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Professores

Título Código Dataordem crescente Descrição
Fernando Luiz Cumplido Mac Dowell da Costa (1945-2018) _

(20 de maio de 2018)

O vice-prefeito do Rio de Janeiro, Prof. Fernando Mac Dowell, faleceu aos 72 anos devido a complicações decorrentes de um infarto agudo do miocárdio. Na PUC-Rio, era professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana e Ambiental.

Formado em Engenharia Civil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 1969, MacDowell foi diretor de Planejamento e Projetos do Metrô-Rio, responsável técnico pela implantação de 14 quilômetros da Linha 1 e 23 quilômetros da Linha 2. A repercussão internacional do seu trabalho à frente do Metrô para o Rio, tornou-o, em 1980, o primeiro latino-americano a integrar o Comitê Técnico da Union Internationale des Transports Publics, UITP, com sede em Bruxelas.

Presidente do Departamento de Estradas de Rodagem, DER-RJ, entre 1987 e 1988, durante a década seguinte, coordenou estudos para a implantação da Linha Vermelha e para o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara no governo Brizola e foi subsecretário de Obras do estado no governo de Marcelo Alencar. No início dos anos 2000, Mac Dowell integrou a equipe do Plano Diretor de Transportes Urbanos do estado, ao lado do professor de Engenharia de Transporte da PUC-Rio José Eugênio Leal. Foi também consultor da Agência Nacional do Petróleo (ANP); desenvolveu a Análise Sistêmica para a Reavaliação da Expansão da Linha 2 do Metrô-SP e elaborou os estudos de impacto viário das Usinas Termoelétricas EletroBolt e Termoceará para a Petrobras, entre outros projetos.

Eleito para o cargo de vice-prefeito, assumiu também a Secretaria Municipal de Transportes, em 2018.  Em março desse ano, assumiu a liderança do recém-criado Conselho Consultivo Autoridade da Mobilidade e dos Transportes do Município do Rio de Janeiro (CAMTRJ), que tem a responsabilidade de regular as políticas de mobilidade urbana da cidade.

Nunca deixou de lado, porém, suas atividades como professor. Foi livre-docente em Engenharia pela UFRJ, professor titular do Instituto Militar de Engenharia (IME) e professor adjunto da UERJ e da PUC-Rio.

Nota do Prof. Luiz Alencar Reis da Silva Mello, Decano do Centro Técnico Científico da PUC-Rio:

Notável engenheiro e incansável servidor público, que deixa sua marca no Rio de Janeiro, Mac Dowell era também nosso professor no Mestrado Profissional em Engenharia Urbana e Ambiental, além de grande colaborador e amigo. À família e aos demais amigos, nossos sinceros sentimentos e solidariedade por esta grande perda.

Em sua homenagem, a autoestrada Lagoa-Barra foi rebatizada como autoestrada Engenheiro Fernando MacDowell.

 

 

Adilson José Curtius (1945 - 2012) _

O Prof. Adilson José Curtius faleceu aos 67 anos, por complicações devido à leucemia. Foi professor da PUC-Rio e da UFRRJ até 1994. Atualmente era professor titular voluntário da Universidade Federal de Santa Catarina.

Era graduado em engenharia química pela UFRGS, mestre em engenharia química pela Lehigh University e doutor em química analítica inorgânica pela PUC-Rio com pós-doutorado na Alemanha em 1986. Sua área de especialização era a espectrometria atômica. Desenvolveu métodos analíticos para a determinação de elementos traço em amostras geológicas (águas, solos, sedimentos, minérios, minerais), biológicas (sangue, urina, cabelo) e industriais (combustíveis, efluentes, ligas). O Professor Adilson era pesquisador 1 A do CNPq e membro da Academia Brasileira de Ciências.

Segundo a Sociedade Brasileira de Química, o Prof. Adilson era “um dos mais queridos cientistas brasileiros da área de espectrometria atômica e deixa um grande vazio, uma enorme tristeza, e uma saudade que ficará para sempre, deste que é o pai da espectrometria de absorção atômica em forno de grafite no Brasil e o criador do Encontro Nacional de Química Analítica.”

Empreendedor, competente e capaz de iniciativas inovadoras, o professor Adilson deixa saudades na PUC-Rio, na comunidade científica e nos muitos mestres e doutores que formou.

Franklin dos Santos Antunes (-2022) _

O Professor Franklin Antunes (-01/02/2022) atuou na PUC-Rio entre 1961 e 2005. Em 2010, foi homenageado com a medalha comemorativa dos 70 anos da PUC-Rio.

Era engenheiro agrônomo, com graduação pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1957), com especialização em Fisiologia Vegetal, pela mesma universidade (1957), e em Química Analítica Aplicada a Minérios pelo Instituto Nacional de Tecnologia (1960) e Formação e Classificação dos Solos, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1975), com doutorado em Ciências pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1976).

Trabalhou no Ministério da Agricultura, na EMBRAPA e na FINEP. Era livre docente e foi professor do IME e do Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio. No IGEO, foi professor do Departamento de Geologia, onde criou a disciplina de Pedologia Aplicada à Geologia na década de 1980. Especialista em Solos e em Mineralogia das Argilas, atuou ativamente no programa de pós-graduação em Geologia, onde desenvolveu pesquisas sobre a aplicação de informações pedológicas para a avaliação da aptidão dos terrenos à urbanização. Colaborou também com os programas de pós-graduação em Geografia e Engenharia Civil da COPPE-UFRJ.

Antônio Moser (1941-2016) _

Doutor em Teologia, com especialização em Moral, pela Academia Alfonsianum, em Roma, Frei Antônio Moser iniciou seus estudos de Filosofia e Teologia em Petrópolis e cursou a licenciatura em Teologia em Lyon, França. Durante 10 anos lecionou Teologia Patrística. (ex-professor do Departamento de Teologia) (+ 9 de março de 2016)

Na PUC-Rio, lecionou na graduação e na pós-graduação, e foi também professor convidado na Universidade Católica de Lisboa e na Universidade de Berkeley, na Califórnia. Autor de 25 livros, vários deles traduzidos, coautor e colaborador de vários outros, publicou inúmeros artigos para revistas nacionais e internacionais. Conferencista no Brasil e no exterior, são várias as pesquisas feitas sobre o seu trabalho e seus escritos envolvendo temas da teologia moral e ética da libertação.

Frei Antônio Moser construiu quinze comunidades de fé na Baixada Fluminense e em Petrópolis, Rio de Janeiro. Dentre elas, merecem destaque a Comunidade Menino Jesus de Praga e a Paróquia de Santa Clara. Foi Diretor-Presidente da Editora Vozes, professor de Teologia Moral e Bioética no Instituto Teológico Franciscano (ITF), em Petrópolis e pároco da Igreja de Santa Clara.

O Reitor Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. enviou a seguinte nota à Comunidade Universitária:

Recebemos com tristeza a morte violenta de nosso teólogo e ex-professor do Departamento de Teologia da PUC-Rio, Frei Antônio Moser, este franciscano tão querido de todos nós, tanto por sua grande contribuição na reflexão teológica, como pelas suas qualidades humanas reconhecidas por todos os que tiveram o privilégio de conviver com ele. No momento em que precisamos tanto de pessoas que contribuam para uma sociedade mais justa e fraterna, a violência nos tira do convívio esta pessoa humana que sempre procurou defender os pobres e a ética do meio ambiente. Na certeza que toda a sua vida e obra ficará como um legado para a Igreja e para o mundo acadêmico, peçamos ao Senhor Deus que o receba no seu Reino, onde certamente estar intercedendo por todos que acreditam que a reconciliação possa vencer os conflitos e a paz supere a violência.

A Professora Margarida de Souza Neves, Coordenadora do Núcleo de Memória da PUC-Rio, assim comentou sobre mais essa perda causada pela violência que pune a todos:

Acho que são poucos os professores de hoje e de tempos passados cuja presença, a palavra e a atuação fossem tão opostas a qualquer tipo de violência ou desrespeito ao outro.  Lembro dele firme, corajoso e com opiniões inequívocas, mas sempre próximo, discreto e compreensivo.  A violência é sempre absurda, mas esse absurdo fica mais evidente quando atinge a alguém perto de nós, e alguém cuja vida esteve a serviço da ética, da solidariedade e dos mais pobres. 

Claudia Miranda (1967-2014) _

Professora da PUC-Rio desde 2004, Claudia Miranda era arquiteta e urbanista formada pela FAU/UFRJ, em 1991, com mestrado em Desenho Urbano pelo PROURB/UFRJ. Trabalhou nos escritórios LPC e Azul antes de fundar a MIRA Arquitetura, em 2000. Também lecionou na Escola de Design de Interiores da Universidade Cândido Mendes entre 1999 e 2007, e na FAU-UFRJ, entre 1994 e 1998. Foi membro do júri e vice-diretora Cultural do IAB/RJ em 1999.

Teve trabalhos publicados nas revistas Projeto, Casa Vogue, Casa Claudia, Finestra, Abitare, nos Catálogos da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo e no Jornal O Globo. Recebeu os prêmios DECA – banheiro comercial em 2011 e do Concurso Morar Carioca em 2010.

Professora e Supervisora de Projeto IV do Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio, Claudia Miranda foi “uma arquiteta completa, que procurou expandir o seu talento em todas as áreas, de projetos residenciais, comerciais e corporativos e, até mesmo, ensinando a arte da arquitetura na UFRJ, na PUC-Rio e na Universidade Cândido Mendes”, conforme assinala o site do IAB/RJ.

(Curso de Arquitetura e Urbanismo) (+13 de abril de 2014)

Francisco de Paula Amarante Neto (1939-2021) _

O Professor Francisco de Paula Amarante Neto formou-se em Medicina pela Universidade do Brasil, hoje UFRJ, e foi aluno da PUC-Rio, onde se especializou em Otorrinolaringologia. Foi coordenador do Curso de Especialização em Otorrinolaringologia por 35 anos e Decano do CCBM (hoje CCBS) a partir de 1992. Seu pai foi o fundador da Escola de Aperfeiçoamento Médico, em 1953, que hoje é o Departamento de Medicina da PUC-Rio. Diretor da Clínica Professor Rubem Amarante, no Rio de Janeiro, possui vários trabalhos publicados no Brasil e no exterior. Era casado e deixou quatro filhos e sete netos.

Nota do Reitor da PUC-Rio, pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J.:

A Reitoria da PUC-Rio manifesta sentimento de pesar pelo falecimento do Dr. Francisco de Paula Amarante Neto, nosso professor do Departamento de Medicina, e antigo decano da Escola Médica do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde.
Nossa eterna gratidão pelos anos dedicados ao ensino e à gestão, sempre manifestando grande apreço à nossa Universidade.

Helder Pessoa Camara (1909 - 1999) _

O Padre Helder Camara foi professor da PUC-Rio entre 1942 e 1963, e em 1991 recebeu o título de doutor Honoris Causa da Universidade.

A PUC-Rio desenvolveu um site para as comemorações do centenário de Dom Helder, em 2009.

José Otávio de Vasconcellos Naves (?-2020) _

Tinha graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1970) e Mestrado em Psicologia pela Université Catholique de Louvain-Bélgica (1978). Doutorado em Psicologia Clínica pela PUC-Rio (2006), onde foi professor e supervisor no Serviço de Psicologia Aplicada. Foi pesquisador da Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatogia Fundamental.

Nota do Departamento de Psicologia:

É com enorme pesar que o Departamento de Psicologia da PUC-Rio comunica o falecimento de seu muito querido ex-professor José Otávio Vasconcellos Naves no dia 26/09/2020.

Em memória, divulgamos abaixo as homenagens feitas por familiares, amigos e ex alunos:

Profa. Daniela Romão B. Dias

É com honra e responsabilidade que represento o Departamento de Psicologia nessa homenagem ao querido professor, supervisor e colega José Otávio Naves.

Zé, como carinhosamente era chamado, jamais padeceu de indiferença. Após o comunicado de sua partida, na caixa de entrada não pararam de chegar e-mails dos colegas professores. Lembraram de sua inteligência e generosidade. Destacaram a sensibilidade para os detalhes, a abertura para o mundo, o olhar profundo. Não deixaram de fora o afeto, a inquietude e o humor.

Como professor, suas aulas intrigavam, assustavam e, sobretudo, encantavam. 

Irradiava a psicanálise de forma apaixonante, envolvendo seus ouvintes em uma atmosfera de lirismo e mistério. Quem sabe o que se passava na cabeça do Zé? Se tivesse que apostar, diria que sua intenção era provocar uma lacuna, um desconforto até, para que aqueles que o escutavam aguçassem a curiosidade e fossem buscar suas próprias e incompletas respostas. Como supervisor, fazia afirmações enfáticas e enigmáticas, para as quais pouco adiantava pedir explicações adicionais. Parecia que, tal como Manuel de Barros, Zé poderia dizer: “entender é parede. Procure ser árvore.”

 Zé foi árvore. Deu flores e frutos. Iniciou centenas de pessoas que praticam e passam adiante a psicanálise em suas clínicas privadas, nos serviços públicos e de saúde mental, nas universidades.

Hoje, para além de lamentar sua partida, temos motivos para celebrar uma vida bem vivida. Porque a vida do Zé não foi estreita, mas larga e, licença para o neologismo, enlargueceu o olhar daqueles que passaram por ele. Obrigada, Zé, a lembrança de sua risada imensa – para usar o termo de uma amiga querida – será sempre motivo para sorrirmos também.

 

Prof. Fernando Ribeiro Tenório

muito triste com a notícia da partida do José Otávio. Foi meu professor na Graduação. Faço parte de um grupo de WhatsApp de ex-alunos que como eu se formaram na primeira metade da década de 90 e estão todos muito tocados pela notícia, escrevendo coisas lindas sobre ele, memórias, homenagens...

Ele é de fato um professor emblemático na história do Departamento e marcante para gerações de psicólogos.

Penso que o Departamento deveria organizar uma homenagem para ele, com a participação de ex-alunos.

 

Profa. Andrea Seixas Magalhães

Meu abraço apertado em todos os colegas que tiveram o privilégio de conviver com o Zé Otávio, querido e sensível.

Concordo com a importância de homenagear e de ter um espaço para elaborarmos nossos tantos lutos dos últimos tempos.

 

Profa. Claudia Garcia

Lembro ainda do dia em que, como coordenadora do SPA entrevistei Zé Otávio então candidato no processo de seleção para o cargo de professor e supervisor do Departamento de Psicologia. Conversamos longamente sobre narcisismo, tema do trabalho que acabara de concluir e logo me convenci, acertadamente, que era a pessoa indicada para o cargo.

Minha primeira impressão se confirmou ao longo dos anos em que convivemos com um professor-supervisor que estimulava a curiosidade de seus alunos, questionava o estabelecido, sempre trazendo ideias desafiadoras e novas formas de pensar o mundo e a psicanálise.  Marcou, sem dúvidas, uma geração de alunos e alunas, e nos deixa a lembrança de alguém afetuoso e aberto pro mundo que tinha a psicanálise como bem maior.

 

Prof. Álvaro de Pinheiro Gouvêa

A PUC aos pouquinhos vai virando saudade. Nosso grande José Otavio juntando a outros e alimentando nosso imaginário com emoções, lembranças e alegria.

 

Prof. Carlos Eduardo Brito

Que notícia triste! Zé Otávio também foi meu professor. Criativo, original, engraçado, uma pessoa única! Sempre disponível para ouvir e também nos enriquecer com sua sabedoria. Que saudade!

 

Profa. Sara Ângela Kislanov

Triste também com a notícia do falecimento do Zé. Colega generoso e de risada imensa mesmo. Que descanse em paz. Era ótimo colega e generoso também com os alunos. Ficará para sempre em nossos corações.

 

Profa. Teresa Creusa Negreiros

Fiquei comovida com a triste noticia da morte de meu ex-colega e sempre amigo José Otavio. Quem morre mas deixa lembranças afetivas, vive para sempre na memória dos que conviveram com ele. Então, na verdade, enquanto recordarmos sua incrível presença, ele estará entre nós!!

 

Profa. Monah Winograd

Recebi a notícia ontem com uma tristeza enorme. Muito querido, o Zé. Figura meio lírica, com aqueles olhos sempre abertos. E como era engraçado também. Deixa saudades.

Penso que o Depto deve prestar-lhe uma homenagem de qualquer maneira, como um reconhecimento das marcas deixadas pelo Zé naqueles que tiveram a sorte de esbarrar com ele pelo caminho e no próprio departamento. Ele marcou gerações de psicólogos.

Abraços apertados em todos!

Viva o Zé!

 

Profa. Regina Pontes

Que triste … Perdemos uma pessoa apaixonada, inteligente e criativa. Sensível nos mínimos gestos.Encantador com as palavras.

Que esteja em paz, com sua missão cumprida e sempre na nossa lembrança,

 

Profa. Isabel Fortes

José Otávio foi meu professor na graduação e supervisor no SPA. Foi um grande professor; aprendi muito com ele. Que descanse em paz.

 

Profa. Norma Salgado Franco

Fiquei muito triste com essa notícia, me “pegou” de surpresa. Que o Espírito Santo console o coração de seus colegas e familiares.

 

Profa. Regina Jardim

Que notícia tão triste. Deixa saudades e lembranças vivazes de encontros prazerosos e frutíferos. Descanse em paz, meu amigo!

 

Profa. Daniela Romão Dias

Muito triste com a partida do Zé. Era uma pessoa incrível e foi responsável pela iniciação de muitos na psicanálise, pessoas que hoje trabalham em clínicas públicas e privadas, na saúde mental e em universidades. Foi meu supervisor, não no SPA, mas depois, e é parte importante da minha formação. Que sua risada imensa, para usar um termo de Denise Portinari, permaneça em nossos corações.

 

Profa. Terezinha Féres-Carneiro

Foi com muita tristeza e dor que recebi, ontem à noite, a notícia do falecimento do Zé Otávio, meu ex-doutorando muito querido. Zé era inquieto, inteligente, criativo, generoso e, como disse a Silvinha, muito instigante. Com ele vivi intensas e ricas trocas acadêmicas e afetivas, que ficarão para sempre comigo.

Zé, muito querido, a você nossa homenagem de gratidão e afeto por tudo que nos proporcionou como aluno de uns, professor de outros e colega de todos nós, que tivemos o privilégio de conviver com a pessoa linda que você foi e que continuará sendo dentro de cada um de nós!

 

Profa. Silvia Zornig

Muito triste mesmo esta notícia. Ficam as boas lembranças de um psicanalista criativo e instigante e um amigo querido.

 

Profa. Regina Murat

Triste notícia, Landeira e colegas. Saudades do Zé Otávio, colega querido de tantos anos e muitas trocas frutíferas. Fica para sempre nas minhas lembranças!

 

Profa. Sandra Salomão

[...] meus profundos sentimentos a todos os colegas que conviveram com José Otávio, uma pessoa docemente grande, presença confortante, sorriso intrigante e faceiro.

 

Prof. Marco Aurélio Negreiros

Lamento muito a partida do meu querido professor de psicanálise e supervisor no SPA. Deixará saudades.

Alceu Amoroso Lima (1893 - 1983) _

Os caminhos de Alceu Amoroso Lima

Crônica publicada no Jornal da PUC em 18/05/2012, Edição 255.

Ao percorrermos a documentação sobre o campus encontramos referências a Alceu Amoroso Lima em dois espaços físicos, ambos significativos se relacionados à sua trajetória pessoal e aos caminhos da memória inscritos na toponímia da Universidade. Um deles é a alameda central da Vila dos Diretórios. O outro, a pequena praça em frente à casa da Editora e da Agência PUC-Rio, ao lado da DAR.

Alceu Amoroso Lima foi um dos fundadores da PUC-Rio e professor titular de Literatura Brasileira até sua aposentadoria em 1963. Sua ligação com a Universidade decorre de sua liderança como intelectual católico desde os anos 1920 e de sua proximidade com o Pe. Leonel Franca S.J., primeiro reitor da PUC-Rio. Ambos atuaram na criação do Instituto Católico de Estudos Superiores em 1932 e, em 1940, foram indicados pelo Cardeal Leme para coordenar a comissão que elaborou o projeto das Faculdades Católicas.

Após a morte do Cardeal Leme em 1942, Alceu aos poucos afastou-se da atuação direta em entidades católicas, mas continuou a ser uma referência para o laicato católico brasileiro. Nessa condição, participou do Concílio Vaticano II, iniciado em 1962, e identificou-se com a atualização proposta pelo Papa João XXIII e pelos documentos do Concílio.

Nas colunas que, desde a juventude, publicou em diversos jornais, Alceu utilizava o pseudônimo Tristão de Athayde. Nelas tornou-se, nos anos de ditadura militar, voz e referência para os movimentos de resistência. Os universitários viam nele um interlocutor, e foi numerosas vezes escolhido para ser patrono de formandos na PUC-Rio e em universidades de todo o Brasil.

A iniciativa de homenagear Alceu dando seu nome a um dos espaços da PUC-Rio veio no contexto do primeiro projeto Memória da PUC-Rio, em 1986, e concretizou-se em julho de 1987. Explicitada em texto do então Reitor Pe. Laércio Dias de Moura S.J., implicava em “erigir marcos indeléveis” em reconhecimento a pessoas importantes na história da Universidade. O nome de Alceu Amoroso Lima foi dado “a uma das vias principais” do campus.

A Praça Alceu Amoroso Lima foi nomeada em 2002, mas não está registrada em nenhum dos mapas do campus a que tivemos acesso. Ver o nome de Alceu no endereço da Editora PUC-Rio parece acertado, dada a sua caudalosa produção literária.

Mesmo a alameda da Vila dos Diretórios só aparece com o nome de Alceu Amoroso Lima em um mapa produzido por ocasião da homenagem em 1987. Ao procurarmos hoje no campus a identificação na Vila dos Diretórios nos deparamos com uma placa em que se lê “Alameda Dra. Regina Feigl”, outra homenageada na mesma ocasião. Nos documentos do acervo da Reitoria, no entanto, a alameda Regina Feigl consta como a da entrada pela rua Marquês de São Vicente, na qual não há placa de identificação. 

Professor por longos anos da PUC-Rio e um de seus fundadores, Alceu Amoroso Lima empresta ainda seu nome à medalha que traz sua efígie e que desde 1993 a Universidade outorga aos que se destacam em sua atuação em defesa da ética e da cultura. E cabe lembrar que a revista acadêmica publicada pelo Departamento de Comunicação intitula-se Alceu.

Nomear a alameda da Vila dos Diretórios é adequado ao espírito inquieto, público e conectado com o seu tempo do Dr. Alceu. Nas palavras do Pe. Laércio no evento que marcou a nomeação deste espaço, Alceu “Estará assim vivo entre os alunos, no meio do burburinho de suas atividades”. 

Clóvis Gorgônio
Núcleo de Memória da PUC-Rio

Alberto Dines (1932-2018) _

(22 de maio de 2018) 

O carioca Alberto Dines, criador do Observatório da Imprensa foi professor do curso de Jornalismo, hoje ligada ao Departamento de Comunicação Social, no qual criou e ministrou as disciplinas Jornalismo Comparado (1963) e Teoria da Imprensa (1965).

Dines iniciou sua carreira como crítico de cinema da revista A Cena Muda em 1952. Foi colaborador das revistas Visão e Manchete, tornando-se assistente de direção e secretário de redação. Em 1959, tornou-se diretor do segundo caderno do jornal Última Hora. Em 1960, foi nomeado editor-chefe da recém-criada revista Fatos e Fotos e colaborou com o jornal Tribuna da Imprensa. Dirigiu também o Diário da Noite. Em 1962, ingressou no Jornal do Brasil como editor-chefe e participou do projeto de reformulação do jornal, que levou o JB a ocupar posição de destaque na imprensa brasileira e estimulou a reestruturação gráfica dos demais jornais.

Foi preso em dezembro de 1968 e submetido a inquérito, logo depois de discurso feito como paraninfo na formatura da turma de Jornalismo da PUC-Rio, no qual fez críticas à censura, logo após a edição do AI-5.

Em 1974, foi professor-visitante na Universidade de Colúmbia. Retornou ao Rio de Janeiro em 1975 e assumiu a chefia da sucursal carioca da Folha de São Paulo. Colaborou com O Pasquim, e residiu em Lisboa entre 1988 e 1995. Em 1994, criou, em Portugal, o Observatório da Imprensa.

De volta ao Brasil, foi o responsável pela criação do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em abril de 1996, lançou a versão eletrônica do Observatório da Imprensa, jornal de crítica e debate sobre o jornalismo contemporâneo, que passou a ter uma edição na TV Educativa do Rio de Janeiro a partir de maio de 1998. Retornou para o Jornal do Brasil em outubro de 1998, com coluna semanal de crítica jornalística.

Recebeu o título de Notório Saber em História e Jornalismo pela Universidade do Estado de São Paulo (USP), da qual também foi membro da comissão de avaliação do curso de jornalismo.

Renata Cantanhede Amarantes (1970 - 2012) _

A Profa. Renata lecionava no Departamento de Comunicação Social e era subeditora do Núcleo de Jornalismo Impresso do Projeto Comunicar. Sua morte prematura e imprevista chocou colegas e alunos. Entre as muitas manifestações de pesar recebidas, o Núcleo de Memória selecionou a bela carta aberta enviada pelos ex-estagiários do Projeto Comunicar que trabalharam com ela.

“Carta aberta dos ex-estagiários

“A cena era relativamente comum: algum dos estagiários havia conseguido uma vaga em outro lugar 'lá fora' e ia se despedir do Jornal da PUC. Todos nós abraçávamos quem ia embora, genuinamente felizes por mais um passo alcançado na carreira do colega iniciante. É inevitável: o mercado costuma absorver com gosto quem passou pelo Projeto Comunicar. Quando esse estagiário resolvia dar tchau às chefes, abraçava uma emocionada Renata Cantanhede, que - não raro - estava com os olhos cheios de água.

“Logo a durona da Renata? Aquela que é tão rígida na hora de cobrar e de exigir o melhor de seus alunos e estagiários? Sim. Ela exigia porque sabia que seríamos capazes de fazer. E se não conseguíssemos, ela vinha para o nosso lado e nos fazia ser capazes. Explicava quantas vezes fossem necessárias. Nunca como chefe, sempre como professora. Aliás, gabaritada professora. Daquelas que explicam o porquê da regra gramatical como uma gramática falante, coisas que só uma Doutora em Letras poderia fazer.

“Muitas vezes ela também foi amiga. Sempre que o trabalho permitia, sentava conosco para rir e fazer piadas. E nas férias escolares, quando o ritmo é bem mais leve, disputava (e quase sempre vencia) as animadas partidas de ‘Perfil’ e ‘Stop’ que a gente organizava.

“As histórias, sua paixão, não ficavam só nos livros que lia e escrevia. Depois do lanche da tarde, chegava manso na redação com sua Coca-Cola e o típico olhar de Renata. Desconfiada e interessada, doida para saber o que os estagiários estavam aprontando. Antes de voltar às notinhas do PUC Urgente, havia tempo para o plágio que descobriu no último trabalho que passou em aula e a desculpa cara de pau do aluno fulano. O fulano, apesar de nossa insistência e para tristeza de todos, nunca tinha o nome revelado.

“Nossas experiências do Jornal da PUC vão nos marcar para sempre. E é indiscutível que as lições da Renata foram fundamentais para isso. Das reuniões de pauta às aulas de português. Na família Comunicar, a Renata era uma irmã mais velha. Jovem há mais tempo, tinha a expertise para nos ensinar os atalhos e ajudar a prevenir os erros. Quando entramos pela porta cinza do 4º andar pela primeira vez, estávamos crus. Saímos preparados para enfrentar os desafios que o mundo real nos apresentava. Talvez fosse essa mudança que a deixasse tão emocionada com a despedida. E agora, que dizemos adeus, nos emocionamos também. Afinal, nos damos conta que para toda nossa vida pessoal e profissional carregaremos um pouco da Renata conosco.”.

Candido Antônio José Francisco Mendes de Almeida (1928-2022) _

O professor Candido Mendes de Almeida (03/06/1928-17/02/2022) manteve uma longa e próxima relação com a PUC-Rio, onde foi Bacharel em Direito e Filosofia, entre 1945 e 1951, e professor, entre 1951 e 1961.

Doutor em Direito pela Faculdade Nacional de Direito da então Universidade do Brasil,  atual UFRJ, foi professor universitário e, a partir de 1951, atuou na PUC-Rio, na Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), na Faculdade de Direito Candido Mendes; na Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro e no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), com extensa atuação como professor visitante em universidades americanas, entre elas, Brown University, New York University, New Mexico University, University of California (LA), Princeton University, Stanford University, Lincoln University, Columbia University, Harvard University, Syracuse University e Cornell University.

Foi reitor da Universidade Candido Mendes, presidente da Sociedade Brasileira de Instrução (SBI), presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Superior Privado no Rio de Janeiro, secretário-geral da Academia da Latinidade, presidente do Fórum de Reitores do Rio de Janeiro, presidente do Senior Board do Conselho Internacional de Ciências Sociais da UNESCO, membro da Comissão de Alto Nível da Aliança das Civilizações das Nações Unidas, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Ocupou a cadeira 35 da Academia Brasileira de Letras.

Nota de pesar da Academia Brasileira de Letras:

O acadêmico e professor Candido Mendes de Almeida faleceu na tarde do dia 17 de fevereiro, no Rio de Janeiro, vítima de embolia pulmonar.

É o quinto ocupante da Cadeira nº 35 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 24 de agosto de 1989, na sucessão de Celso Cunha. Entre suas obras publicadas, destacam-se: Nacionalismo e desenvolvimento (1963), O País da Paciência (2000), Subcultura e mudança: por que me envergonho do meu país (2010), A razão armada (2012).

Candido Mendes foi reconhecidamente um defensor da educação, com uma trajetória de permanente engajamento na luta pela democratização do acesso à educação e o desenvolvimento do ensino de excelência.

Foi membro do Conselho de Cooperação Educacional com a América Latina, do Education and World Affairs; do Conselho Diretor do International Institute for Educational Planning; presidente do Comitê de Programas do International Social Science Council, órgão representativo das organizações não governamentais de Ciências Sociais reconhecidos pela Unesco, e presidente do Instituto do Pluralismo Cultural.

Na ditadura de 1964, Candido Mendes abrigou perseguidos pelo regime militar e contribuiu para a fundação de um centro de estudos políticos. Foi um dos responsáveis, com o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Helder Camara, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) denunciar com severidade os casos de tortura no Brasil. Candido Mendes era católico e irmão de Dom Luciano Mendes de Almeida, arcebispo de Mariana, ex-presidente da CNBB, assim como ele, um dos que estiveram na luta contra a ditadura.

Foi o fundador do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, que se propõe a divulgar a vida e a mensagem de seu patrono, aprofundando seu compromisso com a liberdade, a justiça e os valores da pessoa humana. Anualmente o Centro concede o Prêmio Alceu Amoroso Lima de Direitos Humanos, que homenageia grupos, instituições ou organizações que lutam pela justiça, pela paz e pelos direitos humanos.

Candido Mendes deixa viúva, a pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo. Ele também foi casado com Maria de Lurdes Melo Coimbra Mendes de Almeida, com quem teve quatro filhos, que lhe deram cinco netos.

Elias Kallás (1936-2016) _

Sociólogo e Administrador Público formado pela Universidade Federal de Minas Gerais e pós-graduado em Sociologia do Trabalho pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, o Prof. Elias Kallás obteve todos os créditos do Programa de Mestrado em Sociologia das Relações Internacionais da PUC-Rio, e do Programa de Doutorado em Administração, Educação e Comunicação, da Universidade São Marcos, de São Paulo. (Ex-Vice-Reitor Administrativo e de Desenvolvimento) (+ 5 de abril de 2016) 

Com diversos cursos de especialização em estudos de alta gerência, realizados no Brasil e no Exterior, foi Vice-Reitor de Desenvolvimento da PUC-Rio além de Diretor Executivo Adjunto da Fundação Nacional Pró-Memória, do Ministério da Cultura; Executor, pelo lado brasileiro, do Projeto de Cooperação Técnica Internacional para a Consolidação do Pólo Tecnológico de Santa Rita do Sapucaí; Secretário Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, nos municípios de Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí, MG; Membro do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia do Governo do Estado de Minas Gerais, CONECIT; Presidente do Conselho de Desenvolvimento do Pólo Tecnológico de Santa Rita do Sapucaí e Vice-Presidente do Fórum Permanente da Rota Tecnológica do Sul de Minas Gerais.

Ao longo da carreira, Kallás foi professor do Centro de Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e Educação, do Instituto Nacional de Telecomunicações, e da Universidade do Vale do Sapucaí. Além disso, foi diretor da IBM e secretário municipal de Ciência e Tecnologia entre 2005 e 2008. O Prof. Kallás faleceu aos 80 anos, na cidade de Pouso Alegre, Minas Gerais.

Alberto de Carvalho Peixoto de Azevedo (1933-2014) _

Graduado em Engenharia pelo ITA (1955), estudou no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e concluiu seu mestrado em Matemática em Harvard (1962). O doutorado em Matemática foi concluído em 1967 na Purdue University, EUA, sob orientação de Zariski e Abhyankar, e o pós-doutorado concluído em 1976 na Universität Erlangen-Nuremberg.

Após o doutorado, Alberto de Azevedo veio para a PUC-Rio na qual foi um dos fundadores do Departamento de Matemática, e onde foi diretor e coordenador da pós-graduação.

Teve atuação marcante no IMPA e no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Fez parte da primeira diretoria da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), de 1969 a 1971. Lá foi membro do Conselho Diretor por duas vezes e membro do Conselho Fiscal de 1980 a 1990. Era Membro da Academia Brasileira de Ciência desde 1971.

Em 2004, foi condecorado pelo governo brasileiro com a Ordem Nacional do Mérito Científico, na classe de Comendador.

(Departamento de Matemática) (+27 de junho de 2014)

Vera Magiano Hazan (?-2021) _

A profa. Vera Hazan era arquiteta e urbanista, tendo atuado nas áreas de projeto, ensino, pesquisa e extensão. Reconhecida por sua participação assídua no debate público sobre a Arquitetura e a vida nas cidades, era membro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e do Conselho de Arquitetos e Urbanistas do Rio de Janeiro, atuando na Comissão de Formação e Exercício Profissional do CAU-RJ.

Nota do Departamento de Arquitetura e Urbanismo:

Professora e orientadora devotada e multipremiada, Vera era também supervisora do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo do nosso DAU, estando à frente de projetos de grande destaque, entre eles a Estação Avançada de Pesquisa de Fernando de Noronha da Marinha do Brasil e o novo auditório da PUC-Rio.

Vera foi uma defensora incansável da chamada acessibilidade universal em arquitetura, e nos últimos anos vinha se dedicando – com grande sucesso e reconhecimento internacional – à Arquitetura Humanitária, com projetos e ações voltadas para refugiados e pessoas em situação de rua. Um texto seu sobre este tema foi publicado na prestigiosa revista V!rus.

A contribuição de Vera tanto para o nosso DAU quanto para a PUC-Rio é inestimável – nós sentiremos sua falta por muito, muito tempo.

Emanuel Bouzon (1933 - 2006) _

(* 08/01/1933, Manaus/AM; + 27/03/2006, Rio de Janeiro)

Estudou Filosofia na PUC-Rio, onde graduou-se em 1954. Cursou Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma, ordenando-se padre em 1958. Estudou Ciências Bíblicas no Pontifício Instituto Bíblico, Roma, e Ciências Orientais no Instituto Oriental de Roma e especializou-se em Assiriologia, Egiptologia, Semitistica e História Antiga na Westfälische Wilhelms-Universität de Münster, Alemanha. Em 1988 concluiu o Pós-Doutorado. Foi um dos fundadores do Departamento de Teologia da PUC-Rio, universidade onde trabalhou por mais de quarenta anos. Foi, também, um dos tradutores da Bíblia de Jerusalém para o português.

 

Paulo Augusto Silva Velloso (?- 2020) _

Paulo Veloso foi professor do Departamento de Informática de 1977 até 1995. Veloso foi um dos pilares do Departamento e teve atuação de destaque internacional nas áreas de Lógica e Teoria da Computação.

Ele contribuiu para a formação de numerosos mestres e doutores, entre os quais o atual diretor, prof. Markus Endler, cuja dissertação de mestrado orientou. Passou a atuar como professor titular na UFRJ e foi membro ativo do corpo docente do PESC, Programa de Engenharia de Sistemas e Computação, da COPPE/UFRJ, onde se aposentou, mas nunca deixou de frequentar e colaborar com a PUC-Rio.

Veloso desenvolveu em 1984 a Teoria Geral dos Problemas, usada até hoje com a Teoria de Problemas de Kolmogorov, russo que é um dos fundamentadores da Teoria da Probabilidade. Outra contribuição importante foi o Teorema da Modularização, na década de 1990, fundamentando a teoria de desenvolvimento de software e sistemas.

Por sua valorosa contribuição, Veloso recebeu homenagens e premiações, como o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia: Área de Informática, do CNPq, em 1993; Prêmio Cientista do Nosso Estado pela FAPERJ, em 2002; foi eleito membro do CLE: Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da UNICAMP, em 2003 e, em 2014 foi homenageado em seu aniversário de 70 anos, no Encontro Brasileiro de Lógica.

Edward Hermann docente do quadro principal do DI da PUC-Rio, que trabalhou lado a lado com Veloso nos últimos anos, por exemplo na pesquisa sobre Fundamentação de Inteligência Artificial, lembra que Veloso era conhecido por fazer apenas uma pergunta em defesas e apresentações de seminários e trabalhos em congressos. A pergunta geralmente causava grande impacto. O professor Hermann também informou a todos sobre a preparação em andamento de um Festschrift - livro-homenagem - para ele, pela College Publications, do Imperial College London, intitulado A Question is more Illuminating than an Answer.

Junito de Souza Brandão (1924 - 1995) _

As virtudes do Professor Junito Brandão

Crônica publicada no Jornal da PUC em 26/11/2012, Edição 264.

Na mitologia grega as virtudes dos heróis são definidas por conceitos que, entre outros significados, expressam qualidades, sabedoria, fraternidade e moral. A palavra aretê é a virtude da força e da coragem, logos é um conceito que remete à razão, linguagem e justa medida, e métis é uma forma de inteligência e sabedoria.

Nas salas de aula da PUC-Rio um professor destacou-se por suas virtudes, sabedoria e a justa medida para ensinar, desenvolver pesquisas e dedicar-se à publicação dos seus estudos sobre a cultura clássica. Nas palavras de Miriam Sutter, sua ex-aluna e atual professora da Universidade, Junito Brandão era um “amigo sábio e generoso”.

Junito de Souza Brandão (1924-1995) concluiu em 1948 o bacharelado em Letras Clássicas nas Faculdades Católicas e em seguida cursou Arqueologia, Epigrafia e História da Grécia na Universidade de Atenas. Lecionou na Faculdade de Filosofia e posteriormente no Departamento de Letras. Membro da Academia Brasileira de Filologia, publicou dicionários etimológicos, obras didáticas e livros sobre a cultura clássica. Sua biblioteca particular foi doada para a PUC-Rio e integra o acervo da Biblioteca Central.

No livro “Teatro Grego: origem e evolução”, publicado em 1980, Junito Brandão assinala que o teatro na Grécia “embriagou-se do belo para celebrar o homem”. Em 2006 a PUC-Rio inaugurou em sua homenagem no bosque do campus da Gávea o Espaço Cultural Professor Junito Brandão, um anfiteatro palco de encontros, debates e eventos multiculturais. De shows a peças de teatro, de oficinas a local para o diálogo, por cumprir funções análogas às do teatro grego, esse anfiteatro é lugar privilegiado da contemplação e da experiência, e lembra, através da palavra, “a presença de uma ausência”.

Eduardo Gonçalves
Pesquisador do Núcleo de Memória da PUC-Rio.

Ana Luiza Morales de Aguiar (1946-2018) _

(02 de julho de 2018) 

Professora do Departamento de Artes e Design desde 2003, ministrava aulas de Design de Padronagem, Design de Estamparia e Projeto de Design de Moda.

Klaus Paul Ernest Wagener (1930 - 2012) _

O Prof. Wagener foi, por longos anos, um dos artífices do Departamento de Química. Dele escreveu o Prof. Pércio Augusto Mardini Farias, seu colega de Departamento:

“Faleceu [...] o pesquisador Biofísico Alemão-Brasileiro, Professor Dr. Klaus Paul Ernest Wagener. O professor Klaus Wagener titulou-se em Física e Físico-Química pela Universidade de Goettingen na Alemanha. Foi pesquisador e chefe do laboratório de Química de Isotopos no Hahn-Meitner Institut em Berlim. Em 1968 tornou-se Diretor do Instituto de Físico Química do Centro de Pesquisas Nucleares (KFA) em Juelich e em 1969 Professor Titular de Biofísica da Universidade Tecnológica de Aachen. Em 1971 fez parte da missão diplomática alemã que visitou o Brasil. Posteriormente se transferiu para o Brasil e por 16 anos até 1999 quando se aposentou foi professor pesquisador do Departamento de Química da PUC-Rio.

“O Dr. Klaus foi um grande colaborador, apreciador e amigo do Pe. Leopoldo Hainberger S.J., fundador do Departamento de Química da PUC-Rio. O Dr. Klaus foi um dos primeiros orientadores do programa de Doutorado da pós-graduação do Departamento de Química da PUC-Rio. Foi o orientador do Dr. Henrique Antonio de Salles Andrade, com uma tese de doutorado sobre a poluição e seus efeitos na Lagoa Rodrigo de Freitas do Rio de Janeiro. Na época um importante jornal carioca publicou estes resultados com o comentário ‘Uma solução para a Lagoa Rodrigo de Freitas, sem aterro’. Esta tese é considerada uma das primeiras do Departamento de Química e também do Centro Técnico Científico da PUC-Rio.

“O Dr. Klaus foi também o orientador de vários químicos analíticos que se projetaram nacionalmente e internacionalmente, entre eles, o Prof. Dr. Adilson José Curtius e a Profa. Dra. Angela de Luca Rebello Wagener, atual Diretora do Departamento de Química, e sua esposa. O casal Klaus e Angela, ambos, professores Titulares do Departamento de Química, contribuíram fortemente para o desenvolvimento e a consolidação em alto nível da Química Analítica do Meio Ambiente no Brasil. Uma das patentes do Dr. Klaus, foi à criação de um ‘Sistema de agitação de fluxo vertical e baixo consumo de energia aplicada em fotobiorreatores para produção industrial de micro algas’.

“O Dr. Klaus sempre dizia que um bom pesquisador precisa de muita imaginação, fantasias e muita cultura, e assim procurava incentivar os novos doutores com temas da Termodinâmica na Físico-Química como ‘O Curso do Tempo é Reversível?’. Um tema onde o Curso Histórico da Ciência tinha um papel central. Infelizmente a Comunidade Científica e a Sociedade Alemã e Brasileira perde um grande Cientista, mas o seu legado de conhecimento já se encontra nas novas gerações de Cientistas Brasileiros.”

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