lft-logo

Professores

Título Código Dataordem crescente Descrição
Carlos Dório Gonçalves Soares (1936 - 2013) _

O Prof. Carlos Dório morreu em consequência de complicações de uma pneumonia aos 77 anos.

Carlos Dório era natural de Vitória, no Espírito Santo, e atuou por muitos anos no Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio. Foi um dos professores responsáveis pela consolidação do Departamento e foi também coordenador do curso de Graduação. É autor do livro Delinquência juvenil na Guanabara, publicado em 1973. Foi também do quadro docente da UFRJ, nomeado como professor assistente em 30 de outubro de 1969.

O Departamento de Comunicação registrou a morte do Professor, já aposentado, através da Rádio PUC, registro esse que está disponível no Portal PUC-Rio Digital. Na entrevista feita com alguns professores que o conheceram, fica patente a importância de Carlos Dório em mais de 40 anos de colaboração com o Departamento de Comunicação. A Professora Angeluccia Bernardes Habert sublinhou seu caráter ao mesmo tempo tranquilo e firme e sua colaboração constante na administração do Departamento, onde soube inspirar confiança a alunos, funcionários e professores. Para ela a principal característica de Dório era a generosidade. A Professora Claudia Brutt Guimarães, que foi sua aluna, lembrou que o professor levou seus alunos de graduação para estagiar na Companhia Telefônica Brasileira, onde desenvolvia uma pesquisa sobre o uso dos orelhões (telefones públicos) pelos cariocas.

Seus colegas e alunos assinalam unanimemente a alegria como marca da personalidade de Carlos Dório, que caracterizam como um grande conversador e um homem que sabia viver.

Therezinha Arnaut (-2022) _

Terezinha Arnaut (-14/09/2022) foi uma das pioneiras da chamada segunda geração do Serviço Social, isto é, aquela formada entre os anos de 1950 e 1965. Graduou-se na Escola de Serviço Social do Instituto Social, hoje Departamento de Serviço Social e dedicou a sua vida acadêmico-científica a contribuir na formação de novos profissionais e a participar no esforço coletivo de resposta aos desafios teórico-práticos da disciplina.

Foi supervisora de campo de estágio, professora da graduação e da pós-graduação, além dos cargos administrativos assumidos, tal como o de diretora do Departamento, numa trajetória que cobriu os anos entre 1965 até 1999.

Atenta ao contexto histórico, conjugando prática e ensino, participou de eventos relevantes do Serviço Social representando a Universidade, assim como organizou seminários e cursos sobre temas desafiadores e inovadores para a reflexão interna e de pesquisa dos docentes e discentes. Em 1989, o seminário Envelhecimento: um Desafio dos dias de hoje, organizado em parceria com a Associação Nacional de Geriatria - Seção Rio de Janeiro e o Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais, e, em 1992, o Projeto Novidade, que abriu a Universidade para pessoas com mais de 60 anos frequentarem um curso com aulas expositivas e outras práticas pedagógicas envolvendo exposições sobre Filosofia, Psicologia, Sociologia, Ética e problemas sociais, entre outros assuntos, são exemplos desse trabalho.

Na mesma direção - integrar ensino, pesquisa e extensão - iniciativas foram realizadas na área da matéria sobre família, na graduação e pós-graduação, sobressaindo-se o seminário Família, ontem, hoje, amanhã, em 1990, cuja documentação serviu de base a estudos variados e novos projetos. No campo da inserção na comunidade de capacitação e assessoria na área social, é bom salientar sua passagem como presidente do Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais (CBCISS), organização representante do Conselho Internacional de Bem-estar Social (ICWS).

Mas o olhar do passado, no existir do presente, deixa saudades da professora que tinha a capacidade de falar e ouvir, mover-se no mundo no seu tempo histórico com crítica, criatividade e solidariedade. 

Texto com a colaboração da profa. Ilda Lopes (VRAC)

Sérgio Luiz Bonato (?-2015) _

O Prof. Bonato era graduado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1979) e Mestre em Educação pela Uerj (1998). Atuava como professor pesquisador na área de educação comunitária e na Graduação no curso de Comunicação Social. Desde 2003, Bonato atuava no Núcleo de Comunicação Comunitária do Projeto Comunicar e organizava cursos e oficinas para agentes da Pastoral da Comunicação e moradores de favelas do Rio. Era também pesquisador pela Capes/UAB na área de Educação e Comunicação a Distância na Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), em projeto desenvolvido em conjunto com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, Faperj.

Professor da PUC-Rio desde 1992, Bonato faleceu no dia 29 de maio. Filósofo e mestre em Educação, o professor foi um dos idealizadores do Fundo Emergencial de Solidariedade da PUC-Rio (Fesp), em 1997, para prestar auxílios de transporte e alimentação a alunos com bolsas comunitárias. Em 1996, foi um dos idealizadores da FEVUC - Feira de Valores da Universidade Católica.

A secretária Maria de Belém, da Pastoral Universitária Anchieta, enfatizou o engajamento de Bonato em trabalhos sociais e a importância da contribuição dele à Universidade por meio do Fesp:

Sérgio deixou para a universidade o Fundo Emergencial de Solidariedade, projeto que foi criado para alunos bolsistas sem renda para transporte e alimentação. No início, o projeto alcançava somente 30 pessoas, mas, com o passar do tempo, Sérgio sensibilizou a Universidade e, hoje, mais de 800 alunos estão inscritos. Desde 1997, ano inicial do projeto, muitas pessoas foram alcançadas. Sérgio era uma pessoa muito humilde. Todos que chegavam a ele com problemas e preocupações podiam contar com sua ajuda. Ele sempre arranjava uma maneira de minimizar ou até mesmo de chegar à solução de um problema.

Foi Presidente da Federação das Associações de Moradores do estado do Rio de Janeiro (Famerj) e dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT). Além de fundador da Central de Movimentos Populares (CMP), participou do movimento das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) dentro da Igreja Católica, e do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, tendo trabalhado em diversas ONGs com educação popular. Bonato teve grande atuação nos anos 1980 e 1990 em São João de Meriti e por toda a Baixada Fluminense.

O Prof. Augusto Sampaio, Vice-Reitor Comunitário da PUC-Rio, ressaltou o exemplo que Bonato representava para os jovens estudantes confrontados com a competitividade do mercado de trabalho:

Jovens são treinados para competir, e a solidariedade deixou de ser um componente importante no mundo. Hoje é tudo concorrência, competição e egoísmo. As pessoas são olhadas pelo cargo que ocupam, pelo restaurante que vão. O Bonato representava o oposto: solidariedade, cooperação.

(Departamento de Comunicação Social) (+29 de maio de 2015)

Antônio Ferreira Paim (1927-2021) _

Morreu, aos 94 anos, o filósofo e historiador baiano Antônio Ferreira Paim, considerado um dos expoentes do pensamento liberal brasileiro. Paim estudou Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde depois se tornou professor. Lecionou na PUC-Rio, nos anos 1970, e coordenou, no Departamento de Filosofia, o mestrado em Filosofia e Pensamento Brasileiro.

Autor premiado do Livro de Estudos Brasileiros (1968) e do clássico História das Ideias Filosóficas no Brasil, pelo qual foi vencedor do Prêmio Jabuti, em 1985, dedicou-se ao estudo do pensamento filosófico brasileiro e do pensamento político. Foi autor de História do liberalismo brasileiro (1998) e A querela do estatismo (1994), no qual aborda o patrimonialismo na realidade brasileira. Também tem títulos publicados na área da Filosofia da Educação e da Moral brasileira, como Momentos decisivos da história do Brasil. Foi um dos fundadores e presidente de honra da Academia Brasileira de Filosofia.

No campo da política, elaborou projetos preparatórios para a Constituição de 1988. Em sua juventude, Paim foi filiado ao Partido Comunista do Brasil, motivo que qual chegou a ser preso. Estudou teoria leninista na Universidade Estatal de Moscou. O rompimento veio com a divulgação dos crimes de Stálin, em 1956. “Não dava para ficar no partido depois daquilo. Da minha geração, ninguém ficou", contou Paim em entrevista de 2019. Isso não impedia que ele fosse reconhecido por representantes da esquerda no Brasil e dialogasse com eles. Aldo Rebelo, ex-ministro dos governos do PT e ex-deputado federal pelo PCdoB, também prestou sua homenagem e lembrou de uma entrevista que fez com Paim, também em 2019. "O Brasil perdeu hoje o grande intelectual e historiador das ideias Antônio Paim", escreveu.

Alceu Gonçalves de Pinho Filho (?-2020) _

O Prof. Alceu entrou para a PUC-Rio em 1965, a convite do Pe. Roser S.J., diretor do Instituto de Física. Foi Coordenador Central de Pós-Graduação (1973-1974) e decano do Centro Técnico Científico (1975-1981).

Tomou posse como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), em 1973, e foi membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp). Participou da primeira diretoria da Sociedade Brasileira de Física (SBF), em 1966-1967, tendo sido seu presidente em dois mandatos (1971/1973/1975). Faleceu aos 86 anos.

O prof. Fernando Lázaro Freire Júnior (FIS) nos lembra um pouco de sua história em texto publicado no site da Academia Brasileira de Ciências:

O início acadêmico de Alceu Gonçalves de Pinho Filho em física se deu no começo dos anos 50 ao terminar o seu curso secundário e conhecer Ugo Camerini, físico italiano emigrado, que havia trabalhado com Cesar Lattes na Universidade de Bristol. Tal encontro aconteceu graças a alguns grandes acontecimentos que motivaram e propiciaram a interação de jovens estudantes com pesquisadores bem conhecidos, como a descoberta do méson pi por Cesar Lattes, colaboradores em 1947 e a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), em 1949.

Alceu graduou-se em 1956 em engenharia civil pela Escola Nacional de Engenharia, Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Permaneceu no CBPF até 1960, quando partiu para a Universidade de Paris (Orsay). Doutorou-se em 1963, sendo orientado pelo renomado físico nuclear Jean Teillac; no ano seguinte, fez pós-doutorado no Centro de Estudos Nucleares de Saclay.

Na PUC-Rio, desde 1965, além da incumbência de gerenciar a instalação de um acelerador de íons de porte médio (tipo Van de Graaff, com 4 MV no terminal) – o maior do país naquele momento –, foi responsável pela construção de um prédio especial (dez andares, com estrutura específica para segurança radiológica) para abrigar o acelerador, oficinas, pesquisadores e pessoal técnico administrativo.

A atuação do Prof. Alceu nos 23 anos que esteve na PUC-Rio foi enorme e marcante. Consolidou o Grupo de Física Nuclear, até então voltado apenas para radiações do meio ambiente. Investiu na formação de um Grupo de Física de Partículas Elementares, convidando em 1968 os profs. Erasmo Ferreira e Nicim Zagury para aglutinar o Grupo. Defensor extremado da importância da excelência nas universidades, participou da Reforma Universitária, de 1966, que transformou o Instituto para departamento. Foi coordenador de pós-graduação até 1971, quando passou a ser diretor do Departamento de Física.

Pesquisador experimental habilidoso e possuidor de forte base teórica, o Prof. Alceu foi coautor de mais de 50 publicações em física nuclear e física atômica. Seus orientados o têm em alta estima pelo rigor científico dos seus trabalhos. Dirigiu as aplicações do acelerador de íons da PUC-Rio para física atômica de camadas internas, assumindo posição de vanguarda mundial ao que viria ocorrer na maioria dos laboratórios similares.

Em 1989, transferiu-se para o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), como professor titular. Aposentou-se em 2000, tendo sido diretor-executivo da Fundação Universitária para o Vestibular da USP (Fuvest/USP) por alguns anos.

A física brasileira, e em particular, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, muito devem ao Professor Alceu.

Manoel Luiz Salgado Guimarães (1952 - 2010) _

O Departamento de História da PUC-Rio une-se a toda a comunidade de historiadores brasileiros na dor pela perda do professor Manoel Luiz Salgado Guimarães.

Querido por todos os que foram seus colegas e alunos, o Professor Manoel Luiz Salgado Guimarães começou o curso de graduação em História na PUC-Rio; graduou-se na UFF (1977); era mestre em filosofia pela PUC-Rio – orientando do professor Eduardo Jardim de Moraes – (1982); era doutor em história pela Freie Universität de Berlin (1987); e era professor do Departamento de História da UFRJ e do Departamento de História da UERJ.

Todos os Departamentos de História do Rio de Janeiro, os Centros de Pesquisa em História do Rio de Janeiro, a Direção da Associação Nacional de História (ANPUH), que Manoel presidiu entre 2007 e 2009, a Regional da ANPUH-Rio de Janeiro, seus colegas, alunos e ex-alunos, seus amigos e sua família convidam para a Missa de 7º dia que será celebrada pelo Professor Manoel Luiz Salgado Guimarães no dia 4 de maio, terça feira, às 12:30 horas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no Campus da PUC-Rio, na rua Marquês de São Vicente 225 (Gávea), no Rio de Janeiro.

Renato Cordeiro Gomes (1943-2019) _

(05 de setembro de 2019)

O prof. Renato Cordeiro Gomes possuía graduação com Bacharelado e Licenciatura em Letras pela UFRJ (1967), graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela mesma UFRJ (1965), mestrado (1985) e doutorado (1993) em Letras pela PUC-Rio (1993).

Era professor do Departamento de Letras, consultor ad hoc do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, da FAPERJ e da CAPES. Foi coordenador da área de Linguística, Letras e Artes, e de Comunicação da FAPERJ (2000 a 2005) e membro do Comitê Assessor de Letras e Linguística do CNPq (2006 a 2009).

Atuava na área de Letras, em Literatura Brasileira e Literatura Comparada, e na área de Comunicação. Desenvolvia as linhas de pesquisa Representação na Literatura e na Cultura das Mídias, Literatura e Experiência Urbana e Cultura de Massa e Representações Sociais. Suas pesquisas tinham como foco a representação da cidade moderna e suas derivações pós-modernas; o Rio de Janeiro; João do Rio; identidade cultural; cultura das mídias e literatura brasileira contemporânea. Nascido no Rio de Janeiro, foi professor da PUC-Rio por 46 anos.

Um dos seus principais livros, Todas as cidades, a cidade, reflete suas observações como flaneur, como o era João do Rio, sobre quem se especializou. A cidade, o cinema e a Literatura eram suas paixões. O professor Renato Cordeiro Gomes faleceu no Rio de Janeiro, aos 76 anos.

Carlos Gustavo Scheffer Migliora (? - 2011) _

O Prof. Gustavo era doutor em eletrofísica pelo Polytechnic Institute of New York e fez parte do Grupo de Radiopropagação do CETUC entre 1975 e 2006. Desenvolvia suas pesquisas na área de Antenas e Propagação, foi professor de graduação e de pós-graduação em engenharia elétrica e orientou diversos alunos de mestrado e doutorado no CETUC, além de participar dos programas pioneiros de pesquisa desenvolvidos em parceria com a Telebrás.

Para o Prof. Silva Mello, Gustavo “será lembrado pela diversidade de seus interesses, por ter sido um grande conhecedor de jazz, por seu companheirismo e por seu humor cáustico.”

Carlos Alberto Gomes dos Santos (?-2017) _

(14 de julho de 2017)

Com mestrado (1978) e doutorado (1995) em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, o Prof. Carlos Alberto Gomes dos Santos concentrou sua pesquisa em Filosofia da Ciência e era professor aposentado do Departamento de Filosofia, onde começou a lecionar em 1971. Foi diretor geral do departamento, coordenador de graduação, participante ativo de várias comissões acadêmicas e integrou por muitos anos o Conselho Diretor do Colégio Santo Inácio. Dedicou-se desde sempre a questões ligadas ao ensino de filosofia e à formação básica.

Segundo o Prof. Edgar Lyra, coordenador de graduação do Departamento de Filosofia:

Carlos Alberto foi um exemplo de pessoa afável, generosa e capaz de convívio com a diferença. [...]

Em nome do Departamento de Filosofia da PUC-Rio e de todos os que guardam na memória algo de suas lições deixo aqui o meu mais sincero e profundo agradecimento.

 

 

Ricardo Oiticica (? - 2013) _

O Professor Ricardo Oiticica, diretor do Instituto Interdisciplinar de Leitura – IILER - da PUC-Rio, morreu subitamente no dia 20 de outubro, pouco mais de um mês depois de ter assumido essa função. Era graduado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1984), mestre (1988) e doutor (1997) em Letras pela PUC-Rio. Foi pesquisador da Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio e professor adjunto do Centro Universitário da Cidade. Foi Leitor da Université Stendall, em Grenoble (França), editor do jornal Verve e pesquisador da Fundação Biblioteca Nacional.

Mensagem do Reitor da PUC-Rio:

"A PUC-Rio manifesta seu sentimento de pesar pelo falecimento do nosso querido Professor Ricardo Oiticica, atual diretor do Instituto IILER, ocorrido na madrugada do dia 20 de outubro. A Universidade estende todo o apoio e solidariedade à sua família, além das orações para que o Senhor Deus o receba na pátria definitiva e eterna. A ele, nossa profunda gratidão pelo que fez em prol de nossa Universidade."

Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J.
Reitor da PUC-Rio

Herch Moysés Nussenzveig (1933-2022) _

O prof. Nussenzveig (16/01/1933-05/11/2022) atuou no Departamento de Física da PUC-Rio entre 1983 e 1994.

Graduou-se no IFUSP, Instituto de Física da Universidade de São Paulo. Na mesma instituição, doutorou-se, em 1957, sob a orientação do Prof. Guido Beck, e iniciou sua brilhante carreira de professor. Na primeira metade da década de 60 frequentou o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e fez diversos pós-doutorados em universidades europeias de prestígio. De 1965 a 1975, fixou-se na Universidade de Rochester, onde tornou-se Professor Titular; nessa época, acolheu alguns alunos da PUC-Rio que tiveram que deixar o país. De volta ao IFUSP, foi seu diretor, de 1978 a 1982. Em 1983, mudou-se para o Rio, onde foi contratado como Professor Titular pelo Departamento de Física da PUC-Rio. A partir de 1994, passou a integrar o Instituto de Física da UFRJ.

Além de ser um pesquisador excepcional, detentor de vários prêmios e títulos internacionais, o Prof. Moysés Nussenzveig contribuiu enormemente para a formalização de uma estrutura científica no Brasil. Nesse particular, participou de instituições como a Academia Brasileira de Ciências, CNPq, IMPA, PRONEX, entre outras, em cargos como coordenador de programas, membro de Conselhos Deliberativos, membro de Comissão de Avalição e Conselho de Fundação.

Como professor, ficou conhecido em todo o país por sua singular didática. Sua excepcional coletânea Curso de Física Básica, ainda hoje é utilizada na formação básica de Físicos e Engenheiros.

A trajetória de Nussenzveig refletiu as vicissitudes históricas que marcaram o desenvolvimento da Física Brasileira na segunda metade do século XX. Quando entrou para o curso, em 1951, a Física estava no auge de seu prestígio, dado seu papel crucial no desenvolvimento de armas e energia nuclear, e a jovem comunidade brasileira de físicos, que já havia alcançado prestígio internacional, soube utilizar esse prestígio para criar e ampliar instituições voltadas para o desenvolvimento de pesquisa em Física. O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas foi talvez o resultado mais notável desse processo e foi lá que Nussenzveig iniciou sua carreira como professor e pesquisador, em 1956.

Quando Nussenzveig terminou sua graduação, em 1954, o Brasil ainda não tinha um sistema de pós-graduação institucionalizado, mas a USP contava em seu quadro de professores com a presença do físico alemão Guido Beck, que havia emigrado para a América Latina antes da segunda guerra mundial, escapando do nazismo. Beck foi um dos muitos estrangeiros que ajudou a formar as primeiras gerações de físicos brasileiros. Comprometido com a formação de novos pesquisadores, Beck reconheceu o talento de Nussenzveig e se prontificou a orientá-lo em uma tese sobre um problema de Ótica, campo no qual Nussenzveig ganharia reconhecimento internacional e ao qual dedicaria a maior parte de sua carreira. Além disso, Beck cuidou para que, após defender sua tese de doutorado, em 1957, Nussenzveig complementasse sua formação em estágios de pós-doutorado na Europa. Entre 1958 e 1960, ele passou pelas universidades de Eindhoven e Utrecht, na Holanda, pelo Instituto Nacional de Tecnologia de Zurique, na Suíça, e pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra.

Nussenzveig retornou ao CBPF no começo da década de 1960 com a experiência acumulada na interação com alguns dos grandes físicos da época para dar início à sua própria linha de investigação. Entretanto, a crise econômica que assolou o Brasil no começo daquela década tornou demasiadamente árdua a tarefa de fazer pesquisa no país. Juntamente com sua esposa, Micheline, também professora do CBPF, decidiu emigrar para os EUA onde conseguiu o emprego de professor visitante da Universidade de Nova Iorque. O casal Nussenzveig juntou-se aos muitos cientistas brasileiros que, nos primeiros anos da década de 1960, por razões econômicas, se viram impelidos a deixar o país em busca de melhores condições para a pesquisa, o que gerou um fenômeno conhecido como ‘evasão de cérebro’. Mas o que para eles seria uma estadia curta, até que a situação econômica do Brasil melhorasse, com o golpe civil-militar de 1964, agora por motivações políticas, acabou se estendendo por mais de uma década.

Tornou-se professor visitante do Instituto de Estudos Avançados de Princeton e, em 1965, mudou-se para a Universidade de Rochester, sede de um dos mais famosos e mais importantes institutos de Ótica do mundo, onde tornou-se professor titular.

Em Rochester, Nussenzveig acompanhou de primeira mão a revolução na Física promovida pela invenção do laser, crucial para o surgimento de novos campos de pesquisa, como a Ótica Quântica e a Ótica Não Linear. Nussenzveig foi também ator importante na criação e consolidação desses campos. Primeiro, porque ministrou os primeiros cursos de Ótica Quântica na América do Sul; na PUC-Rio, em 1968, e na Escola Latino-Americana de Física, em La Plata, Argentina, em 1970. E depois, porque as notas de aulas daqueles cursos deram origem ao livro Introduction to Quantum Optics (1973), um dos primeiros livros didáticos que ajudaram na formação de pesquisadores nesses novos campos, como o foram Nicim Zagury e Sérgio Resende em suas pesquisas pioneiras em Ótica Quântica.

Em termos políticos, Nussenzveig foi parte de uma rede de solidariedade que se formou nos Estados Unidos em prol dos cientistas e estudantes perseguidos pelo regime militar brasileiro. Um de seus atos de grande impacto na história subsequente foi acolher na Universidade de Rochester um talentoso estudante que havia sido expulso da PUC por meio do Decreto 477 do governo de Arthur Costa e Silva, em 1969 -- que, entre outras coisas, resultou na expulsão de estudantes considerados subversivos das universidades brasileiras. O Agente 477, como o estudante ficou conhecido, era o físico Luiz Davidovich, que concluiu seu doutorado em 1975 sob a orientação de Nussenzveig e se tornaria uma liderança internacional em Ótica Quântica e uma grande liderança institucional da ciência brasileira, inclusive presidindo a Academia Brasileira de Ciências.

Nussenzveig retornou ao Brasil em 1975 e, desde então, foi professor pesquisador no Instituto de Física da USP (1975-1983), do departamento de Física da PUC-Rio (1983-1994) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994-2022). Nesse período, ele continuou sua pesquisa em Ótica e deu início a uma nova linha de pesquisa em Biofísica, publicando e formando pesquisadores em ambas as áreas. Retornando ao Brasil em um período de expansão do sistema universitário, Nussenzveig dedicou-se também à melhoria do ensino de Física para a graduação e escreveu a coleção Física Básica, vencedora do Prêmio Jabuti, em 1999, e uma das principais referências dos cursos de Física básica nas universidades brasileiras. Ele contribuiu ainda para a divulgação científica e ensino básico por meio de projetos como a criação de kits científicos para atrair jovens do ensino médio para carreiras em ciência.

Membro atuante de várias instituições científicas, Nussenzveig contribuiu para estabelecer diálogo e cooperação entre físicos da América Latina e teve papel importante no Acordo de Não Proliferação de Armas Nucleares entre Brasil e Argentina. Por sua atuação multifacetada como pesquisador, professor, gestor e divulgador da ciência, ao longo de sua carreira Nussenzveig acumulou uma grande lista de distinções como a eleição como fellow da American Physical Society, da Optical Society of America e da Academia Mundial de Ciências TWAS, e prêmios como o Max Born, da Optical Society of America e a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Além de tudo, Nussenzveig foi um grande defensor da ciência e da democracia brasileira até seus últimos dias.

Andrea de Castro Coelho Cintra (1941-2015) _

A Professora Andrea Cintra, falecida em 31 de julho, estava aposentada desde 2006, após 40 anos de trabalho e dedicação ao Departamento de Psicologia da PUC-Rio como supervisora clínica, na área de criança, e professora da disciplina Psicoterapia Infantil. Em 1989, defendeu, no Departamento, a dissertação de Mestrado intituladaFantasia de doença e fantasia de cura: um estudo sobre a adolescência de classe popular, orientada pela Profa. Terezinha Féres-Carneiro.

A Profa. Flavia Sollero (PSI) lembrou traços da sua companheira de trabalho:

A Profa. Andrea Coelho Cintra foi minha “supervisora de emergência” várias vezes. Quando, no início da carreira, eu não sabia o que fazer, pedia socorro a ela, que jamais comentou sobre isso, com aquela elegância e aquele bom humor que lhe eram característicos! Não podemos nos esquecer de pessoas tão generosas como ela! Andrea foi uma grande supervisora de estágio, criativa, com tiradas de um bom humor surpreendente. E generosa colega de trabalho no SPA do Departamento de Psicologia.

A Profa. Maria Inês Garcia de Freitas Bittencourt (PSI) realçou, em depoimento, as qualidades de equilíbrio e simplicidade da Profa. Andrea, sua impecável postura ética e sua dedicação ao trabalho:

Foi uma professora exemplar, que conquistava os alunos com sua sabedoria, e uma colega queridíssima por todos os que conviveram com ela.

A ex-aluna Sonia Ferreira Vianna assim descreveu Andrea Cintra:

Andrea [...] foi minha professora na PUC-Rio em 1966, quando eu estava no 4º ano da faculdade. Nesta ocasião, dava aula de Técnica de Exames Psicológicos, mais especificamente testes de personalidade (teste de Rorschach), TAF (Thematic Apperception Test), CAT (Children Apperception Test) e muitos outros. Era uma professora dedicada e com grande capacidade de avaliação diagnóstica e de síntese. Ensinou-me com muita didática e clareza a fazer um diagnóstico diferencial entre psicose, neurose, psicopatia, sociopatia, etc. Isto me deu uma base sólida e segurança para a minha vida profissional.

(ex-professora do Departamento de Psicologia) (+31 de julho de 2015) 

Ângela do Rego Monteiro (1943-2021) _

Ângela Maria do Rego Monteiro, professora da PUC-Rio entre 2002 e 2016, faleceu aos 78 anos.  Formou-se em Jornalismo, na PUC-Rio, em 1963. Começou a carreira no Jornal do Brasil, a convite do jornalista e professor da PUC-Rio Alberto Dines. Passou pelo suplemento feminino de O Globo e, aos 21 anos, participou da fundação do caderno Ela, do qual foi editora. Na Bloch Editores, foi editora de moda durante oito anos. Ângela lembrou essa época como das melhores de sua vida – ia à Europa duas vezes por ano e “era muito paparicada”, pois a revista Manchete tinha prestígio no exterior.

Voltou ao Globo para trabalhar na coluna de Ricardo Boechat, em uma parceria que durou 20 anos. Sobre essa fase, Ângela coescreveu o livro Toca o barco: histórias de Ricardo Boechat contadas por quem conviveu e trabalhou com ele. Continuou na coluna de Ancelmo Góis, que substituiu Boechat. Ancelmo promoveu-a à editora.

Após a aposentadoria, voltou à PUC-Rio, como professora do Departamento de Comunicação Social.

Diversos depoimentos ao Portal dos Jornalistas lembram as histórias que ela contava, ao mesmo tempo palpitantes e pedagógicas. “Não dava vontade de sair de perto”, sintetiza o professor Célio Campos.

Sergio Roberto Gonçalves de Oliveira (?-2020) _

Formado em engenharia pelo IME em 1981, Sergio Roberto era professor do Departamento de Informática desde 1985.

Marcos Azevedo da Silveira (1952 – 2009) _

O Professor Marcos da Silveira fez a graduação em Matemática na PUC-Rio (1974) e o mestrado em Engenharia Elétrica também na PUC-Rio (1976). Desde seu regresso do doutorado na França (1981) era professor do Departamento de Engenharia Elétrica.

O Núcleo de Educação em Ciências e Engenharia (NECE) da PUC-Rio foi nomeado e sua homenagem em 2011.

Os depoimentos a seguir foram compilados pelo Professor Moisés Henrique Szwarcman, diretor do Departamento de Engenharia Elétrica da PUC-Rio.

Marco Aurélio Pacheco, Professor do Departamento de Engenharia Elétrica da PUC-Rio.

Prezados,

Quem nessa universidade não conhece Marcos da Silveira?  Mas é preciso que se diga algo.

Uma mente privilegiada, um raciocínio na velocidade da luz, um eloqüente interlocutor, um banco de informações  acadêmicas ambulante. Na verdade, o Marcos da Silveira bem podia ser comparado a uma tomografia computadorizada da PUC-Rio, tamanho e minucioso é o seu conhecimento sobre a universidade e as pessoas que nela trabalham.

Conversar com o Marcos é muito fácil,  só lhe cabe ouvir.
Um coisa sempre me chamou atenção. Quando se leva um assunto qualquer a ele, sua posição é colocada  com tanta clareza e profundidade que a sensação era de que ele tinha passado o dia anterior se preparando para conversar sobre o assunto com você.

Controverso, de posições muitas vezes criticas e de firmes opções pessoais, a que mais se destacou foi a sua opção por pensar a universidade e a engenharia.

Consagrado alpinista, Marcos escala agora uma montanha em direção a um cume onde ele acredita nada existir. Vai se enganar mas, como cientista vai por fim aceitar.

Marcos partiu mas ainda é "presente". Sua profusa oratória e conversas sem fim ainda ressoam nos corredores CTC; seu recente livro sobre Engenharia, nem de longe assimilado

Por tudo que o Marcos é para a PUC-Rio, nossos agradecimentos.

Tácio Mauro Pereira de Campos, Professor do Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio:

Caros

Existem e sempre existirão colegas que passam ou passarão, todos lembrados com muita saudade e afeição. Entretanto, poucos são e possivelmente serão os que não deixarão de permanecer, de forma indelével, em nosso meio. O Marcos da Elétrica é um destes poucos!
Motivos? Basta reler o escrito pelo colega Marco Aurélio para entender!

Foi um previlégio ter tido a oportunidade de conviver com o Marcos da Silveira!

Roland Scialom, Professor do Instituto de Computação da Unicamp:

Marcos é um camarada que ocupa na minha vida um lugar muito importante. Lamento não ter encontrado ele, recentemente, para dizer isso para ele, mais uma vez. Ele me inspirava amor, respeito e admiração. Foi um grande companheiro de aventuras intelectuais e esportivas. Nessas aventuras, ele era sempre vanguarda, e frequentemente era difícil acompanhá-lo. Gostaria de pensar que ele se foi para empreender a maior das aventuras dos homens, onde o espírito dos bravos se encontram depois de se libertar dos corpos.

PS: Dê uma olhada nessas duas fotos [ver fotos na coluna à direita] (Marcos da Silveira à esquerda e Roland Scialom à direita nas duas fotos; a primeira em Agulhas Negras, no Estado do Rio de Janeiro, e a segunda em Paris, França, ambas sem data).

Prof. José Eugenio Leal, Coordenador Setorial de Pós-Graduação do CTC:

Caros colegas:

Como colega e como Coordenador Setorial de Pós-graduação do CTC deixo aqui algumas palavras sobre a nossa perda do Marcos da Silveira.

Marcos da Silveira não teve muita interação comigo, como coordenador de Pós-Graduação.  Sua atuação mais direta foi relacionada a graduação, incluindo ai um excelente trabalho na criação de convênios de dupla-diplomação e intercâmbios. Na graduação trabalhou e contribuiu significativamente para a criação de um conceito de curso de engenharia moderno e adequado aos novos tempos, nas discussões internas, e com publicações, incluindo vários artigos em congressos  internacionais de ensino de engenharia e até orientando uma  tese de doutorado sobre o assunto.

No entanto, seu trabalho teve e terá impactos positivos profundos na nossa pós-graduação por muitos anos, pois ao dar a muitos dos  nossos melhores  alunos  uma oportunidade de expandir seus conhecimentos no exterior, ele os manteve na PUC e muitos deles fazem e farão a nossa pós-graduação com excelência.

Foi uma mente brilhante que buscava dar espaço a outras mentes brilhantes.

Ele deixa uma lacuna muito difícil de preencher e, não só por isso, será sempre lembrado no CTC e na nossa Universidade.

Profa. Ana Maria Abrantes Coelho, ex-aluna do curso de Física da PUC-Rio, formada em 1972, atualmente professora e pesquisadora do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio de Janeiro (mensagem recebida em 07/04/2010):

Fiquei sabendo hoje, quase um ano depois do falecimento de meu antigo e querido amigo Marcos. Descobri seu livro na Internet, fui olhar as informações sobre o autor, e vi a data de nascimento ao lado da data de 2009. Minha primeira idéia foi a de que o site estava desatualizado!!!

Depois eu percebi o que não queria nem imaginar. Que tristeza. Fui sua colega e amiga de últimos anos de graduação. Ele me introduziu ao alpinismo, além de me deixar tonta com todas as sua idéias sobre tantos assuntos, imaginem o Marcos com 20 anos, quanto entusiasmo!

Meu abraço sentido para toda a sua família, se chegar a ler isso. Lembro muito bem de sua irmã, seu irmão e sua mãe. Pelo que li ele teve uma vida de sucesso na PUC, deixa o que contar. Lamento não ter encontrado com ele mais recentemente, para falarmos sobre nossa vida.

Carlos Nobre Cruz (1953-2019) _

(15 de outubro de 2019)

Formado em Comunicação Social, com especialização em Jornalismo, pela PUC-Rio, foi professor e pesquisador do Departamento de Comunicação Social. Pesquisador associado do Nirema (Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente) da PUC-Rio, foi professor do curso de pós-graduação lato sensu História e Cultura Afrodescendente, do CCE-PUC-Rio. Ex-pesquisador do Centro de Estudos Afro-Asiáticos da Universidade Cândido Mendes (CEAA-Ucam), foi membro-consultor da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra, da OAB nacional.

Entre os seus livros, se destacam: Direto do front: a cobertura jornalística de ações policiais em favelas do Rio de Janeiro (Multifoco, 2006); O negro na Polícia Militar: cor, crime e carreira no Rio de Janeiro (Multifoco, 2010); Guia Patrimonial da Pequena África (Portal Cultural, 2014); Um abraço forte em Zumbi: pensamento e militância no front racial da Áfrika Carioka (Multifoco, 2015); Gomeia João: a arte de tecer o invisível (Portal Cultural, 2017).

O Departamento de Comunicação Social despediu-se do professor em seu site:

Carlos Nobre fez da vocação humanista e da luta contra o preconceito uma partitura. Expressava-a tanto nas redações pelas quais passou, como no Jornal do Brasil e em O Dia, quanto na carreira acadêmica. Na PUC-Rio, ele lecionava Técnicas de Reportagem e Jornalismo e Racismo, no Departamento de Comunicação Social. Era também pesquisador associado ao Núcleo Interdisciplinar de Memória Afrodescendente (Nirema).

Mestre em Ciências Penais, pela Universidade Cândido Mendes, ele estendeu à vida acadêmica o mergulho em temas como cidadania, igualdade e humanismo.

Nesse trilho temático, Nobre viraria um especialista sobre o Rei do Candomblé. Programava para novembro (2019), mês da Consciência Negra, o lançamento do Guia Afetivo sobre Joãozinho da Gomeia, a segunda biografia por ele dedicada a Gomeia. A primeira, Gomeia João: a arte de tecer o invisível, de 2017, fundamentou o enredo da [escola de samba] Grande Rio [...]

Com Joãozinho da Gomeia, o prof. Carlos Cruz com os Acadêmicos do Grande Rio foi vice-campeão no desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, em 2020.

 

Fernando Luiz Vieira Duque (? - 2012) _

O Prof. Fernando Luiz Vieira Duque faleceu em 16/01/2012, aos 91 anos de idade.

O Prof. Vieira Duque era professor titular do curso de Angiologia da Escola Médica de Pós-Graduação, e chefe do serviço de Angiologia do Hospital Geral da Santa Cruz da Misericórdia do Rio de Janeiro.

Formado em Medicina pela UFRJ, em 1943, Vieira Duque cursou Angiologia, em Portugal e foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Angiologia. Em 1962 foi convidado pela Universidade para dar início ao curso de Angiologia da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC-Rio, na qual trabalhou até sua morte.

“O professor Duque deixará muita saudade. Ele foi uma pessoa muito importante na sua área, ajudando a trazer a Angiologia para o Brasil”, disse ao Jornal da PUC o Dr. Ney Almeida, que assumiu a coordenação interina do curso.

Ulpiano Vázquez Moro S.J. (1944-2017) _

(22 de julho de 2017)

Nascido em Carrizo de la Rivera, em León, na Espanha, em 26 de janeiro de 1944, Pe. Ulpiano ingressou na Companhia de Jesus em 1961, na cidade de Salamanca, onde emitiu os primeiros votos, em 1963. No ano seguinte, transferiu-se para o Rio de Janeiro.

Graduado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira (1966) e em Teologia, pela Université Catholique de Louvain (1974), com mestrado e doutorado em Teologia pela Universidad Pontificia Comillas, de Madri, Pe. Ulpiano tinha experiência na área de Teologia, com ênfase em Teologia Fundamental.

Professor do Departamento de Teologia da PUC-Rio entre 1978 e 1981, lecionou as disciplinas Teologia Dogmática - Trindade (graduação), Tópicos de História da Teologia, Tópicos de Teologia Dogmática e Grupo de Estudos sobre Teologia e Espiritualidade (pós-graduação).

Ulpiano era um mestre na arte de conversar. E as conversações espirituais que mantínhamos nos retiros e orientações deixaram marcas indeléveis em mim e foram configurando-me, outra, nova, inteira na estatura que a vocação e a missão me traziam.  Quanto mais o conhecia, mais me impressionava. Era talvez o homem mais completo que já havia cruzado meu caminho. Pensador brilhante e extremamente erudito, era professor que preparava cada aula como se fosse a única. Aplaudido pelos alunos no final do curso, ria modestamente e procurava jamais colocar-se em evidência. Místico ardente, era igualmente mestre espiritual que ajudava na experiência de Deus desde as pessoas mais simples até as mais requintadas e letradas. Pastor dedicado e incansável, foi exímio formador de leigos cultos e inquietos, religiosos de ambos os sexos, e membros do povo de Deus de condição extremamente simples e humilde.  Para todos havia a linguagem adequada, a palavra precisa, o olhar e a acolhida carinhosa. Sacerdote devotadíssimo, guiou várias comunidades e paróquias no culto, na doutrina e na unidade. Suas celebrações e homilias atraíam pessoas não só da comunidade local, mas vindas de outras paragens, atraídas pelo fogo e a inspiração que emanavam do pregador exímio, cheio de conhecimento e entusiasmo pelo mistério de Deus.

Maria Clara Bingemer, Professora do Departamento de Teologia da PUC-Rio

 

 

Antonius Benkö S.J. (1920 - 2013) _

O Padre Benkö faz parte do grupo daqueles que podem ser reconhecidos como construtores da PUC-Rio, em especial daquilo que chamamos o modelo PUC, que pode ser caracterizado de muitas formas mas que, grosso modo, integra organicamente graduação e pós-graduação, ensino e pesquisa, excelência acadêmica e compromisso social, pioneirismo e tradição, colegialidade e participação, e unidade e diversidade.

Nascido em Pècs, na Hungria, estudou Teologia na Universidade Gregoriana de Roma e Filosofia e Psicologia na Universidade de Louvain, na Bélgica, onde também fez seu doutorado em Psicologia. Veio para o Brasil em 1954 e trabalhou na PUC-Rio entre 1957 e 1975, quando retornou à Europa na intenção de voltar para a Hungria. Impedido de voltar a seu país em função do fato de ter se naturalizado brasileiro em 1959, ficou na Áustria entre 1975 e 1996, quando finalmente conseguiu retornar ao país onde nascera e onde atuou como Professor da Universidade Católica Píter Rázmány até aposentar-se.

Na PUC-Rio, criou o Centro de Orientação Psico-Pedagógica, origem do SPA (Serviço de Psicologia Aplicada), em 1960; foi um dos construtores do Departamento de Psicologia, fundado em 1963; é também um dos fundadores, em 1965, do Mestrado em Educação, pioneiro no país e, em 1966, do Mestrado em Psicologia, igualmente pioneiro; fundou e dirigiu o Departamento de Teologia em 1968; foi o grande incentivador para que jovens professores fizessem seus doutorados em excelentes universidades do exterior e foi ainda um dos principais protagonistas da implantação da Reforma Universitária na PUC-Rio. Laboratório de experimentação para as reformas que se sucederam nas universidades brasileiras, a Reforma foi a grande responsável para que a PUC-Rio deixasse de ser apenas um excelente centro de formação de profissionais das diversas áreas do conhecimento para consolidar-se como uma universidade de pesquisa, com programas de pós-graduação, laboratórios, uma das melhores bibliotecas universitárias do país e intensa atividade de pesquisadores reunidos nos diversos Departamentos que, por sua vez, conformavam os Centros.

Respeitado por professores, funcionários e estudantes e dono de uma figura imponente, o Padre Benkö surpreendeu a todos ao participar como jogador de uma memorável partida de futebol em que se enfrentaram no antigo Ginásio um time formado por professores e outro por jesuítas, cujo capitão e craque principal era o Padre Viveiros de Castro S.J., que havia jogado no time juvenil do Botafogo. O Padre Benkö jogava de óculos, e consta que era meio perna de pau.

Homem de formação e sensibilidade interdisciplinar, o Padre Benkö teve grande influência na constituição do campo da Psicologia no Brasil. É dele a redação da proposta de criação da carreira de psicólogo no Brasil (1957) e, quando da criação oficial da carreira, foi o detentor do registro número 2 de psicólogo no Brasil (1962), documento que levou consigo na volta para a Hungria e que mostrava com prazer aos amigos brasileiros que o visitavam. Em 1964 tornou-se Presidente da Associação Brasileira de Psicologia Clínica, da qual foi também Vice-Presidente em 1967. Foi ainda Conselheiro e Vice-Presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro entre 1974 e 1975.

Em 2005 voltou pela última vez ao Brasil, para as comemorações dos 40 anos do Programa de Pós-Graduação em Educação. Em janeiro de 2007 o Padre Benkö recebeu a visita de Silvia Ilg Byington, pesquisadora do Núcleo de Memória da PUC-Rio, na residência em que morava em Budapest e compareceu à entrevista solicitada vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol. Neste ano de 2013, por ocasião dos 50 anos do Departamento de Psicologia gravou no dia 11 de novembro, 14 dias portanto antes de sua morte, via Skype, uma linda entrevista para o Departamento, disponível no youtube.

Todos aqueles que o conheceram como estudantes e que hoje são professores seniores das mais diversas áreas da PUC-Rio, se lembram dele com carinho e com admiração. Os que sabem de sua importância para a história da Universidade, mesmo sem tê-lo conhecido pessoalmente, partilham do mesmo respeito por ele, como atestam as mensagens reproduzidas abaixo. Na memória da PUC-Rio ele será sempre uma referência fundamental.

Mensagem do Professor J. Landeira-Fernandez, Diretor do Departamento de Psicologia:
"Prezados Colegas,
"Com pesar, comunicamos o falecimento do Pe. Antonius Benkö S.J., ocorrido em 24/11/2013, aos 93 anos, na cidade de Budapeste. Tivemos a oportunidade de entrevistá-lo, por Skype, por ocasião da comemoração dos 60 anos do Departamento. O Pe. Benko foi um dos responsáveis pela fundação do Departamento de Psicologia e o pioneiro na regulamentação da profissão do psicólogo no Brasil.”

Mensagem da Professora Margarida de Souza Neves, Coordenadora do Núcleo de Memória da PUC-Rio:
"Caros colegas do Departamento de Psicologia e de toda a PUC-Rio:
"O Núcleo de Memória quer unir-se a todos vocês na tristeza da perda do Padre Benkö e na alegria de tê-lo na vida e na memória da Universidade.
"Ontem, dia 25 de novembro, o Núcleo de Memória foi convidado para fazer uma apresentação na reunião convocada pela Reitoria e da qual participaram todos os que dirigem e coordenam os Departamentos, os Centros e a Administração Central da Universidade. Quando projetei uma fotografia do Padre Benkö, o Padre Josafá deu a notícia de sua morte e lembramos dele com muito carinho.
"Agradeço à Psicologia a divulgação da entrevista – provavelmente a última - que ele deu por ocasião dos 60 anos do Departamento. Gostaria de pedir autorização para por no site do Núcleo o link para essa entrevista. Quero também pedir a todos os que tenham fotografias ou depoimentos sobre o Padre Benkö que enviem esse material para o Núcleo de Memória (nucleodememoria@puc-rio.br) para que possamos tê-los no nosso site. As fotografias podem ser entregues na sala L263. Serão digitalizadas e devolvidas a seus donos.
"Um abraço a todos e que possamos chegar aos 93 anos - ou aos anos que nos caibam viver - com 'cabeça boa', como o Padre Benkö diz ter, na entrevista, e com o coração grande que ele sempre teve."

Mensagem do Professor José Carmelo, do Departamento de Educação:
"Colegas da PUC:
"Após ler as mensagens de Lucena, D´Abreu, Guida e dos demais colegas do CTCH, entendo que devo compartilhar com a comunidade PUC-Rio, a mensagem dirigida ao Pe. Benkö em 01/11/2013, no evento em que o Departamento de Psicologia homenageou seus ex-Diretores pelo 60º aniversário de sua criação.
"Para as novas gerações de puquianos é importante reconhecer o papel do Pe. Benko no contexto da reforma estrutural da PUC-Rio há meio século atrás.

Mensagem proferida no evento dos 60 anos de criação do Departamento de Psicologia em 01/11/2013:
"Ao representar o Pe. Benkö nesta homenagem, desejo que esta assembleia universitária - sobretudo os alunos mais jovens – vejam em mim, não apenas um amigo do homenageado.
"Desejo que me vejam sobretudo como alguém convocado pelo Pe. Benkö para participar do projeto de institucionalização da PUC-Rio, como universidade, como alma mater.
"Esta expressão tão comum nos EE.UU. – a universidade, como alma mater - expressa bem o processo quase MATRICIAL iniciado na década de 1960, por uma plêiade de scholars jesuítas, que moldaram naquele fase a PUC-Rio:
"- Röser, Hainberger, Cullen, Amaral Rosa, nas Ciências Exatas;
"- Ávila e Ozanam, nas Ciências Sociais;
"- Benkö, Schuab e Machado, nas Ciências Humanas.
"É neste contexto, que precisamente há 50 anos atrás - em setembro de 1963 - iniciava eu uma Pós-Graduação na Université Catholique de Louvain. Na mesma Louvain, em que Pe. Benkö se doutorou; na mesma Louvain em que Pe. Ávila coopta o Pe. Benkö para vir atuar na PUC-Rio.
"É sob este modelo de 'alma mater' - de uma matriz geradora na formação de novos quadros docentes e de pesquisadores, nos EE.UU. e em Louvain – que me percebo, como convocado pelo Pe. Benkö para participar de um projeto de institucionalização do modelo PUC-Rio de universidade, no qual dois outros momentos são muito marcantes para mim:
"- o primeiro momento ao final de 1965, quando Benkö, Aroldo Rodrigues e Eloiza Lopez Franco constituem o núcleo acadêmico do 1º Mestrado em Psicologia e em Educação no Brasil, e me torno então o seu Coordenador;
"- o segundo momento, em 1968, quando a PUC-Rio implementa sua reforma universitária, baseada no modelo norte-americano de Departamentos articulados em Centros. É neste momento em 1968, que um grupo de jovens professores é constituído pelo Pe. Benkö como os novos Diretores dos Departamentos do CTCH, e passam assim a ser denominados os BENKISTAS. Do mesmo modo que no CTC, sob a liderança do Pe. Amaral Rosa, outros jovens professores assumiram como Diretores os Departamentos do CTC, e eram denominados os AMARALISTAS...
"É portanto como um sincero benkista - alguém formado entre 1963-1968 sob a liderança do Pe. Benkö - que expresso a alegria imensa de ser o representante deste ilustre scholar jesuíta nesta assembleia universitária.
"Que bem longe daqui, lá na Hungria, na pacata cidadezinha de Pilisvorosvar, ecoe a minha saudação emocionada: obrigado, Pe. Benkö."

Mensagem da Professora Maria Apparecida Mamede Neves, do Departamento de Educação:
"Colegas queridos de 45 anos de PUC.
"Ao ler a mensagem de Carmelo sobre o Padre Benkö, muitas lembranças me afloraram sobre meu contato com o Padre Benkö e de quanto ele foi generoso para comigo.
"Eu entrei na PUC-Rio exatamente em 1968 para fazer o mestrado em Educação nos moldes novos (para a época). Lembro-me muito bem das conversas que tive, sem ser infelizmente uma Benkiana, com o Pe. Benkö. A ele devo muitas das principais informações sobre a legalização da profissão de Psicólogo, a banca que foi constituída para avaliar os que já atuavam na área, enfim, dados preciosos que me valeram a conclusão da dissertação de Mestrado em Educação - uma pesquisa de campo sobre a Formação do Psicólogo no Brasil.
"Na época, contra muitos que se opunham a que eu realizasse esse trabalho investigativo, por temerem a possibilidade de trazer a tona dados que pudessem fortalecer a guerra deflagrada pelos médicos psiquiatras contra a recente profissão, Pe. Benkö e Carlos Paes de Barros me apoiaram e garantiram a liberdade de realizar minha pesquisa. Esse trabalho logrou ser a primeira dissertação (na época chamada de tese) de Mestrado em Educação no Brasil, defendida em um programa de universidade brasileira credenciado para tal.
"Assim, com ternura e emoção assisti sua fala por Skype nas comemorações do Departamento de Psicologia e, com a mesma emoção, rezo agora por ele. Que outros de nós possamos ter como exemplo a disponibilidade de Padre Benkö."

Mensagem da Professora Ana Waleska Pollo Mendonça, do Departamento de Educação:
"Caros colegas,
Pe. Benkö foi, sem dúvida, uma figura fundamental para que a PUC-Rio fosse o que é hoje. Foi pioneiro em várias coisas. Foi responsável pela criação da nossa pós-graduação (Educação), primeira do Brasil, nos idos de 1965. Aliás, foi o grande responsável pela implantação da pós-graduação na área das ciências humanas em geral nesta universidade, num momento em que esta era ainda privilégio das áreas tecnológicas. Quem o conheceu e teve o privilégio de conviver com ele, aprendia sempre muito. Obrigada a vocês da Psicologia por partilhar conosco essa entrevista, possivelmente a última, que retrata tão bem a sua figura serena e ainda tão lúcida aos 93 anos."

Mensagem da Professora Vera Candau, do Departamento de Educação:
"Amigos e amigas,
"O Pe. Benkö foi/é uma pessoa muito especial. Sereno, atencioso e com visão de futuro foi fundamental para a pós-graduação em Ciências Humanas da PUC-Rio. Lembro, ainda aluna da PUC, das conversas com ele, sempre procurando que cada pessoa desse o melhor de si e nos incentivando a seguir em frente com entusiasmo. Certamente sua pessoa foi muito importante para a minha formação pessoal e profissional. E não sou a única..."

Mensagem do Professor Luiz Brandão, Diretor do Departamento de Administração:
"Em nome do Departamento de Administração, prestamos nossas condolências e pêsames pelo falecimento do Pe. Benkö. Os nossos sentimentos estão com os familiares e amigos neste momento de pesar."

Mensagem do Professor Luiz Roberto Cunha, do Departamento de Economia, Decano do CCS:
"Conheci Pe. Benkö quando aluno de Economia em 1967, já namorando Bebel, aluna de Letras, fui procurá-la numa das salas do Leme. Como ela estava em aula, coloquei a cara no vidro para que ela me visse... Quem veio me dar um 'puxão de orelha' foi o Pe. Benkö, que estava dando a aula. Depois fizemos retiros coordenados por ele e em 1970 ele nos casou na capela da PUC-Rio...
"Há muitos anos atrás, quando ele veio ao Brasil fui procurá-lo para relembrar os 'velhos bons tempos', ele sempre muito interessado em saber sobre a PUC e a vida dos seus amigos e ex-alunos."

Mensagem do Professor Carlos José Pereira de Lucena, do Departamento de Informática:
"Não me surpreende a serenidade do Pe. Benkö. Ele era uma pessoa ímpar quando programávamos juntos um 'enorme' computador no início dos anos sessenta e quando ele nos casou com carinho, sotaque e enorme amizade quase há 50 anos. Enorme saudade."

Mensagem do Professor José Carlos D'Abreu, do Departamento de Engenharia de Materiais:
"Pe. Benkö, personalidade forte e grande figura humana! Sua mensagem de amor, ao batizar minha primeira filha, ainda está muito presente entre nós. Que Deus acolha este grande amigo e conselheiro."

Mensagem do Professor Fernando Rizzo, do Departamento de Engenharia de Materiais:
"Como parte da 'velha guarda' que teve a oportunidade de conviver com Pe. Benkö durante seus anos na PUC-Rio, gostaria de também contribuir com esta série de depoimentos, endossando o reconhecimento de uma figura singular de nossa trajetória, pois além da expressiva contribuição para a implantação de um novo modelo acadêmico na Universidade, caracterizou-se pela seriedade, dedicação e generosidade com que tratava seus alunos e colegas.
"Agradeço ao Núcleo de Memória da PUC-Rio por registrar para as próximas gerações a relevante participação do Pe. Benkö em nossa história."

Mensagem do Professor Fernando Tenório, do Departamento de Psicologia:
"Realmente foi uma alegria que o Departamento e os professores que o conheceram pessoalmente tenham podido homenageá-lo em vida. Ele deve ter ficado realmente muito contente com os 60 anos do Departamento e com a homenagem.
"Tem um samba do Nelson Cavaquinho que se chama 'Flores em vida' e que diz: 'me dê as flores em vida, o carinho e a mão amiga, para aliviar meus ais. Depois que eu me chamar saudade, não preciso de vaidade, quero preces e nada mais'.
"Parabéns a vocês que deram as flores em vida."

Mensagem da Professora Eliana Freire, do Departamento de Psicologia:
"Como eu disse há pouco ao Bernard Rangé, colega de turma da psicologia em 1967 [...], quem conviveu com essa imensa, forte, sabia, exigente e amorosa figura que foi o Pe. Benkö jamais esquecerá! Em sua última entrevista no Skype, muitas boas memórias me vieram com sua voz de barítono dramático ao fundo. Ai de nós alunos que ousássemos chegar um minuto atrasados! Velhos tempos!
"Lamento muito a perda de nosso mestre, mas certamente foi uma vida vivida plenamente. E este recado do amor que ele nos deixa, na entrevista no Skype, creio estar gravado a ferro e fogo em nossos corações.
"Somos mesmo abençoados por termos convivido com ele."

Mensagem da Professora Elizabeth Ribeiro, do Departamento de Psicologia:
"Vi o vídeo do Padre Benkö agora e fiquei profundamente emocionada. Padre Benkö foi meu primeiro professor e foi muito importante para mim. Foi muito bom ter esse depoimento dele. O Carmelo sempre dizia que ele estava bem, mas acabei nunca escrevendo para ele. Poder ouvir uma última vez as coisas que ele dizia - sobre a importância do outro - fez muito bem."

Mensagem da Professora Regina Murat, do Departamento de Psicologia:
"Tenho as fotos da festa de 40 anos do SPA (maio de 2000), quando Pe. Benkö esteve pela última vez no Brasil. Na época, eu era a Coordenadora do SPA. O Departamento já enviou estas fotos para vocês no Núcleo de Memória? Se não, posso levar na próxima semana."

Mensagem do Professor Augusto César Pinheiro da Silva, do Departamento de Geografia e Meio Ambiente:
"A apresentação e citação, pela Professora Margarida de Souza Neves, do Núcleo de Memória da PUC-Rio, do Pe. Benkö no evento ocorrido no dia 25 de novembro na Casa de Retiro de São Conrado foi uma homenagem muito bonita para uma personalidade fundante da instituição. Para quem não o conhecia a sua história como eu, essa homenagem ficará guardada na memória presente."

Maria Adelaide Ferreira Gomes (-2022) _

A profa. Maria Adelaide Ferreira Gomes (-07/12/2022) foi graduada em Serviço Social pela PUC-Rio (1969) e professora da PUC-Rio entre 1984 e 2014, foi também professora da Faculdade de Serviço Social do Rio de Janeiro e da Universidade Gama Filho.

Alguns ex-Alunos manifestaram-se:

Minha querida e inesquecível professora, a PUC-Rio perde uma excelente profissional, ela, que mesmo afastada, estava sempre pronta a dar uma palavra de apoio a quem precisava dos seus conhecimentos.

Grande professora, muito querida! Com seu olhar atento e carinhoso, sempre pronta para ouvir e ajudar! Perdemos muito, mas sou grata por ter recebido os seus ensinamentos!

“Minha amada professora! Que exemplo de profissional! Os maiores ensinamentos vieram dela. Obrigado por tudo, Maria Adelaide!

Muito triste. Grandes aprendizados, saberes e experiências profundas. Professora sensível com a dor alheia. Nunca me esquecerei quando me acompanhou diariamente durante minha enfermidade cardíaca. Serviço Social em profundo luto.

Páginas