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Alunos e ex-alunos

Títuloordem decrescente Código Data Descrição
Galeno Martins de Almeida Filho (?-2019) _

(28 de janeiro de 2019)

Galeno Martins de Almeida Filho era advogado, ex-aluno da PUC-Rio.

Colaborou com a Universidade como assessor especial da Reitoria por várias décadas. Era membro do Conselho de Desenvolvimento e foi presidente da Associação dos Antigos Alunos (AaA).

Glória Maria Matta da Silva _

A jornalista Glória Maria faleceu no dia 02 de fevereiro de 2023. Ela formou-se no curso de Jornalismo no início dos anos 1970.

O reitor da PUC-Rio, pe. Anderson Pedroso S.J., publicou a seguinte nota:

Com pesar, a PUC-Rio recebeu a notícia do falecimento de sua ex-aluna, Glória Maria, egressa do Curso de Jornalismo. Exemplo de ética e de compromisso com a verdade, a jornalista rompeu barreiras, destacando-se pela inteligência e pela argúcia de suas análises no tratamento da notícia.

O modo como atuava e conduzia suas atividades nos impulsiona na busca por excelência humana e profissional. Sem dúvida, sua memória permanece e orgulha a comunidade educativa da PUC-Rio, pela sua trajetória na Universidade e por sua dedicação, amor à vida e à cultura brasileira.

Nossos sincero reconhecimento e agradecimentos aos familiares e amigos. Que sua vida nos inspire a levar adiante o nosso compromisso na formação de cidadãos e no projeto consistente do país que desejamos ser.

O Departamento de Comunicação Social publicou a seguinte nota:

O Brasil se despede neste 2 de fevereiro da jornalista e apresentadora Glória Maria, pioneira no telejornalismo nacional. Aos 73 anos, não resistiu ao câncer contra o qual lutava desde 2019. Formada da PUC-Rio, a ex-apresentadora do Fantástico e do Globo Repórter inspirou sucessivas gerações de profissionais com seu olhar incansável sobre pautas sociais.

Ao reencontrar a Universidade, num papo com estudantes em 2008, Glória reiterou a devoção ao interesse público, princípio convertido em histórias com as quais ela ajudou a radiografar o país, o mundo, e a embalar a televisão brasileira. O caso é lembrado pela diretora do Departamento de Comunicação, Tatiana Siciliano, em nota oficial:

"É com pesar que recebemos a notícia do falecimento da jornalista Glória Maria, egressa do curso de Jornalismo da PUC-Rio. A repórter foi pioneira na inserção das mulheres no jornalismo televisivo e iniciou um caminho de luta por maior representatividade e visibilidade étnico-racial. A jornalista também se destacou por suas preocupações sociais. Durante um período sabático na TV Globo, tornou-se voluntária em programas na Índia e na Nigéria para cuidar dos pobres.

Em 2008, Glória Maria retornou à PUC para uma conversa com as turmas de Comunicação. Na ocasião, deixou uma mensagem que resume o papel do jornalista, tão fundamental na luta contra a desinformação: 'O jornalista não é promotor, advogado de defesa ou juiz, mas fiscal da sociedade'.

O Departamento de Comunicação se solidariza com os familiares, amigos e admiradores desta profissional que marcou a história do jornalismo no Brasil".

Luiz Pinguelli Rosa (UFRJ) (1942-2022) _

O professor Luiz Pinguelli Rosa (19/02/1942-03/03/2022) era membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), professor emérito e titular do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, professor do Programa de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia da UFRJ, além de secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Pinguelli foi fundador da Associação de Docentes da UFRJ (Adufrj).

Graduado em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1967), mestre em Engenharia Nuclear pela COPPE/UFRJ (1969), doutor em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1974), foi diretor da COPPE/UFRJ por quatro mandatos e presidente da Eletrobrás (2003-2004). Foi pesquisador e professor visitante das Universidades de Standford (SLAC), da Pennsylvania, de Grenoble e de Cracóvia, na Polônia; do Centre International pour l’Environnement et le Développement, em Paris, do Centro Studi Energia Enzo Tasselli, do Ente Nazioanale per l´Energia Nucleare e Fonti Alternative, na Itália, e da Fundação Bariloche, na Argentina. Foi ainda membro do Conselho do Pugwash (1999-2001) entidade fundada por Albert Einstein e Bertrand Russel em prol da segurança global, ganhadora do Nobel da Paz em 1995; e participou do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), instituição que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007.

Orientador de dezenas de dissertações de mestrado e teses de doutorado, o professor recebeu diversos prêmios, entre eles o de Personalidade do Ano de 2014, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); o Forum Award da Sociedade Americana de Física, em 1992; a comenda com o grau de Chevalier de L’Ordre des Palmes Académiques, concedido em 1998, pelo Ministério da Educação da França; o Prêmio Golfinho de Ouro, categoria ciências, concedido no ano 2000 pelo Conselho Estadual de Cultura do Governo do Estado do Rio de Janeiro e as Medalhas da Ordem do Mérito do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Defesa, em 2003.

Foi autor, coautor e organizador de livros sobre política energética, entre os quais, Energia, tecnologia e desenvolvimento: energia elétrica e nuclear; Energia e crise; A política nuclear e o caminho da bomba atômica; Estado, energia elétrica e meio ambiente: o caso das grandes barragens; A reforma do setor elétrico no Brasil e no mundo: uma visão crítica e A reconstrução do setor elétrico.

Filho de um alfaiate, Pinguelli cresceu no subúrbio do Rio, estudou em escolas públicas e iniciou carreira militar. Era um jovem tenente quando foi preso por se opor ao golpe de 1964. Desiludido com o Exército, trocou o quartel pela universidade. Aos 80 anos, participava do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e continuava a dar aulas e orientar estudantes na UFRJ.

O presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, ressaltou que Pinguelli Rosa foi, além de um grande pesquisador, um grande brasileiro:

Como presidente da Eletrobrás, ele defendeu os interesses nacionais. Lembro que, ao receber uma condecoração junto com ele, Pinguelli em seu discurso repudiou as privatizações e criticou a má condução do setor elétrico do governo da época, cujo presidente era Fernando Henrique Cardoso. Ele foi um militante da energia e da soberania nacional.

Ildeu de Castro Moreira, presidente de honra da SBPC, lamentou a perda de Pinguelli Rosa que era, além de amigo, um incentivador:

O Brasil perde um grande brasileiro. Brilhante, inventivo e batalhador. E a ciência e a universidade brasileira perdem um grande cientista, um grande professor e um lutador incansável. Tristeza.

Além de lamentar a morte do amigo, Otávio Velho, presidente de honra da SBPC, ressaltou o papel desbravador do físico:

Ele foi uma figura muito importante na área de engenharia do Brasil. Ao conciliar o trabalho acadêmico com o tecnológico, com a preocupação em desenvolver tecnologias nacionais, transformou a Coppe no maior centro de engenharia do País.

Ele conseguiu orquestrar a relação entre universidade, centros de tecnologia e empresas. Um desses exemplos foi a relação construída da Coppe com a Petrobras no desenvolvimento de uma tecnologia brasileira para explorar águas profundas. Além disso, ele orquestrou a conexão da Coppe com outros institutos brasileiros. Relação essa que tem feito falta nos tempos atuais onde só se fala em privatização.

Como ele tinha uma preocupação com as energias, acabou se envolvendo em questões ambientais e até criou uma área de ciências sociais na Coppe para incentivar a interdisciplinaridade.

Ennio Candotti, diretor do Museu da Amazônia (Musa) e presidente de honra da SBPC, também lamentou a morte de Pinguelli Rosa:

Perdi, perdemos um amigo. Ficaram as páginas que ele escreveu. Lembramos. Foram heroicas.

Luiz Bevilacqua, professor emérito da UFRJ, por sua vez, lembrou que Pinguelli foi um homem dedicado ao serviço público e idealista na busca por uma educação integral no que se refere à ação universitária e ao papel do Estado na gerência de funções essenciais para a sociedade.

Sempre com autonomia intelectual, ele foi um grande professor sempre atualizando os temas de que tratava. Pinguelli dedicou sua vida em busca de melhores condições para a população e da independência do Brasil, contribuindo para o progresso das Nações sem subordinação, mas com independência.

Nélida Piñon (1937-2022) _

A escritora carioca Nélida Piñon (1937-2022) morreu aos 85 anos. Integrante da Academia Brasileira de Letras desde 1989, ela foi a primeira mulher a presidir a entidade, entre 1996 e 1997. Nélida foi uma das maiores representantes da literatura brasileira. Era a quinta ocupante da Cadeira 30, tendo sido eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda.

Formou-se em Jornalismo na PUC-Rio, em 1956. Foi professora na Faculdade de Letras da UFRJ e obteve o título de Doutor Honoris Causa em instituições de ensino de diferentes países.

Nélida Piñon estreou na literatura com o romance Guia-mapa de Gabriel Arcanjo, publicado em 1961, que tem como temas o pecado, o perdão e a relação dos mortais com Deus. No romance A república dos sonhos, baseado em uma família de imigrantes galegos no Brasil, ela faz reflexões sobre a Galícia, a Espanha e o Brasil. Sua obra já foi traduzida em inúmeros países, tendo recebido vários prêmios ao longo de mais de 35 anos de atividade literária. Recebeu o Pen Clube de Literatura por sua mais recente obra, Um Dia Chegarei a Sagres, lançada no final de 2020.

Paulo Guilherme Aguiar Cunha (1940-2022) _

O engenheiro Paulo Guilherme Aguiar Cunha (01/04/1940-03/07/2022) faleceu aos 82 anos. O prédio do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio é resultado de sua generosidade.

Formou-se em Engenharia Industrial Mecânica na PUC-Rio. Começou sua vida profissional na Petrobras no início da década de 1960, por meio de concurso público. Em 1967, Paulo Cunha se transferiu para o grupo Ultra. Atuou na Ultrafértil e colaborou na criação da Petroquímica União. Foi o principal formulador da criação da Oxiteno, primeira empresa a produzir óxido de eteno e seus derivados no Brasil, hoje presente na América Latina, América e Europa. Em 1973, Paulo Cunha foi alçado a vice-presidente do grupo Ultra e, em 1981, tornou-se seu presidente, tendo ocupado a presidência do Conselho de Administração da empresa até 2018. De 1970 a 2000, ocupou posições em entidades empresariais e centros de debate de política econômica e industrial. Foi membro do Conselho Monetário Nacional, do Conselho de Administração da BNDESPar, do Conselho Consultivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e presidente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) até 2018. Também foi um dos criadores do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).

Foi um dos responsáveis pela implantação da indústria química no Brasil, com o chamado modelo tripartite, formando alianças entre o setor privado, o capital estatal e o investimento estrangeiro.

Solange de Sampaio Godoy _

*16/09/1940  +15/01/2023

Solange de Sampaio Godoy é ex-aluna do Departamento de História da PUC-Rio onde, após graduar-se em Museologia no Museu Histórico Nacional, formou-se como licenciada e bacharel em História e obteve o título de Mestre em História Social da Cultura com a dissertação intitulada O avô do tempo. Diário de um meteorologista. 1900 – 1940, em que analisou os vinte e oito volumes de diários deixados por Joaquim de Sampaio Ferraz, pioneiro da meteorologia no Brasil. 

No dia 15 de janeiro, Solange morreu subitamente no jardim de sua casa em Itaipava – RJ.  Ela deixa o marido, o arquiteto Luís Antonelli, companheiro de vida e de trabalho; seus dois filhos, o psiquiatra Rodrigo e a jornalista Fernanda; e Valentina, sua neta. 

O universo dos museus e da museologia no Brasil deve muito a Solange, não apenas por ter dirigido o Museu Histórico Nacional com competência, mas por implementar uma proposta inovadora para o circuito de exposição desse museu, por reaproxima-lo da sociedade, por ampliar sua reserva técnica, por atuar na docência do curso de museologia ministrado pelo Museu, e por revitalizar a área de pesquisa e documentação dessa instituição. No final da década de 1980, ela idealizou e criou a Associação dos Amigos do Museu Histórico Nacional, pioneira entre as instituições do gênero no país. 

Solange atuou também em museus de Minas Gerais, em particular na renovação do Museu de Arte Sacra de Mariana, e em museus do Vale do Paraíba, e foi docente do curso de museologia da UNIRIO.

Seus muitos amigos, seus colegas de estudos e de trabalho, seus alunos, sua família e a PUC-Rio, onde se formou, guardarão dela não só o exemplo de sua excelência profissional, mas também a saudade da amiga próxima e sempre solidária.  Solange vai fazer muita falta.

Margarida de Souza Neves
08/02/2023