O professor Candido Mendes de Almeida (03/06/1928-17/02/2022) manteve uma longa e próxima relação com a PUC-Rio, onde foi Bacharel em Direito e Filosofia, entre 1945 e 1951, e professor, entre 1951 e 1961.
Doutor em Direito pela Faculdade Nacional de Direito da então Universidade do Brasil, atual UFRJ, foi professor universitário e, a partir de 1951, atuou na PUC-Rio, na Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), na Faculdade de Direito Candido Mendes; na Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro e no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), com extensa atuação como professor visitante em universidades americanas, entre elas, Brown University, New York University, New Mexico University, University of California (LA), Princeton University, Stanford University, Lincoln University, Columbia University, Harvard University, Syracuse University e Cornell University.
Foi reitor da Universidade Candido Mendes, presidente da Sociedade Brasileira de Instrução (SBI), presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Superior Privado no Rio de Janeiro, secretário-geral da Academia da Latinidade, presidente do Fórum de Reitores do Rio de Janeiro, presidente do Senior Board do Conselho Internacional de Ciências Sociais da UNESCO, membro da Comissão de Alto Nível da Aliança das Civilizações das Nações Unidas, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Ocupou a cadeira 35 da Academia Brasileira de Letras.
Nota de pesar da Academia Brasileira de Letras:
O acadêmico e professor Candido Mendes de Almeida faleceu na tarde do dia 17 de fevereiro, no Rio de Janeiro, vítima de embolia pulmonar.
É o quinto ocupante da Cadeira nº 35 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 24 de agosto de 1989, na sucessão de Celso Cunha. Entre suas obras publicadas, destacam-se: Nacionalismo e desenvolvimento (1963), O País da Paciência (2000), Subcultura e mudança: por que me envergonho do meu país (2010), A razão armada (2012).
Candido Mendes foi reconhecidamente um defensor da educação, com uma trajetória de permanente engajamento na luta pela democratização do acesso à educação e o desenvolvimento do ensino de excelência.
Foi membro do Conselho de Cooperação Educacional com a América Latina, do Education and World Affairs; do Conselho Diretor do International Institute for Educational Planning; presidente do Comitê de Programas do International Social Science Council, órgão representativo das organizações não governamentais de Ciências Sociais reconhecidos pela Unesco, e presidente do Instituto do Pluralismo Cultural.
Na ditadura de 1964, Candido Mendes abrigou perseguidos pelo regime militar e contribuiu para a fundação de um centro de estudos políticos. Foi um dos responsáveis, com o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Helder Camara, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) denunciar com severidade os casos de tortura no Brasil. Candido Mendes era católico e irmão de Dom Luciano Mendes de Almeida, arcebispo de Mariana, ex-presidente da CNBB, assim como ele, um dos que estiveram na luta contra a ditadura.
Foi o fundador do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, que se propõe a divulgar a vida e a mensagem de seu patrono, aprofundando seu compromisso com a liberdade, a justiça e os valores da pessoa humana. Anualmente o Centro concede o Prêmio Alceu Amoroso Lima de Direitos Humanos, que homenageia grupos, instituições ou organizações que lutam pela justiça, pela paz e pelos direitos humanos.
Candido Mendes deixa viúva, a pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo. Ele também foi casado com Maria de Lurdes Melo Coimbra Mendes de Almeida, com quem teve quatro filhos, que lhe deram cinco netos.