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Professores

Títuloordem crescente Código Data Descrição
Zélia Domingues Mediano (?-2020) _

Professora aposentada da PUC-Rio, Zélia Mediano foi, por muitos anos, professora do Departamento de Educação, diretora do Departamento, pesquisadora e colaboradora de projetos e empreendimentos do Departamento e da Universidade. Seu trabalho trouxe inestimável contribuição à consolidação da Pós-Graduação, na década de 1970, e à reforma da Graduação, em 1990. Quando se aposentou, mudou-se para Sapucaia, no estado do Rio de Janeiro, e ali deu início a um projeto de educação de base de grande impacto no município e em municípios vizinhos.

Yara Wall (1935 - 2011) _

Um aneurisma foi a causa do falecimento de Yara Wall, ex-professora de Pedagogia da PUC-Rio. Aos 76 anos, a pedagoga era considerada por muitos uma mulher irreverente e agregadora.

A Profa. Emérita Maria Aparecida Mamed lembra de Yara como uma pessoa muito importante para o departamento e ressalta que a personalidade dela era muito marcante.

– Yara era amada por todos os departamentos porque ela sabia traduzir as necessidades de cada saber e o que ela podia oferecer em relação às práticas didáticas – afirma a professora.

Yara coordenou o curso de graduação de Pedagogia e deu aulas para vários professores que atuam hoje no Departamento de Educação. Na PUC-Rio, ela cursou mestrado em Educação e foi professora assistente durante 34 anos, até 2006.

A Profa. Maria Inês Marcondes, ex-aluna da pedagoga, hoje Coordenadora da Pós-Graduação, diz que Yara tinha uma maneira muito inovadora de dar aula e que agradava a todos.

– Ela sempre estava antenada e estudando os autores novos, trazendo novos questionamentos para a sala de aula. Quando fui aluna dela, achava muito interessante porque ela instigava muito bem o aluno – conta Maria Inês.

Para o Prof. Emérito José Carmello Carvalho, a presença de Yara foi essencial para a construção do departamento.

– Ela e outras professoras emblemáticas foram capazes de construir um departamento (de Educação) pequeno, mas de extrema importância.

Muitos professores do Departamento sentiram a morte dela, porque, segundo a Profa. Maria Rita Passeri, além de ser querida por todos, foi uma morte inesperada.

Luisa Paciullo e Júlia Morani
Publicado no Jornal da PUC no. 250, de 28/11/2011
Projeto Comunicar

Wilson Luis (Lula) Branco Martins (1964-2017) _

(27 de março de 2017)

Lula Branco Martins faleceu aos 53 anos devido a um AVC. Foi aluno da Universidade, estagiou no Jornal da PUC em 1989, e era professor desde 2006, atuando no Departamento de Comunicação Social. Editor de publicações importantes como a Revista de Domingo, do Jornal do Brasil, e a revista Rio Samba e Carnaval, foi também colunista da revista Veja Rio e do jornal O Globo.

            Nas palavras de Gabriela de Vicq, do Jornal da PUC:

Professor performático, editor perfeccionista, compositor de enredos carnavalescos, mágico, romântico, cantor de ópera, imitador de Chico Buarque, beatlemaníaco, torcedor do América, viciado em Coca-Cola Zero, fazedor de listas, cariocólogo... Em todos esses papéis, uma coisa em comum: a autenticidade. Lula Branco Martins projetava intensidade em tudo o que se propunha fazer. E ele fazia muitas coisas diferentes. Projetos, festas, debates, sites, livros, aulas. Foram muitos os que passaram pela vida de Lula – todos atravessados por ele e tocados de alguma forma pela criatividade e originalidade do jornalista.

            O Professor Miguel Pereira lembrou, em depoimento, que Lula já se destacava por suas ideias desde a época em que estagiou no Jornal da PUC: “Lula Branco Martins era uma usina de ideias”.

            Como professor, marcou a todos com a sua “Aula das Bolinhas”, atividade conjunta das turmas de Comunicação Impressa: cabia aos alunos arremessar bolas em cestas para indicar, entre as notícias lidas pelos professores, as mais adequadas para os diferentes veículos – rádio, mídia impressa ou televisão:

Ele era uma figura absolutamente fantástica de se conviver. Às vezes, antes da reunião de pauta, ele perguntava se podia tocar violão para se expressar melhor. Fazia uma apresentação, e era sempre brilhante. Também não era raro ele aparecer na redação de madrugada, meio de pijama, falando que tinha surgido uma ideia e que precisava desenvolvê-la na hora. Ele era capaz de se dedicar a um projeto com esse tipo de entrega, tanto no plano pessoal quanto no profissional. Morreu o último jornalista romântico.

Maurício Lima, jornalista

 

 

Verônica Rodrigues (1957 - 2012) _

A Profa. Verônica era graduada em Arquitetura e Urbanismo pelo Instituto Metodista Bennett (1983) e mestre em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2006). Foi consultora do projeto de criação do curso de Arquitetura em 2001 e desde 2002 atuava como professora da Universidade.

Seu pai, o arquiteto Sergio Rodrigues, de quem era sócia no escritório Sergio Rodrigues Design e Móveis, disse ao Jornal da PUC que desde pequena Verônica demonstrou interesse por arquitetura, frequentava sua loja de design e o auxiliava a arrumar os móveis dispostos na varanda do apartamento onde moravam. Dizia que gostava de morar numa casa diferente das demais.

Para o Prof. Fernando Betim, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, “Verônica tinha sensibilidade em relação ao ensino. Lançava um olhar humanista em disciplinas mais formais e trazia a simplicidade. Ela tinha uma técnica muito apurada e sabia traduzir isso para a sala de aula. Sua doçura, competência e amizade foram marcas fundamentadoras da construção do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio.”

O Jornal da PUC apurou que “Verônica era apreciadora de música brasileira e de cinema, gostava de cozinhar e de cantar e participava de coros familiares. Leitora voraz, fazia doutorado em Letras pela PUC-Rio e em sua tese buscava associar a personalidade dos personagens de ficção ao interior de ambientes descritos nas obras. Verônica faleceu de câncer no dia 13 de março, dois dias antes de seu aniversário, aos 55 anos. Deixou duas filhas, uma designer e outra estudante de arquitetura.”

Vera Magiano Hazan (?-2021) _

A profa. Vera Hazan era arquiteta e urbanista, tendo atuado nas áreas de projeto, ensino, pesquisa e extensão. Reconhecida por sua participação assídua no debate público sobre a Arquitetura e a vida nas cidades, era membro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e do Conselho de Arquitetos e Urbanistas do Rio de Janeiro, atuando na Comissão de Formação e Exercício Profissional do CAU-RJ.

Nota do Departamento de Arquitetura e Urbanismo:

Professora e orientadora devotada e multipremiada, Vera era também supervisora do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo do nosso DAU, estando à frente de projetos de grande destaque, entre eles a Estação Avançada de Pesquisa de Fernando de Noronha da Marinha do Brasil e o novo auditório da PUC-Rio.

Vera foi uma defensora incansável da chamada acessibilidade universal em arquitetura, e nos últimos anos vinha se dedicando – com grande sucesso e reconhecimento internacional – à Arquitetura Humanitária, com projetos e ações voltadas para refugiados e pessoas em situação de rua. Um texto seu sobre este tema foi publicado na prestigiosa revista V!rus.

A contribuição de Vera tanto para o nosso DAU quanto para a PUC-Rio é inestimável – nós sentiremos sua falta por muito, muito tempo.

Ulpiano Vázquez Moro S.J. (1944-2017) _

(22 de julho de 2017)

Nascido em Carrizo de la Rivera, em León, na Espanha, em 26 de janeiro de 1944, Pe. Ulpiano ingressou na Companhia de Jesus em 1961, na cidade de Salamanca, onde emitiu os primeiros votos, em 1963. No ano seguinte, transferiu-se para o Rio de Janeiro.

Graduado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira (1966) e em Teologia, pela Université Catholique de Louvain (1974), com mestrado e doutorado em Teologia pela Universidad Pontificia Comillas, de Madri, Pe. Ulpiano tinha experiência na área de Teologia, com ênfase em Teologia Fundamental.

Professor do Departamento de Teologia da PUC-Rio entre 1978 e 1981, lecionou as disciplinas Teologia Dogmática - Trindade (graduação), Tópicos de História da Teologia, Tópicos de Teologia Dogmática e Grupo de Estudos sobre Teologia e Espiritualidade (pós-graduação).

Ulpiano era um mestre na arte de conversar. E as conversações espirituais que mantínhamos nos retiros e orientações deixaram marcas indeléveis em mim e foram configurando-me, outra, nova, inteira na estatura que a vocação e a missão me traziam.  Quanto mais o conhecia, mais me impressionava. Era talvez o homem mais completo que já havia cruzado meu caminho. Pensador brilhante e extremamente erudito, era professor que preparava cada aula como se fosse a única. Aplaudido pelos alunos no final do curso, ria modestamente e procurava jamais colocar-se em evidência. Místico ardente, era igualmente mestre espiritual que ajudava na experiência de Deus desde as pessoas mais simples até as mais requintadas e letradas. Pastor dedicado e incansável, foi exímio formador de leigos cultos e inquietos, religiosos de ambos os sexos, e membros do povo de Deus de condição extremamente simples e humilde.  Para todos havia a linguagem adequada, a palavra precisa, o olhar e a acolhida carinhosa. Sacerdote devotadíssimo, guiou várias comunidades e paróquias no culto, na doutrina e na unidade. Suas celebrações e homilias atraíam pessoas não só da comunidade local, mas vindas de outras paragens, atraídas pelo fogo e a inspiração que emanavam do pregador exímio, cheio de conhecimento e entusiasmo pelo mistério de Deus.

Maria Clara Bingemer, Professora do Departamento de Teologia da PUC-Rio

 

 

Thierry Linard de Guertechin S.J. (1944-2022) _

A PUC-Rio recebeu com pesar a notícia da morte do Pe. Thierry Linard de Guertechin S.J. (07/04/1944-30/01/2022), ocorrida em São Paulo.

Thierry era belga e fez na Bélgica sua formação como demógrafo, doutor em Demografia, e como jesuíta. Em 1975, veio para o Brasil. Foi professor no então Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio, de 1975 até os anos 1990. Foi também professor do IBRADES (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento) e, por anos, morou e atuou na Rocinha, como assessor de movimentos sociais e como pároco. Em 1998, quando o IBRADES foi transferido para a Brasília, o Pe. Thierry também se transferiu para lá, trabalhou e dirigiu o Instituto. Participou ativamente da Comissão Nacional de Justiça e Paz e coordenou atividades do Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida. Foi também assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e diretor do Centro Cultural dos Jesuítas em Brasília.

Os que convivemos com ele na PUC-Rio, lembraremos a presença serena de Thierry no campus, sempre com seu cachimbo aceso no canto da boca quando passava pelos pilotis, depois das aulas e reuniões no Departamento. Na Rocinha, onde viveu e atuou, será sempre lembrado com carinho e reconhecimento. E, em Brasília, onde vivia e trabalhava ultimamente, certamente fará muita falta.

Nota publicada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB):

Faleceu na madrugada deste domingo, 30 de janeiro, o padre jesuíta Thierry Linard de Guertechin, missionário jesuíta que atuou como assessor especial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), responsável por contribuir na construção das Análises de Conjuntura. Ele se encontrava em tratamento de saúde em São Paulo (SP). Um ano antes de sua ordenação, nutria o desejo de atuar como missionário na Índia, mas fora desaconselhado pelo padre geral da congregação, por conta das dificuldades de conseguir visto para o país. Os padres brasileiros, que conheceu no curso de Teologia, o estimularam a vir ao Brasil dedicar-se à missão. Assim, meses depois da sua ordenação, em 13 de novembro de 1975, Thierry viajou ao Brasil. No Rio de Janeiro, trabalhou por 20 anos, com atuação na PUC-Rio, como professor, e na favela da Rocinha, onde se instalou. Além da formação em Filosofia e Teologia, tinha mestrado em Demografia, pela Universidade Católica de Louvain e em Geografia pela Universidade de Liège, Bélgica. Foi professor na PUC-Rio de 1975 a 1996, no departamento de Sociologia e Ciências Políticas.Atuou no Instituto Brasileiro de Desenvolvimento, IBRADES/Centro João XXXIII, do qual foi diretor. Na Rocinha, manteve um trabalho pastoral e forte ligação com a comunidade. Ali, deu início à Ação Social Padre Anchieta (ASPA), de que foi assessor e diretor espiritual.

Entre os temas abordados em suas publicações, destaca-se economia do desenvolvimento, população, migração internacional, formação social e política. Entre as contribuições para a reflexão dos bispos, padre Thierry ofereceu o Mapa das Religiões, publicação sobre a pertença religiosa no Brasil, a partir dos censos do IBGE. Em 1998, com a mudança do Ibrades para Brasília (DF), padre Thierry mudou-se para a capital federal, onde também se tornou membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese e da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), organismo vinculado à CNBB. Foi diretor do Centro Cultural de Brasília de 2005 a 2011 e chegou a acompanhar a Comunidade de Vida Cristã (CVX) e ter ministérios na periferia. Mais recentemente, foi coordenador do projeto Diálogos em Construção do Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (Olma). Em Brasília, contribuiu como assessor especial e perito para as Análises de Conjuntura, além de assessorar em todo o país dioceses, comissões, pastorais e organismos da Igreja.

Nota publicada no Jornal Fala Roça:

Espremida entre moradias e comércios no Largo do Boiadeiro, a capela Nossa Senhora Aparecida guarda histórias. Uma delas, lembrada por moradores católicos, é de um homem branco, estrangeiro, com sotaque belga e mangas arregaçadas. Era o Pe. Thierry Linard de Guertechin, que ajudou a “virar a laje” com a ajuda de fiéis, na década de 80. [...] Pela proximidade com a [PUC-Rio], passou a frequentar a Rocinha e se apaixonou. Ele acreditava que para acabar de vez com o assistencialismo, que não resolve o problema da favela, os moradores deveriam organizar a vida social. Numa entrevista ao jornal Tribuna da Imprensa, em 1984, avaliou a potencialidade dos moradores. “Um grupo organizado se faz ouvir sem precisar estar ligado a partidos políticos. A força do grupo leva à obtenção dos objetivos”, disse ele ao criticar o conformismo.

Para Linard, o conformismo gera o imobilismo dos moradores, que preferiam deixar os problemas para as autoridades resolverem. Por meio das inúmeras atividades que os centros comunitários passaram a desenvolver, provocou os moradores a pensar sobre os problemas mais imediatos de suas vidas, transformando o conformismo em luta, sem esperar os favores caírem dos céus.

Na Rocinha, enfrentou inúmeros desafios com os jesuítas porque seus superiores, a quem devia obediência, não viam com bons olhos o trabalho na favela. Comprou uma casa na antiga Rua 4 e, assim como os moradores da localidade, viu sua residência dar espaço para a famosa Rua Nova depois das obras do PAC 1, em 2010. A casa lhe servia de moradia, mas também abrigava encontros das pastorais da capela na década de 90 e início dos anos 2000.

Nos anos 80, participou dos mutirões de limpeza, canalização das valas e construção de moradias dignas, além de reivindicar melhores condições de vida para os moradores. O trabalho pastoral foi estendido à Ação Social Padre Anchieta (ASPA), de que foi assessor e diretor espiritual, participando ativamente, mesmo à distância, por chamadas de vídeos.

Colaborou durante anos com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) como assessor especial e integrou o grupo de peritos que produz a Análise de Conjuntura mensal para a entidade. Em Brasília ficou 20 anos e esteve à frente do extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento (Ibrades) e do Centro Cultural de Brasília, uma instituição dos padres jesuítas. Também trabalhou no Observatório de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida. Mesmo após esses anos vivendo no Brasil, o padre não perdeu seu sotaque e falar o português foi uma de suas maiores dificuldades. “O que me consola é que as pessoas são muito amáveis e dizem que o meu sotaque é charmoso”, dizia o religioso. Muito querido por todos, o religioso colecionou amigos na Rocinha. Ao longo dos anos, ele batizou inúmeras crianças. Maria Coelho, secretária da capela Nossa Senhora Aparecida, passou a catalogar os batizados feitos pelo padre de 1981 até 2020. Entre 1981 e 1985, 1101 batismos passaram pelas mãos de Linard.

Therezinha Arnaut (-2022) _

Terezinha Arnaut (-14/09/2022) foi uma das pioneiras da chamada segunda geração do Serviço Social, isto é, aquela formada entre os anos de 1950 e 1965. Graduou-se na Escola de Serviço Social do Instituto Social, hoje Departamento de Serviço Social e dedicou a sua vida acadêmico-científica a contribuir na formação de novos profissionais e a participar no esforço coletivo de resposta aos desafios teórico-práticos da disciplina.

Foi supervisora de campo de estágio, professora da graduação e da pós-graduação, além dos cargos administrativos assumidos, tal como o de diretora do Departamento, numa trajetória que cobriu os anos entre 1965 até 1999.

Atenta ao contexto histórico, conjugando prática e ensino, participou de eventos relevantes do Serviço Social representando a Universidade, assim como organizou seminários e cursos sobre temas desafiadores e inovadores para a reflexão interna e de pesquisa dos docentes e discentes. Em 1989, o seminário Envelhecimento: um Desafio dos dias de hoje, organizado em parceria com a Associação Nacional de Geriatria - Seção Rio de Janeiro e o Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais, e, em 1992, o Projeto Novidade, que abriu a Universidade para pessoas com mais de 60 anos frequentarem um curso com aulas expositivas e outras práticas pedagógicas envolvendo exposições sobre Filosofia, Psicologia, Sociologia, Ética e problemas sociais, entre outros assuntos, são exemplos desse trabalho.

Na mesma direção - integrar ensino, pesquisa e extensão - iniciativas foram realizadas na área da matéria sobre família, na graduação e pós-graduação, sobressaindo-se o seminário Família, ontem, hoje, amanhã, em 1990, cuja documentação serviu de base a estudos variados e novos projetos. No campo da inserção na comunidade de capacitação e assessoria na área social, é bom salientar sua passagem como presidente do Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais (CBCISS), organização representante do Conselho Internacional de Bem-estar Social (ICWS).

Mas o olhar do passado, no existir do presente, deixa saudades da professora que tinha a capacidade de falar e ouvir, mover-se no mundo no seu tempo histórico com crítica, criatividade e solidariedade. 

Texto com a colaboração da profa. Ilda Lopes (VRAC)

Tarcísio Padilha (1928-2021) _

Tarcísio Meirelles Padilha, ex-aluno e ex-professor de História da Filosofia da PUC-Rio, era membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e faleceu aos 93 anos.

Além da PUC-Rio, foi professor titular de filosofia, chefe do Departamento de Filosofia e diretor do Departamento Cultural da UERJ, professor de filosofia, pedagogia e sociologia da Universidade Santa Úrsula, membro do corpo permanente da Escola Superior de Guerra, professor de história da filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor do Departamento de Filosofia e coordenador do mestrado e do doutorado em filosofia da Universidade Gama Filho.

Publicou vários títulos em Filosofia, Ética e temas do Catolicismo. Na esfera editorial, foi diretor de Filosofia da Enciclopédia Verbum, de Lisboa; diretor da Coleção Filosofia, da editora Agir; e coordenador da Coleção Brasil em Questão, da José Olympio. Também foi membro do conselho editorial das revistas francesas Philosophie (Grenoble), Itinéraires philosophiques (Atenas) e Aletheia, da Internationale Akademie für Philosophie, além de coordenador da Bibliografia Filosófica Brasileira do Institut International de Philosophie, da UNESCO.

Foi eleito para a ABL em 1997, na sucessão de Mário Palmério, como o quinto ocupante da Cadeira No  2.

Sônia de Camargo (1928-2014) _

A Professora Emérita Sonia de Camargo foi fundamental para a implantação do curso de graduação em Relações Internacionais da PUC-Rio, primeiro do Brasil em sua área. Cientista política, fez graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1964), mestrado em Ciência Política na Faculdad Latinoamericana de Ciencias Sociales (1972), doutorado em Ciência Política na Universidade de São Paulo (1981) e pós-doutorado na Asociación de Investigación y Especializacón En Temas Iberoamericanos (1990).

Professora da PUC-Rio desde 1977, a sua trajetória se mescla com a do Instituto de Relações Internacionais (IRI), criado em 1979, do qual foi diretora em duas oportunidades. Sonia de Camargo implementou também o doutorado em Relações Internacionais, pioneiro no país, e deixou a sua marca no nível de excelência alcançado pelo IRI, considerado um dos melhores do Brasil.

Em agosto de 2012, a professora foi homenageada com o fotolivro Sonia de Camargo e a PUC-Rio, desenvolvido pela equipe do Decanato do Centro de Ciências Sociais com imagens, fotos e depoimentos de amigos e companheiros da Universidade. Na ocasião, o Reitor Professor Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. expressou o grande orgulho de tê-la na Universidade:

O apreço e o amor que tem por esta casa sempre acompanhou sua trajetória. Com uma semente pequena, Sônia apostou no trabalho e, determinada, fez com que a semente crescesse e virasse uma árvore grande com muitos frutos. Só tenho a agradecer por sua dedicação.

(Departamento Instituto de Relações Internacionais) (+23 de julho de 2014)

Sílvia Beatriz Alexandra Becher Costa (1954-2014) _

A Professora Sílvia Becher era graduada pela PUC-Rio em Letras - Português-Inglês (1976) e Tradutor/Intérprete - Português/Inglês (1977). Fez o mestrado em Letras em 1980 e o doutorado em Administração em 2006, ambos pela PUC-Rio. Foi também professora da UFRJ, desde 1987, e do Colégio Pedro II, desde 1981. Seu principal interesse de pesquisa tornou-se a linguagem e o desenvolvimento profissional, com ênfase em processos de coaching aos profissionais em formação em organizações empresariais e em sistemas escolares.

No Departamento de Letras da PUC-Rio, coordenava o grupo de pesquisa Práticas Discursivas em Orientação para o Desenvolvimento Profissional. Profissional entusiasmada com o seu trabalho, era também Diretora do Instituto Confucius.

(Departamento de Letras) (+12 de dezembro de 2014)

Sergio Roberto Gonçalves de Oliveira (?-2020) _

Formado em engenharia pelo IME em 1981, Sergio Roberto era professor do Departamento de Informática desde 1985.

Sérgio Luiz Bonato (?-2015) _

O Prof. Bonato era graduado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1979) e Mestre em Educação pela Uerj (1998). Atuava como professor pesquisador na área de educação comunitária e na Graduação no curso de Comunicação Social. Desde 2003, Bonato atuava no Núcleo de Comunicação Comunitária do Projeto Comunicar e organizava cursos e oficinas para agentes da Pastoral da Comunicação e moradores de favelas do Rio. Era também pesquisador pela Capes/UAB na área de Educação e Comunicação a Distância na Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), em projeto desenvolvido em conjunto com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, Faperj.

Professor da PUC-Rio desde 1992, Bonato faleceu no dia 29 de maio. Filósofo e mestre em Educação, o professor foi um dos idealizadores do Fundo Emergencial de Solidariedade da PUC-Rio (Fesp), em 1997, para prestar auxílios de transporte e alimentação a alunos com bolsas comunitárias. Em 1996, foi um dos idealizadores da FEVUC - Feira de Valores da Universidade Católica.

A secretária Maria de Belém, da Pastoral Universitária Anchieta, enfatizou o engajamento de Bonato em trabalhos sociais e a importância da contribuição dele à Universidade por meio do Fesp:

Sérgio deixou para a universidade o Fundo Emergencial de Solidariedade, projeto que foi criado para alunos bolsistas sem renda para transporte e alimentação. No início, o projeto alcançava somente 30 pessoas, mas, com o passar do tempo, Sérgio sensibilizou a Universidade e, hoje, mais de 800 alunos estão inscritos. Desde 1997, ano inicial do projeto, muitas pessoas foram alcançadas. Sérgio era uma pessoa muito humilde. Todos que chegavam a ele com problemas e preocupações podiam contar com sua ajuda. Ele sempre arranjava uma maneira de minimizar ou até mesmo de chegar à solução de um problema.

Foi Presidente da Federação das Associações de Moradores do estado do Rio de Janeiro (Famerj) e dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT). Além de fundador da Central de Movimentos Populares (CMP), participou do movimento das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) dentro da Igreja Católica, e do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, tendo trabalhado em diversas ONGs com educação popular. Bonato teve grande atuação nos anos 1980 e 1990 em São João de Meriti e por toda a Baixada Fluminense.

O Prof. Augusto Sampaio, Vice-Reitor Comunitário da PUC-Rio, ressaltou o exemplo que Bonato representava para os jovens estudantes confrontados com a competitividade do mercado de trabalho:

Jovens são treinados para competir, e a solidariedade deixou de ser um componente importante no mundo. Hoje é tudo concorrência, competição e egoísmo. As pessoas são olhadas pelo cargo que ocupam, pelo restaurante que vão. O Bonato representava o oposto: solidariedade, cooperação.

(Departamento de Comunicação Social) (+29 de maio de 2015)

Santuza Cambraia Naves (1953-2012) _

Para seus colegas, alunos, orientandos e muitos amigos a morte tão inesperada da Profa. Santuza foi um choque e uma tristeza imensa. Alegre e cheia de vida, Santuza foi professora de antropologia do Departamento de Sociologia da PUC-Rio e pesquisadora de música popular, muito querida por seus alunos, pelos colegas do Departamento e por todos os que a conheciam na Universidade e se acostumaram a vê-la ilustrar suas intervenções em congressos e seminários sobre música brasileira cantando à capela com uma magnífica voz que enchia o auditório.

Santuza era casada com o poeta e tradutor Paulo Henriques Britto, também professor da PUC-Rio, do Departamento de Letras, que acabava de publicar um livro de poesia dedicado a ela.

Na missa celebrada em sua memória e presidida pelo Reitor, Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J., a Igreja da PUC-Rio repleta de alunos, professores e funcionários permitia ver o quanto Santuza era querida. Um de seus orientandos tocou ao violão suas músicas preferidas e alguns de seus amigos e colegas falaram sobre ela.

A Profa. Santuza publicou os livros Violão Azul: Modernismo e Música Popular, Da Bossa Nova à Tropicália, A MPB em Discussão – Entrevistas, Velô e Canção Popular no Brasil. Em suas pesquisas aprofundou a questão da ruptura da hierarquia entre o erudito e o popular na música brasileira, da bossa nova como um divisor de águas cultural e o conceito de canção crítica aplicado à música brasileira posterior aos anos 1950.

Dela disse o crítico, professor de literatura na USP e músico José Miguel Wisnik ao jornal A Folha de São Paulo: "Santuza acompanhou a música popular brasileira nas suas várias frentes, de maneira viva, generosa, atenta, inteligente. Abriu frentes de pesquisa, reuniu pessoas, soube extrair dos artistas os seus melhores depoimentos. Devemos ter isso bem claro e presente".

A sensibilidade, a inteligência, a generosidade, a voz e o sorriso de Santuza vão fazer falta à PUC-Rio e ao mundo.

Na missa de sétimo dia, concelebrada pelo Reitor da PUC-Rio, Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. e pelo Pe. Luís Corrêa Lima S.J., professor do Departamento de Teologia, um de seus orientandos tocou suas músicas preferidas no violão e algumas de suas amigas, também cientistas sociais, e de seus alunos falaram sobre ela.  Transcrevemos abaixo o texto lido pela professora Dulce Chaves Pandolfi, do CPDOC/FGV:

De Santuza fui vizinha, amiga, madrinha, irmã e até mesmo, algumas vezes, um pouco mãe. Sem dúvida, ela era única. Aliás, foi a única Santuza que conheci. A voz, o sorriso, o cabelo, o gestual das mãos, o pigarro, a postura eram marcas registradas. Apesar de única, ela era tão grandiosa e radiosa que parecia várias. O que a movia era a paixão e por isso, as vezes, pecava pelo excesso. Apaixonada por Boa Esperança, sua terra natal, da mãe herdou a elegância e do pai, o lado mais boêmio. Muito charmosa e estilosa Santuza não gostava de modismos. Nada entendia de cozinha, nem era uma gourmet, mas adorava convidar os amigos para jantar na sua casa. Foi a única mineira que conheci que não gostava de queijo. Para ela não havia tempo ruim. Também parecia não haver meio termo. Num primeiro momento, as coisas eram muito belas ou muito feias, muito boas ou muito ruins. Felizmente as fronteiras entre esses opostos eram bastante tênues. Quando pintava a paixão, o que era feio se transformava no belo, o ruim no bom. Algumas vezes radical, era sempre profundamente generosa e conciliadora. Era um ser gregário, uma colecionadora de amigos. Por onde passava, deixava rastros. Entre os seus legados deixou um especial: “um modo Santuza de ser”.

Fui apresentada a Santuza, em 1979, uma socióloga, recém- chegada de Brasília. Não perdi a oportunidade. Convidei-a para participar da entidade que estávamos tentando criar: a APSERJ, Associação Profissional dos Sociólogos do Rio de Janeiro. Rapidamente ela abraçou a causa. Depois das reuniões, a esticada no Lamas era obrigatória. E nos finais de semana, as conversas continuavam no Posto Nove. Em 1981, como representantes da APSERJ, viajamos para Santos para participar da I Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras, a I Conclat. Entusiasmada com a militância, Santuza não só entrou para o recente criado PT, como, durante um bom período, subia as favelas, em busca de novos filiados.

No Portelão, no prédio onde moramos por mais de 30 anos, criamos uma comunidade. Ali apresentei Santuza as minhas amigas. Em pouco tempo, elas se tornaram suas grandes amigas. Éramos todas “comadres”. Trocávamos açúcar, afeto, fraldas, filhos, choros e risos. Foi ali que Santuza criou uma frase que se tornou nosso hino de guerra, utilizado nos momentos de fraqueza do corpo ou da alma: “O Portelão não se rende jamais!”.

No início da sua vida no Rio, Santuza fazia transcrições de fita, condução para escola infantil e quase virou cantora profissional. Cantou em alguns teatros e bares da cidade. Tínhamos uma esperança que algum empresário a descobrisse e fizesse dela uma estrela.

Em 1983 ela ingressou no Museu Nacional, um marco fundamental. De forma magistral, conseguiu juntar a música, sua grande paixão, com a antropologia, sua nova paixão. Assumiu a profissão como uma vocação e fez dela mais uma paixão. A partir daí Santuza ganhou o mundo. Fez escola, criou as “santuzetes”.

Quando nos conhecemos, estávamos em momentos complemente diferentes das nossas vidas. Talvez, e, até mesmo por isso, muitas foram as trocas: eu iniciando o casamento com Agostinho e Santuza finalizando seu casamento com Tonico, seu primeiro marido, o pai do Felipe e do Julio. Depois da separação, vieram algumas paixões. Umas rápidas, outras mais longas. Todas passageiras.

Foi em 1986 que Santuza, pura paixão, conheceu Paulo, sua alma gêmea, mas que era pura razão. Ele passou a tomar conta de Santuza de forma integral. A casa entrou em outro ritmo. Tudo super organizado. Felipe e Julio passaram a ser, também, filhos do Paulo. Melhor do que ninguém, ele conseguia controlar as cervejas da Tuzinha: eram apenas três por noite. Confesso que no início senti ciúmes. Mas Paulo era um poeta diferente dos que eu havia conhecido: ele lavava louça, consertava computador, desentupia pia, trocava lâmpada. E o que era melhor: essas pequenas e fundamentais coisas que ele fazia na casa dele, ele também fazia na casa das amigas da Tuzinha. Aí Paulo nos conquistou. E aos poucos fomos descobrindo que Paulo havia vindo para ficar. Seria e, de fato, foi o maior e definitivo amor de Santuza.

Nos últimos dias, muitos de nós, acordamos e dormimos atormentados por uma questão: “como é viver num mundo sem Santuza?” Embora a experiência seja muito recente, já deu para perceber que o mundo sem Santuza é um mundo menos azul, com menos paixão, pouco violão e, certamente, com muito menos canção.

Diante de tudo isso só nos resta plagiar Paulo e repetir: para Santuza, sempre.

Alguns amigos da PUC-Rio compartilharam as mensagens publicadas a seguir:

"O Reitor da PUC-Rio  vem manifestar sua solidariedade  aos Departamentos de Sociologia e Política e Engenharia Civil pelo falecimento dos Professores Santuza Cambraia Naves e Erlane Ferreira Soares que colaboraram academicamente com a nossa Universidade.  Peço a Deus que conforte as famílias dos respectivos professores, na certeza de que os mesmos estarão intercedendo por todos nós na morada eterna."
Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J.
Reitor da PUC-Rio

"Caros colegas,
"Em nome dos professores, funcionários e alunos do Departamento de Letras venho expressar nossa profunda tristeza pelo falecimento da querida amiga e colega Santuza Cambraia Naves. Santuza foi e continuará sendo uma grande inspiração para nós pelo seu entusiasmo, dedicação e seriedade como professora e pesquisadora. Sentiremos muita falta da sua presença alegre, amistosa e instigante que tornava nossa vida acadêmica mais prazerosa e gratificante. Todo o nosso apoio e solidaridade ao professor Paulo Henriques Britto e à família neste momento tão difícil."
Prof. Karl Erik Schollhammer
Diretor do Departamento de Letras

"Tristeza profunda
"Caros Colegas,
"É com profundo pesar que soubemos do falecimento de nossa queridíssima colega e amiga Santuza Cambraia Naves. O Departamento de Sociologia e Política perde uma professora, pesquisadora e amiga insubstituível."
Profa. Maria Sarah da Silva Telles
Diretora do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio

"Estou absolutamente chocada com o falecimento de Santuza. Brilhante professora, pesquisadora, autora e belíssima pessoa da mais alta qualidade humana.
É profunda a minha tristeza."
Profa. Tania Dauster
Departamento de Educação da PUC-Rio

"Surpresa e atônita!
"Conheci seu olhar arguto e sua a voz forte quando fazíamos mestrado e cursamos juntas uma disciplina. Desde então, respeitei seu trabalho e sua personalidade, acrescida sempre pelas intervenções lúcidas e agradáveis no Departamento de História.
"Meus sinceros sentimentos a todos aos que lhe eram mais próximos!"
Profa. Eunícia Barros Barcelos Fernandes
Departamento de História da PUC-Rio

"Aos colegas do departamento de Sociologia e Política envio o sincero pesar pelo falecimento da Profa. Naves."
Profa. Angela Wagener
Diretora do Departamento de Química da PUC-Rio

"Pêsames pelo falecimento da nossa querida colega Santuza. São os sentimentos de todos os professores e funcionários do Departamento de Serviço Social."
Profa. Luiza Helena Nunes Hermel
Diretora do Departamento de Serviço Social

Sander Furtado de Mendonça (-2022) _

O prof. Sander Furtado de Mendonça (-21/04/2022) tinha graduação em Ciências Navais pela Escola Naval (1964) e em Engenharia Civil pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques (1978), mestre em Matemática pela Universidade Federal Fluminense (1982), atuou como professor do IBMEC (1995-2022) e da PUC-Rio (1984-2022).

Nota do Departamento de Administração:

[O Departamento] comunica com pesar o falecimento do prof. Sander Furtado de Mendonça. O Departamento gostaria também de agradecer o tempo e o carinho dedicados à Graduação e à Pós-Graduação, a gentileza no trato com os colegas, funcionários e discentes, a prontidão e a solidariedade sempre presentes no trato com o IAG.

Salete Maria Polita Maccalóz (?-2017) _

(02 de fevereiro de 2017)

A Desembargadora Federal Salete Maria Polita Maccalóz era natural da cidade gaúcha de Soledade. Formada em Direito pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul em 1972, concluiu seu mestrado em direito pela PUC-Rio em 1981 e era doutora em Comunicação e Cultura pela UFRJ. Foi docente da UERJ e da UFRJ, e professora do Departamento de Direito da PUC-Rio entre 1977 e 1997.

A então juíza, nas décadas de 1980 e 1990, se notabilizou por sua coragem em decisões que envolviam movimentos sociais e sindicais, num contexto político e social difícil para a classe trabalhadora.

Faleceu aos 70 anos de idade.

Rosa Maria Sá Costa Ribeiro (? - 2013) _

O Departamento de História perdeu a Professora Rosa Maria Sá Costa Ribeiro, ex-aluna e professora do Curso de Especialização em História da Arte e da Arquitetura, muito querida por todos os que tiveram o privilégio de conviver com ela.

Rosa era Licenciada em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Mestre em História Social da Cultura pela PUC-Rio. Casada com Carlos Costa Ribeiro, por muitos anos professor e pesquisador do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rosa tinha profundos laços intelectuais e familiares com a PUC-Rio. Seu cunhado Paulo Costa Ribeiro é Professor Emérito do Departamento de Física. Outro cunhado seu, Sérgio Costa Ribeiro, já falecido, foi por muitos anos também professor do Departamento de Física. Alguns dos 9 irmãos de seu marido Carlos estudaram na PUC-Rio e muitos dos sobrinhos de Rosa e Carlos, também foram alunos da PUC-Rio. E foi no Departamento de História que Rosa encontrou alguns de seus principais interlocutores acadêmicos e o espaço para desenvolver sua especialização em História da Arte e seu mestrado e para atuar como docente e pesquisadora.

As pesquisas que desenvolveu sobre arquitetura colonial religiosa no Brasil são de grande importância. Entre eles, destacam-se os estudos sobre as ruinas do convento de São Boaventura (século XVII) em Itaboraí e sobre o Convento de Santo Antonio, no Largo da Carioca (Rio de Janeiro).

Rosa lutou por 11 anos contra um câncer. Em sua missa de sétimo dia na Igreja do Sagrado Coração, no campus da PUC-Rio, o número de amigos, companheiros de trabalho e familiares presentes dava a escala do quanto era querida. Ao final da missa, um de seus quatro netos leu um texto de Guimarães Rosa que a avó gostava de ler para ele e seu marido Carlos encontrou forças para ler um belíssimo texto que escreveu sobre aquela que dividiu com ele 47 anos de uma vida de muita felicidade, mas também de dores profundas que incluíram a perda trágica de um filho de 21 anos.

Algumas das mensagens de seus colegas do Departamento de História mostram o quanto Rosa era querida:

“Prezados colegas,
"Nesta hora só nos ocorrem lugares comuns. Mas a Rosa era, de fato, a delicadeza em pessoa!”
Professor Ronaldo Brito Fernandes
Departamento de História

“Quem teve a satisfação de conviver com ela deve ter ficado envolvido com a sua delicadeza como o Ronaldo. Eu acrescentaria a doçura no trato das coisas da vida e a grandeza de um sorriso temido e abrangente. As pessoas interessantes são difíceis de serem descritas. Fica a saudade.”
Professor Antonio Edmilson Martins Rodrigues
Departamento de História

Rosa será sempre lembrada com carinho por aqueles que a conheceram.

Ronald Cintra Shellard (1948-2021) _

Ronald Shellard foi professor do Departamento de Física, de 1983 a 2010, e, por dois mandatos, presidente da ADPUC. Graduou-se em Física, em 1970, pela Universidade de São Paulo (USP) e concluiu o mestrado no Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (IFT/Unesp, 1973). Entre 1973 e 1974, aperfeiçoou-se em Física e Astronomia na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (EUA) e concluiu o doutorado na mesma área (1978) na Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA). Dedicou-se à área de Física Experimental de altas energias e Física das Astropartículas.

Além de membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), desde 2016, Shellard era membro da Sociedade Brasileira de Física (SBF), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Sociedade Americana de Física (APS) e da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS). Era pesquisador titular do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Fez parte da colaboração que operava o Observatório Pierre Auger, da colaboração Cherenkov Telescope Array (CTA) e foi um dos fundadores do Southern Wide Field Gamma-Ray Observatory (SWGO), antes Large Array Telescope for Tracking Energetic Sources (LATTES). Deixou muitas contribuições para a Física e Astronomia.

Shellard exerceu grande influência na formação da comunidade de pesquisadores na área de Física de Altas Energias. Foi orientador de diversos estudantes de mestrado e doutorado e tinha um compromisso permanente na formação de novos cientistas e na divulgação e popularização da ciência no país.

O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) registra que, para Shellard, "Este país precisa desesperadamente de ciência" e, mais do que isso, “Para fazer ciência não se pode ser muito conformado, tem que ter esse espírito de ‘fuçar’ as coisas”. Durante sua vida profissional, teve mais de 400 trabalhos publicados, 18 mil citações, além de sete livros publicados e/ou organizados.

Roberto Henrique Giannini Eppinghaus (?-2021) _

Com graduação pela Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1969) e mestrado em Design pela PUC-Rio (1999), foi professor assistente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e professor adjunto da PUC-Rio.

Em nota, a direção do Departamento de Artes e Design (DAD) homenageou seu “eterno ex-professor”: “Professor de vários dos atuais professores do DAD, Eppinghaus deixa seu exemplo de integridade, competência e dedicação no convívio com colegas e alunos. Compartilhamos nosso sentimento e gratidão”.

Roberto Cabral de Melo Machado (1942-2021) _

Natural de Pernambuco, teve passagens pela PUC-Rio entre 1971 e 1980, e também pela Universidade Federal de Pernambuco. Roberto Machado deixa, além de uma legião privilegiada de alunos, alunas e colegas, entre outras obras, o livro Danação da Norma: medicina social e constituição da psiquiatria no Brasil (Graal,1978), fruto de uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Medicina Social Hésio Cordeiro (IMS/UERJ), considerado um marco histórico do campo da Saúde Coletiva.

Em nota de pesar, o Departamento de Filosofia do IFCS/UFRJ, assim homenageia o professor, que “uma vez compôs o corpo docente do Departamento e cerrou fileiras de alunos ao seu redor e em suas aulas”:

Roberto Machado é um dos maiores nomes da Filosofia brasileira, tendo publicado vários livros sobre Nietzsche, Deleuze e Foucault, além de ter formado vários professores pelo Brasil. Sua presença transcendeu os muros acadêmicos e se espalhou por toda a intelectualidade criativa da cidade do Rio de Janeiro. Natural de Pernambuco, estabeleceu-se no Rio e fez da UFRJ sua casa. Aqueles e aquelas que tiveram o privilégio de o conhecer pessoalmente sabem que a grandeza do nome é reflexo direto da grandeza do ser humano e do pesquisador que ele foi, com um carisma que transmitia em cada palavra. Que os familiares e amigos possam achar algum conforto na certeza de que seu nome permanecera vivo entre nós.

O IMS/UERJ lamentou profundamente a partida do filósofo e professor, que lecionou no IMS entre 1974 e 1975:

Roberto Machado foi pioneiro no diálogo brasileiro com autores canônicos das Ciências Humanas da segunda metade do século XX, tais como Michel Foucault e Gilles Deleuze, com quem ele estudou. A sua relação com Foucault culminou na vinda do filósofo francês ao IMS em mais de uma oportunidade nos anos 1970.

Nota da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (Anpof):

Das bacantes ao ditirambo, Machado estudou e escreveu sobre Nietzsche, Proust, Deleuze, Foucault, o Trágico. Das teses cotidianas a Dionísio, cada aula, um artigo. Cada conjunto de cursos, livros apareciam. Roberto Machado formou algumas gerações de filósofos e filósofas. Sua ausência será muito sentida. A Filosofia perde um dos seus grandes nomes.

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