Título | Código |
Data![]() |
Descrição |
---|---|---|---|
Alceu Gonçalves de Pinho Filho (?-2020) | _ |
O Prof. Alceu entrou para a PUC-Rio em 1965, a convite do Pe. Roser S.J., diretor do Instituto de Física. Foi Coordenador Central de Pós-Graduação (1973-1974) e decano do Centro Técnico Científico (1975-1981). Tomou posse como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), em 1973, e foi membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp). Participou da primeira diretoria da Sociedade Brasileira de Física (SBF), em 1966-1967, tendo sido seu presidente em dois mandatos (1971/1973/1975). Faleceu aos 86 anos. O prof. Fernando Lázaro Freire Júnior (FIS) nos lembra um pouco de sua história em texto publicado no site da Academia Brasileira de Ciências: O início acadêmico de Alceu Gonçalves de Pinho Filho em física se deu no começo dos anos 50 ao terminar o seu curso secundário e conhecer Ugo Camerini, físico italiano emigrado, que havia trabalhado com Cesar Lattes na Universidade de Bristol. Tal encontro aconteceu graças a alguns grandes acontecimentos que motivaram e propiciaram a interação de jovens estudantes com pesquisadores bem conhecidos, como a descoberta do méson pi por Cesar Lattes, colaboradores em 1947 e a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), em 1949. Alceu graduou-se em 1956 em engenharia civil pela Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Permaneceu no CBPF até 1960, quando partiu para a Universidade de Paris (Orsay). Doutorou-se em 1963, sendo orientado pelo renomado físico nuclear Jean Teillac; no ano seguinte, fez pós-doutorado no Centro de Estudos Nucleares de Saclay. Na PUC-Rio, desde 1965, além da incumbência de gerenciar a instalação de um acelerador de íons de porte médio (tipo Van de Graaff, com 4 MV no terminal) – o maior do país naquele momento –, foi responsável pela construção de um prédio especial (dez andares, com estrutura específica para segurança radiológica) para abrigar o acelerador, oficinas, pesquisadores e pessoal técnico administrativo. A atuação do Prof. Alceu nos 23 anos que esteve na PUC-Rio foi enorme e marcante. Consolidou o Grupo de Física Nuclear, até então voltado apenas para radiações do meio ambiente. Investiu na formação de um Grupo de Física de Partículas Elementares, convidando em 1968 os profs. Erasmo Ferreira e Nicim Zagury para aglutinar o Grupo. Defensor extremado da importância da excelência nas universidades, participou da Reforma Universitária, de 1966, que transformou o Instituto para departamento. Foi coordenador de pós-graduação até 1971, quando passou a ser diretor do Departamento de Física. Pesquisador experimental habilidoso e possuidor de forte base teórica, o Prof. Alceu foi coautor de mais de 50 publicações em física nuclear e física atômica. Seus orientados o têm em alta estima pelo rigor científico dos seus trabalhos. Dirigiu as aplicações do acelerador de íons da PUC-Rio para física atômica de camadas internas, assumindo posição de vanguarda mundial ao que viria ocorrer na maioria dos laboratórios similares. Em 1989, transferiu-se para o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), como professor titular. Aposentou-se em 2000, tendo sido diretor-executivo da Fundação Universitária para o Vestibular da USP (Fuvest/USP) por alguns anos. A física brasileira, e em particular, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, muito devem ao Professor Alceu. |
|
Manoel Luiz Salgado Guimarães (1952 - 2010) | _ |
O Departamento de História da PUC-Rio une-se a toda a comunidade de historiadores brasileiros na dor pela perda do professor Manoel Luiz Salgado Guimarães. Querido por todos os que foram seus colegas e alunos, o Professor Manoel Luiz Salgado Guimarães começou o curso de graduação em História na PUC-Rio; graduou-se na UFF (1977); era mestre em filosofia pela PUC-Rio – orientando do professor Eduardo Jardim de Moraes – (1982); era doutor em história pela Freie Universität de Berlin (1987); e era professor do Departamento de História da UFRJ e do Departamento de História da UERJ. Todos os Departamentos de História do Rio de Janeiro, os Centros de Pesquisa em História do Rio de Janeiro, a Direção da Associação Nacional de História (ANPUH), que Manoel presidiu entre 2007 e 2009, a Regional da ANPUH-Rio de Janeiro, seus colegas, alunos e ex-alunos, seus amigos e sua família convidam para a Missa de 7º dia que será celebrada pelo Professor Manoel Luiz Salgado Guimarães no dia 4 de maio, terça feira, às 12:30 horas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no Campus da PUC-Rio, na rua Marquês de São Vicente 225 (Gávea), no Rio de Janeiro. |
|
Renato Cordeiro Gomes (1943-2019) | _ |
(05 de setembro de 2019) O prof. Renato Cordeiro Gomes possuía graduação com Bacharelado e Licenciatura em Letras pela UFRJ (1967), graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela mesma UFRJ (1965), mestrado (1985) e doutorado (1993) em Letras pela PUC-Rio (1993). Era professor do Departamento de Letras, consultor ad hoc do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, da FAPERJ e da CAPES. Foi coordenador da área de Linguística, Letras e Artes, e de Comunicação da FAPERJ (2000 a 2005) e membro do Comitê Assessor de Letras e Linguística do CNPq (2006 a 2009). Atuava na área de Letras, em Literatura Brasileira e Literatura Comparada, e na área de Comunicação. Desenvolvia as linhas de pesquisa Representação na Literatura e na Cultura das Mídias, Literatura e Experiência Urbana e Cultura de Massa e Representações Sociais. Suas pesquisas tinham como foco a representação da cidade moderna e suas derivações pós-modernas; o Rio de Janeiro; João do Rio; identidade cultural; cultura das mídias e literatura brasileira contemporânea. Nascido no Rio de Janeiro, foi professor da PUC-Rio por 46 anos. Um dos seus principais livros, Todas as cidades, a cidade, reflete suas observações como flaneur, como o era João do Rio, sobre quem se especializou. A cidade, o cinema e a Literatura eram suas paixões. O professor Renato Cordeiro Gomes faleceu no Rio de Janeiro, aos 76 anos. |
|
Carlos Gustavo Scheffer Migliora (? - 2011) | _ |
O Prof. Gustavo era doutor em eletrofísica pelo Polytechnic Institute of New York e fez parte do Grupo de Radiopropagação do CETUC entre 1975 e 2006. Desenvolvia suas pesquisas na área de Antenas e Propagação, foi professor de graduação e de pós-graduação em engenharia elétrica e orientou diversos alunos de mestrado e doutorado no CETUC, além de participar dos programas pioneiros de pesquisa desenvolvidos em parceria com a Telebrás. Para o Prof. Silva Mello, Gustavo “será lembrado pela diversidade de seus interesses, por ter sido um grande conhecedor de jazz, por seu companheirismo e por seu humor cáustico.” |
|
Carlos Alberto Gomes dos Santos (?-2017) | _ |
(14 de julho de 2017) Com mestrado (1978) e doutorado (1995) em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, o Prof. Carlos Alberto Gomes dos Santos concentrou sua pesquisa em Filosofia da Ciência e era professor aposentado do Departamento de Filosofia, onde começou a lecionar em 1971. Foi diretor geral do departamento, coordenador de graduação, participante ativo de várias comissões acadêmicas e integrou por muitos anos o Conselho Diretor do Colégio Santo Inácio. Dedicou-se desde sempre a questões ligadas ao ensino de filosofia e à formação básica. Segundo o Prof. Edgar Lyra, coordenador de graduação do Departamento de Filosofia: Carlos Alberto foi um exemplo de pessoa afável, generosa e capaz de convívio com a diferença. [...] Em nome do Departamento de Filosofia da PUC-Rio e de todos os que guardam na memória algo de suas lições deixo aqui o meu mais sincero e profundo agradecimento.
|
|
Ricardo Oiticica (? - 2013) | _ |
O Professor Ricardo Oiticica, diretor do Instituto Interdisciplinar de Leitura – IILER - da PUC-Rio, morreu subitamente no dia 20 de outubro, pouco mais de um mês depois de ter assumido essa função. Era graduado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1984), mestre (1988) e doutor (1997) em Letras pela PUC-Rio. Foi pesquisador da Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio e professor adjunto do Centro Universitário da Cidade. Foi Leitor da Université Stendall, em Grenoble (França), editor do jornal Verve e pesquisador da Fundação Biblioteca Nacional. Mensagem do Reitor da PUC-Rio: "A PUC-Rio manifesta seu sentimento de pesar pelo falecimento do nosso querido Professor Ricardo Oiticica, atual diretor do Instituto IILER, ocorrido na madrugada do dia 20 de outubro. A Universidade estende todo o apoio e solidariedade à sua família, além das orações para que o Senhor Deus o receba na pátria definitiva e eterna. A ele, nossa profunda gratidão pelo que fez em prol de nossa Universidade." Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. |
|
Herch Moysés Nussenzveig (1933-2022) | _ |
O prof. Nussenzveig (16/01/1933-05/11/2022) atuou no Departamento de Física da PUC-Rio entre 1983 e 1994. Graduou-se no IFUSP, Instituto de Física da Universidade de São Paulo. Na mesma instituição, doutorou-se, em 1957, sob a orientação do Prof. Guido Beck, e iniciou sua brilhante carreira de professor. Na primeira metade da década de 60 frequentou o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e fez diversos pós-doutorados em universidades europeias de prestígio. De 1965 a 1975, fixou-se na Universidade de Rochester, onde tornou-se Professor Titular; nessa época, acolheu alguns alunos da PUC-Rio que tiveram que deixar o país. De volta ao IFUSP, foi seu diretor, de 1978 a 1982. Em 1983, mudou-se para o Rio, onde foi contratado como Professor Titular pelo Departamento de Física da PUC-Rio. A partir de 1994, passou a integrar o Instituto de Física da UFRJ. Além de ser um pesquisador excepcional, detentor de vários prêmios e títulos internacionais, o Prof. Moysés Nussenzveig contribuiu enormemente para a formalização de uma estrutura científica no Brasil. Nesse particular, participou de instituições como a Academia Brasileira de Ciências, CNPq, IMPA, PRONEX, entre outras, em cargos como coordenador de programas, membro de Conselhos Deliberativos, membro de Comissão de Avalição e Conselho de Fundação. Como professor, ficou conhecido em todo o país por sua singular didática. Sua excepcional coletânea Curso de Física Básica, ainda hoje é utilizada na formação básica de Físicos e Engenheiros. A trajetória de Nussenzveig refletiu as vicissitudes históricas que marcaram o desenvolvimento da Física Brasileira na segunda metade do século XX. Quando entrou para o curso, em 1951, a Física estava no auge de seu prestígio, dado seu papel crucial no desenvolvimento de armas e energia nuclear, e a jovem comunidade brasileira de físicos, que já havia alcançado prestígio internacional, soube utilizar esse prestígio para criar e ampliar instituições voltadas para o desenvolvimento de pesquisa em Física. O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas foi talvez o resultado mais notável desse processo e foi lá que Nussenzveig iniciou sua carreira como professor e pesquisador, em 1956. Quando Nussenzveig terminou sua graduação, em 1954, o Brasil ainda não tinha um sistema de pós-graduação institucionalizado, mas a USP contava em seu quadro de professores com a presença do físico alemão Guido Beck, que havia emigrado para a América Latina antes da segunda guerra mundial, escapando do nazismo. Beck foi um dos muitos estrangeiros que ajudou a formar as primeiras gerações de físicos brasileiros. Comprometido com a formação de novos pesquisadores, Beck reconheceu o talento de Nussenzveig e se prontificou a orientá-lo em uma tese sobre um problema de Ótica, campo no qual Nussenzveig ganharia reconhecimento internacional e ao qual dedicaria a maior parte de sua carreira. Além disso, Beck cuidou para que, após defender sua tese de doutorado, em 1957, Nussenzveig complementasse sua formação em estágios de pós-doutorado na Europa. Entre 1958 e 1960, ele passou pelas universidades de Eindhoven e Utrecht, na Holanda, pelo Instituto Nacional de Tecnologia de Zurique, na Suíça, e pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra. Nussenzveig retornou ao CBPF no começo da década de 1960 com a experiência acumulada na interação com alguns dos grandes físicos da época para dar início à sua própria linha de investigação. Entretanto, a crise econômica que assolou o Brasil no começo daquela década tornou demasiadamente árdua a tarefa de fazer pesquisa no país. Juntamente com sua esposa, Micheline, também professora do CBPF, decidiu emigrar para os EUA onde conseguiu o emprego de professor visitante da Universidade de Nova Iorque. O casal Nussenzveig juntou-se aos muitos cientistas brasileiros que, nos primeiros anos da década de 1960, por razões econômicas, se viram impelidos a deixar o país em busca de melhores condições para a pesquisa, o que gerou um fenômeno conhecido como ‘evasão de cérebro’. Mas o que para eles seria uma estadia curta, até que a situação econômica do Brasil melhorasse, com o golpe civil-militar de 1964, agora por motivações políticas, acabou se estendendo por mais de uma década. Tornou-se professor visitante do Instituto de Estudos Avançados de Princeton e, em 1965, mudou-se para a Universidade de Rochester, sede de um dos mais famosos e mais importantes institutos de Ótica do mundo, onde tornou-se professor titular. Em Rochester, Nussenzveig acompanhou de primeira mão a revolução na Física promovida pela invenção do laser, crucial para o surgimento de novos campos de pesquisa, como a Ótica Quântica e a Ótica Não Linear. Nussenzveig foi também ator importante na criação e consolidação desses campos. Primeiro, porque ministrou os primeiros cursos de Ótica Quântica na América do Sul; na PUC-Rio, em 1968, e na Escola Latino-Americana de Física, em La Plata, Argentina, em 1970. E depois, porque as notas de aulas daqueles cursos deram origem ao livro Introduction to Quantum Optics (1973), um dos primeiros livros didáticos que ajudaram na formação de pesquisadores nesses novos campos, como o foram Nicim Zagury e Sérgio Resende em suas pesquisas pioneiras em Ótica Quântica. Em termos políticos, Nussenzveig foi parte de uma rede de solidariedade que se formou nos Estados Unidos em prol dos cientistas e estudantes perseguidos pelo regime militar brasileiro. Um de seus atos de grande impacto na história subsequente foi acolher na Universidade de Rochester um talentoso estudante que havia sido expulso da PUC por meio do Decreto 477 do governo de Arthur Costa e Silva, em 1969 -- que, entre outras coisas, resultou na expulsão de estudantes considerados subversivos das universidades brasileiras. O Agente 477, como o estudante ficou conhecido, era o físico Luiz Davidovich, que concluiu seu doutorado em 1975 sob a orientação de Nussenzveig e se tornaria uma liderança internacional em Ótica Quântica e uma grande liderança institucional da ciência brasileira, inclusive presidindo a Academia Brasileira de Ciências. Nussenzveig retornou ao Brasil em 1975 e, desde então, foi professor pesquisador no Instituto de Física da USP (1975-1983), do departamento de Física da PUC-Rio (1983-1994) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994-2022). Nesse período, ele continuou sua pesquisa em Ótica e deu início a uma nova linha de pesquisa em Biofísica, publicando e formando pesquisadores em ambas as áreas. Retornando ao Brasil em um período de expansão do sistema universitário, Nussenzveig dedicou-se também à melhoria do ensino de Física para a graduação e escreveu a coleção Física Básica, vencedora do Prêmio Jabuti, em 1999, e uma das principais referências dos cursos de Física básica nas universidades brasileiras. Ele contribuiu ainda para a divulgação científica e ensino básico por meio de projetos como a criação de kits científicos para atrair jovens do ensino médio para carreiras em ciência. Membro atuante de várias instituições científicas, Nussenzveig contribuiu para estabelecer diálogo e cooperação entre físicos da América Latina e teve papel importante no Acordo de Não Proliferação de Armas Nucleares entre Brasil e Argentina. Por sua atuação multifacetada como pesquisador, professor, gestor e divulgador da ciência, ao longo de sua carreira Nussenzveig acumulou uma grande lista de distinções como a eleição como fellow da American Physical Society, da Optical Society of America e da Academia Mundial de Ciências TWAS, e prêmios como o Max Born, da Optical Society of America e a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Além de tudo, Nussenzveig foi um grande defensor da ciência e da democracia brasileira até seus últimos dias. |
|
Luiz Fernando Gomes Soares (1954-2015) | _ |
Luiz Fernando Gomes Soares, Professor Titular do Departamento de Informática e coordenador do Laboratório de Telemídia da PUC-Rio, faleceu no dia 8 de setembro, aos 61 anos, em decorrência de um ataque cardíaco. Líder do grupo que desenvolveu o middleware Ginga, um formato de interatividade para o sistema brasileiro de TV Digital, o professor conquistou o Prêmio Assespro 2008 como Personalidade do Ano, assim como o Prêmio Cientistas do Nosso Estado, como Pesquisador Inovador, no ano de 2005, e o Prêmio Newton Faller da Sociedade Brasileira de Computação, em 2006. As pesquisas que desenvolveu sobre a linguagem NCL e o Ginga deram origem a duas Normas ABNT e a uma Recomendação ITU-T, fundamentais para a interatividade entre usuários e a TV Digital. Membro titular da Academia Nacional de Engenharia, além de atuar no Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital, Luiz Fernando Gomes Soares fazia parte do Comitê Gestor da Internet no Brasil e do Núcleo de Coordenação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Era também Conselheiro da Sociedade Brasileira de Computação, onde chegou a ocupar os cargos de presidente e vice-presidente, de 1999 a 2003. No dia 9 de setembro a notícia se espalhou pelo campus da PUC-Rio e deixou todos perplexos e consternados. A mensagem do Professor Hugo Fuks, diretor do Departamento de Informática, não permitia dúvidas quanto ao que parecia impossível de acreditar, assim como deixava transparecer com toda a clareza a dor com que havia sido escrita: É com imenso pesar que o Departamento de Informática comunica a perda do seu querido Professor Luiz Fernando Gomes Soares no dia de hoje. Em sua homenagem, todas as atividades do Departamento estão suspensas nesta quarta-feira, dia 09 de setembro de 2015. Imediatamente as respostas se multiplicaram, vindas de todos os departamentos e centros, da Administração Central da Universidade, de dentro e de fora da PUC-Rio, de todas as agências acadêmicas e políticas ligadas à ciência em geral e à Informática em particular, inclusive do Governo Federal. Todas elas vinham carregadas de afeto e de respeito intelectual pelo Luiz Fernando. Nenhuma era formal ou protocolar. Cada uma punha de manifesto o vazio que essa morte tão inesperada deixa na Universidade, no país, na ciência e na vida de todos os que aprendemos a respeitá-lo intelectualmente e a querê-lo bem. E quando seus alunos – que, na véspera, como faziam todos os dias, haviam almoçado com ele no restaurante da Universidade – desceram a rampa da Igreja e atravessaram o jardim do campus soluçando, enquanto carregavam seu corpo, o silêncio pesado da dor de todos nós falou mais alto que qualquer discurso, até que um aplauso prolongado tomasse seu lugar. Luiz Fernando Gomes Soares, o LF, para seus amigos, fez toda a sua carreira acadêmica na PUC-Rio, da Graduação ao Doutorado, e nesta Universidade trabalhou a vida inteira, até que nos deixou tão cedo, aos 61 anos, e com tanto para contribuir para a ciência e para a vida. Como poucos, o LF soube juntar prazer e ofício. Era um professor muito querido por seus alunos, um pesquisador de rara competência e também um cidadão empenhado em trabalhos sociais. Firme em suas posições, íntegro e generoso, era também divertidíssimo, como podem testemunhar seus companheiros do time de futebol – que, por décadas, ocupou a quadra do antigo Ginásio –, dos serões musicais, das festas onde dava provas de dançar como poucos. Ainda que isso não conste de seu curriculum Lattes, LF contava que tinha sido “os pés do Edson Celulari” nas cenas de dança da novela Kananga do Japão. Não sem razão, um de seus principais projetos acadêmicos, aquele que levou à criação de um middleware que define o padrão da TV digital no Brasil e em diversos países, recebeu o nome de Ginga. (Departamento de Informática) (+8 de setembro de 2015) |
|
Ângela do Rego Monteiro (1943-2021) | _ |
Ângela Maria do Rego Monteiro, professora da PUC-Rio entre 2002 e 2016, faleceu aos 78 anos. Formou-se em Jornalismo, na PUC-Rio, em 1963. Começou a carreira no Jornal do Brasil, a convite do jornalista e professor da PUC-Rio Alberto Dines. Passou pelo suplemento feminino de O Globo e, aos 21 anos, participou da fundação do caderno Ela, do qual foi editora. Na Bloch Editores, foi editora de moda durante oito anos. Ângela lembrou essa época como das melhores de sua vida – ia à Europa duas vezes por ano e “era muito paparicada”, pois a revista Manchete tinha prestígio no exterior. Voltou ao Globo para trabalhar na coluna de Ricardo Boechat, em uma parceria que durou 20 anos. Sobre essa fase, Ângela coescreveu o livro Toca o barco: histórias de Ricardo Boechat contadas por quem conviveu e trabalhou com ele. Continuou na coluna de Ancelmo Góis, que substituiu Boechat. Ancelmo promoveu-a à editora. Após a aposentadoria, voltou à PUC-Rio, como professora do Departamento de Comunicação Social. Diversos depoimentos ao Portal dos Jornalistas lembram as histórias que ela contava, ao mesmo tempo palpitantes e pedagógicas. “Não dava vontade de sair de perto”, sintetiza o professor Célio Campos. |
|
Sergio Roberto Gonçalves de Oliveira (?-2020) | _ |
Formado em engenharia pelo IME em 1981, Sergio Roberto era professor do Departamento de Informática desde 1985. |
|
Marcos Azevedo da Silveira (1952 – 2009) | _ |
O Professor Marcos da Silveira fez a graduação em Matemática na PUC-Rio (1974) e o mestrado em Engenharia Elétrica também na PUC-Rio (1976). Desde seu regresso do doutorado na França (1981) era professor do Departamento de Engenharia Elétrica. O Núcleo de Educação em Ciências e Engenharia (NECE) da PUC-Rio foi nomeado e sua homenagem em 2011. Os depoimentos a seguir foram compilados pelo Professor Moisés Henrique Szwarcman, diretor do Departamento de Engenharia Elétrica da PUC-Rio. Marco Aurélio Pacheco, Professor do Departamento de Engenharia Elétrica da PUC-Rio. Prezados, Quem nessa universidade não conhece Marcos da Silveira? Mas é preciso que se diga algo. Uma mente privilegiada, um raciocínio na velocidade da luz, um eloqüente interlocutor, um banco de informações acadêmicas ambulante. Na verdade, o Marcos da Silveira bem podia ser comparado a uma tomografia computadorizada da PUC-Rio, tamanho e minucioso é o seu conhecimento sobre a universidade e as pessoas que nela trabalham. Conversar com o Marcos é muito fácil, só lhe cabe ouvir. Controverso, de posições muitas vezes criticas e de firmes opções pessoais, a que mais se destacou foi a sua opção por pensar a universidade e a engenharia. Consagrado alpinista, Marcos escala agora uma montanha em direção a um cume onde ele acredita nada existir. Vai se enganar mas, como cientista vai por fim aceitar. Marcos partiu mas ainda é "presente". Sua profusa oratória e conversas sem fim ainda ressoam nos corredores CTC; seu recente livro sobre Engenharia, nem de longe assimilado Por tudo que o Marcos é para a PUC-Rio, nossos agradecimentos. Tácio Mauro Pereira de Campos, Professor do Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio: Caros Existem e sempre existirão colegas que passam ou passarão, todos lembrados com muita saudade e afeição. Entretanto, poucos são e possivelmente serão os que não deixarão de permanecer, de forma indelével, em nosso meio. O Marcos da Elétrica é um destes poucos! Foi um previlégio ter tido a oportunidade de conviver com o Marcos da Silveira! Roland Scialom, Professor do Instituto de Computação da Unicamp: Marcos é um camarada que ocupa na minha vida um lugar muito importante. Lamento não ter encontrado ele, recentemente, para dizer isso para ele, mais uma vez. Ele me inspirava amor, respeito e admiração. Foi um grande companheiro de aventuras intelectuais e esportivas. Nessas aventuras, ele era sempre vanguarda, e frequentemente era difícil acompanhá-lo. Gostaria de pensar que ele se foi para empreender a maior das aventuras dos homens, onde o espírito dos bravos se encontram depois de se libertar dos corpos. PS: Dê uma olhada nessas duas fotos [ver fotos na coluna à direita] (Marcos da Silveira à esquerda e Roland Scialom à direita nas duas fotos; a primeira em Agulhas Negras, no Estado do Rio de Janeiro, e a segunda em Paris, França, ambas sem data). Prof. José Eugenio Leal, Coordenador Setorial de Pós-Graduação do CTC: Caros colegas: Como colega e como Coordenador Setorial de Pós-graduação do CTC deixo aqui algumas palavras sobre a nossa perda do Marcos da Silveira. Marcos da Silveira não teve muita interação comigo, como coordenador de Pós-Graduação. Sua atuação mais direta foi relacionada a graduação, incluindo ai um excelente trabalho na criação de convênios de dupla-diplomação e intercâmbios. Na graduação trabalhou e contribuiu significativamente para a criação de um conceito de curso de engenharia moderno e adequado aos novos tempos, nas discussões internas, e com publicações, incluindo vários artigos em congressos internacionais de ensino de engenharia e até orientando uma tese de doutorado sobre o assunto. No entanto, seu trabalho teve e terá impactos positivos profundos na nossa pós-graduação por muitos anos, pois ao dar a muitos dos nossos melhores alunos uma oportunidade de expandir seus conhecimentos no exterior, ele os manteve na PUC e muitos deles fazem e farão a nossa pós-graduação com excelência. Foi uma mente brilhante que buscava dar espaço a outras mentes brilhantes. Ele deixa uma lacuna muito difícil de preencher e, não só por isso, será sempre lembrado no CTC e na nossa Universidade. Profa. Ana Maria Abrantes Coelho, ex-aluna do curso de Física da PUC-Rio, formada em 1972, atualmente professora e pesquisadora do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio de Janeiro (mensagem recebida em 07/04/2010): Fiquei sabendo hoje, quase um ano depois do falecimento de meu antigo e querido amigo Marcos. Descobri seu livro na Internet, fui olhar as informações sobre o autor, e vi a data de nascimento ao lado da data de 2009. Minha primeira idéia foi a de que o site estava desatualizado!!! Depois eu percebi o que não queria nem imaginar. Que tristeza. Fui sua colega e amiga de últimos anos de graduação. Ele me introduziu ao alpinismo, além de me deixar tonta com todas as sua idéias sobre tantos assuntos, imaginem o Marcos com 20 anos, quanto entusiasmo! Meu abraço sentido para toda a sua família, se chegar a ler isso. Lembro muito bem de sua irmã, seu irmão e sua mãe. Pelo que li ele teve uma vida de sucesso na PUC, deixa o que contar. Lamento não ter encontrado com ele mais recentemente, para falarmos sobre nossa vida. |
|
Carlos Nobre Cruz (1953-2019) | _ |
(15 de outubro de 2019) Formado em Comunicação Social, com especialização em Jornalismo, pela PUC-Rio, foi professor e pesquisador do Departamento de Comunicação Social. Pesquisador associado do Nirema (Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente) da PUC-Rio, foi professor do curso de pós-graduação lato sensu História e Cultura Afrodescendente, do CCE-PUC-Rio. Ex-pesquisador do Centro de Estudos Afro-Asiáticos da Universidade Cândido Mendes (CEAA-Ucam), foi membro-consultor da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra, da OAB nacional. Entre os seus livros, se destacam: Direto do front: a cobertura jornalística de ações policiais em favelas do Rio de Janeiro (Multifoco, 2006); O negro na Polícia Militar: cor, crime e carreira no Rio de Janeiro (Multifoco, 2010); Guia Patrimonial da Pequena África (Portal Cultural, 2014); Um abraço forte em Zumbi: pensamento e militância no front racial da Áfrika Carioka (Multifoco, 2015); Gomeia João: a arte de tecer o invisível (Portal Cultural, 2017). O Departamento de Comunicação Social despediu-se do professor em seu site: Carlos Nobre fez da vocação humanista e da luta contra o preconceito uma partitura. Expressava-a tanto nas redações pelas quais passou, como no Jornal do Brasil e em O Dia, quanto na carreira acadêmica. Na PUC-Rio, ele lecionava Técnicas de Reportagem e Jornalismo e Racismo, no Departamento de Comunicação Social. Era também pesquisador associado ao Núcleo Interdisciplinar de Memória Afrodescendente (Nirema). Mestre em Ciências Penais, pela Universidade Cândido Mendes, ele estendeu à vida acadêmica o mergulho em temas como cidadania, igualdade e humanismo. Nesse trilho temático, Nobre viraria um especialista sobre o Rei do Candomblé. Programava para novembro (2019), mês da Consciência Negra, o lançamento do Guia Afetivo sobre Joãozinho da Gomeia, a segunda biografia por ele dedicada a Gomeia. A primeira, Gomeia João: a arte de tecer o invisível, de 2017, fundamentou o enredo da [escola de samba] Grande Rio [...] Com Joãozinho da Gomeia, o prof. Carlos Cruz com os Acadêmicos do Grande Rio foi vice-campeão no desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, em 2020.
|
|
Fernando Luiz Vieira Duque (? - 2012) | _ |
O Prof. Fernando Luiz Vieira Duque faleceu em 16/01/2012, aos 91 anos de idade. O Prof. Vieira Duque era professor titular do curso de Angiologia da Escola Médica de Pós-Graduação, e chefe do serviço de Angiologia do Hospital Geral da Santa Cruz da Misericórdia do Rio de Janeiro. Formado em Medicina pela UFRJ, em 1943, Vieira Duque cursou Angiologia, em Portugal e foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Angiologia. Em 1962 foi convidado pela Universidade para dar início ao curso de Angiologia da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC-Rio, na qual trabalhou até sua morte. “O professor Duque deixará muita saudade. Ele foi uma pessoa muito importante na sua área, ajudando a trazer a Angiologia para o Brasil”, disse ao Jornal da PUC o Dr. Ney Almeida, que assumiu a coordenação interina do curso. |
|
Ulpiano Vázquez Moro S.J. (1944-2017) | _ |
(22 de julho de 2017) Nascido em Carrizo de la Rivera, em León, na Espanha, em 26 de janeiro de 1944, Pe. Ulpiano ingressou na Companhia de Jesus em 1961, na cidade de Salamanca, onde emitiu os primeiros votos, em 1963. No ano seguinte, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Graduado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira (1966) e em Teologia, pela Université Catholique de Louvain (1974), com mestrado e doutorado em Teologia pela Universidad Pontificia Comillas, de Madri, Pe. Ulpiano tinha experiência na área de Teologia, com ênfase em Teologia Fundamental. Professor do Departamento de Teologia da PUC-Rio entre 1978 e 1981, lecionou as disciplinas Teologia Dogmática - Trindade (graduação), Tópicos de História da Teologia, Tópicos de Teologia Dogmática e Grupo de Estudos sobre Teologia e Espiritualidade (pós-graduação). Ulpiano era um mestre na arte de conversar. E as conversações espirituais que mantínhamos nos retiros e orientações deixaram marcas indeléveis em mim e foram configurando-me, outra, nova, inteira na estatura que a vocação e a missão me traziam. Quanto mais o conhecia, mais me impressionava. Era talvez o homem mais completo que já havia cruzado meu caminho. Pensador brilhante e extremamente erudito, era professor que preparava cada aula como se fosse a única. Aplaudido pelos alunos no final do curso, ria modestamente e procurava jamais colocar-se em evidência. Místico ardente, era igualmente mestre espiritual que ajudava na experiência de Deus desde as pessoas mais simples até as mais requintadas e letradas. Pastor dedicado e incansável, foi exímio formador de leigos cultos e inquietos, religiosos de ambos os sexos, e membros do povo de Deus de condição extremamente simples e humilde. Para todos havia a linguagem adequada, a palavra precisa, o olhar e a acolhida carinhosa. Sacerdote devotadíssimo, guiou várias comunidades e paróquias no culto, na doutrina e na unidade. Suas celebrações e homilias atraíam pessoas não só da comunidade local, mas vindas de outras paragens, atraídas pelo fogo e a inspiração que emanavam do pregador exímio, cheio de conhecimento e entusiasmo pelo mistério de Deus. Maria Clara Bingemer, Professora do Departamento de Teologia da PUC-Rio
|
|
Antonius Benkö S.J. (1920 - 2013) | _ |
O Padre Benkö faz parte do grupo daqueles que podem ser reconhecidos como construtores da PUC-Rio, em especial daquilo que chamamos o modelo PUC, que pode ser caracterizado de muitas formas mas que, grosso modo, integra organicamente graduação e pós-graduação, ensino e pesquisa, excelência acadêmica e compromisso social, pioneirismo e tradição, colegialidade e participação, e unidade e diversidade. Nascido em Pècs, na Hungria, estudou Teologia na Universidade Gregoriana de Roma e Filosofia e Psicologia na Universidade de Louvain, na Bélgica, onde também fez seu doutorado em Psicologia. Veio para o Brasil em 1954 e trabalhou na PUC-Rio entre 1957 e 1975, quando retornou à Europa na intenção de voltar para a Hungria. Impedido de voltar a seu país em função do fato de ter se naturalizado brasileiro em 1959, ficou na Áustria entre 1975 e 1996, quando finalmente conseguiu retornar ao país onde nascera e onde atuou como Professor da Universidade Católica Píter Rázmány até aposentar-se. Na PUC-Rio, criou o Centro de Orientação Psico-Pedagógica, origem do SPA (Serviço de Psicologia Aplicada), em 1960; foi um dos construtores do Departamento de Psicologia, fundado em 1963; é também um dos fundadores, em 1965, do Mestrado em Educação, pioneiro no país e, em 1966, do Mestrado em Psicologia, igualmente pioneiro; fundou e dirigiu o Departamento de Teologia em 1968; foi o grande incentivador para que jovens professores fizessem seus doutorados em excelentes universidades do exterior e foi ainda um dos principais protagonistas da implantação da Reforma Universitária na PUC-Rio. Laboratório de experimentação para as reformas que se sucederam nas universidades brasileiras, a Reforma foi a grande responsável para que a PUC-Rio deixasse de ser apenas um excelente centro de formação de profissionais das diversas áreas do conhecimento para consolidar-se como uma universidade de pesquisa, com programas de pós-graduação, laboratórios, uma das melhores bibliotecas universitárias do país e intensa atividade de pesquisadores reunidos nos diversos Departamentos que, por sua vez, conformavam os Centros. Respeitado por professores, funcionários e estudantes e dono de uma figura imponente, o Padre Benkö surpreendeu a todos ao participar como jogador de uma memorável partida de futebol em que se enfrentaram no antigo Ginásio um time formado por professores e outro por jesuítas, cujo capitão e craque principal era o Padre Viveiros de Castro S.J., que havia jogado no time juvenil do Botafogo. O Padre Benkö jogava de óculos, e consta que era meio perna de pau. Homem de formação e sensibilidade interdisciplinar, o Padre Benkö teve grande influência na constituição do campo da Psicologia no Brasil. É dele a redação da proposta de criação da carreira de psicólogo no Brasil (1957) e, quando da criação oficial da carreira, foi o detentor do registro número 2 de psicólogo no Brasil (1962), documento que levou consigo na volta para a Hungria e que mostrava com prazer aos amigos brasileiros que o visitavam. Em 1964 tornou-se Presidente da Associação Brasileira de Psicologia Clínica, da qual foi também Vice-Presidente em 1967. Foi ainda Conselheiro e Vice-Presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro entre 1974 e 1975. Em 2005 voltou pela última vez ao Brasil, para as comemorações dos 40 anos do Programa de Pós-Graduação em Educação. Em janeiro de 2007 o Padre Benkö recebeu a visita de Silvia Ilg Byington, pesquisadora do Núcleo de Memória da PUC-Rio, na residência em que morava em Budapest e compareceu à entrevista solicitada vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol. Neste ano de 2013, por ocasião dos 50 anos do Departamento de Psicologia gravou no dia 11 de novembro, 14 dias portanto antes de sua morte, via Skype, uma linda entrevista para o Departamento, disponível no youtube. Todos aqueles que o conheceram como estudantes e que hoje são professores seniores das mais diversas áreas da PUC-Rio, se lembram dele com carinho e com admiração. Os que sabem de sua importância para a história da Universidade, mesmo sem tê-lo conhecido pessoalmente, partilham do mesmo respeito por ele, como atestam as mensagens reproduzidas abaixo. Na memória da PUC-Rio ele será sempre uma referência fundamental. Mensagem do Professor J. Landeira-Fernandez, Diretor do Departamento de Psicologia: Mensagem da Professora Margarida de Souza Neves, Coordenadora do Núcleo de Memória da PUC-Rio: Mensagem do Professor José Carmelo, do Departamento de Educação: Mensagem proferida no evento dos 60 anos de criação do Departamento de Psicologia em 01/11/2013: Mensagem da Professora Maria Apparecida Mamede Neves, do Departamento de Educação: Mensagem da Professora Ana Waleska Pollo Mendonça, do Departamento de Educação: Mensagem da Professora Vera Candau, do Departamento de Educação: Mensagem do Professor Luiz Brandão, Diretor do Departamento de Administração: Mensagem do Professor Luiz Roberto Cunha, do Departamento de Economia, Decano do CCS: Mensagem do Professor Carlos José Pereira de Lucena, do Departamento de Informática: Mensagem do Professor José Carlos D'Abreu, do Departamento de Engenharia de Materiais: Mensagem do Professor Fernando Rizzo, do Departamento de Engenharia de Materiais: Mensagem do Professor Fernando Tenório, do Departamento de Psicologia: Mensagem da Professora Eliana Freire, do Departamento de Psicologia: Mensagem da Professora Elizabeth Ribeiro, do Departamento de Psicologia: Mensagem da Professora Regina Murat, do Departamento de Psicologia: Mensagem do Professor Augusto César Pinheiro da Silva, do Departamento de Geografia e Meio Ambiente: |
|
Maria Adelaide Ferreira Gomes (-2022) | _ |
A profa. Maria Adelaide Ferreira Gomes (-07/12/2022) foi graduada em Serviço Social pela PUC-Rio (1969) e professora da PUC-Rio entre 1984 e 2014, foi também professora da Faculdade de Serviço Social do Rio de Janeiro e da Universidade Gama Filho. Alguns ex-Alunos manifestaram-se: Minha querida e inesquecível professora, a PUC-Rio perde uma excelente profissional, ela, que mesmo afastada, estava sempre pronta a dar uma palavra de apoio a quem precisava dos seus conhecimentos. Grande professora, muito querida! Com seu olhar atento e carinhoso, sempre pronta para ouvir e ajudar! Perdemos muito, mas sou grata por ter recebido os seus ensinamentos! “Minha amada professora! Que exemplo de profissional! Os maiores ensinamentos vieram dela. Obrigado por tudo, Maria Adelaide! Muito triste. Grandes aprendizados, saberes e experiências profundas. Professora sensível com a dor alheia. Nunca me esquecerei quando me acompanhou diariamente durante minha enfermidade cardíaca. Serviço Social em profundo luto. |
|
Carlos Alberto Menezes Direito (1942-2009) | _ |
O professor Carlos Alberto Menezes Direito tomou posse no Supremo Tribunal Federal em 05/09/2007. Nascido em 08/09/1942, em Belém (PA), formou-se bacharel em Direito pela PUC-Rio em 1965 e alcançou o título de doutorado em 1968. Atuou como ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por onze anos, depois de passar pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, como desembargador, entre 1988 e 1996. No Rio de Janeiro, foi chefe de gabinete na Prefeitura, membro do Conselho da Sociedade Civil mantenedora da PUC-Rio, presidente da Fundação de Artes do Rio de Janeiro e membro do Conselho Estadual de Cultura do Estado. Foi também presidente da Casa da Moeda do Brasil, secretário de Estado de Educação e presidente do Conselho Nacional de Direito Autoral. Na PUC-Rio, era professor titular do Departamento de Direito. Texto do prof. Eurico Borba, ex-professor da PUC-Rio e ex-presidente do IBGE: Ministro Menezes Direito O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Alberto Menezes Direito era meu amigo - “o irmão que se escolhe”. Sofro com sua ausência. Junto com sua família, que ele tanto amava, choro a sua ausência. Direito fará falta ao Brasil que, uma vez mais, é inesperadamente privado da ajuda preciosa de um dos seus filhos mais capacitados. Sua ausência será sentida no Supremo num momento especialmente complicado. Um instante de ultrapassagem de fronteiras históricas. A passagem do ambiente humano e do poder político de uma geração que ainda foi herdeira de vetustas tradições de honradez e certeza nos frutos do trabalho digno, amor à pátria e efetivo respeito ao próximo, que lutou pela liberdade e pela democracia, para outra que, em muitas ocasiões, se comporta como se fosse a descobridora privilegiada de novos caminhos para alcançar outros horizontes. Uma nova geração que parece não acreditar na construção humana permanente. Desdenha a herança de instituições e pressupostos filosóficos, que precisam ser preservados e constantemente aperfeiçoados - um magnífico estoque de esperanças, sonhos e fantásticas realizações, em todos os campos do saber e do agir humanos. Carlos Alberto Menezes Direito era um homem talhado para auxiliar esta substituição de gerações por sua vasta cultura intelectual, sua paciência e senso de equilíbrio e de justiça. Seus pronunciamentos justos e sábios, seu humor, sua austera conduta de vida, sua natural liderança e autoridade moral, impunha, com sua presença, respeito e suas palavras eram ouvidas com atenção. O Poder Judiciário é, (ou deveria ser...), o locus privilegiado do convívio de homens e mulheres sábios e honestos. Seus membros não podem expressar posições ideológicas - precisam ser sábios e honestos, isentos e competentes intérpretes das leis. E a vida e o destino dos cidadãos que se encontra nas mãos dos magistrados que, aj udados pelos advogados e demais componentes do sistema, oferecem as condições historicamente possíveis para o exercício desta missão sublime e terrível - julgar. E um poder republicano diferente. As tradições, o linguajar cerimonioso, as togas austeras, o ritual dos julgamentos, além de criar o necessário ambiente de respeito é a homenagem que aqueles servidores públicos, que o Poder Judiciário prestam aos cidadãos, como que dizendo que sabem, que têm consciência da imensa responsabilidade que suas decisões acarretam para as suas vidas e sonhos, para as suas famílias, para a pátria. Carlos Alberto Menezes Direito era sábio, íntegro, bom e honesto. Um cristão consciente das implicações da sua fé para com o ofício que escolheu exercer. Sua vida de trabalho e de estudos foi como que uma extensa preparação para o exercício do cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal. Foi um sábio na perspectiva de uma pessoa que sabe, que conhece profundamente o mundo que o cerca, que discerne, que tem incorporado na sua maneira de ser, permanentemente, a crítica lógica, aspecto maior do principal instrumento de ação do intelecto, que lhe servia não como pedante adorno de brilhantismo, para ser exibido a uma sociedade cada vez mais medíocre, mas como instrumento de trabalho responsável. Dormia pouco, trabalhava, lia, ouvia música, encontrava tempo para tudo. Mas se percebia algum deboche, alguma crítica de má-fé ou um comportamento mal educado, coitado do provocador: as descomposturas chegavam na hora e eram arrasadoras. Era irreverente no momento certo, em ocasiões tensas, descontraindo o ambiente e fazendo todos rir. Logo a seguir as soluções eram encontradas e todos saíam felizes - um perfeito mediador. Direito foi um orador brilhante, desde os tempos em que militava na política estudantil. Querido pelos seus alunos, deixou marca importante no ensino do direito constitucional, não só na PUC-Rio, como no ensino da matéria em todo o Brasil. Conselheiro, procurado por políticos, sempre sabia destacar, com clareza, o cerne das questões dos temas principais das discussões em curso ou nas propostas de lei em discussão no Congresso Nacional. Suas manifestações, seus votos como magistrado, livros e artigos, são consultados e citados nas argumentações de muitos advogados, não só pelo saber jurídico exposto com propriedade, mas também pela lógica irretocável da argumentação objetiva. Um juiz, um cidadão, um pai e esposo, um professor, um amigo que já faz muita falta. Um cristão que testemunhou, até o fim, com alegria e coragem, o radical amor à sua fé. Até já, querido amigo. Descanse em paz. |
|
Alfredo Luiz Porto de Britto (1936-2015) | _ |
O arquiteto e urbanista Alfredo Britto, professor da PUC-Rio e um dos criadores do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade, além de um dos maiores especialistas brasileiros em patrimônio cultural, faleceu no Rio de Janeiro, aos 79 anos, em 25 de novembro. Alfredo Britto construiu uma carreira com fortes bases sociais e seu nome ficará ligado a várias causas de interesse da cidade, como a campanha contra a demolição do Palácio Monroe. Trabalhou nas restaurações do Arquivo Nacional (1982) e do Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Morais (2004), projeto de Affonso Eduardo Reidy, conhecido como Pedregulho. Esse trabalho deu origem ao seu mais recente livro – Pedregulho, o sonho pioneiro da habitação popular no Brasil –, lançado em agosto, pouco antes de seu falecimento. Secretário do IAB-RJ e membro da Direção Nacional do Instituto (1980 a 1983), por dez anos representou a seccional do Rio de Janeiro no Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil. O presidente do IAB, Sérgio Magalhães, recordou: Alfredo Britto foi um dos formuladores do pioneiro e famoso Inquérito Nacional de Arquitetura, redator e diretor da revista Arquitetura [...]. Desde o início dos anos 1970, Alfredo foi titular do escritório GAP - Arquitetura e Planejamento, com larga produção edilícia, urbanística e de restauração de patrimônio, tendo recebido diversos prêmios, inclusive a 1ª Premiação Anual do IAB RJ, em 1963. A arquiteta e secretária-geral do IAB, Fabiana Izaga, também lamentou a perda: A arquitetura carioca teve em Alfredo Britto uma figura singular pelo seu envolvimento em várias faces da profissão: como professor e pesquisador, como profissional atuante, com destaque em projetos ligados ao patrimônio, e na militância profissional através do IAB. Aos 79 anos, Alfredo Britto estava terminando um curso de Doutorado no Programa de Pós-Graduação em História Social da Cultura da PUC-Rio. Em mensagem à Comunidade PUC-Rio, a Profa. Maria Fernanda Campos Lemos, Diretora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, assim registrou o falecimento: É com enorme pesar que informo o falecimento de nosso querido professor e amigo Alfredo Luiz Porto de Britto. Alfredo Britto foi um dos professores envolvidos com a fundação do Curso de Arquitetura e Urbanismo e sentiremos muitíssimo a sua falta. (Departamento de Arquitetura) (+25 de novembro de 2015) |
|
Fernando Betim Paes Leme (?-2021) | _ |
Betim foi um dos fundadores do Curso de Arquitetura e Urbanismo e, posteriormente, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio. Foi também um dos fundadores do Programa de Pós-Graduação. O Departamento, em sua nota de despedida ao professor, frisa a sua participação e “a marca de sua visão sensível e extremamente humana da arquitetura e do urbanismo, de sua devoção ao ensino, e do extraordinário senso de pertencimento que sempre manteve com a nossa PUC-Rio em tudo que o Departamento é hoje”. O prof. Betim possuía graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1986), mestrado (2003) e doutorado (2008) em Design, pela PUC-Rio, e especialização em Arquitetura e Sustentabilidade pela Universidad Politecnica de Cataluña (Barcelona). Atuou como pesquisador ligado ao Laboratório de Investigação em Living Design – LILD - e ao Laboratório de Ecodesign - LED, do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio, com foco em sistemas construtivos sustentáveis, coberturas verdes, moradia rural, compósitos e materialidades acessíveis para construção. |
|
Flávio Rezende Dias (1936-2020) | _ |
Foi chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital Municipal Souza Aguiar, chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital São Vicente de Paula, professor benemérito do Departamento de Medicina da PUC-Rio, tendo coordenado a especialização de Oftalmologia, de 1992 a 2018. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraoculares (SBCII), Sociedade Brasileira de Administração em Oftalmologia (SBAO). Nota do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da PUC-Rio: É com pesar que o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde e o Departamento de Medicina da PUC-Rio comunicam o falecimento do querido Professor Benemérito Flávio Rezende Dias, que coordenou a especialização em Oftalmologia no período de 1992 a 2018. Nota da Sociedade Brasileira de Oftalmologia: A SBO comunica com pesar e muita tristeza, nesta data em que a classe comemora o Dia do Oftalmologista, 7/5, o falecimento do doutor Flávio Rezende Dias – presidente da entidade no biênio 2012 a 2014. |