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Professores

Título Código Dataordem crescente Descrição
Carlos Patrício Mercado Samanez (1953-2016) _

Graduado em Engenharia Industrial pela Universidade Mayor de San Marcos, em Lima, no Peru, onde nasceu; mestre em Ciências na área de Engenharia de Produção pela PUC-Rio e doutor em Administração-Finanças e Economia de Empresas pela EAESP/FGV, o Professor Carlos Samanez lecionava na graduação em Economia da UERJ e para turmas de graduação, mestrado e doutorado em Engenharia de Produção da PUC-Rio.

Era também professor do curso de mestrado profissional em Logística da nossa Universidade, além de cursos de MBA e de Extensão na área de Engenharia de Produção e Finanças. Coordenador de Extensão e da Área de Finanças, atuava como consultor de empresas e foi autor de vários títulos de sucesso para cursos de graduação e pós-graduação em suas áreas. O professor nos deixou em fevereiro, como mais uma vítima da violência no Rio de Janeiro. (15 de fevereiro de 2016) (Departamento de Engenharia Industrial )

O Prof. Khosrow Ghavami, do Departamento de Engenharia Civil, não pôde esconder o seu pesar e indignação pela perda do amigo e querido professor:

Profundamente lamento o falecimento do nosso colega Carlos Patrício Samanez, [...] que era muito querido entre os seus amigos. E [...] lamento que o governo e prefeitura do Rio do Janeiro não estejam cuidando da segurança do seu povo.

Gustavo Santos Raposo, doutor em Engenharia Elétrica pela PUC-Rio, agradeceu ao mestre por todos os anos de dedicação ao conhecimento e ao ensino:

Foi com uma profunda tristeza que recebi a notícia de que não poderemos desfrutar, ao menos nesse mundo que conhecemos, do convívio com você. Apesar da revolta pela forma abrupta e violenta com que tudo se deu, guardo na memória e no coração apenas as boas lembranças e a grande amizade que construímos. Me arrependo de não ter te dito mais vezes da grande admiração que sinto por você. Um grande abraço Mestre e obrigado por todos os ensinamentos!

Alexandre Gabriel Christo (1980-2014) _

O professor Alexandre Gabriel Christo, nascido em Vila Velha, Espírito Santo, era formado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2006), com mestrado em Etnobotânica pela Escola Nacional de Botânica Tropical, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e iria defender a sua tese de doutorado – um estudo de Etnoecologia e processos de domesticação de ora-pro-nobis, um cacto de alto valor proteico e de uso difundido desde o Brasil Colônia – em fevereiro de 2014, mas, antes disso, foi internado e veio a falecer. (Departamento de Biologia) (+ 1 de março de 2014)

A Professora Rejan Guedes-Bruni, Diretora do Departamento de Biologia da PUC-Rio, registrou sua tristeza pela perda do amigo e profissional:

Sua habilidade com os números e grande capacidade de trabalho, aliados à vocação didática e sensibilidade no trato com as pessoas, fez com que rapidamente Christo colaborasse com diferentes grupos de pesquisa na UERJ, CPDA-UFRRJ, Laboratório de Produtos Florestais-MMA, UFES, UVV e, mais recentemente, com o Departamento de Química da PUC-Rio.

Era dedicado a seus alunos e a eles despendia horas de espera, na sala de professores, para lhes prestar ajuda com as quatro disciplinas que oferecia: desejava que os números fossem tão encantadores quanto os animais e plantas.

Retornou à presença de Deus no sábado de carnaval, primeiro de março, justo no dia de seu bloco preferido das ladeiras de Santa Teresa: Céu na Terra. Que benção para nós, seus professores, alunos, amigos e familiares, tê-lo junto de nós nesta curta, intensa e afetuosa passagem por este mundo de Deus. De fato, Christo, você foi um pedaço do céu na Terra! Descanse em paz, querido.

 

Gláucio Ary Dillon Soares (1934-2021) _

O Departamento de Ciências Sociais da PUC-Rio deixou público o orgulho de ter tido o prof. Gláucio Gil em sua história e o homenageou lembrando que tratava-se de um dos maiores cientistas sociais do Brasil.

Gláucio foi aluno do Departamento nos anos 1950, quando se aproximou da Sociologia e da Ciência Política, disciplinas emergentes na ocasião, as quais ajudou a consolidar e a institucionalizar. Por sugestão do Pe. Fernando Ávila S.J., fundador Escola de Sociologia e Política da PUC-Rio, em 1954, foi fazer pós-graduação no exterior.  Foi professor da Universidade especialmente na área de Metodologia. Foi pioneiro na introdução de dados quantitativos nas ciências sociais, sempre com refinada postura analítica. Além da metodologia, pesquisou e escreveu sobre partidos, eleições, ditadura militar e violência, entre outros temas. Gláucio atuava como pesquisador do IESP/UERJ, tendo sido Presidente da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP), entre 2000 e 2004, e desde 2008 Secretário Geral da Associação Latino-Americana de Ciência Política (ALACIP).

 A Sociedade Brasileira de Sociologia condensou em sua homenagem os depoimentos de profissionais e amigos que com ele conviveram: “Homem ímpar nas ciências sociais brasileiras, em especial no campo metodológico, e um humanista raro no meio da aridez de nosso campo intelectual”.

Bernardo Jablonski (1952 - 2011) _

O Professor Bernardo Jablonski, do Departamento de Psicologia da PUC-Rio, faleceu na manhã do dia 28/10/2011, aos 59 anos. Bernardo também era ator, roteirista e diretor.

Alguns amigos da PUC-Rio compartilharam os textos publicados a seguir. E, ao final da página, a matéria publicada no Jornal da PUC.

Prof. J. Landeira-Fernandez, Departamento de Psicologia da PUC-Rio.

Colegas,

Estou em Belém, de forma que não poderei ir ao velório. Bernardo foi meu primeiro professor universitário, numa antiga disciplina chamada “Introdução à Psicologia”, quando entrei na PUC, em março de 1981. Alegre e criativo, era impossível não vibrar com suas aulas. Simplesmente apaixonante! Foi aí que teve início meu interesse pela área acadêmica. Mais tarde, descobri que Aroldo Rodrigues, seu mentor, e Octávio Leite, o meu, tinham muito em comum.

Tive oportunidade de interagir com Bernardo e sua equipe em alguns de seus projetos, realizando algumas análises estatísticas. Bernardo sempre teve grande admiração pela beleza da abordagem experimental e sua aplicação na psicologia. O seu livro “Psicologia Social”, em co-autoria com Aroldo, é um dos raros livros-texto adotados em praticamente todos os cursos de psicologia do país. Além de
pesquisador do CNPq, Bernardo transitava com grande competência no teatro e na televisão. A conjugação dessas diversas atividades trouxe, sem dúvida, grande visibilidade para o nosso Departamento.

É triste ter que dizer adeus aqui distante a um colega com quem tanto me identifiquei durante todos esses anos. As lembranças dos bons momentos que passamos juntos vão ajudar a preencher o vazio que ele deixa. Quero registrar meu profundo respeito e admiração por essa pessoa, que, por muito tempo, lutou de forma corajosa contra um câncer, sempre com bom humor, mas sem abrir mão da responsabilidade.

Valeu, Bernardo, foi um privilégio tê-lo conosco!!

Com todo carinho,
Landeira


Prof. Carlos Frederico Palmeira, Departamento de Matemática da PUC-Rio.

Bernardo, ator, psicólogo, professor, deixa boas lembranças. Seus livros, "A luta nas classes" e "O mestre contra-ataca", retratam com bastante humor essa relação, às vezes complicada, entre professores e alunos. Era curioso ligar a TV e ver um colega nesta outra atividade, tão diferente, mas também tão parecida.

Fica a lembrança e a saudade.

 

Bernardo Jablonski (1952-2011)

O professor Bernardo Jablonski, do Departamento de Psicologia da PUC-Rio, faleceu na manhã do dia 28 de outubro, aos 59 anos. Bernardo, que também era ator, roteirista e diretor, trabalhou em filmes como Tropa de Elite, interpretando um professor de Direito, e inúmeros programas na Rede Globo. Seu último trabalho foi como diretor da peça Queda Livre, ao lado de Fabiana Velor, em cartaz no Rio e como o personagem Aderbal, no programa Zorra Total, da TV Globo.

Bernardo era professor da PUC-Rio desde 1979, além de ter coordenado o curso de graduação por dois anos. Ele se destacou como pesquisador em áreas relacionadas à família e ao casamento e lançou livros como Até que a vida nos separe: a crise no casamento contemporâneo e Psicologia.

Segundo a Diretora do Departamento de Psicologia, professora Elizabeth Ribeiro, o professor tinha personalidade marcante e era muito querido pelos alunos e funcionários.

– Ele tinha uma relação muito afetuosa. O Bernardo era um professor muito engraçado, muito irônico e lidava bem com situações difíceis. Nunca vimos o Bernardo chateado, apesar de já estar num processo muito difícil da doença.

A reação dos alunos foi de muita tristeza e surpresa, pois as cirurgias eram constantes e, segundo a diretora, ele sempre voltava delas bem.

– Foi uma comoção enorme. Não suspendemos as aulas porque há uma orientação do departamento de não afastar as pessoas e sim de conversar. Ele era muito dedicado aos alunos e ao departamento – completou Elizabeth.

Em fevereiro de 2012, o professor completaria 14 anos de luta contra o câncer. Ele ficou quase um mês internado na Clínica São Vicente, na Gávea. O corpo foi velado no teatro Tablado, Lagoa.

Luisa Paciullo
Publicado no Jornal da PUC no.250, de 28/11/2011
Projeto Comunicar

Humberto da Rocha Viana (?-2020) _

O Prof. Humberto da Rocha Viana ingressou como professor da Universidade em 1985, inicialmente responsável pelas atividades de ginástica e iniciação ao voleibol. Posteriormente, assumiu a área de musculação e também de técnico de nossa equipe de futebol, bicampeã carioca universitária, em 1996 e 1997, em parceria com o Prof. Ayrton Povill.

Humberto atuou nos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro como supervisor de futebol de base, sendo multicampeão e tendo formado muitos jogadores. Pela Seleção Brasileira de Base, também como supervisor, participou de diversas competições internacionais, e foi campeão mundial Sub-20.

Yara Wall (1935 - 2011) _

Um aneurisma foi a causa do falecimento de Yara Wall, ex-professora de Pedagogia da PUC-Rio. Aos 76 anos, a pedagoga era considerada por muitos uma mulher irreverente e agregadora.

A Profa. Emérita Maria Aparecida Mamed lembra de Yara como uma pessoa muito importante para o departamento e ressalta que a personalidade dela era muito marcante.

– Yara era amada por todos os departamentos porque ela sabia traduzir as necessidades de cada saber e o que ela podia oferecer em relação às práticas didáticas – afirma a professora.

Yara coordenou o curso de graduação de Pedagogia e deu aulas para vários professores que atuam hoje no Departamento de Educação. Na PUC-Rio, ela cursou mestrado em Educação e foi professora assistente durante 34 anos, até 2006.

A Profa. Maria Inês Marcondes, ex-aluna da pedagoga, hoje Coordenadora da Pós-Graduação, diz que Yara tinha uma maneira muito inovadora de dar aula e que agradava a todos.

– Ela sempre estava antenada e estudando os autores novos, trazendo novos questionamentos para a sala de aula. Quando fui aluna dela, achava muito interessante porque ela instigava muito bem o aluno – conta Maria Inês.

Para o Prof. Emérito José Carmello Carvalho, a presença de Yara foi essencial para a construção do departamento.

– Ela e outras professoras emblemáticas foram capazes de construir um departamento (de Educação) pequeno, mas de extrema importância.

Muitos professores do Departamento sentiram a morte dela, porque, segundo a Profa. Maria Rita Passeri, além de ser querida por todos, foi uma morte inesperada.

Luisa Paciullo e Júlia Morani
Publicado no Jornal da PUC no. 250, de 28/11/2011
Projeto Comunicar

Alberto Luiz Galvão Coimbra (COPPE/UFRJ) (1923-2018) _

(16 de maio de 2018)

Em 1953, o professor Alberto Coimbra ingressou na Escola Politécnica da PUC-Rio e durante 10 anos ministrou aulas nos cursos de Engenharia Mecânica, Metalúrgica e Química. Em 1963, passou a dedicar-se exclusivamente à Universidade do Brasil (UFRJ) e fundou a Coppe, Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia. 

A Reitoria da UFRJ manifestou sua consternação pelo falecimento de seu professor emérito, considerando-o um dos grandes intelectuais organizadores da UFRJ, particularmente no campo tecnológico, mas também referência para o "fazer universitário". A Reitoria declarou luto oficial de três dias, em reconhecimento às suas contribuições para a Universidade e a sociedade brasileira. Seguem-se trechos da nota oficial da COPPE/UFRJ:

              Adeus, Mestre Coimbra

A Coppe/UFRJ informa, com grande pesar, o falecimento do seu fundador, professor Alberto Luiz Galvão Coimbra, 94 anos, na manhã desta quarta-feira, 16 de maio de 2018. Nascido em 1923, no Rio de Janeiro, Coimbra fundou a Coppe, em 1963, a primeira pós-graduação em Engenharia do Brasil, hoje o maior centro de ensino e pesquisa da América Latina na área.

Mestre em Engenharia Química pela Universidade de Vanderbilt (1949), Coimbra defendeu energicamente um modelo de ensino baseado em horário integral, com dedicação exclusiva. Isso em uma época em que ser professor universitário no Brasil era só uma atividade extra, e quando as escolas de Engenharia então existentes se preocupavam, basicamente, em formar profissionais para o mercado, ele queria investir em pesquisa.

Baseada em três pilares – excelência acadêmica, dedicação exclusiva de professores e alunos e aproximação com a sociedade –, a pós-graduação criada por Coimbra inspirou e serviu de modelo para outros cursos de pós-graduação criados posteriormente no Brasil, mudando os rumos do sistema universitário no país. Determinado, Coimbra ocupou duas salas do prédio da Praia Vermelha, destinadas a professores quase sempre ausentes, para acomodar os primeiros alunos do curso de mestrado em Engenharia Química, embrião do programa de pós-graduação em Engenharia, que viria a ser a Coppe.

Com poucos recursos, buscava convênios para trazer professores estrangeiros, fossem americanos ou russos, em pleno regime militar. Por conta dessa atuação em prol de uma ciência independente, foi convocado para depor na Polícia Federal e fichado, com direito a humilhação. Teve seu rosto coberto por capuz e conduzido, coercitivamente ao Quartel do 1º Batalhão da Polícia do Exército, na Tijuca, onde funcionava o DOI-Codi.

Em 1973, o Conselho Universitário decidiu que Alberto Luiz Coimbra seria proibido de exercer postos de chefia. O fundador da Coppe deixou então a universidade e foi acolhido pelo amigo José Pelúcio Ferreira, então na direção da Finep, empresa pública financiadora de ciência e tecnologia. Lá passou dez anos exilado da vida universitária, período que considerou “o pior de sua vida”.

A reabilitação veio em 1981, ainda durante o regime militar, quando recebeu o Prêmio Anísio Teixeira, do Ministério da Educação. “Quando viram que o Ministério da Educação ia me dar o prêmio, tiveram de revogar a proibição de ocupar cargos de chefia na UFRJ”, contou o professor. De volta à Coppe em 1983, Coimbra assumiu a coordenação do Programa de Engenharia Química, o primeiro curso da Coppe, no qual permaneceu como pesquisador até se aposentar, em 1993, já com as merecidas honrarias, tornando-se Professor Emérito da UFRJ. Em 2015, tornou-se Pesquisador Emérito do CNPq.

Aposentado, residiu durante anos em uma casa em Teresópolis, em cuja fachada tremulava a bandeira do Botafogo, com sua esposa Marlene [...]. Entre os atrasos do Brasil, um dos que mais lamentava era que o ensino em tempo integral implantado na Coppe, [...] não tenha chegado aos ensinos médio e fundamental. “Se pagarem bem à professorinha e colocarem o aluno na escola das 9h às 15h, o Brasil dá um salto”, garantia. O idealismo não pede aposentadoria.

Em 2013, o Núcleo de Memória foi acolhido pelo prof. Alberto Coimbra e família em sua residência, no Rio de Janeiro, para registro de um depoimento na ocasião da comemoração dos 50 anos da Pós-Graduação na PUC-Rio, criada em estreita colaboração com a Coppe/UFRJ.

 

 

Antonio Joaquim Macedo Soares (1948 - 2012) _

Professor do quadro complementar do Departamento de Artes & Design, o Prof. Antonio Joaquim era formado em Engenharia Mecânica pela PUC-Rio, em 1971, e tinha sob sua responsabilidade desde 1986 a disciplina de Desenho Geométrico. Era também sócio da empresa Marco Estudos e Projetos Ltda.

Segundo a repórter Alessandra Nascimento publicou no Jornal da PUC, “No curso de Design, ele tinha uma difícil tarefa, tornar o conteúdo da disciplina de Desenho Geométrico atrativo para os alunos. A Diretora do Departamento de Artes e Design, Luiza Novaes, afirma que ele exercia essa função com muita competência e dedicação. ‘Ele era um professor muito querido por todos, porque conseguia ensinar essa parte da matemática e torná-la mais próxima do aluno, de um jeito divertido e menos assustador. Ele tinha um espírito muito brincalhão, sempre muito sorridente e muito envolvido com o que fazia”, diz Luiza.

A essa mesma repórter, o filho do Professor, a quem Antonio Joaquim deu o apelido de Duda, deu um depoimento comovente sobre seu pai: “Eu resumo a vivência com o meu pai em uma única palavra: alegria.”

Seus colegas de Departamento, seus muitos amigos, seus alunos e sua família sempre se lembrarão dele com carinho e com gratidão.

Thierry Linard de Guertechin S.J. (1944-2022) _

A PUC-Rio recebeu com pesar a notícia da morte do Pe. Thierry Linard de Guertechin S.J. (07/04/1944-30/01/2022), ocorrida em São Paulo.

Thierry era belga e fez na Bélgica sua formação como demógrafo, doutor em Demografia, e como jesuíta. Em 1975, veio para o Brasil. Foi professor no então Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio, de 1975 até os anos 1990. Foi também professor do IBRADES (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento) e, por anos, morou e atuou na Rocinha, como assessor de movimentos sociais e como pároco. Em 1998, quando o IBRADES foi transferido para a Brasília, o Pe. Thierry também se transferiu para lá, trabalhou e dirigiu o Instituto. Participou ativamente da Comissão Nacional de Justiça e Paz e coordenou atividades do Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida. Foi também assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e diretor do Centro Cultural dos Jesuítas em Brasília.

Os que convivemos com ele na PUC-Rio, lembraremos a presença serena de Thierry no campus, sempre com seu cachimbo aceso no canto da boca quando passava pelos pilotis, depois das aulas e reuniões no Departamento. Na Rocinha, onde viveu e atuou, será sempre lembrado com carinho e reconhecimento. E, em Brasília, onde vivia e trabalhava ultimamente, certamente fará muita falta.

Nota publicada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB):

Faleceu na madrugada deste domingo, 30 de janeiro, o padre jesuíta Thierry Linard de Guertechin, missionário jesuíta que atuou como assessor especial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), responsável por contribuir na construção das Análises de Conjuntura. Ele se encontrava em tratamento de saúde em São Paulo (SP). Um ano antes de sua ordenação, nutria o desejo de atuar como missionário na Índia, mas fora desaconselhado pelo padre geral da congregação, por conta das dificuldades de conseguir visto para o país. Os padres brasileiros, que conheceu no curso de Teologia, o estimularam a vir ao Brasil dedicar-se à missão. Assim, meses depois da sua ordenação, em 13 de novembro de 1975, Thierry viajou ao Brasil. No Rio de Janeiro, trabalhou por 20 anos, com atuação na PUC-Rio, como professor, e na favela da Rocinha, onde se instalou. Além da formação em Filosofia e Teologia, tinha mestrado em Demografia, pela Universidade Católica de Louvain e em Geografia pela Universidade de Liège, Bélgica. Foi professor na PUC-Rio de 1975 a 1996, no departamento de Sociologia e Ciências Políticas.Atuou no Instituto Brasileiro de Desenvolvimento, IBRADES/Centro João XXXIII, do qual foi diretor. Na Rocinha, manteve um trabalho pastoral e forte ligação com a comunidade. Ali, deu início à Ação Social Padre Anchieta (ASPA), de que foi assessor e diretor espiritual.

Entre os temas abordados em suas publicações, destaca-se economia do desenvolvimento, população, migração internacional, formação social e política. Entre as contribuições para a reflexão dos bispos, padre Thierry ofereceu o Mapa das Religiões, publicação sobre a pertença religiosa no Brasil, a partir dos censos do IBGE. Em 1998, com a mudança do Ibrades para Brasília (DF), padre Thierry mudou-se para a capital federal, onde também se tornou membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese e da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), organismo vinculado à CNBB. Foi diretor do Centro Cultural de Brasília de 2005 a 2011 e chegou a acompanhar a Comunidade de Vida Cristã (CVX) e ter ministérios na periferia. Mais recentemente, foi coordenador do projeto Diálogos em Construção do Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (Olma). Em Brasília, contribuiu como assessor especial e perito para as Análises de Conjuntura, além de assessorar em todo o país dioceses, comissões, pastorais e organismos da Igreja.

Nota publicada no Jornal Fala Roça:

Espremida entre moradias e comércios no Largo do Boiadeiro, a capela Nossa Senhora Aparecida guarda histórias. Uma delas, lembrada por moradores católicos, é de um homem branco, estrangeiro, com sotaque belga e mangas arregaçadas. Era o Pe. Thierry Linard de Guertechin, que ajudou a “virar a laje” com a ajuda de fiéis, na década de 80. [...] Pela proximidade com a [PUC-Rio], passou a frequentar a Rocinha e se apaixonou. Ele acreditava que para acabar de vez com o assistencialismo, que não resolve o problema da favela, os moradores deveriam organizar a vida social. Numa entrevista ao jornal Tribuna da Imprensa, em 1984, avaliou a potencialidade dos moradores. “Um grupo organizado se faz ouvir sem precisar estar ligado a partidos políticos. A força do grupo leva à obtenção dos objetivos”, disse ele ao criticar o conformismo.

Para Linard, o conformismo gera o imobilismo dos moradores, que preferiam deixar os problemas para as autoridades resolverem. Por meio das inúmeras atividades que os centros comunitários passaram a desenvolver, provocou os moradores a pensar sobre os problemas mais imediatos de suas vidas, transformando o conformismo em luta, sem esperar os favores caírem dos céus.

Na Rocinha, enfrentou inúmeros desafios com os jesuítas porque seus superiores, a quem devia obediência, não viam com bons olhos o trabalho na favela. Comprou uma casa na antiga Rua 4 e, assim como os moradores da localidade, viu sua residência dar espaço para a famosa Rua Nova depois das obras do PAC 1, em 2010. A casa lhe servia de moradia, mas também abrigava encontros das pastorais da capela na década de 90 e início dos anos 2000.

Nos anos 80, participou dos mutirões de limpeza, canalização das valas e construção de moradias dignas, além de reivindicar melhores condições de vida para os moradores. O trabalho pastoral foi estendido à Ação Social Padre Anchieta (ASPA), de que foi assessor e diretor espiritual, participando ativamente, mesmo à distância, por chamadas de vídeos.

Colaborou durante anos com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) como assessor especial e integrou o grupo de peritos que produz a Análise de Conjuntura mensal para a entidade. Em Brasília ficou 20 anos e esteve à frente do extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento (Ibrades) e do Centro Cultural de Brasília, uma instituição dos padres jesuítas. Também trabalhou no Observatório de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida. Mesmo após esses anos vivendo no Brasil, o padre não perdeu seu sotaque e falar o português foi uma de suas maiores dificuldades. “O que me consola é que as pessoas são muito amáveis e dizem que o meu sotaque é charmoso”, dizia o religioso. Muito querido por todos, o religioso colecionou amigos na Rocinha. Ao longo dos anos, ele batizou inúmeras crianças. Maria Coelho, secretária da capela Nossa Senhora Aparecida, passou a catalogar os batizados feitos pelo padre de 1981 até 2020. Entre 1981 e 1985, 1101 batismos passaram pelas mãos de Linard.

José Guerchon (1946-2016) _

Um “embaixador da PUC-Rio”, como o consideravam os colegas, o Prof. José Guerchon faleceu aos 70 anos. Trabalhou no Departamento de Química da Universidade durante dez anos e como consultor, ligado ao Decanato do CTC, desde 2011. (consultor do Decanato do CTC) (24 de fevereiro de 2016)

Além de reconhecido como químico e educador, o professor era um grande colaborador no Departamento. Acreditava no padrão e no modelo de ensino da Universidade. Teve também como objetivo aprimorar os cursos de Química, tanto no Brasil quanto no exterior e, assim, atuou no desenvolvimento de materiais didáticos como softwares, museus virtuais e programas de rádio.

Formado em Química pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, com especialização em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, trabalhou como professor na Escola Técnica de Química e em vários outros estabelecimentos da cidade. Na PUC-Rio, ajudou a reformular as práticas de laboratório de Química Geral e participou do Programa de Integração Universidade Escola e Sociedade (PIUES). Alinhado com as novas tendências, foi coordenador acadêmico do projeto Condigital da PUC-Rio.

O Prof. Ricardo Aucélio, do Departamento de Química, compartilhou momentos memoráveis ao lado do amigo José Guerchon e expressou sua admiração pelo modo sempre positivo e entusiasmado do mestre quanto aos assuntos relacionados ao ensino e aprendizagem e à sua capacidade de trabalho: “Ele sempre achava uma maneira diplomática de fazer as coisas funcionarem e é por isso que ele foi tão importante no funcionamento e no sucesso do Condigital. Ele fazia as pessoas se unirem, era um cara incrível”.

José Guerchon era casado, tinha uma filha e dois netos.

Geraldo Monteiro Sigaud (1954-2014) _

Carioca, o Professor Geraldo Sigaud graduou-se em Física na PUC-Rio, onde também fez o mestrado, em 1979, e o doutorado, em 1985. Concluiu o pós-doutorado no Institut Für Kerphysik, em Frankfurt, Alemanha, em 1991.

Respeitado por sua pesquisa na área de Física Atômica e Molecular, com ênfase em Processos de Colisão e Interações de Átomos e Moléculas, Sigaud era muito admirado pelos estudantes e, por esse motivo, incontáveis vezes foi paraninfo de turmas de formandos.

O Professor Welles Morgado, Diretor do Departamento de Física da PUC-Rio, assim registrou suas lembranças sobre o Professor Sigaud:

Ele era uma unanimidade entre os alunos como um professor excepcional, entusiasmado, às vezes severo, mas sempre admirado. Suas avaliações pelos estudantes eram invejáveis e por isso foi o único professor do Departamento, e um dos muito poucos da PUC-Rio, a ser destacado em recente avaliação interna da Universidade.

Sua atuação na formação profissional de jovens físicos, entre outros alunos, foi uma das razões das boas avaliações que nossos programas de graduação e pós-graduação tiveram ao longo dos anos. Sua versatilidade e a maneira como era capaz de transmitir o conhecimento vão deixar uma grande lacuna. Sua contribuição como professor merece, pois, ser respeitada e lembrada pela importância que teve para nossos programas e pela marca que deixa na história pessoal de tantos de nossos antigos e atuais alunos.

(Departamento de Física) (+31 de março de 2014)

Francisco de Paula Amarante Neto (1939-2021) _

O Professor Francisco de Paula Amarante Neto formou-se em Medicina pela Universidade do Brasil, hoje UFRJ, e foi aluno da PUC-Rio, onde se especializou em Otorrinolaringologia. Foi coordenador do Curso de Especialização em Otorrinolaringologia por 35 anos e Decano do CCBM (hoje CCBS) a partir de 1992. Seu pai foi o fundador da Escola de Aperfeiçoamento Médico, em 1953, que hoje é o Departamento de Medicina da PUC-Rio. Diretor da Clínica Professor Rubem Amarante, no Rio de Janeiro, possui vários trabalhos publicados no Brasil e no exterior. Era casado e deixou quatro filhos e sete netos.

Nota do Reitor da PUC-Rio, pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J.:

A Reitoria da PUC-Rio manifesta sentimento de pesar pelo falecimento do Dr. Francisco de Paula Amarante Neto, nosso professor do Departamento de Medicina, e antigo decano da Escola Médica do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde.
Nossa eterna gratidão pelos anos dedicados ao ensino e à gestão, sempre manifestando grande apreço à nossa Universidade.

Helder Pessoa Camara (1909 - 1999) _

O Padre Helder Camara foi professor da PUC-Rio entre 1942 e 1963, e em 1991 recebeu o título de doutor Honoris Causa da Universidade.

A PUC-Rio desenvolveu um site para as comemorações do centenário de Dom Helder, em 2009.

Zélia Domingues Mediano (?-2020) _

Professora aposentada da PUC-Rio, Zélia Mediano foi, por muitos anos, professora do Departamento de Educação, diretora do Departamento, pesquisadora e colaboradora de projetos e empreendimentos do Departamento e da Universidade. Seu trabalho trouxe inestimável contribuição à consolidação da Pós-Graduação, na década de 1970, e à reforma da Graduação, em 1990. Quando se aposentou, mudou-se para Sapucaia, no estado do Rio de Janeiro, e ali deu início a um projeto de educação de base de grande impacto no município e em municípios vizinhos.

Clarice Maria Abdalla Carneiro de Rezende (1961 - 2009) _

Sinônimo de competência, profissionalismo e dedicação, Clarice Abdalla morreu no dia 04/02/2009, aos 47 anos, devido a um infarto fulminante. Amigos, parentes e colegas de trabalho se reuniram na manhã de quinta-feira, na capela sete do cemitério São João Batista, em Botafogo, para prestar uma última homenagem à assessora de imprensa da PUC-Rio. A missa de corpo presente foi celebrada pelo reitor Padre Jesus Hortal, S.J., que ficou emocionado ao relembrar Clarice:

- Sentiremos o vácuo, a falta do bem que ela fez. Ela viverá na presença de nossa fé e em nossa lembrança. Nunca a vi de cara fechada, estava sempre sorridente e disposta a ajudar todos em sua caminhada. Sua obra não pode ser interrompida, não podemos deixar cair por terra tudo o que ela fez.

Como coordenadora dos núcleos de Assessoria de Imprensa, Rádio e Internet do Projeto Comunicar e professora do Departamento de Comunicação Social, Clarice era conhecida por ter um cuidado especial com seus estagiários.

- Ela nunca fez segredo de nada, sempre dava dicas para os alunos e isso os deixava confiantes. Com espírito leve e inovador, ficava orgulhosa quando os via bem colocados no mercado de trabalho. Essa é uma qualidade de professor, que requer não só conhecimento, mas um jeito especial de conduzir a vida profissional – lembra o professor Miguel Pereira, coordenador do Programa de Pós-graduação em Comunicação Social.

Para Fernando Ferreira, coordenador geral e um dos criadores do Comunicar, Clarice aliava competência e lealdade, de uma maneira dinâmica e disciplinada. Ela estava sempre em busca de novos meios de comunicação para atuar.

Orientador de Clarice no doutorado sobre Alceu Amoroso Lima, que ela fazia na PUC-Rio, Gilberto Mendonça Teles lembrou que era uma pessoa em quem se podia confiar. Também destacou o fato de que se dedicava integralmente a todos os seus projetos. Gilberto ainda relembrou os e-mails que trocavam, pelo menos duas vezes por semana, e os papos do cafezinho.

- Ela era única e deixou, repentinamente, um vazio difícil de preencher. É uma perda irreparável.

A lembrança de Clarice Abdalla como uma boa amiga também foi mencionada pelo cineasta e professor da PUC-Rio Sílvio Tendler. Ele ressaltou o entusiasmo que ela tinha com sua profissão e contou ter sofrido três perdas: a de uma aluna, a de uma amiga e a de uma colega de trabalho. A mesma paixão pela comunicação foi realçada pelo Pe. Marcos William, Vigário Episcopal para Comunicação Social da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

- Ela significava a própria comunicação e representou o elo entre a PUC-Rio e a Arquidiocese. Fez um belo trabalho, foi às bases e às comunidades. Almejamos olhar para frente e seguir seus conselhos, que criou o Portal da Arquidiocese. Espero que os alunos se espelhem em seu exemplo: fazer comunicação a serviço do povo.

Thiago Camara, ex-aluno da PUC-Rio e um dos integrantes do projeto, lembra que Clarice sempre o incentivou na carreira e na vida.

- O Portal é fruto do empenho dela. Ela incentivou a Arquidiocese a investir na comunicação. Desejo continuar seu legado, na comunicação e na evangelização.

Clarice começou sua carreira como produtora na rádio Jornal do Brasil. Ela fez parte do primeiro programa jornalístico da FM do país, oPanorama Brasil, da rádio Panorama. Ângela de Rego Monteiro a conheceu na redação do jornal O Globo e conta que trocavam muitos telefonemas.

- Ela foi uma jornalista, uma amiga e uma professora exemplar.

Sandra Korman, coordenadora do curso de Comunicação Social da PUC-Rio, disse que são nesses momentos difíceis que devemos refletir sobre a brevidade da vida e não deixar nada para amanhã:

- Clarice foi uma das pessoas mais respeitosas que já conheci. Ela teve uma trajetória de luz e fez um trabalho excelente como professora e profissional.

Bruna Santamarina e Tatiana Carvalho
Portal PUC-Rio Digital

Fernando Luiz Cumplido Mac Dowell da Costa (1945-2018) _

(20 de maio de 2018)

O vice-prefeito do Rio de Janeiro, Prof. Fernando Mac Dowell, faleceu aos 72 anos devido a complicações decorrentes de um infarto agudo do miocárdio. Na PUC-Rio, era professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana e Ambiental.

Formado em Engenharia Civil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 1969, MacDowell foi diretor de Planejamento e Projetos do Metrô-Rio, responsável técnico pela implantação de 14 quilômetros da Linha 1 e 23 quilômetros da Linha 2. A repercussão internacional do seu trabalho à frente do Metrô para o Rio, tornou-o, em 1980, o primeiro latino-americano a integrar o Comitê Técnico da Union Internationale des Transports Publics, UITP, com sede em Bruxelas.

Presidente do Departamento de Estradas de Rodagem, DER-RJ, entre 1987 e 1988, durante a década seguinte, coordenou estudos para a implantação da Linha Vermelha e para o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara no governo Brizola e foi subsecretário de Obras do estado no governo de Marcelo Alencar. No início dos anos 2000, Mac Dowell integrou a equipe do Plano Diretor de Transportes Urbanos do estado, ao lado do professor de Engenharia de Transporte da PUC-Rio José Eugênio Leal. Foi também consultor da Agência Nacional do Petróleo (ANP); desenvolveu a Análise Sistêmica para a Reavaliação da Expansão da Linha 2 do Metrô-SP e elaborou os estudos de impacto viário das Usinas Termoelétricas EletroBolt e Termoceará para a Petrobras, entre outros projetos.

Eleito para o cargo de vice-prefeito, assumiu também a Secretaria Municipal de Transportes, em 2018.  Em março desse ano, assumiu a liderança do recém-criado Conselho Consultivo Autoridade da Mobilidade e dos Transportes do Município do Rio de Janeiro (CAMTRJ), que tem a responsabilidade de regular as políticas de mobilidade urbana da cidade.

Nunca deixou de lado, porém, suas atividades como professor. Foi livre-docente em Engenharia pela UFRJ, professor titular do Instituto Militar de Engenharia (IME) e professor adjunto da UERJ e da PUC-Rio.

Nota do Prof. Luiz Alencar Reis da Silva Mello, Decano do Centro Técnico Científico da PUC-Rio:

Notável engenheiro e incansável servidor público, que deixa sua marca no Rio de Janeiro, Mac Dowell era também nosso professor no Mestrado Profissional em Engenharia Urbana e Ambiental, além de grande colaborador e amigo. À família e aos demais amigos, nossos sinceros sentimentos e solidariedade por esta grande perda.

Em sua homenagem, a autoestrada Lagoa-Barra foi rebatizada como autoestrada Engenheiro Fernando MacDowell.

 

 

Adilson José Curtius (1945 - 2012) _

O Prof. Adilson José Curtius faleceu aos 67 anos, por complicações devido à leucemia. Foi professor da PUC-Rio e da UFRRJ até 1994. Atualmente era professor titular voluntário da Universidade Federal de Santa Catarina.

Era graduado em engenharia química pela UFRGS, mestre em engenharia química pela Lehigh University e doutor em química analítica inorgânica pela PUC-Rio com pós-doutorado na Alemanha em 1986. Sua área de especialização era a espectrometria atômica. Desenvolveu métodos analíticos para a determinação de elementos traço em amostras geológicas (águas, solos, sedimentos, minérios, minerais), biológicas (sangue, urina, cabelo) e industriais (combustíveis, efluentes, ligas). O Professor Adilson era pesquisador 1 A do CNPq e membro da Academia Brasileira de Ciências.

Segundo a Sociedade Brasileira de Química, o Prof. Adilson era “um dos mais queridos cientistas brasileiros da área de espectrometria atômica e deixa um grande vazio, uma enorme tristeza, e uma saudade que ficará para sempre, deste que é o pai da espectrometria de absorção atômica em forno de grafite no Brasil e o criador do Encontro Nacional de Química Analítica.”

Empreendedor, competente e capaz de iniciativas inovadoras, o professor Adilson deixa saudades na PUC-Rio, na comunidade científica e nos muitos mestres e doutores que formou.

Franklin dos Santos Antunes (-2022) _

O Professor Franklin Antunes (-01/02/2022) atuou na PUC-Rio entre 1961 e 2005. Em 2010, foi homenageado com a medalha comemorativa dos 70 anos da PUC-Rio.

Era engenheiro agrônomo, com graduação pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1957), com especialização em Fisiologia Vegetal, pela mesma universidade (1957), e em Química Analítica Aplicada a Minérios pelo Instituto Nacional de Tecnologia (1960) e Formação e Classificação dos Solos, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1975), com doutorado em Ciências pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1976).

Trabalhou no Ministério da Agricultura, na EMBRAPA e na FINEP. Era livre docente e foi professor do IME e do Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio. No IGEO, foi professor do Departamento de Geologia, onde criou a disciplina de Pedologia Aplicada à Geologia na década de 1980. Especialista em Solos e em Mineralogia das Argilas, atuou ativamente no programa de pós-graduação em Geologia, onde desenvolveu pesquisas sobre a aplicação de informações pedológicas para a avaliação da aptidão dos terrenos à urbanização. Colaborou também com os programas de pós-graduação em Geografia e Engenharia Civil da COPPE-UFRJ.

Antônio Moser (1941-2016) _

Doutor em Teologia, com especialização em Moral, pela Academia Alfonsianum, em Roma, Frei Antônio Moser iniciou seus estudos de Filosofia e Teologia em Petrópolis e cursou a licenciatura em Teologia em Lyon, França. Durante 10 anos lecionou Teologia Patrística. (ex-professor do Departamento de Teologia) (+ 9 de março de 2016)

Na PUC-Rio, lecionou na graduação e na pós-graduação, e foi também professor convidado na Universidade Católica de Lisboa e na Universidade de Berkeley, na Califórnia. Autor de 25 livros, vários deles traduzidos, coautor e colaborador de vários outros, publicou inúmeros artigos para revistas nacionais e internacionais. Conferencista no Brasil e no exterior, são várias as pesquisas feitas sobre o seu trabalho e seus escritos envolvendo temas da teologia moral e ética da libertação.

Frei Antônio Moser construiu quinze comunidades de fé na Baixada Fluminense e em Petrópolis, Rio de Janeiro. Dentre elas, merecem destaque a Comunidade Menino Jesus de Praga e a Paróquia de Santa Clara. Foi Diretor-Presidente da Editora Vozes, professor de Teologia Moral e Bioética no Instituto Teológico Franciscano (ITF), em Petrópolis e pároco da Igreja de Santa Clara.

O Reitor Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. enviou a seguinte nota à Comunidade Universitária:

Recebemos com tristeza a morte violenta de nosso teólogo e ex-professor do Departamento de Teologia da PUC-Rio, Frei Antônio Moser, este franciscano tão querido de todos nós, tanto por sua grande contribuição na reflexão teológica, como pelas suas qualidades humanas reconhecidas por todos os que tiveram o privilégio de conviver com ele. No momento em que precisamos tanto de pessoas que contribuam para uma sociedade mais justa e fraterna, a violência nos tira do convívio esta pessoa humana que sempre procurou defender os pobres e a ética do meio ambiente. Na certeza que toda a sua vida e obra ficará como um legado para a Igreja e para o mundo acadêmico, peçamos ao Senhor Deus que o receba no seu Reino, onde certamente estar intercedendo por todos que acreditam que a reconciliação possa vencer os conflitos e a paz supere a violência.

A Professora Margarida de Souza Neves, Coordenadora do Núcleo de Memória da PUC-Rio, assim comentou sobre mais essa perda causada pela violência que pune a todos:

Acho que são poucos os professores de hoje e de tempos passados cuja presença, a palavra e a atuação fossem tão opostas a qualquer tipo de violência ou desrespeito ao outro.  Lembro dele firme, corajoso e com opiniões inequívocas, mas sempre próximo, discreto e compreensivo.  A violência é sempre absurda, mas esse absurdo fica mais evidente quando atinge a alguém perto de nós, e alguém cuja vida esteve a serviço da ética, da solidariedade e dos mais pobres. 

Claudia Miranda (1967-2014) _

Professora da PUC-Rio desde 2004, Claudia Miranda era arquiteta e urbanista formada pela FAU/UFRJ, em 1991, com mestrado em Desenho Urbano pelo PROURB/UFRJ. Trabalhou nos escritórios LPC e Azul antes de fundar a MIRA Arquitetura, em 2000. Também lecionou na Escola de Design de Interiores da Universidade Cândido Mendes entre 1999 e 2007, e na FAU-UFRJ, entre 1994 e 1998. Foi membro do júri e vice-diretora Cultural do IAB/RJ em 1999.

Teve trabalhos publicados nas revistas Projeto, Casa Vogue, Casa Claudia, Finestra, Abitare, nos Catálogos da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo e no Jornal O Globo. Recebeu os prêmios DECA – banheiro comercial em 2011 e do Concurso Morar Carioca em 2010.

Professora e Supervisora de Projeto IV do Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio, Claudia Miranda foi “uma arquiteta completa, que procurou expandir o seu talento em todas as áreas, de projetos residenciais, comerciais e corporativos e, até mesmo, ensinando a arte da arquitetura na UFRJ, na PUC-Rio e na Universidade Cândido Mendes”, conforme assinala o site do IAB/RJ.

(Curso de Arquitetura e Urbanismo) (+13 de abril de 2014)

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