador de graduação
Em 1977, na Igreja da Glória do Outeiro, oficiado por seu prefeito no colégio Santo Inácio, Pe. Guy Ruffier, casa-se com Maria Isabel do Prado, advogada, que além de João e Marília, lhe deu uma nova área de interesse, as questões jurídicas...
No final de 1979, licencia-se para fazer o doutorado na NYU. Retorna em no 2º. semestre de 1983, passando a atuar no departamento de administração. Logo volta a se integrar na administração acadêmico-administrativa da Universidade, em agosto de 1985, quando os cursos de extensão foram desvinculados das atividades de extensão, é nomeado Coordenador dos Cursos de Extensão (CCE).
Em junho de 1987 assume a Vice-reitoria Administrativa. Foram quase treze anos no cargo. Treze anos que marcaram profundamente a Universidade. No inicio, foram tempos difíceis, especialmente no começo dos anos 90, quando enfrentou junto com a reitoria e o apoio dos decanos, uma conjuntura econômica desordenada, onde problemas administrativos e trabalhistas acumulados ao longo de anos, levaram a PUC a um período de muitas discussões, negociações e ajustes financeiro-administrativos. O desafio para o Vice-reitor Administrativo era enorme, pois se de um lado era necessário adequar o orçamento, de outro só com o crescimento a instituição poderia sobreviver. Nas reuniões dos conselhos e comissões, sob a orientação do Pe. Laércio e depois do Pe. Hortal, sua presença era marcante. O professor Bocater teve um papel importante no processo de definição dos rumos da Universidade, sempre com uma preocupação de futuro, sempre entendendo, como um acadêmico, as características diferenciadas do “modelo-PUC”.
Passada a crise, vemos o professor Bocater exercer outro papel que lhe dava gosto e prazer, “comandar” a renovação do campus... Com sua figura marcante, destacava-se sempre ao vistoriar as obras, como novas salas de aula e laboratórios para cursos de graduação, e pelas alamedas ajardinadas, o “Paseo de Bocater”...
Paulo foi sempre um grande amigo de todos nós, em todas as unidades sua lembrança está sempre presente. Já em sua turma de graduação, destacava-se por suas muitas qualidades, que iam além do excelente aluno. Nos primórdios do departamento de economia lembro-me de suas idéias e de seu compromisso com o futuro da instituição. Nos tempos de crise, visitá-lo ao fim de um dia longo para trocar idéias sobre a ‘nossa’ PUC, era sempre um prazer, pois do alto de sua voz marcante, mesmo nos assuntos difíceis, a conversa era boa, os assuntos fluíam, as decisões eram tomadas. Nas horas de lazer, na companhia de Bebel, os ‘papos’ eram sempre animados, a visão do mundo era otimista, positiva.
Paulo, nós todos sentimos muito a sua falta.
16 de setembro de 2007
Luiz Roberto Cunha
amigo, admirador, professor, paraninfo, antecessor e sucessor na administração da “nossa” PUC
> Laboratório de Geotecnia e Meio Ambiente
> Instituto Tecnológico da PUC-Rio (ITUC)
O Instituto Tecnológico da PUC-Rio (ITUC) foi inaugurado em 12 de abril de 1959 com o nome de Institutos Tecnológicos. É uma Unidade Complementar do Centro Técnico Científico – CTC.
No ITUC estão instalados o Centro de Avaliação Não Destrutiva, o Centro de Desenvolvimento em Energia e Veículos, o Instituto de Energia (IEPUC) e o Mestrado em Metrologia para a Qualidade Industrial.
Telefone: 55 21 35271534 Fax: 55 21 35271543 E-mail: ituc@puc-rio.br Site: www.ituc.puc-rio.br
> Edifício Padre Francisco Xavier Röser - Laboratório Van de Graaff
Nomeado em homenagem ao Fundador do Instituto de Física da PUC-Rio, localiza-se atrás do Edifício Cardeal Leme e hospeda o Laboratório Van de Graaff. O edifício ficou pronto em 1970 e o laboratório iniciou suas atividades em 1973, quando entrou em operação o acelerador eletrostático de 4MV (High Voltage Engineering Corporation-KN 4000), que é seu equipamento central e em torno do qual as atividades das diversas áreas são desenvolvidas: Física Atômica, Física de Superfícies, Física de Materiais, Física Ambiental e Física das Radiações.
Laboratório Van de Graaff
Telefone: 55 21 35271272 / 35271273 Fax: 55 21 35271040 Email: coordenador@vdg.fis.puc-rio.br Site: www.vdg.fis.puc-rio.br> Rio Datacentro (RDC) e Auditório Prof. Carlos Alberto Del Castillo
O Rio Datacentro foi inaugurado em 1971 para hospedar o centro de processamento de dados da PUC-Rio, incialmente utilizando computadores de grande porte (Burroughs, IBM). Hoje é uma unidade subordinada à Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos, que provê à Universidade serviços de informática e de comunicação de dados, em apoio às atividades acadêmicas e administrativas.
No segundo andar do RDC localiza-se o Auditório Carlos Alberto Del Castillo (ver texto a seguir).
O prof. Del Castillo na história e no campus da PUC-Rio
série Crônicas de Memória - artigo publicado no Jornal da PUC em 02/07/2012, Edição 257
A formação e o crescimento da PUC-Rio são resultado da colaboração de muitos homens e mulheres. Os nomes de alguns deles foram escolhidos como topônimos na Universidade. Além de identificar prédios, salas, auditórios esses nomes costumam transcender sua dimensão funcional e nos ajudam a entender sua trajetória pessoal, bem como a da Universidade. Um dos nomes que mesclam sua atuação com a história da PUC-Rio é o do prof. Carlos Alberto Del Castillo.
A década de 1950 foi para o Brasil um período de grandes transformações. Na primeira metade, o suicídio de Vargas e o afastamento de Café Filho por motivo de doença criaram um clima de incerteza. Na segunda metade, contudo, o país pareceu recuperar o ânimo. Ao assumir a presidência em 1955, Juscelino Kubitschek anunciava um progresso de 50 anos em 5. Alguns fatos como a conquista da copa do mundo de futebol, em 1958, a chegada, no ano seguinte, de Maria Esther Bueno ao topo do ranking mundial de tênis e o surgimento da bossa-nova encheram o Brasil de orgulho e contribuíram para o clima de otimismo. O Brasil podia ser grande.
Algumas mudanças geraram grandes demandas. Na área de ensino, pesquisa e tecnologia, o desafio do país era adquirir know how tecnológico e formar recursos humanos adequados ao projetado crescimento industrial. Ainda que timidamente, o governo investiu no que considerava ser uma educação para o desenvolvimento. O foco dessa educação, contudo, estava nas necessidades mais imediatas motivadas pelas transformações industriais em curso.
O Brasil se modernizava e a PUC-Rio, atenta e sensível às mudanças do período, avançava em várias frentes. Em 1955 inaugurou seu campus na Gávea e em seguida os institutos de química, de física e matemática e os tecnológicos, que reforçavam a ênfase dada à pesquisa. O desenvolvimento e o êxito desses projetos contaram com grande participação de Carlos Alberto Del Castillo, então diretor da Escola Politécnica.
Em 1957, o Serviço Nacional da Indústria organizou o pioneiro curso sobre Desenvolvimento de Programas de Treinamento para gerentes de empresas. O SENAI contou com a colaboração da PUC-Rio que, por intermédio do prof. Del Castillo, negociou a cessão do espaço necessário à realização do curso. A parceria esteve na origem ao Instituto de Administração e Gerência (IAG), que hoje conta com grande tradição na formação de quadros de gestão empresarial.
Em 1959, a PUC-Rio adquiriu o computador Burroughs B205, o primeiro de grande porte para uso em pesquisa acadêmica no Brasil. Mais uma vez, o diretor da Escola Politécnica teve uma destacada participação no processo. No dia 13 de junho de 1960 o computador foi inaugurado com pompa e presenças ilustres, como a do presidente Juscelino Kubitschek e a do cardeal Giovanni Battista Montini, o futuro Papa Paulo VI.
A grande contribuição do prof. Del Castillo é lembrada em dois espaços do campus da Gávea que levam seu nome. Um deles é o Centro de Desenvolvimento Gerencial, a Casa Del Castillo, prédio que desde 1989 integra o IAG e que foi durante anos residência do próprio homenageado. Outro espaço é o Auditório Carlos Alberto Del Castillo no Rio Datacentro, inaugurado em 1972, onde são realizados eventos importantes como aulas magnas, congregações universitárias, fóruns, congressos e seminários.
A trajetória da PUC-Rio se torna mais inteligível e mais humana quando os espaços físicos nos lembram daqueles que a construíram. Ao ser escolhido para identificar não apenas uma, mas duas instalações do campus Gávea, o prof. Carlos Alberto Del Castillo se torna ainda mais representativo na e da história da Universidade. Nada mais justo para alguém dedicado à PUC-Rio e à busca da excelência acadêmica.
Roberto Cesar Silva de Azevedo Pesquisador do Núcleo de Memória da PUC-Rio
> Edifício Padre Pedro Belisário Velloso Rebello S.J.
Um reitor engenheiro
série Crônicas de Memória - artigo publicado em 14/06/2011 no Jornal da PUC, Edição 256
A homenagem feita pelo Departamento de Informática ao padre Pedro Belisário Velloso Rebello S.J., ao batizar com seu nome o edifício sede de alguns de seus laboratórios, fornece mais um registro no mapa da memória inscrita no campus e permite recordar uma das figuras centrais na história da PUC-Rio.
O prédio discreto, localizado ao lado do Rio DataCentro e inaugurado em meados dos anos 1990, resulta das ampliações e reformas feitas na casa construída no início dos anos 1970 para abrigar baterias cedidas pela Marinha do Brasil à PUC-Rio e que serviam de no-break para o computador mainframe do RDC. Um detalhe arquitetônico singular da atual construção é o telhado suspenso que dá aspecto sci-fi ao conjunto sóbrio. Foi colocado após inúmeras jacas, com sua indiscrição característica, arruinarem o telhado original dos laboratórios lá instalados e a concentração de seus pesquisadores.
Uma placa afixada, em 1997, na entrada do prédio formaliza a homenagem ao padre Velloso e sintetiza os traços biográficos eleitos por seus idealizadores para justificá-la. Nela se lê: “Pe. Pedro Belisário Velloso Rebello, S.J. 1902 – 1993. Engenheiro, depois Sacerdote Jesuíta. Grande promotor do Operariado Cristão, Reitor da PUC-Rio em dois períodos e Provincial dos Jesuítas do Brasil Central.”
Padre Velloso era engenheiro formado pela Universidade do Brasil e autor de projetos de grande porte como a construção do dique da Ilha das Cobras quando, em 1933, entrou para o noviciado da Companhia de Jesus. Ordenado sacerdote em 1941, tornou-se Secretário do padre Leonel Franca na Reitoria das Faculdades Católicas e foi nessa posição que empenhou-se na concepção e implantação da Escola Politécnica, tendo sido seu primeiro diretor, e no projeto de uma nova sede para a Universidade.
Sempre discreto, o padre Velloso comandou, já como reitor, todas as etapas da construção do campus da Gávea, espaço físico e simbólico do “patrimônio aplicado no ensino e na pesquisa científica”, nas palavras de padre Franca. Inaugurado em 1955, o novo campus atualizou o projeto fundador das Faculdades Católicas em direção a novos tempos em que a relação complementar entre ensino e pesquisa se concretizaria como prática acadêmica e como marca de identidade da PUC-Rio.
Como bem registra a placa comemorativa, padre Velloso aliava suas atividades acadêmicas a um intenso compromisso pastoral junto aos Círculos Operários e aos trabalhadores pobres. Assumiu, antes mesmo do início das obras do novo campus, o cargo de assistente eclesiástico do Parque Proletário da Gávea, onde fundou uma Congregação Mariana de Operários. Logo depois criou a Escola de Líderes Operários, ligada à Escola de Serviço Social da PUC-Rio, e que foi um núcleo de formação de importantes lideranças que conquistaram posições decisivas em sindicatos do Rio de Janeiro.
Também em 1951, iniciou sua atuação de catequese e de promoção social na favela Santa Marta, em Botafogo, atividade que manteve até o fim da vida. Na toponímia da favela, tão diversa do espaço do campus universitário planejado e construído pelo “reitor engenheiro”, a presença do jesuíta é lembrada na principal rua de acesso aos becos e vielas do morro e no Centro Comunitário, ambos batizados com seu nome. Quando as ruas e becos do Santa Marta receberam nomes, para que fosse possível o trabalho de entrega de correio e a operacionalização de outros serviços públicos, o critério era que nenhuma pessoa viva receberia a homenagem. Única e merecida exceção, decidida por unanimidade em assembleia dos moradores: o padre Velloso. Seu nome na “Avenida pe. Velloso”, que atravessa o morro inteiro, e no prédio do Departamento de Informática manifesta o reconhecimento da vida e da obra desse engenheiro que se tornou jesuíta e que sempre soube integrar o compromisso com a universidade, com a ciência e com a justiça.
Silvia Ilg Byington Núcleo de Memória da PUC-Rio
> Laboratório de Semicondutores (LABSEM)
Laboratório de Semicondutores (LabSem/CETUC/PUC-Rio), sede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Nanodispositivos Semicondutores – DISSE.
Integrado ao Grupo de Optoeletrônica do Centro de Estudos em Telecomunicações da PUC-Rio (CETUC).
> Edifício Padre Leonel Franca
O edifício foi inaugurado em 1973 e serviu de residência para padres jesuítas e professores visitantes da PUC-Rio até os anos 2000. Hoje é sede da Fundação Padre Leonel Franca, do Departamento de Letras e de outros órgãos da Universidade. Na sobreloja está instalada uma filial do restaurante Couve Flor.
O padre Leonel Franca: presença múltipla na PUC-Rio
série Crônicas de Memória - artigo publicado em 02/05/2012 no Jornal da PUC, Edição 254
Ao caminharmos no bosque do campus, somos surpreendidos por uma construção que compartilha o espaço com a exuberante mata e o rio Rainha, localizada ao lado do IAG. O edifício inaugurado no dia 16 de março de 1973 foi feito para residência dos padres jesuítas e de professores visitantes. A construção remete a uma personalidade fundamental para a instituição, um homem que sabia combinar discrição e ação.
Gaúcho da cidade de São Gabriel, o pe. Leonel Edgar da Silveira Franca S.J., obteve o título de Doutor em Filosofia e em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma em 1924.
Em 1931, o pe. Franca foi nomeado para o Conselho Nacional de Educação. Designado pelo Cardeal Dom Sebastião Leme, ele e um grupo de intelectuais católicos, entre os quais o professor Alceu Amoroso Lima, se empenharam na tarefa de planejar e fundar as Faculdades Católicas.
Em sua extensa rede de correspondência e contatos, encontra-se uma carta manuscrita enviada ao ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema, na qual solicita a autorização para o funcionamento dos cursos da Faculdade de Direito e da Faculdade de Filosofia, concedida em 1940. Em 1941, na presença de Dom Sebastião Leme e do ministro Gustavo Capanema, os cursos foram oficialmente instalados no Palacete Joppert, em Botafogo, e o pe. Franca foi nomeado o primeiro reitor das Faculdades Católicas.
Mapear e identificar os espaços que prestam homenagem ao primeiro reitor da PUC-Rio é fazer um trajeto pela sua história e pelos traços da sua atuação nos anos fundadores. Em 1942, o pe. Franca foi homenageado com um medalhão em bronze. Em 1973, no 25º aniversário de sua morte, o medalhão foi transferido para o campus da Gávea, espaço que concretizou o seu sonho de construção de uma sede definitiva para a Universidade Católica.
O pe. Franca empresta o seu nome, desde 1983, à fundação responsável pela gestão de projetos e programas de ação da Universidade. Nos anos 2000, os andares que ainda serviam de moradia aos padres e professores visitantes passaram a abrigar a Fundação Padre Leonel Franca e o prédio ganhou o nome do primeiro reitor da PUC-Rio. A placa de identificação instalada na entrada do edifício é um dos registros no campus que documentam sua importância para a Universidade.
Em 1951, no lançamento da pedra fundamental do novo campus na Gávea, a avenida que conduz a uma das entradas da PUC-Rio passou a se chamar Padre Leonel Franca. A palavra avenida, do latim advenire que significa vir, chegar, remete ao árduo caminho trilhado nos anos fundadores que agora se abre para a perspectiva de uma universidade na qual o ensino, a pesquisa, a extensão e o compromisso social caminham lado a lado na história e na memória da PUC-Rio.
Eduardo Gonçalves Pesquisador do Núcleo de Memória da PUC-Rio
> Casa Del Castillo - Centro de Desenvolvimento Gerencial (IAG)
A casa é uma das construções remanescentes da época anterior à construção do campus. Nela morava o Prof. Carlos Alberto Del Castillo, diretor da Escola Politécnica da PUC-Rio, que teve atuação importante na criação do IAG. Desde 1989 nela funciona o Centro de Desenvolvimento Gerencial do IAG.
O Professor Del Castillo na história e no campus da PUC-Rio
série Crônicas de Memória - artigo publicado no Jornal da PUC em 02/07/2012, Edição 257
A formação e o crescimento da PUC-Rio são resultado da colaboração de muitos homens e mulheres. Os nomes de alguns deles foram escolhidos como topônimos na Universidade. Além de identificar prédios, salas, auditórios esses nomes costumam transcender sua dimensão funcional e nos ajudam a entender sua trajetória pessoal, bem como a da Universidade. Um dos nomes que mesclam sua atuação com a história da PUC-Rio é o do Prof. Carlos Alberto Del Castillo.
A década de 1950 foi para o Brasil um período de grandes transformações. Na primeira metade, o suicídio de Vargas e o afastamento de Café Filho por motivo de doença criaram um clima de incerteza. Na segunda metade, contudo, o país pareceu recuperar o ânimo. Ao assumir a presidência em 1955, Juscelino Kubitschek anunciava um progresso de 50 anos em 5. Alguns fatos como a conquista da copa do mundo de futebol, em 1958, a chegada, no ano seguinte, de Maria Esther Bueno ao topo do ranking mundial de tênis e o surgimento da bossa-nova encheram o Brasil de orgulho e contribuíram para o clima de otimismo. O Brasil podia ser grande.
Algumas mudanças geraram grandes demandas. Na área de ensino, pesquisa e tecnologia, o desafio do país era adquirir know how tecnológico e formar recursos humanos adequados ao projetado crescimento industrial. Ainda que timidamente, o governo investiu no que considerava ser uma educação para o desenvolvimento. O foco dessa educação, contudo, estava nas necessidades mais imediatas motivadas pelas transformações industriais em curso.
O Brasil se modernizava e a PUC-Rio, atenta e sensível às mudanças do período, avançava em várias frentes. Em 1955 inaugurou seu campus na Gávea e em seguida os institutos de química, de física e matemática e os tecnológicos, que reforçavam a ênfase dada à pesquisa. O desenvolvimento e o êxito desses projetos contaram com grande participação de Carlos Alberto Del Castillo, então diretor da Escola Politécnica.
Em 1957, o Serviço Nacional da Indústria organizou o pioneiro curso sobre Desenvolvimento de Programas de Treinamento para gerentes de empresas. O SENAI contou com a colaboração da PUC-Rio que, por intermédio do Prof. Del Castillo, negociou a cessão do espaço necessário à realização do curso. A parceria esteve na origem ao Instituto de Administração e Gerência (IAG), que hoje conta com grande tradição na formação de quadros de gestão empresarial.
Em 1959, a PUC-Rio adquiriu o computador Burroughs B205, o primeiro de grande porte para uso em pesquisa acadêmica no Brasil. Mais uma vez, o diretor da Escola Politécnica teve uma destacada participação no processo. No dia 13 de junho de 1960 o computador foi inaugurado com pompa e presenças ilustres, como a do presidente Juscelino Kubitschek e a do cardeal Giovanni Battista Montini, o futuro Papa Paulo VI.
A grande contribuição do Prof. Del Castillo é lembrada em dois espaços do campus da Gávea que levam seu nome. Um deles é o Centro de Desenvolvimento Gerencial, a Casa Del Castillo, prédio que desde 1989 integra o IAG e que foi durante anos residência do próprio homenageado. Outro espaço é o Auditório Carlos Alberto Del Castillo no Rio Datacentro, inaugurado em 1972, onde são realizados eventos importantes como aulas magnas, congregações universitárias, fóruns, congressos e seminários.
A trajetória da PUC-Rio se torna mais inteligível e mais humana quando os espaços físicos nos lembram daqueles que a construíram. Ao ser escolhido para identificar não apenas uma, mas duas instalações do campus Gávea, o Prof. Carlos Alberto Del Castillo se torna ainda mais representativo na e da história da Universidade. Nada mais justo para alguém dedicado à PUC-Rio e à busca da excelência acadêmica.
Roberto Cesar Silva de Azevedo
Pesquisador do Núcleo de Memória da PUC-Rio