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Professores

Título Código Dataordem crescente Descrição
Elizabeth Bastos Grandmasson Chaves (1961-2018) _

(29 de março de 2018)

Graduada em Comunicação Visual pela UFRJ, em 1985, com Mestrado em Design pela PUC-Rio (2015), a Profa. Elizabeth Grandmasson lecionou nesta Universidade desde 1996 e coordenou o Escritório Modelo de Design durante dez anos.

Uma homenagem de todos os alunos, professores e funcionários que tivemos o privilégio de conviver com a querida Bebeth Grandmasson, contribuindo, com sua alegria, seu conhecimento e humor para a formação profissional de tantos alunos que por aqui passaram.

À Bebeth, nosso carinho e recordação.

Homenagem dos alunos do Escritório Modelo (EMoD)

 

 

Maria Helena Novaes Mira (1926 - 2012) _

A Profa. Maria Helena Novaes Mira, falecida no dia 17/09/2012, além de professora e pesquisadora reconhecida em todo o meio acadêmico era uma pessoa muito querida por todos aqueles que tiveram a sorte de conhecê-la mais de perto.

Maria Helena era professora emérita do Departamento de Psicologia e contribuía ativamente com o NEAM (Núcleo de Estudos e Ação sobre o Menor).

Inúmeros professores, ex-alunos, diretores de Departamentos do CTCH e de outros Centros manifestaram seu pesar ao saber da morte da professora Maria Helena, todos eles sublinhando sua competência profissional, sua presença marcante na vida da Universidade, sua importância na área de Psicologia e sua cordialidade e elegância.

A seu respeito afirmou o Reitor da PUC-Rio, Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. em mensagem divulgada pela rede:

“O Reitor e a Comunidade Educativa da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro manifestam solidariedade aos familiares e amigos pelo falecimento da querida Professora, Pesquisadora e Emérita Maria Helena Novaes Mira, que sempre marcou esta Universidade com sua participação na vida acadêmica e no cotidiano desta Casa.
"Peço a Deus nosso Senhor para que a acolha na sua misericórdia e conforte a família na fé e na esperança.”

O Prof. Paulo Fernando Carneiro de Andrade, Decano do CTCH, Centro no qual se inscreve o Departamento de Psicologia, assim se manifestou:

“Em nome de todo o CTCH apresento minhas condolências à família e aos amigos da saudosa professora Maria Helena. Professora de grande relevo por seu conhecimento, dedicação e elegância foi sempre para toda a Universidade fonte de inspiração.”

Por sua vez, o Prof. Luiz da Silva Mello, Decano do CTC, escreveu:

“Em nome do CTC expresso nosso pesar pelo falecimento da professora Maria Helena Novaes Mira. Pessoalmente tive algumas oportunidades de interagir com ela quando na CCPA, poucas mas suficientes para admirar sua inteligência, entusiasmo e dedicação ao ensino, à pesquisa e à PUC-Rio.”

Em artigo publicado em na Revista Psicologia Escolar e Educacional (Campinas: Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional) em junho de 2008 a professora Eunice Maria Lima Soriano de Alencar, da Universidade Católica de Brasília, afirma que Maria Helena Novaes é um dos três pioneiros brasileiros no campo da psicologia escolar. Seu reconhecimento na área, já desde muitos anos, não se limitavam portanto à admiração de seus colegas, alunos e ex-alunos da PUC-Rio.

Veja aqui a página sobre Maria Helena Novaes no site do CNPq.

Veja aqui a matéria no Jornal da PUC.

Juan Antonio Ruiz de Gopegui Santoyo S.J. (1928-2022) _

O Pe. Juan Gopegui S.J. (06/08/1928-10/01/2022) foi professor de Teologia Dogmática da PUC-Rio entre 1978 e 1981. Graduou-se em Filosofia pelo Colégio Anchieta (1955) e pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira e, em Teologia, pelo West Baden College (1962), em Indiana (EUA). Concluiu o mestrado em Teologia pela Universidad de Deusto (1963), na Espanha, e o doutorado pela Pontificia Universidade Gregoriana (1977), em Roma. Desenvolveu um longo e profícuo trabalho nas áreas de catequese e evangelização. Foi vice-diretor do Instituto Superior de Pastoral Catequética de Belo Horizonte (1966); reitor do Colégio Loyola, Belo Horizonte (1967-1970); vice-reitor do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, em Roma (1975-1977); professor de Catequética e História da Salvação no Instituto Superior de Pastoral Catequética (ISPAC); professor de Cultura Religiosa na FASP; professor de Teologia Pastoral no Instituto Pio XI; professor de Teologia Dogmática na Faculdade de Teologia da PUC-Rio (1978-1981); professor titular de Teologia Sistemática no Centro de Estudos Superiores - CES, atual Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (1982-2003); Coordenador da Pastoral da Juventude no Instituto Pastoral da CNBB Leste 2 (1967-1968); Membro do Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Belo Horizonte e da Comissão Arquidiocesana da Pastoral da Juventude (1968-1970). Publicou inúmeras obras sobre catequese.

Em nota de pesar pelo falecimento do Pe. Juan Antonio Ruiz de Gopegui Santoyo S.J., assim se manifestou a Província dos Jesuítas do Brasil:

É com profundo pesar que a Província dos Jesuítas do Brasil informa o falecimento do Pe. Juan Antonio Ruiz de Gopegui Santoyo S.J., aos 93 anos, ocorrido na tarde desta segunda-feira (10/01), em Belo Horizonte. O sacerdote completaria 75 anos de Companhia de Jesus em 20 de setembro de 2022.

Nascido em Palência, Espanha, Pe. Gopegui chegou ao Brasil em 1952. Ao longo de sua missão, desempenhou as funções de coordenador do Departamento de Pastoral do Colégio Loyola em Belo Horizonte, consultor, admonitor, coordenador, vice-provincial interino, ministro, orientador espiritual, vice-reitor do Colégio Pio Brasileiro em Roma, Itália, professor, superior e vigário em várias regiões do país.

Pe. Gopegui era conhecido por ser uma pessoa muito rica em valores humanos. Possuía sensibilidade artística, discernimento e critérios, principalmente sobre a atuação pastoral e presença da Igreja no campo da evangelização.

Nos últimos tempos, vivia na Comunidade de Saúde e Bem-Estar Irmão Luciano Brandão, onde cuidava de sua saúde e orava pela Igreja e pela Companhia de Jesus.

 

 

Dionísio Dias Carneiro (1945 - 2010) _

As notícias na imprensa destacam a importância do Professor Dionísio para a área acadêmica da Economia, para a história da economia brasileira e destacam como um de seus traços mais marcantes ter sido um grande professor, formador de gerações, como destaca Miriam Leitão em O Globo de 30 de julho de 2010.

Seus amigos sabem que Dionísio vai fazer muita falta como profissional exemplar e como uma pessoa muito rara por suas muitas qualidades, entre elas seu bom humor, sua inteligência e uma extraordinária coragem nos momentos duros que a vida não lhe poupou.

A PUC-Rio se sente honrada por tê-lo tido, ao longo de tantos anos, em seus quadros docentes.

Veja aqui a matéria publicada no Portal PUC-Rio Digital em 30/07/2010.

Leia aqui o depoimento do Professor Dionísio ao CPDOC/FGV.

Em 2013 foi lançado livro em homenagem a Dionísio.

Veja abaixo (Arquivo) o texto do Professor Rogério Furquim Werneck, do Departamento de Economia da PUC-Rio, publicado na página Opinião do jornal O Globo, 06/08/2010, p. 6.

Antonio Duro Ferreira (1943-2014) _

Formado pela Escola Nacional de Educação Física, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1965, elaborou e implantou neste mesmo ano o projeto de educação física da PUC-Rio. Foi criador também da Coordenação de Educação Física da Universidade, que liderou por vinte anos.

O Professor Antonio Duro Ferreira fez pós-graduação em Administração Esportiva, de 1971 a 1972, na Alemanha. Em parceria com o IAG, em 1978, organizou na PUC-Rio o Curso de Administração de Entidades Esportivas, então único no país. Foi um dos precursores no Brasil em ações voltadas para a importância da administração profissional dos clubes de futebol.

Participante ativo do dia a dia da Universidade, foi também assessor de quatro Vice-Reitores Comunitários, entre eles o atual Vice-Reitor, Professor Augusto Sampaio. Ferreira foi presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e coordenou a Comissão Disciplinar da PUC-Rio.

O Professor Renato Callado Ferreira, atual coordenador de Educação Física e Esportes e de Atividades Estudantis da Universidade, filho do Professor Antonio Ferreira, relatou ao Jornal da PUC a paixão do pai, falecido aos 71 anos, por todos os esportes e por suas atividades com alunos e colegas da PUC-Rio.

(Vice-Reitoria Comunitária) (+19 de fevereiro de 2014) 

Roberto Henrique Giannini Eppinghaus (?-2021) _

Com graduação pela Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1969) e mestrado em Design pela PUC-Rio (1999), foi professor assistente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e professor adjunto da PUC-Rio.

Em nota, a direção do Departamento de Artes e Design (DAD) homenageou seu “eterno ex-professor”: “Professor de vários dos atuais professores do DAD, Eppinghaus deixa seu exemplo de integridade, competência e dedicação no convívio com colegas e alunos. Compartilhamos nosso sentimento e gratidão”.

Hélia Nacif Xavier (1951-2020) _

Arquiteta e Urbanista formada pela UFRJ (1973), tinha mestrado em Engenharia de Produção e doutorado em Urbanismo. Servidora pública, atuou no Centro de Estudos e Pesquisas Urbanas do Núcleo de Meio Ambiente do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), tendo sido também professora de Urbanismo na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Santa Úrsula. Era professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio e do seu Programa de Pós-Graduação em Arquitetura.

Hélia foi Secretária Municipal de Urbanismo na gestão de Luiz Paulo Conde, funcionária da Fundação para o Desenvolvimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (Fundrem) e do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM). A atuação profissional teve como foco os seguintes temas: gestão ambiental planejamento urbano, gestão urbanística e cidades brasileiras.

Sua tese de doutorado apresentou suas ideias sobre a importância da reflexão sobre a cidade contemporânea, seja do ponto de vista do projeto e do planejamento urbano, seja do ponto de vista da gestão urbana. Na PUC-Rio, atuou na disciplina de Projeto Urbano e participou de inúmeras bancas de disciplinas de projeto e de Trabalhos de Conclusão de Curso. Como orientadora, recebeu o prestigioso Prêmio Ópera Prima de Trabalhos de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo.

No IBAM, colaborou com a criação do Núcleo de Meio Ambiente e coordenou diversos projetos. Nos anos 1990, foi coordenadora de Estudos e Pesquisas Aplicadas, quando liderou a “Consulta nacional sobre a gestão do saneamento e do meio ambiente urbano”. Nos anos 2000, exerceu a coordenação de ensino dos cursos da área de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do IBAM, envolvendo municípios de todas as regiões do país. Também atuou em projetos como Geocidades e Projeto Orla, além de dar assessoria técnica em planos diretores e legislação urbanística.

Paulo Fiúza Bocater (1952 - 1999) _

Dois prédios do conjunto do IAG foram inaugurados no mesmo dia 10/12/2003, um nomeado em homenagem ao Prof. Padre Francisco Leme Lopes S.J., falecido em 1983, e o outro ao Prof. Paulo Fiúza Bocater, falecido em 1999.

Paulo Bocater formou-se em Economia na PUC-Rio em 1975, e logo que entrou, em 1976, no recém-criado mestrado do IAG, foi convidado para ser professor na graduação em Administração. Retornou ao IAG após o doutorado na New York University e assumiu a coordenação da pós-graduação. Em 1987 foi nomeado Vice-Reitor Administrativo, cargo que ocupou até seu falecimento.

A virada para os anos 1990 foi um período especialmente difícil na gestão da Universidade. Em tempos tão duros, a atuação de Bocater, como descreve o Prof. Jorge Vianna Monteiro, do Departamento de Economia, foi marcante: “Seu jeito elegantemente discreto e atencioso o predispunha a sempre ser um porto seguro para ouvir e ajudar – embora, curiosamente, fosse isso mesmo que, às vezes, o fizesse parecer a alguns tão sério, ameaçador e rigoroso no julgamento.”

Uma relativa estabilidade financeira em meados dos anos 1990 permitiu que Bocater atuasse na renovação e expansão da estrutura física do campus. Um desses novos espaços foi o que recebeu seu nome, uma homenagem ao administrador, professor e aluno da PUC-Rio.

Professor Paulo Fiúza Bocater: Um “general prussiano” de alma doce

Do alto de seus quase um metro e noventa, com longos bigodes louros, aquela figura altiva e de porte elevado, cheia de dinamismo e atenta a tudo e a todos, colocava o dever acima de tudo, ajudava a “comandar” uma PUC num período de muitas crises, fazia lembrar um “general prussiano”. Mas sua alma era doce, seu humor era saudável, sua vida era feliz... Sua preocupação, dedicação e compromisso com a instituição, em muitos momentos acima até de sua saúde nos longos meses de sofrimento, sendo consumido pela doença, mas sempre presente, mostravam realmente quem era o professor Bocater.

Sua vida foi dedicada à “nossa” PUC. Entrou para o curso de economia em 1971, após concluir o 2º grau no Santo Inácio. Nos seus primeiros anos na economia, dividiu os estudos quantitativos com as aulas de religião, que ministrava no antigo colégio. A partir de 1973, mais envolvido com a PUC e o com o departamento de economia, foi monitor, passando a se integrar cada vez mais no dia a dia da universidade. Aqueles eram outros tempos... O numero de professores de “horário integral” no CCS era ainda pequeno e, como as tarefas eram muitas, monitores mais dedicados e comprometidos integravam-se também às atividades acadêmico-administrativas, participavam das discussões sobre o futuro da instituição. Estava se iniciando o curso de mestrado em administração de empresas, e Bocater optou pela pós-graduação em administração em 1976. Ainda no mestrado, é contratado como professor-auxiliar de “horário integral” e, além das aulas, passa a colaborar também na administração acadêmica do departamento, sendo a partir de julho 1976 coordenador de graduação

Em 1977, na Igreja da Glória do Outeiro, oficiado por seu prefeito no colégio Santo Inácio, Pe. Guy Ruffier, casa-se com Maria Isabel do Prado, advogada, que além de João e Marília, lhe deu uma nova área de interesse, as questões jurídicas...

No final de 1979, licencia-se para fazer o doutorado na NYU. Retorna em no 2º. semestre de 1983, passando a atuar no departamento de administração. Logo volta a se integrar na administração acadêmico-administrativa da Universidade, em agosto de 1985, quando os cursos de extensão foram desvinculados das atividades de extensão, é nomeado Coordenador dos Cursos de Extensão (CCE).

Em junho de 1987 assume a Vice-reitoria Administrativa. Foram quase treze anos no cargo. Treze anos que marcaram profundamente a Universidade. No inicio, foram tempos difíceis, especialmente no começo dos anos 90, quando enfrentou junto com a reitoria e o apoio dos decanos, uma conjuntura econômica desordenada, onde problemas administrativos e trabalhistas acumulados ao longo de anos, levaram a PUC a um período de muitas discussões, negociações e ajustes financeiro-administrativos. O desafio para o Vice-reitor Administrativo era enorme, pois se de um lado era necessário adequar o orçamento, de outro só com o crescimento a instituição poderia sobreviver. Nas reuniões dos conselhos e comissões, sob a orientação do Pe. Laércio e depois do Pe. Hortal, sua presença era marcante. O professor Bocater teve um papel importante no processo de definição dos rumos da Universidade, sempre com uma preocupação de futuro, sempre entendendo, como um acadêmico, as características diferenciadas do “modelo-PUC”.

Passada a crise, vemos o professor Bocater exercer outro papel que lhe dava gosto e prazer, “comandar” a renovação do campus... Com sua figura marcante, destacava-se sempre ao vistoriar as obras, como novas salas de aula e laboratórios para cursos de graduação, e pelas alamedas ajardinadas, o “Paseo de Bocater”...

Paulo foi sempre um grande amigo de todos nós, em todas as unidades sua lembrança está sempre presente. Já em sua turma de graduação, destacava-se por suas muitas qualidades, que iam além do excelente aluno. Nos primórdios do departamento de economia lembro-me de suas idéias e de seu compromisso com o futuro da instituição. Nos tempos de crise, visitá-lo ao fim de um dia longo para trocar idéias sobre a ‘nossa’ PUC, era sempre um prazer, pois do alto de sua voz marcante, mesmo nos assuntos difíceis, a conversa era boa, os assuntos fluíam, as decisões eram tomadas. Nas horas de lazer, na companhia de Bebel, os ‘papos’ eram sempre animados, a visão do mundo era otimista, positiva.
Paulo, nós todos sentimos muito a sua falta.

16 de setembro de 2007
Luiz Roberto Cunha
amigo, admirador, professor, paraninfo, antecessor e sucessor na administração da “nossa” PUC

Alberico Santos Barbosa (1950-2018) _

(14 de abril de 2018) 

Professor no Departamento de Engenharia Elétrica, no então chamado Corpo Docente Auxiliar, entre 1976 e 1978. Atuou em outras faculdades de Engenharia do Rio de Janeiro, como, por exemplo, a Nuno Lisboa, e teve um breve retorno à PUC-Rio no ano de 1994, afastando-se novamente em 1995.

Desde a juventude teve grande envolvimento com a música, como instrumentista, cantor  e compositor. Participou de bandas nos anos 1960 e atuou como músico de estúdio nos anos 1970.

Segundo o blog de Yasmin Ramyrez, que conviveu com Alberico nos últimos anos, desde 2002 ele mantinha um estúdio musical de ensaio e gravação no bairro do Méier, só fechado em 05/04/2018, quando seu estado de saúde se agravou:

[...] centenas de músicos tocaram naquelas salas empoeiradas e/ou gravaram seus trabalhos naquela mesa do tempo de Moisés. Da Capoeira ao Gospel, do Death Metal ao Progressivo, Punk Rock, Samba, Choro, Blues e Hard Rock… todos estes estilos foram gravados por nosso amigo, que a todos recebia [...].

 

 

Derek Douglas Jack Hacon (1943 - 2012) _

O Prof. Derek nasceu em 1943 na Inglaterra, concluiu o Bacharelado em Matemática pela University of Cambridge (1965), o Mestrado em Matemática pela University of Warwick (1966) e o Doutorado em Matemática pela University of Warwick (1968). Foi admitido na PUC-Rio em agosto de 1982. Por motivo de doença estava afastado desde 2009 das atividades do Departamento de Matemática. Segundo a Direção do Departamento, frequentemente recebia visitas dos amigos do Departamento, ocasião em que ficava sabendo das atividades do Departamento.

A notícia da morte divulgada pelo Departamento de Matemática informa que o Prof. Derek “era especialista na área de topologia algébrica e gostava especialmente da teoria de nós (knots)”. E afirma ainda que “pela pessoa e pelo profissional que foi deixará muita saudade no Departamento de Matemática e entre os colegas. Como mencionou o Prof. Fred [Palmeira], ele estava sempre sorridente e com boa disposição.”

“Sentiremos a falta do seu senso de humor inglês e dos seus aguçados comentários matemáticos.”

O Prof. Fred Palmeira comentou na rede da PUC-Rio que "Há 3 anos [o professor Derek] estava afastado, acometido de esclerose lateral amiotrófica. Apesar de completamente paralisado, mantinha o bom humor, querendo sempre saber das 'fofocas do departamento'. Deixa filhos, netos e muitos amigos."

O Prof. Luiz Roberto Cunha, Decano do CCS, registrou por sua vez: "Um grande abraço para vocês da Matemática, e para a família do Derek. Lembro-me bem dele e de sua disposição para colaborar com os projetos da PUC-Rio, tendo sido um dos professores do Departamento de Matemática, que nos ajudou para a criação e organização do curso de mestrado multidepartamental do IAPUC."

O Decano do CTC, Prof. Luiz da Silva Mello também se manifestou em nome do Centro: "Em nome do CTC expresso nosso profundo pesar pelo falecimento do professor, colega e amigo Derek Hacon. Peço ao Fred que faça chegar nosso sentimento de solidariedade à família do Derek."

Maria Elizabeth Ribeiro dos Santos (-2022) _

A Professora Maria Elizabeth (- 16/01/2022) era graduada (1971) e mestre (1975) em Psicologia Clínica pela PUC-Rio e doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2003).

Nota de falecimento do Departamento de Psicologia:

É com enorme pesar e tristeza que comunicamos o falecimento da ex-professora Maria Elizabeth Ribeiro dos Santos, nossa querida Betinha, ocorrido ontem. Betinha dirigiu o Departamento de Psicologia por dez anos, em dois períodos, de 1985 a 1989 e de 2006 a 2012.

De delicadeza e generosidade ímpares, foi responsável por inúmeras iniciativas pioneiras, desde a criação do Setor de Psicologia Comunitária, em 1972, passando pela implantação do Curso de Especialização em Psicologia da Saúde e dos Estágios Básicos nos quais, com o olhar voltado para os serviços públicos de saúde, deu início aos Estágios Externos em Saúde Mental.

Aposentada no final de 2012, nunca perdeu o vínculo com o Departamento que, por quatro décadas, considerou extensão de sua casa.

Carlos Patrício Mercado Samanez (1953-2016) _

Graduado em Engenharia Industrial pela Universidade Mayor de San Marcos, em Lima, no Peru, onde nasceu; mestre em Ciências na área de Engenharia de Produção pela PUC-Rio e doutor em Administração-Finanças e Economia de Empresas pela EAESP/FGV, o Professor Carlos Samanez lecionava na graduação em Economia da UERJ e para turmas de graduação, mestrado e doutorado em Engenharia de Produção da PUC-Rio.

Era também professor do curso de mestrado profissional em Logística da nossa Universidade, além de cursos de MBA e de Extensão na área de Engenharia de Produção e Finanças. Coordenador de Extensão e da Área de Finanças, atuava como consultor de empresas e foi autor de vários títulos de sucesso para cursos de graduação e pós-graduação em suas áreas. O professor nos deixou em fevereiro, como mais uma vítima da violência no Rio de Janeiro. (15 de fevereiro de 2016) (Departamento de Engenharia Industrial )

O Prof. Khosrow Ghavami, do Departamento de Engenharia Civil, não pôde esconder o seu pesar e indignação pela perda do amigo e querido professor:

Profundamente lamento o falecimento do nosso colega Carlos Patrício Samanez, [...] que era muito querido entre os seus amigos. E [...] lamento que o governo e prefeitura do Rio do Janeiro não estejam cuidando da segurança do seu povo.

Gustavo Santos Raposo, doutor em Engenharia Elétrica pela PUC-Rio, agradeceu ao mestre por todos os anos de dedicação ao conhecimento e ao ensino:

Foi com uma profunda tristeza que recebi a notícia de que não poderemos desfrutar, ao menos nesse mundo que conhecemos, do convívio com você. Apesar da revolta pela forma abrupta e violenta com que tudo se deu, guardo na memória e no coração apenas as boas lembranças e a grande amizade que construímos. Me arrependo de não ter te dito mais vezes da grande admiração que sinto por você. Um grande abraço Mestre e obrigado por todos os ensinamentos!

Alexandre Gabriel Christo (1980-2014) _

O professor Alexandre Gabriel Christo, nascido em Vila Velha, Espírito Santo, era formado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2006), com mestrado em Etnobotânica pela Escola Nacional de Botânica Tropical, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e iria defender a sua tese de doutorado – um estudo de Etnoecologia e processos de domesticação de ora-pro-nobis, um cacto de alto valor proteico e de uso difundido desde o Brasil Colônia – em fevereiro de 2014, mas, antes disso, foi internado e veio a falecer. (Departamento de Biologia) (+ 1 de março de 2014)

A Professora Rejan Guedes-Bruni, Diretora do Departamento de Biologia da PUC-Rio, registrou sua tristeza pela perda do amigo e profissional:

Sua habilidade com os números e grande capacidade de trabalho, aliados à vocação didática e sensibilidade no trato com as pessoas, fez com que rapidamente Christo colaborasse com diferentes grupos de pesquisa na UERJ, CPDA-UFRRJ, Laboratório de Produtos Florestais-MMA, UFES, UVV e, mais recentemente, com o Departamento de Química da PUC-Rio.

Era dedicado a seus alunos e a eles despendia horas de espera, na sala de professores, para lhes prestar ajuda com as quatro disciplinas que oferecia: desejava que os números fossem tão encantadores quanto os animais e plantas.

Retornou à presença de Deus no sábado de carnaval, primeiro de março, justo no dia de seu bloco preferido das ladeiras de Santa Teresa: Céu na Terra. Que benção para nós, seus professores, alunos, amigos e familiares, tê-lo junto de nós nesta curta, intensa e afetuosa passagem por este mundo de Deus. De fato, Christo, você foi um pedaço do céu na Terra! Descanse em paz, querido.

 

Gláucio Ary Dillon Soares (1934-2021) _

O Departamento de Ciências Sociais da PUC-Rio deixou público o orgulho de ter tido o prof. Gláucio Gil em sua história e o homenageou lembrando que tratava-se de um dos maiores cientistas sociais do Brasil.

Gláucio foi aluno do Departamento nos anos 1950, quando se aproximou da Sociologia e da Ciência Política, disciplinas emergentes na ocasião, as quais ajudou a consolidar e a institucionalizar. Por sugestão do Pe. Fernando Ávila S.J., fundador Escola de Sociologia e Política da PUC-Rio, em 1954, foi fazer pós-graduação no exterior.  Foi professor da Universidade especialmente na área de Metodologia. Foi pioneiro na introdução de dados quantitativos nas ciências sociais, sempre com refinada postura analítica. Além da metodologia, pesquisou e escreveu sobre partidos, eleições, ditadura militar e violência, entre outros temas. Gláucio atuava como pesquisador do IESP/UERJ, tendo sido Presidente da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP), entre 2000 e 2004, e desde 2008 Secretário Geral da Associação Latino-Americana de Ciência Política (ALACIP).

 A Sociedade Brasileira de Sociologia condensou em sua homenagem os depoimentos de profissionais e amigos que com ele conviveram: “Homem ímpar nas ciências sociais brasileiras, em especial no campo metodológico, e um humanista raro no meio da aridez de nosso campo intelectual”.

Bernardo Jablonski (1952 - 2011) _

O Professor Bernardo Jablonski, do Departamento de Psicologia da PUC-Rio, faleceu na manhã do dia 28/10/2011, aos 59 anos. Bernardo também era ator, roteirista e diretor.

Alguns amigos da PUC-Rio compartilharam os textos publicados a seguir. E, ao final da página, a matéria publicada no Jornal da PUC.

Prof. J. Landeira-Fernandez, Departamento de Psicologia da PUC-Rio.

Colegas,

Estou em Belém, de forma que não poderei ir ao velório. Bernardo foi meu primeiro professor universitário, numa antiga disciplina chamada “Introdução à Psicologia”, quando entrei na PUC, em março de 1981. Alegre e criativo, era impossível não vibrar com suas aulas. Simplesmente apaixonante! Foi aí que teve início meu interesse pela área acadêmica. Mais tarde, descobri que Aroldo Rodrigues, seu mentor, e Octávio Leite, o meu, tinham muito em comum.

Tive oportunidade de interagir com Bernardo e sua equipe em alguns de seus projetos, realizando algumas análises estatísticas. Bernardo sempre teve grande admiração pela beleza da abordagem experimental e sua aplicação na psicologia. O seu livro “Psicologia Social”, em co-autoria com Aroldo, é um dos raros livros-texto adotados em praticamente todos os cursos de psicologia do país. Além de
pesquisador do CNPq, Bernardo transitava com grande competência no teatro e na televisão. A conjugação dessas diversas atividades trouxe, sem dúvida, grande visibilidade para o nosso Departamento.

É triste ter que dizer adeus aqui distante a um colega com quem tanto me identifiquei durante todos esses anos. As lembranças dos bons momentos que passamos juntos vão ajudar a preencher o vazio que ele deixa. Quero registrar meu profundo respeito e admiração por essa pessoa, que, por muito tempo, lutou de forma corajosa contra um câncer, sempre com bom humor, mas sem abrir mão da responsabilidade.

Valeu, Bernardo, foi um privilégio tê-lo conosco!!

Com todo carinho,
Landeira


Prof. Carlos Frederico Palmeira, Departamento de Matemática da PUC-Rio.

Bernardo, ator, psicólogo, professor, deixa boas lembranças. Seus livros, "A luta nas classes" e "O mestre contra-ataca", retratam com bastante humor essa relação, às vezes complicada, entre professores e alunos. Era curioso ligar a TV e ver um colega nesta outra atividade, tão diferente, mas também tão parecida.

Fica a lembrança e a saudade.

 

Bernardo Jablonski (1952-2011)

O professor Bernardo Jablonski, do Departamento de Psicologia da PUC-Rio, faleceu na manhã do dia 28 de outubro, aos 59 anos. Bernardo, que também era ator, roteirista e diretor, trabalhou em filmes como Tropa de Elite, interpretando um professor de Direito, e inúmeros programas na Rede Globo. Seu último trabalho foi como diretor da peça Queda Livre, ao lado de Fabiana Velor, em cartaz no Rio e como o personagem Aderbal, no programa Zorra Total, da TV Globo.

Bernardo era professor da PUC-Rio desde 1979, além de ter coordenado o curso de graduação por dois anos. Ele se destacou como pesquisador em áreas relacionadas à família e ao casamento e lançou livros como Até que a vida nos separe: a crise no casamento contemporâneo e Psicologia.

Segundo a Diretora do Departamento de Psicologia, professora Elizabeth Ribeiro, o professor tinha personalidade marcante e era muito querido pelos alunos e funcionários.

– Ele tinha uma relação muito afetuosa. O Bernardo era um professor muito engraçado, muito irônico e lidava bem com situações difíceis. Nunca vimos o Bernardo chateado, apesar de já estar num processo muito difícil da doença.

A reação dos alunos foi de muita tristeza e surpresa, pois as cirurgias eram constantes e, segundo a diretora, ele sempre voltava delas bem.

– Foi uma comoção enorme. Não suspendemos as aulas porque há uma orientação do departamento de não afastar as pessoas e sim de conversar. Ele era muito dedicado aos alunos e ao departamento – completou Elizabeth.

Em fevereiro de 2012, o professor completaria 14 anos de luta contra o câncer. Ele ficou quase um mês internado na Clínica São Vicente, na Gávea. O corpo foi velado no teatro Tablado, Lagoa.

Luisa Paciullo
Publicado no Jornal da PUC no.250, de 28/11/2011
Projeto Comunicar

Humberto da Rocha Viana (?-2020) _

O Prof. Humberto da Rocha Viana ingressou como professor da Universidade em 1985, inicialmente responsável pelas atividades de ginástica e iniciação ao voleibol. Posteriormente, assumiu a área de musculação e também de técnico de nossa equipe de futebol, bicampeã carioca universitária, em 1996 e 1997, em parceria com o Prof. Ayrton Povill.

Humberto atuou nos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro como supervisor de futebol de base, sendo multicampeão e tendo formado muitos jogadores. Pela Seleção Brasileira de Base, também como supervisor, participou de diversas competições internacionais, e foi campeão mundial Sub-20.

Yara Wall (1935 - 2011) _

Um aneurisma foi a causa do falecimento de Yara Wall, ex-professora de Pedagogia da PUC-Rio. Aos 76 anos, a pedagoga era considerada por muitos uma mulher irreverente e agregadora.

A Profa. Emérita Maria Aparecida Mamed lembra de Yara como uma pessoa muito importante para o departamento e ressalta que a personalidade dela era muito marcante.

– Yara era amada por todos os departamentos porque ela sabia traduzir as necessidades de cada saber e o que ela podia oferecer em relação às práticas didáticas – afirma a professora.

Yara coordenou o curso de graduação de Pedagogia e deu aulas para vários professores que atuam hoje no Departamento de Educação. Na PUC-Rio, ela cursou mestrado em Educação e foi professora assistente durante 34 anos, até 2006.

A Profa. Maria Inês Marcondes, ex-aluna da pedagoga, hoje Coordenadora da Pós-Graduação, diz que Yara tinha uma maneira muito inovadora de dar aula e que agradava a todos.

– Ela sempre estava antenada e estudando os autores novos, trazendo novos questionamentos para a sala de aula. Quando fui aluna dela, achava muito interessante porque ela instigava muito bem o aluno – conta Maria Inês.

Para o Prof. Emérito José Carmello Carvalho, a presença de Yara foi essencial para a construção do departamento.

– Ela e outras professoras emblemáticas foram capazes de construir um departamento (de Educação) pequeno, mas de extrema importância.

Muitos professores do Departamento sentiram a morte dela, porque, segundo a Profa. Maria Rita Passeri, além de ser querida por todos, foi uma morte inesperada.

Luisa Paciullo e Júlia Morani
Publicado no Jornal da PUC no. 250, de 28/11/2011
Projeto Comunicar

Alberto Luiz Galvão Coimbra (COPPE/UFRJ) (1923-2018) _

(16 de maio de 2018)

Em 1953, o professor Alberto Coimbra ingressou na Escola Politécnica da PUC-Rio e durante 10 anos ministrou aulas nos cursos de Engenharia Mecânica, Metalúrgica e Química. Em 1963, passou a dedicar-se exclusivamente à Universidade do Brasil (UFRJ) e fundou a Coppe, Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia. 

A Reitoria da UFRJ manifestou sua consternação pelo falecimento de seu professor emérito, considerando-o um dos grandes intelectuais organizadores da UFRJ, particularmente no campo tecnológico, mas também referência para o "fazer universitário". A Reitoria declarou luto oficial de três dias, em reconhecimento às suas contribuições para a Universidade e a sociedade brasileira. Seguem-se trechos da nota oficial da COPPE/UFRJ:

              Adeus, Mestre Coimbra

A Coppe/UFRJ informa, com grande pesar, o falecimento do seu fundador, professor Alberto Luiz Galvão Coimbra, 94 anos, na manhã desta quarta-feira, 16 de maio de 2018. Nascido em 1923, no Rio de Janeiro, Coimbra fundou a Coppe, em 1963, a primeira pós-graduação em Engenharia do Brasil, hoje o maior centro de ensino e pesquisa da América Latina na área.

Mestre em Engenharia Química pela Universidade de Vanderbilt (1949), Coimbra defendeu energicamente um modelo de ensino baseado em horário integral, com dedicação exclusiva. Isso em uma época em que ser professor universitário no Brasil era só uma atividade extra, e quando as escolas de Engenharia então existentes se preocupavam, basicamente, em formar profissionais para o mercado, ele queria investir em pesquisa.

Baseada em três pilares – excelência acadêmica, dedicação exclusiva de professores e alunos e aproximação com a sociedade –, a pós-graduação criada por Coimbra inspirou e serviu de modelo para outros cursos de pós-graduação criados posteriormente no Brasil, mudando os rumos do sistema universitário no país. Determinado, Coimbra ocupou duas salas do prédio da Praia Vermelha, destinadas a professores quase sempre ausentes, para acomodar os primeiros alunos do curso de mestrado em Engenharia Química, embrião do programa de pós-graduação em Engenharia, que viria a ser a Coppe.

Com poucos recursos, buscava convênios para trazer professores estrangeiros, fossem americanos ou russos, em pleno regime militar. Por conta dessa atuação em prol de uma ciência independente, foi convocado para depor na Polícia Federal e fichado, com direito a humilhação. Teve seu rosto coberto por capuz e conduzido, coercitivamente ao Quartel do 1º Batalhão da Polícia do Exército, na Tijuca, onde funcionava o DOI-Codi.

Em 1973, o Conselho Universitário decidiu que Alberto Luiz Coimbra seria proibido de exercer postos de chefia. O fundador da Coppe deixou então a universidade e foi acolhido pelo amigo José Pelúcio Ferreira, então na direção da Finep, empresa pública financiadora de ciência e tecnologia. Lá passou dez anos exilado da vida universitária, período que considerou “o pior de sua vida”.

A reabilitação veio em 1981, ainda durante o regime militar, quando recebeu o Prêmio Anísio Teixeira, do Ministério da Educação. “Quando viram que o Ministério da Educação ia me dar o prêmio, tiveram de revogar a proibição de ocupar cargos de chefia na UFRJ”, contou o professor. De volta à Coppe em 1983, Coimbra assumiu a coordenação do Programa de Engenharia Química, o primeiro curso da Coppe, no qual permaneceu como pesquisador até se aposentar, em 1993, já com as merecidas honrarias, tornando-se Professor Emérito da UFRJ. Em 2015, tornou-se Pesquisador Emérito do CNPq.

Aposentado, residiu durante anos em uma casa em Teresópolis, em cuja fachada tremulava a bandeira do Botafogo, com sua esposa Marlene [...]. Entre os atrasos do Brasil, um dos que mais lamentava era que o ensino em tempo integral implantado na Coppe, [...] não tenha chegado aos ensinos médio e fundamental. “Se pagarem bem à professorinha e colocarem o aluno na escola das 9h às 15h, o Brasil dá um salto”, garantia. O idealismo não pede aposentadoria.

Em 2013, o Núcleo de Memória foi acolhido pelo prof. Alberto Coimbra e família em sua residência, no Rio de Janeiro, para registro de um depoimento na ocasião da comemoração dos 50 anos da Pós-Graduação na PUC-Rio, criada em estreita colaboração com a Coppe/UFRJ.

 

 

Antonio Joaquim Macedo Soares (1948 - 2012) _

Professor do quadro complementar do Departamento de Artes & Design, o Prof. Antonio Joaquim era formado em Engenharia Mecânica pela PUC-Rio, em 1971, e tinha sob sua responsabilidade desde 1986 a disciplina de Desenho Geométrico. Era também sócio da empresa Marco Estudos e Projetos Ltda.

Segundo a repórter Alessandra Nascimento publicou no Jornal da PUC, “No curso de Design, ele tinha uma difícil tarefa, tornar o conteúdo da disciplina de Desenho Geométrico atrativo para os alunos. A Diretora do Departamento de Artes e Design, Luiza Novaes, afirma que ele exercia essa função com muita competência e dedicação. ‘Ele era um professor muito querido por todos, porque conseguia ensinar essa parte da matemática e torná-la mais próxima do aluno, de um jeito divertido e menos assustador. Ele tinha um espírito muito brincalhão, sempre muito sorridente e muito envolvido com o que fazia”, diz Luiza.

A essa mesma repórter, o filho do Professor, a quem Antonio Joaquim deu o apelido de Duda, deu um depoimento comovente sobre seu pai: “Eu resumo a vivência com o meu pai em uma única palavra: alegria.”

Seus colegas de Departamento, seus muitos amigos, seus alunos e sua família sempre se lembrarão dele com carinho e com gratidão.

Thierry Linard de Guertechin S.J. (1944-2022) _

A PUC-Rio recebeu com pesar a notícia da morte do Pe. Thierry Linard de Guertechin S.J. (07/04/1944-30/01/2022), ocorrida em São Paulo.

Thierry era belga e fez na Bélgica sua formação como demógrafo, doutor em Demografia, e como jesuíta. Em 1975, veio para o Brasil. Foi professor no então Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio, de 1975 até os anos 1990. Foi também professor do IBRADES (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento) e, por anos, morou e atuou na Rocinha, como assessor de movimentos sociais e como pároco. Em 1998, quando o IBRADES foi transferido para a Brasília, o Pe. Thierry também se transferiu para lá, trabalhou e dirigiu o Instituto. Participou ativamente da Comissão Nacional de Justiça e Paz e coordenou atividades do Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida. Foi também assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e diretor do Centro Cultural dos Jesuítas em Brasília.

Os que convivemos com ele na PUC-Rio, lembraremos a presença serena de Thierry no campus, sempre com seu cachimbo aceso no canto da boca quando passava pelos pilotis, depois das aulas e reuniões no Departamento. Na Rocinha, onde viveu e atuou, será sempre lembrado com carinho e reconhecimento. E, em Brasília, onde vivia e trabalhava ultimamente, certamente fará muita falta.

Nota publicada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB):

Faleceu na madrugada deste domingo, 30 de janeiro, o padre jesuíta Thierry Linard de Guertechin, missionário jesuíta que atuou como assessor especial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), responsável por contribuir na construção das Análises de Conjuntura. Ele se encontrava em tratamento de saúde em São Paulo (SP). Um ano antes de sua ordenação, nutria o desejo de atuar como missionário na Índia, mas fora desaconselhado pelo padre geral da congregação, por conta das dificuldades de conseguir visto para o país. Os padres brasileiros, que conheceu no curso de Teologia, o estimularam a vir ao Brasil dedicar-se à missão. Assim, meses depois da sua ordenação, em 13 de novembro de 1975, Thierry viajou ao Brasil. No Rio de Janeiro, trabalhou por 20 anos, com atuação na PUC-Rio, como professor, e na favela da Rocinha, onde se instalou. Além da formação em Filosofia e Teologia, tinha mestrado em Demografia, pela Universidade Católica de Louvain e em Geografia pela Universidade de Liège, Bélgica. Foi professor na PUC-Rio de 1975 a 1996, no departamento de Sociologia e Ciências Políticas.Atuou no Instituto Brasileiro de Desenvolvimento, IBRADES/Centro João XXXIII, do qual foi diretor. Na Rocinha, manteve um trabalho pastoral e forte ligação com a comunidade. Ali, deu início à Ação Social Padre Anchieta (ASPA), de que foi assessor e diretor espiritual.

Entre os temas abordados em suas publicações, destaca-se economia do desenvolvimento, população, migração internacional, formação social e política. Entre as contribuições para a reflexão dos bispos, padre Thierry ofereceu o Mapa das Religiões, publicação sobre a pertença religiosa no Brasil, a partir dos censos do IBGE. Em 1998, com a mudança do Ibrades para Brasília (DF), padre Thierry mudou-se para a capital federal, onde também se tornou membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese e da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), organismo vinculado à CNBB. Foi diretor do Centro Cultural de Brasília de 2005 a 2011 e chegou a acompanhar a Comunidade de Vida Cristã (CVX) e ter ministérios na periferia. Mais recentemente, foi coordenador do projeto Diálogos em Construção do Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (Olma). Em Brasília, contribuiu como assessor especial e perito para as Análises de Conjuntura, além de assessorar em todo o país dioceses, comissões, pastorais e organismos da Igreja.

Nota publicada no Jornal Fala Roça:

Espremida entre moradias e comércios no Largo do Boiadeiro, a capela Nossa Senhora Aparecida guarda histórias. Uma delas, lembrada por moradores católicos, é de um homem branco, estrangeiro, com sotaque belga e mangas arregaçadas. Era o Pe. Thierry Linard de Guertechin, que ajudou a “virar a laje” com a ajuda de fiéis, na década de 80. [...] Pela proximidade com a [PUC-Rio], passou a frequentar a Rocinha e se apaixonou. Ele acreditava que para acabar de vez com o assistencialismo, que não resolve o problema da favela, os moradores deveriam organizar a vida social. Numa entrevista ao jornal Tribuna da Imprensa, em 1984, avaliou a potencialidade dos moradores. “Um grupo organizado se faz ouvir sem precisar estar ligado a partidos políticos. A força do grupo leva à obtenção dos objetivos”, disse ele ao criticar o conformismo.

Para Linard, o conformismo gera o imobilismo dos moradores, que preferiam deixar os problemas para as autoridades resolverem. Por meio das inúmeras atividades que os centros comunitários passaram a desenvolver, provocou os moradores a pensar sobre os problemas mais imediatos de suas vidas, transformando o conformismo em luta, sem esperar os favores caírem dos céus.

Na Rocinha, enfrentou inúmeros desafios com os jesuítas porque seus superiores, a quem devia obediência, não viam com bons olhos o trabalho na favela. Comprou uma casa na antiga Rua 4 e, assim como os moradores da localidade, viu sua residência dar espaço para a famosa Rua Nova depois das obras do PAC 1, em 2010. A casa lhe servia de moradia, mas também abrigava encontros das pastorais da capela na década de 90 e início dos anos 2000.

Nos anos 80, participou dos mutirões de limpeza, canalização das valas e construção de moradias dignas, além de reivindicar melhores condições de vida para os moradores. O trabalho pastoral foi estendido à Ação Social Padre Anchieta (ASPA), de que foi assessor e diretor espiritual, participando ativamente, mesmo à distância, por chamadas de vídeos.

Colaborou durante anos com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) como assessor especial e integrou o grupo de peritos que produz a Análise de Conjuntura mensal para a entidade. Em Brasília ficou 20 anos e esteve à frente do extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento (Ibrades) e do Centro Cultural de Brasília, uma instituição dos padres jesuítas. Também trabalhou no Observatório de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida. Mesmo após esses anos vivendo no Brasil, o padre não perdeu seu sotaque e falar o português foi uma de suas maiores dificuldades. “O que me consola é que as pessoas são muito amáveis e dizem que o meu sotaque é charmoso”, dizia o religioso. Muito querido por todos, o religioso colecionou amigos na Rocinha. Ao longo dos anos, ele batizou inúmeras crianças. Maria Coelho, secretária da capela Nossa Senhora Aparecida, passou a catalogar os batizados feitos pelo padre de 1981 até 2020. Entre 1981 e 1985, 1101 batismos passaram pelas mãos de Linard.

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