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Alceu Gonçalves de Pinho Filho (?-2020)

O Prof. Alceu entrou para a PUC-Rio em 1965, a convite do Pe. Roser S.J., diretor do Instituto de Física. Foi Coordenador Central de Pós-Graduação (1973-1974) e decano do Centro Técnico Científico (1975-1981).

Tomou posse como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), em 1973, e foi membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp). Participou da primeira diretoria da Sociedade Brasileira de Física (SBF), em 1966-1967, tendo sido seu presidente em dois mandatos (1971/1973/1975). Faleceu aos 86 anos.

O prof. Fernando Lázaro Freire Júnior (FIS) nos lembra um pouco de sua história em texto publicado no site da Academia Brasileira de Ciências:

O início acadêmico de Alceu Gonçalves de Pinho Filho em física se deu no começo dos anos 50 ao terminar o seu curso secundário e conhecer Ugo Camerini, físico italiano emigrado, que havia trabalhado com Cesar Lattes na Universidade de Bristol. Tal encontro aconteceu graças a alguns grandes acontecimentos que motivaram e propiciaram a interação de jovens estudantes com pesquisadores bem conhecidos, como a descoberta do méson pi por Cesar Lattes, colaboradores em 1947 e a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), em 1949.

Alceu graduou-se em 1956 em engenharia civil pela Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Permaneceu no CBPF até 1960, quando partiu para a Universidade de Paris (Orsay). Doutorou-se em 1963, sendo orientado pelo renomado físico nuclear Jean Teillac; no ano seguinte, fez pós-doutorado no Centro de Estudos Nucleares de Saclay.

Na PUC-Rio, desde 1965, além da incumbência de gerenciar a instalação de um acelerador de íons de porte médio (tipo Van de Graaff, com 4 MV no terminal) – o maior do país naquele momento –, foi responsável pela construção de um prédio especial (dez andares, com estrutura específica para segurança radiológica) para abrigar o acelerador, oficinas, pesquisadores e pessoal técnico administrativo.

A atuação do Prof. Alceu nos 23 anos que esteve na PUC-Rio foi enorme e marcante. Consolidou o Grupo de Física Nuclear, até então voltado apenas para radiações do meio ambiente. Investiu na formação de um Grupo de Física de Partículas Elementares, convidando em 1968 os profs. Erasmo Ferreira e Nicim Zagury para aglutinar o Grupo. Defensor extremado da importância da excelência nas universidades, participou da Reforma Universitária, de 1966, que transformou o Instituto para departamento. Foi coordenador de pós-graduação até 1971, quando passou a ser diretor do Departamento de Física.

Pesquisador experimental habilidoso e possuidor de forte base teórica, o Prof. Alceu foi coautor de mais de 50 publicações em física nuclear e física atômica. Seus orientados o têm em alta estima pelo rigor científico dos seus trabalhos. Dirigiu as aplicações do acelerador de íons da PUC-Rio para física atômica de camadas internas, assumindo posição de vanguarda mundial ao que viria ocorrer na maioria dos laboratórios similares.

Em 1989, transferiu-se para o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), como professor titular. Aposentou-se em 2000, tendo sido diretor-executivo da Fundação Universitária para o Vestibular da USP (Fuvest/USP) por alguns anos.

A física brasileira, e em particular, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, muito devem ao Professor Alceu.

Relação com a PUC: 
Prof. Alceu Gonçalves de Pinho Filho (FIS). 1980. Acervo Núcleo de Memória.
Prof. Alceu Gonçalves de Pinho Filho (FIS). 1980. Acervo Núcleo de Memória.