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Professores

Título Código Dataordem decrescente Descrição
Sander Furtado de Mendonça (-2022) _

O prof. Sander Furtado de Mendonça (-21/04/2022) tinha graduação em Ciências Navais pela Escola Naval (1964) e em Engenharia Civil pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques (1978), mestre em Matemática pela Universidade Federal Fluminense (1982), atuou como professor do IBMEC (1995-2022) e da PUC-Rio (1984-2022).

Nota do Departamento de Administração:

[O Departamento] comunica com pesar o falecimento do prof. Sander Furtado de Mendonça. O Departamento gostaria também de agradecer o tempo e o carinho dedicados à Graduação e à Pós-Graduação, a gentileza no trato com os colegas, funcionários e discentes, a prontidão e a solidariedade sempre presentes no trato com o IAG.

Álvaro Barreiro y Luaña S.J. (1936-2016) _

Espanhol, da cidade de Negreira, em La Coruña, o Padre Álvaro Barreiro S.J. nos deixou aos 80 anos de idade, após 62 anos de Companhia de Jesus e 49 anos de ordenação presbiteral. (Ex-Professor do Departamento de Teologia) (+17 de julho de 2016) 

Autor de vários livros sobre espiritualidade inaciana, foi professor de eclesiologia e reitor na Faculdade Jesuíta. Foi um grande pregador em retiros e exerceu muitas outras atividades acadêmicas e pastorais, e, entre elas, foi fundador do Centro Loyola de Fé e Cultura.

A Profa. Maria Clara Bingemer, do Departamento de Teologia da PUC-Rio, assim resumiu as emoções de todos que admiravam o Pe. Álvaro Barreiro S.J.:

O ano foi marcado por várias “passagens” de pessoas que fizeram parte ativa do cotidiano de nossa Universidade e a quem a mesma muito deve.  Um deles foi o jesuíta Álvaro Barreiro y Luaña.

Galego de nascimento, Pe. Álvaro veio bem jovem para o Brasil, país que adotou e amou durante toda a sua vida.  Doutorou-se na Pontifícia Universidade Gregoriana e foi por vários anos professor de Teologia Sistemática no departamento de Teologia da PUC-Rio. Chegou a ser diretor do departamento, deixando a marca de uma administração séria e dedicada.

Juntamente com os outros colegas jesuítas, saiu da PUC-Rio para iniciar o projeto da Faculdade Jesuíta em Belo Horizonte.  Ali, continuou exercendo sua docência, chegando a ocupar por alguns anos o cargo de reitor.

Em seus últimos anos de vida, dedicou-se a dar Exercícios Espirituais, sobretudo a leigos.  Essa experiência levou-o a escrever livros sobre a espiritualidade inaciana.

Foi um homem de grande sabedoria e extrema bondade.  Por trás do rosto sério escondia-se um espírito de serviço a toda prova e uma acolhida simples e sincera a todos os que de sua pessoa se aproximavam.

Que descanse em paz e interceda por essa Universidade que tanto amou e, sobretudo, pelo seu departamento de Teologia. 

Profa. Maria Clara Bingemer

 

Leandro Augusto Marques Coelho Konder (1936-2014) _

O Professor Leandro Konder formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e também na UFRJ obteve o título de doutor em Filosofia, em 1984. Chegou a atuar como advogado criminalista e também trabalhista, carreira interrompida pelo golpe militar de 1964. A saída forçada do país o levou a viver na Alemanha, onde trabalhou na Universidade de Bonn, e na França. Apenas em 1978 retornou ao Brasil. Foi professor do Departamento de História da UFF, de 1984 a 1997, e, desde 1985, lecionou no Departamento de Educação da PUC-Rio.

Com 21 livros publicados, deixou vasta produção também como conferencista, articulista, ensaísta e ficcionista. Um dos maiores estudiosos do marxismo no país, publicou inúmeras obras em Filosofia, Sociologia, História e Educação. Autor de dois romances, A morte de Rimbaud e Bartolomeu, em 2008 publicou Memórias de um intelectual comunista. O Prof. Daniel Aarão Reis, do Departamento de História da UFF, afirmou que “A inteligência do Leandro está em seus livros e artigos publicados, poderemos sempre visitá-la.”.

Foi o “doce filósofo marxista de olhos azuis, sempre afetuoso”, como a ele se refere a Professora Maria Clara Bingemer (TEO) em artigo para o Jornal do Brasil, o “comunista gentil”, como o qualifica o amigo Francisco Daudt, em emocionada despedida na Folha de São Paulo.

A Profa. Sonia Kramer, do Departamento de Educação, registrou seu sentimento em mensagem compartilhada na rede da PUC-Rio:

Convivi com o Leandro desde 1988, quando fui sua aluna e orientanda de doutorado, e, desde então, nos tornamos grandes amigos. Leandro me ensinou a simplicidade, a sabedoria, a escuta, a pergunta, a presença, a elegância, o humor. E agora a saudade.

(Departamento de Educação) (+12 de novembro de 2014)

Tarcísio Padilha (1928-2021) _

Tarcísio Meirelles Padilha, ex-aluno e ex-professor de História da Filosofia da PUC-Rio, era membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e faleceu aos 93 anos.

Além da PUC-Rio, foi professor titular de filosofia, chefe do Departamento de Filosofia e diretor do Departamento Cultural da UERJ, professor de filosofia, pedagogia e sociologia da Universidade Santa Úrsula, membro do corpo permanente da Escola Superior de Guerra, professor de história da filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor do Departamento de Filosofia e coordenador do mestrado e do doutorado em filosofia da Universidade Gama Filho.

Publicou vários títulos em Filosofia, Ética e temas do Catolicismo. Na esfera editorial, foi diretor de Filosofia da Enciclopédia Verbum, de Lisboa; diretor da Coleção Filosofia, da editora Agir; e coordenador da Coleção Brasil em Questão, da José Olympio. Também foi membro do conselho editorial das revistas francesas Philosophie (Grenoble), Itinéraires philosophiques (Atenas) e Aletheia, da Internationale Akademie für Philosophie, além de coordenador da Bibliografia Filosófica Brasileira do Institut International de Philosophie, da UNESCO.

Foi eleito para a ABL em 1997, na sucessão de Mário Palmério, como o quinto ocupante da Cadeira No  2.

Erlane Ferreira Soares (1940 - 2012) _

Morreu na manhã do dia 09/04/2012 o Prof. Erlane Ferreira Soares, após longo período de luta contra um câncer no cérebro.

Engenheiro civil pela Universidade Federal do Ceará, obteve o mestrado em Engenharia Civil na PUC-Rio em 1967, onde lecionou por alguns anos, antes de partir para o doutorado na Universidade de Waterloo, obtido em 1975, na área de Recursos Hídricos. Ocupou diversos cargos administrativos na PUC-Rio, com atuação marcante e produtiva. Foi Diretor do Departamento de Engenharia Civil, Diretor da DAR, Coordenador Central de Projetos Patrocinados, Coordenador Central de Pós-Graduação, Vice-Reitor Acadêmico Adjunto e Coordenador Central de Extensão.

Deixa um filho e a esposa Christine, ex-Decana do CTC.

Erlane teve atuação marcante como professor e administrador, e sua inteligência e competência se aliaram a um convívio pessoal enriquecedor e inesquecível para todos nós.

Alguns amigos da PUC-Rio compartilharam as mensagens publicadas a seguir:

"O Reitor da PUC-Rio  vem manifestar sua solidariedade  aos Departamentos de Sociologia e Política e Engenharia Civil pelo falecimento dos Professores Santuza Cambraia Naves e Erlane Ferreira Soares que colaboraram academicamente com a nossa Universidade.  Peço a Deus que conforte as famílias dos respectivos professores, na certeza de que os mesmos estarão intercedendo por todos nós na morada eterna."
Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J.
Reitor da PUC-Rio

"É com enorme pesar que comunicamos o falecimento do prof. Erlane Ferreira Soares, ocorrido na manhã desta 2ª feira, 09/04/2012.
"O Prof. Erlane trabalhou durante mais de 27 anos na Vice-Reitoria Acadêmica, onde desempenhou com maestria diversos cargos administrativos. Profissional competente, prof. Erlane sempre se caracterizou pelo bom senso, capacidade de trabalho, espírito cooperativo e refinado humor. É uma perda lastimável."
Prof. José Ricardo Bergmann
Vice-Reitor Acadêmico

"Mais um grande colega e amigo que perdemos este ano. Lamento profundamente esta passagem e meus sinceros sentimentos para a Christine e os colegas da Engenharia Civil onde ele era lotado."
Prof. Reinaldo Castro Souza
Departamento de Engenharia Elétrica da PUC-Rio

"Nossos sentimentos à família do Prof. Erlane e aos seus colegas do Departamento de Engenharia Civil e da CCE, aonde realizou um trabalho excelente.
"Não posso deixar de ser grato pela sua contribuição na montagem administrativa do Mestrado Profissional em Logística."
Prof. José Eugenio Leal
Departamento de Engenharia Industrial da PUC-Rio

"Meus sinceros sentimentos para sua esposa Christine, seu filho e também para o Departamento de Engenharia Civil."
Profa. Isabel Moreira
Departamento de Química da PUC-Rio

"Prezados colegas
"É com grande pesar que comunicamos o falecimento, após longa enfermidade, do Prof. Erlane Ferreira Soares, nosso colega até 2007, quando aposentou-se.
"O Erlane foi um excelente professor e Diretor do Departamento de Engenharia Civil, tendo ainda servido à  PUC com extrema competência em diversos cargos da administração acadêmica incluindo, que eu me lembre, a Direção da DAR, a Coordenação Central de Pós-Graduação, a Coordenação Central de Projetos Patrocinados e a Direção da CCE.
"Convivi mais de perto com o Erlane, na VRAc, de 1995 a 2007, quando aprendi muito com ele. Foi um grande parceiro, sempre disposto à troca de ideias de forma leve, agradável e inteligente, e a ajudar os menos experientes nas mais diversas questões do trabalho. Sentiremos muito a sua falta."
Prof. Luiz da Silva Mello
Decano Interino do CTC-PUC/Rio

"Faço minhas as palavras de tantos, especialmente as do Bergmann, que sintetizou muito bem. Antes de morrer pediu aos familiares que eu fizesse as orações no cemitério, que é o que farei cerca das 15 hs."
Prof. Pe. Pedro M. Guimarães Ferreira S.J.
Professor do Departamento de Engenharia Elétrica

"Em nome do Departamento de Psicologia, e em meu próprio nome, gostaria de transmitir meus sentimentos de pezar aos familiares e aos colegas mais próximos do Prof. Erlane.
"Embora eu seja do CTCH, em função dos inúmeros cargos exercidos pelo Prof. Erlane, tivemos um contato bastante próximo. Todas minhas lembranças são pontuadas por seu esforço em entender e ajudar na resolução dos problemas ligados ao Departamento de Psicologia que lhe eram submetidos.
"Mesclado a isso, a capacidade de ponderar e refletir sobre a PUC e sobre a vida, o dom de contar histórias e uma sutil ironia, que enriqueciam nossos encontros acadêmicos.
"Nesse momento, me dei conta que, entre muitos outros colegas, o Prof. Erlane foi uma das pessoas dessa universidade de quem levarei uma das lembrança mais afetivas."
Profa. Maria Elizabeth Ribeiro dos Santos
Diretora do Departamento de Psicologia da PUC-Rio

"Colegas,
"Com profundo pesar, informamos o falecimento nesta data do ex-professor da Engenharia Civil da PUC-Rio, Erlane Ferreira Soares, após longo período de luta digna e serena contra um câncer no cérebro.
"Engenheiro civil pela UF Ceará, obteve o mestrado em Engenharia Civil na PUC-Rio em 1967, onde lecionou por alguns anos, antes de partir para o doutorado na Universidade de Waterloo, obtido em 1975, na área de Recursos Hídricos.
"Ocupou diversos cargos administrativos na PUC-Rio, com atuação marcante e produtiva. Foi Diretor do Departamento de Engenharia Civil, Diretor da DAR, Coordenador Central de Projetos Patrocinados, Coordenador Central de Pós-Graduação, Vice-Reitor Acadêmico Adjunto e Coordenador Central de Extensão.
"Deixa um filho e a esposa Christine, ex-Decana do CTC.
"Erlane teve atuação marcante como professor e administrador, e sua inteligência e competência se aliaram a um convívio pessoal enriquecedor e inesquecível para todos nós."
Prof. Raul Rosas e Silva
Diretor do Departamento de Engenharia Civil das PUC-Rio

"Prezado Raul e demais colegas da Engenharia Civil.
"Estamos cruzando um período de muitas perdas de colegas que tiveram importante papel na construção da PUC que conhecemos hoje. Este ano nos empobreceu profundamente. Em meu nome, como colega de tantos anos de Erlane e como representante do departamento de Química, envio os sinceros sentimentos à família de Erlane e ao departamento de Engenharia Civil."
Profa. Angela de Luca Rebello Wagener
Diretora do Departamento de Química da PUC-Rio

"Colegas,
"Quero também juntar-me aos demais que já se expressaram. A minha sensação é também essa de que uma geração que, desde os anos 70/80, construiu a duras penas essa universidade está partindo. Espero que as novas gerações possam beber algo dessa cultura institucional que se construiu ao longo desse anos e que se constitui na marca distintiva da PUC-Rio. Que a universidade se renove, sem perder a sua identidade no que ela tem de mais característico, que é o respeito mútuo e o coleguismo que permite conviver e crescer com as diferenças."
Profa. Ana Waleska Pollo Campos Mendonça
Departamento do Departamento de Educação da PUC-Rio

"Caros colegas,
"Faço minhas as sábias palavras da Ana Waleska.
"Como membro desta geração que vestiu a camisa e ajudou a fazer da nossa PUC-Rio uma universidade de excelência e, mais do que isto, um local de trabalho privilegiado pelo ambiente cordial que nos cerca, vejo com melancolia colegas de uma vida inteira partirem - inclusive aqueles que, silenciosamente, vêm se aposentando.
"Espero que as novas gerações valorizem essa universidade como nós fizemos e contribuam ainda mais para o seu engrandecimento."
Profa. Rosa Marina de Brito Meyer
Coordenação Central de Cooperação Internacioal - CCCI

Olinto Antonio Pegoraro (?-2019) _

O prof. Olinto Pegoraro era graduado em Filosofia pelo Instituto Pio XII (1954), com mestrado pela Universidad Santo Tomás (1963) e doutorado pela Université Catholique de Louvain (1972).

Desde 2010, atuava como professor de Filosofia no Programa Interuniversitário de Pós-Graduação em Bioética e Ética Aplicada e Saúde Coletiva, mantido pela UERJ-UFRJ-UFF-FIOCRUZ. Foi responsável pela formação de gerações de filósofos na PUC-Rio, na UFRJ e na UERJ, onde atuava nos últimos anos.

Em nota, a Anpof - Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia - lembrou que o prof. Olinto Pegoraro, seu presidente de 1988 a 1990, foi professor do Departamento de Filosofia da UFRJ e responsável por sua reestruturação após o término da ditadura civil-militar de 1964. Há muitos anos realizava trabalho comunitário na favela do Borel, no Rio de Janeiro. Engajado com a Filosofia Política e a luta pelos direitos humanos, trouxe para o Brasil, pela primeira vez, o prof. Ernst Tugendhat. Ex-padre, era conhecido por sua tolerância religiosa, acolhendo pessoas de todas as religiões e quem não possuía religião. Seu trabalho vinculava a ética à  justiça. 

Leonardo Boff se despediu do amigo lembrando sua dedicação, por grande parte de sua vida, à comunidade do Borel, “unindo pensamento com compromisso com os desvalidos”.

Manoel Herrington Wambier (1942 - 1993) _

Wambier, menino do Rio, da TV e do rádio

Crônica publicada em 16/10/2012 no Jornal da PUC, Edição 262

Nesta série de artigos sobre as pessoas que emprestam seus nomes a espaços do campus da PUC-Rio os denominadores comuns são o reconhecimento do papel desempenhado na Universidade e a saudade.

Esse é o caso da homenagem ao professor Manoel Wambier, que batiza os laboratórios de rádio e TV do Departamento de Comunicação da PUC-Rio desde 1998.

Amigos de diversas épocas e lugares publicaram relatos que ajudaram a compreender melhor a personalidade de Wambier. Nesses relatos e em matérias publicadas no Jornal da PUC surge a figura do “menino do Rio”, da praia, das festas, da música. No depoimento do professor Miguel Pereira, que o trouxe para o Departamento de Comunicação em 1981, aparece o professor muito próximo aos alunos e ao mesmo tempo muito rigoroso. No discurso da profa. Lenira Alcure na inauguração dos laboratórios, ela resume: “Eterno menino do Rio, com seu jeitinho malandro e doce de quem nunca abandonou a infância, dá sentido à inauguração dos nossos estúdios de rádio e TV, pois foi ele o seu primeiro idealizador.” Ressalta ainda o “espírito conciliador e a coragem de enfrentar os maiores desafios”. Um amigo dos anos 1970, Luiz Sergio Nacinovic, assim descreve Wambier: “cara de bugre saído de quadro clássico de Almeida Júnior”, resultado da mistura da bisavó índia com imigrantes alemães.

Manoel Herrington Wambier, nascido em Ponta Grossa, Paraná, em 1942, iniciou sua carreira como locutor de rádio em Curitiba, onde estudava Filosofia.  Em 1963 já apresentava o principal telejornal da TV Paraná. Um episódio definiu sua saída de Curitiba e a vinda para o Rio: no telejornal, ao preparar-se para ler uma notícia sobre uma greve de gráficos e jornalistas duramente reprimida, viu que o texto era tendencioso e traduzia a visão do grupo empresarial que incluía jornais e o canal de TV no qual trabalhava. Ao vivo, o jovem locutor com espírito de menino que vê e fala, declarou “isso eu não leio, porque não é verdade”. Perdeu o emprego.

Veio para o Rio e trabalhou como locutor e depois redator-chefe da Rádio Globo, onde conheceu o prof. Miguel Pereira, que pesquisava nos arquivos do jornal O Globo. Wambier completou o curso de Filosofia na UFRJ em 1969, um período conturbado da vida nacional. Foi para a Alemanha onde passou sete anos, dominou a língua e trabalhou como locutor, redator e tradutor para a Deutsche Welle, e como tradutor e dublador de filmes.

Ao chegar na Alemanha foi recebido com suspeita pela comunidade de exilados brasileiros por não ter um passado de militância política explícita. Ganhou o apelido de "O Espião de Colônia", história contada pelo jornalista Osvaldo Peralva em livro que reuniu crônicas publicadas nos anos 1980. Logo o menino que fazia amigos com a facilidade da infância superou a desconfiança, que deu lugar a reuniões para as quais Wambier preparava “uma sopa de lentilhas para chef germânico nenhum botar defeito”, seguindo a tradição de boa cozinha transmitida por sua mãe.

Voltou para o Brasil, foi diretor da Rádio Roquette Pinto, do jornalismo da TV Bandeirantes no Rio de Janeiro e do núcleo de programas especiais da Rede Manchete. No Departamento de Comunicação da PUC-Rio ajudou a definir as disciplinas relacionadas a rádio e TV e a montar os laboratórios. Coordenava os programas de rádio e depois de TV produzidos pelo Departamento.

Se da mãe herdou a habilidade culinária, com o pai aprendeu a mexer com eletrônica. Era capaz de construir e consertar rádios. Na PUC-Rio desenvolveu um pequeno transmissor e fez experiências para implantar uma rádio que transmitisse a programação produzida pelos alunos de Comunicação. Testou a transmissão do sinal de rádio do alto do Edifício Cardeal Leme para os outros prédios da Universidade. Não foi possível colocar a rádio no ar por limitações técnicas e legais, por isso criou e coordenou uma rádio transmitida nos pilotis através de alto-falantes. Havia na programação radionovelas, música e programas produzidos pelos alunos.

Wambier faleceu em 1993. O sentimento da jornalista Dalva Ventura é de que ele foi plenamente feliz no Rio de Janeiro: “Não perdia uma praia, sempre no final da tarde e, nos finais de semana, preparava almoços antológicos para nós e uma galera de agregados. Que eram muitos.” Os amigos da PUC-Rio estavam entre eles, presentes naqueles dias de sol de Ipanema e atentos às orientações do professor próximo, mas exigente, que dizia sem hesitar: “Isso não está certo. Corrija”.

É justo que essa edição comemorativa dos 60 anos do curso de jornalismo na PUC-Rio volte a homenagear o professor Wambier e que todos nós relembremos que os laboratórios de rádio e TV do Departamento de Comunicação da PUC-Rio levam seu nome.

Clóvis Gorgônio
Núcleo de Memória da PUC-Rio

Ana Maria Tepedino (1941-2018) _

(13 de setembro de 2018)

A Profa. Ana Maria de Azeredo Lopes Tepedino graduou-se em Filosofia pela Universidade Católica de Petrópolis, em 1963, e em Teologia, pela PUC-Rio, em 1981. Era Mestre (PUC-Rio, 1986) e Doutora em Teologia (PUC-Rio, 1993). Fazia parte do grupo de teólogas leigas, que é um diferencial do Departamento de Teologia da PUC-Rio. Em 2013, foi homenageada com o título de Professora Emérita pela PUC-Rio.

Membro da SOTER - Sociedade de Teologia e Ciência da Religião, foi apontada pela Sociedade como uma das mais importantes teólogas da América Latina, abrindo espaços e novas perspectivas de investigação no campo do feminino, na eclesiologia e na Teologia da Libertação. A Profa. atuou também em comissões da CNBB, no CELAM, na CRB e no CNLB.

Palavras do teólogo Leonardo Boff:

Conhecia-a como inquieta inteligência, engajamento pela justiça dos pobres e por um pensamento feminista bem fundado. Seus livros e artigos mostram esta sua dimensão. Bem dizia José Marti: “morrer é fechar os olhos para ver melhor”. Estamos seguros de que Ana Maria está agora com os olhos bem abertos e cheia de encantamento pela bondade de Deus-Pai e – Mãe – e pela alegria dos bem-aventurados. Que viva feliz na comunhão com os Divinos Três.

Luiz César Povoa (1937 - 2012) _

Luis César Póvoa, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da PUC-Rio, era Professor Emérito da PUC-Rio e Professor Titular da UFRJ; atuava no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, que ajudou a criar; era consultor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e membro titular da Academia Nacional de Medicina. Era também membro de instituições internacionais como a American Endocrine Society e da British Society of Endocrinology. Entre suas publicações, o livro História da Endocrinologia Brasileira ocupa um lugar especial.

Um de seus muitos ex-alunos, o Dr. Rodrigo O. Moreira, publicou no site da Sociedade Brasileira de Diabetes um texto de despedida em que diz lembrar-se do Professor Povoa afirmando, em sala de aula na PUC-Rio: “Vou morrer com meus amigos e alunos. Vou morrer junto a tudo o que criei. E acho bom ninguém tentar mudar isso.” De certa forma sua vontade foi cumprida. Partiu cercado por seus amigos, por seus alunos, ex-alunos e após abrir o 41° Encontro Anual do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, evento que lhe era especialmente caro. Tal como queria. Flamenguista apaixonado, foi velado na sede do Clube que era uma de suas grandes paixões.

Claudio Bojunga (1939-2022) _

Aos 82 anos, morreu o jornalista, escritor e ex-professor do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, Claudio Bojunga (26/12/1939-04/05/2022). Ele lecionou disciplinas de Jornalismo de 2002 a 2017.

Com cargos de destaque em importantes veículos, como a revista Veja, Jornal do Brasil e TVE, era graduado em Direito, além de ter estudado Política Internacional no Instituto de Estudos Políticos de Paris.

Como escritor, foi duas vezes vencedor do Prêmio Jabuti por duas biografias que escreveu: em 2002, pelo livro JK, o artista do impossível (categoria “Reportagem e Biografia”), e 2018, pelo livro Roquette-Pinto: o corpo a corpo com o Brasil (categoria “Biografia”). Nesse último, foi biógrafo do próprio avô, Edgard Roquette-Pinto, em obra que também lhe rendeu o Prêmio Senador José Ermírio de Moraes, da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Ivo Hélcio Jardim de Campos Pitanguy (1923-2016) _

O Prof. Ivo Pitanguy esteve à frente do curso de Especialização em Cirurgia Plástica da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC-Rio desde 1963. Em maio de 2015, tornou-se Professor Emérito da PUC-Rio.

Mineiro de Belo Horizonte, o Prof. Ivo Pitanguy era graduado em Medicina pela UFRJ. Iniciou sua formação cirúrgica no Hospital do Pronto Socorro, atual Hospital Souza Aguiar. Em 1947, foi agraciado com bolsa de estudos do Institute of International Education para realizar residência, tornando-se, em 1948, Residente-Chefe no Serviço de Cirurgia Geral do Bethesda Hospital, em Cincinnati, EUA. Entre 1949 e 1961, foi Visiting Fellow em serviços de cirurgia plástica de vários hospitais e clínicas de referência: Cincinnati General Hospital; Mayo Clinic; Dr. John Marquis Converse; e diversas na França, Inglaterra, Alemanha, Suécia e Argentina.

Fundador da primeira Clínica de Cirurgia de Mão no Brasil, a Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, em 1949, foi também Chefe do Serviço de Queimaduras e de Cirurgia Reparadora do Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, entre 1952 e 1955, além de chefe do Serviço de Cirurgia da Mão da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, de 1952 a 1959. Fundador e chefe do Serviço de Cirurgia Plástica da Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio, desde 1954, foi também fundador e diretor da Clínica Ivo Pitanguy.

Ocupante da cadeira número 22 da Academia Brasileira de Letras, membro titular da Academia Nacional de Medicina e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões; patrono da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; membro honorário da American Society for Aesthetic Plastic Surgery (ASAPS) e de inúmeras outras entidades científicas; membro do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (Comissão Nacional da UNESCO); presidente de honra do Centro de Estudos Ivo Pitanguy desde 1968, e da Associação dos Ex-Alunos do Professor Ivo Pitanguy desde 1974, Pitanguy foi também agraciado pelo Papa João Paulo II com o Prêmio Cultura pela Paz. Da UNESCO, recebeu o Prêmio pela Divulgação Internacional da Pesquisa Médica.

Estava casado há 61 anos com Marilu Nascimento, com quem teve quatro filhos que lhe deram cinco netos. Desportista, praticou natação, tênis, esqui, mergulho e caratê. Pouco antes de sua morte, aos 93 anos, causada por um infarto, transportou de cadeira de rodas, a tocha olímpica, pouco antes da abertura oficial dos Jogos Olímpicos do Rio. A seu último livro, uma autobiografia, lançada em 2014, deu o título Viver Vale a Pena.

(Escola Médica de Pós-Graduação) (+6 de agosto de 2016)

Sílvia Beatriz Alexandra Becher Costa (1954-2014) _

A Professora Sílvia Becher era graduada pela PUC-Rio em Letras - Português-Inglês (1976) e Tradutor/Intérprete - Português/Inglês (1977). Fez o mestrado em Letras em 1980 e o doutorado em Administração em 2006, ambos pela PUC-Rio. Foi também professora da UFRJ, desde 1987, e do Colégio Pedro II, desde 1981. Seu principal interesse de pesquisa tornou-se a linguagem e o desenvolvimento profissional, com ênfase em processos de coaching aos profissionais em formação em organizações empresariais e em sistemas escolares.

No Departamento de Letras da PUC-Rio, coordenava o grupo de pesquisa Práticas Discursivas em Orientação para o Desenvolvimento Profissional. Profissional entusiasmada com o seu trabalho, era também Diretora do Instituto Confucius.

(Departamento de Letras) (+12 de dezembro de 2014)

José Henrique de Carvalho (?-2021) _

Graduado em Jornalismo pela PUC-Rio (1960), fez aperfeiçoamento em Ciências da Informação Coletiva pelo Centro Internacional de Estudios Superiores de Periodismo para América Latina - CIESPAL, em Quito, Equador (1965). Também era Livre Docente em Comunicação Social (Publicidade e Propaganda) pela PUC-Rio (1977), com tese sobre o alcance e as limitações da propaganda. Lecionou no Departamento de Comunicação Social de 1963 até 2002 e foi diretor do Departamento. Atuou como orientador e pesquisador em cursos de graduação e pós-graduação na PUC-Rio, na UFRJ e UERJ. Além das atividades acadêmicas, José Henrique tinha experiência em jornalismo e comunicações integradas de marketing.

Santuza Cambraia Naves (1953-2012) _

Para seus colegas, alunos, orientandos e muitos amigos a morte tão inesperada da Profa. Santuza foi um choque e uma tristeza imensa. Alegre e cheia de vida, Santuza foi professora de antropologia do Departamento de Sociologia da PUC-Rio e pesquisadora de música popular, muito querida por seus alunos, pelos colegas do Departamento e por todos os que a conheciam na Universidade e se acostumaram a vê-la ilustrar suas intervenções em congressos e seminários sobre música brasileira cantando à capela com uma magnífica voz que enchia o auditório.

Santuza era casada com o poeta e tradutor Paulo Henriques Britto, também professor da PUC-Rio, do Departamento de Letras, que acabava de publicar um livro de poesia dedicado a ela.

Na missa celebrada em sua memória e presidida pelo Reitor, Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J., a Igreja da PUC-Rio repleta de alunos, professores e funcionários permitia ver o quanto Santuza era querida. Um de seus orientandos tocou ao violão suas músicas preferidas e alguns de seus amigos e colegas falaram sobre ela.

A Profa. Santuza publicou os livros Violão Azul: Modernismo e Música Popular, Da Bossa Nova à Tropicália, A MPB em Discussão – Entrevistas, Velô e Canção Popular no Brasil. Em suas pesquisas aprofundou a questão da ruptura da hierarquia entre o erudito e o popular na música brasileira, da bossa nova como um divisor de águas cultural e o conceito de canção crítica aplicado à música brasileira posterior aos anos 1950.

Dela disse o crítico, professor de literatura na USP e músico José Miguel Wisnik ao jornal A Folha de São Paulo: "Santuza acompanhou a música popular brasileira nas suas várias frentes, de maneira viva, generosa, atenta, inteligente. Abriu frentes de pesquisa, reuniu pessoas, soube extrair dos artistas os seus melhores depoimentos. Devemos ter isso bem claro e presente".

A sensibilidade, a inteligência, a generosidade, a voz e o sorriso de Santuza vão fazer falta à PUC-Rio e ao mundo.

Na missa de sétimo dia, concelebrada pelo Reitor da PUC-Rio, Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. e pelo Pe. Luís Corrêa Lima S.J., professor do Departamento de Teologia, um de seus orientandos tocou suas músicas preferidas no violão e algumas de suas amigas, também cientistas sociais, e de seus alunos falaram sobre ela.  Transcrevemos abaixo o texto lido pela professora Dulce Chaves Pandolfi, do CPDOC/FGV:

De Santuza fui vizinha, amiga, madrinha, irmã e até mesmo, algumas vezes, um pouco mãe. Sem dúvida, ela era única. Aliás, foi a única Santuza que conheci. A voz, o sorriso, o cabelo, o gestual das mãos, o pigarro, a postura eram marcas registradas. Apesar de única, ela era tão grandiosa e radiosa que parecia várias. O que a movia era a paixão e por isso, as vezes, pecava pelo excesso. Apaixonada por Boa Esperança, sua terra natal, da mãe herdou a elegância e do pai, o lado mais boêmio. Muito charmosa e estilosa Santuza não gostava de modismos. Nada entendia de cozinha, nem era uma gourmet, mas adorava convidar os amigos para jantar na sua casa. Foi a única mineira que conheci que não gostava de queijo. Para ela não havia tempo ruim. Também parecia não haver meio termo. Num primeiro momento, as coisas eram muito belas ou muito feias, muito boas ou muito ruins. Felizmente as fronteiras entre esses opostos eram bastante tênues. Quando pintava a paixão, o que era feio se transformava no belo, o ruim no bom. Algumas vezes radical, era sempre profundamente generosa e conciliadora. Era um ser gregário, uma colecionadora de amigos. Por onde passava, deixava rastros. Entre os seus legados deixou um especial: “um modo Santuza de ser”.

Fui apresentada a Santuza, em 1979, uma socióloga, recém- chegada de Brasília. Não perdi a oportunidade. Convidei-a para participar da entidade que estávamos tentando criar: a APSERJ, Associação Profissional dos Sociólogos do Rio de Janeiro. Rapidamente ela abraçou a causa. Depois das reuniões, a esticada no Lamas era obrigatória. E nos finais de semana, as conversas continuavam no Posto Nove. Em 1981, como representantes da APSERJ, viajamos para Santos para participar da I Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras, a I Conclat. Entusiasmada com a militância, Santuza não só entrou para o recente criado PT, como, durante um bom período, subia as favelas, em busca de novos filiados.

No Portelão, no prédio onde moramos por mais de 30 anos, criamos uma comunidade. Ali apresentei Santuza as minhas amigas. Em pouco tempo, elas se tornaram suas grandes amigas. Éramos todas “comadres”. Trocávamos açúcar, afeto, fraldas, filhos, choros e risos. Foi ali que Santuza criou uma frase que se tornou nosso hino de guerra, utilizado nos momentos de fraqueza do corpo ou da alma: “O Portelão não se rende jamais!”.

No início da sua vida no Rio, Santuza fazia transcrições de fita, condução para escola infantil e quase virou cantora profissional. Cantou em alguns teatros e bares da cidade. Tínhamos uma esperança que algum empresário a descobrisse e fizesse dela uma estrela.

Em 1983 ela ingressou no Museu Nacional, um marco fundamental. De forma magistral, conseguiu juntar a música, sua grande paixão, com a antropologia, sua nova paixão. Assumiu a profissão como uma vocação e fez dela mais uma paixão. A partir daí Santuza ganhou o mundo. Fez escola, criou as “santuzetes”.

Quando nos conhecemos, estávamos em momentos complemente diferentes das nossas vidas. Talvez, e, até mesmo por isso, muitas foram as trocas: eu iniciando o casamento com Agostinho e Santuza finalizando seu casamento com Tonico, seu primeiro marido, o pai do Felipe e do Julio. Depois da separação, vieram algumas paixões. Umas rápidas, outras mais longas. Todas passageiras.

Foi em 1986 que Santuza, pura paixão, conheceu Paulo, sua alma gêmea, mas que era pura razão. Ele passou a tomar conta de Santuza de forma integral. A casa entrou em outro ritmo. Tudo super organizado. Felipe e Julio passaram a ser, também, filhos do Paulo. Melhor do que ninguém, ele conseguia controlar as cervejas da Tuzinha: eram apenas três por noite. Confesso que no início senti ciúmes. Mas Paulo era um poeta diferente dos que eu havia conhecido: ele lavava louça, consertava computador, desentupia pia, trocava lâmpada. E o que era melhor: essas pequenas e fundamentais coisas que ele fazia na casa dele, ele também fazia na casa das amigas da Tuzinha. Aí Paulo nos conquistou. E aos poucos fomos descobrindo que Paulo havia vindo para ficar. Seria e, de fato, foi o maior e definitivo amor de Santuza.

Nos últimos dias, muitos de nós, acordamos e dormimos atormentados por uma questão: “como é viver num mundo sem Santuza?” Embora a experiência seja muito recente, já deu para perceber que o mundo sem Santuza é um mundo menos azul, com menos paixão, pouco violão e, certamente, com muito menos canção.

Diante de tudo isso só nos resta plagiar Paulo e repetir: para Santuza, sempre.

Alguns amigos da PUC-Rio compartilharam as mensagens publicadas a seguir:

"O Reitor da PUC-Rio  vem manifestar sua solidariedade  aos Departamentos de Sociologia e Política e Engenharia Civil pelo falecimento dos Professores Santuza Cambraia Naves e Erlane Ferreira Soares que colaboraram academicamente com a nossa Universidade.  Peço a Deus que conforte as famílias dos respectivos professores, na certeza de que os mesmos estarão intercedendo por todos nós na morada eterna."
Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J.
Reitor da PUC-Rio

"Caros colegas,
"Em nome dos professores, funcionários e alunos do Departamento de Letras venho expressar nossa profunda tristeza pelo falecimento da querida amiga e colega Santuza Cambraia Naves. Santuza foi e continuará sendo uma grande inspiração para nós pelo seu entusiasmo, dedicação e seriedade como professora e pesquisadora. Sentiremos muita falta da sua presença alegre, amistosa e instigante que tornava nossa vida acadêmica mais prazerosa e gratificante. Todo o nosso apoio e solidaridade ao professor Paulo Henriques Britto e à família neste momento tão difícil."
Prof. Karl Erik Schollhammer
Diretor do Departamento de Letras

"Tristeza profunda
"Caros Colegas,
"É com profundo pesar que soubemos do falecimento de nossa queridíssima colega e amiga Santuza Cambraia Naves. O Departamento de Sociologia e Política perde uma professora, pesquisadora e amiga insubstituível."
Profa. Maria Sarah da Silva Telles
Diretora do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio

"Estou absolutamente chocada com o falecimento de Santuza. Brilhante professora, pesquisadora, autora e belíssima pessoa da mais alta qualidade humana.
É profunda a minha tristeza."
Profa. Tania Dauster
Departamento de Educação da PUC-Rio

"Surpresa e atônita!
"Conheci seu olhar arguto e sua a voz forte quando fazíamos mestrado e cursamos juntas uma disciplina. Desde então, respeitei seu trabalho e sua personalidade, acrescida sempre pelas intervenções lúcidas e agradáveis no Departamento de História.
"Meus sinceros sentimentos a todos aos que lhe eram mais próximos!"
Profa. Eunícia Barros Barcelos Fernandes
Departamento de História da PUC-Rio

"Aos colegas do departamento de Sociologia e Política envio o sincero pesar pelo falecimento da Profa. Naves."
Profa. Angela Wagener
Diretora do Departamento de Química da PUC-Rio

"Pêsames pelo falecimento da nossa querida colega Santuza. São os sentimentos de todos os professores e funcionários do Departamento de Serviço Social."
Profa. Luiza Helena Nunes Hermel
Diretora do Departamento de Serviço Social

Lara Nogueira da Silva Leal (1973-2019) _

(26 de janeiro de 2019)

Lara Nogueira da Silva Leal, desenvolveu sua carreira acadêmica na PUC-Rio, onde graduou-se em História, em 1996, e tornou-se mestre e doutora em Letras (2005 e 2009). Era pós-doutoranda em Literatura, Cultura e Contemporaneidade e, nessa condição, compartilhava com seu orientador, o prof. Alexandre Montaury Baptista Coutinho, um curso no Departamento de Letras.

Lara morreu muito jovem, aos 45 anos. Era casada com o Prof. Marcelo Tadeu Baumann Burgos, do Departamento de Ciências Sociais. Seu filho mais velho, Tobias, é aluno do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio e seu filho caçula, Heitor, é aluno do Colégio Teresiano, colégio de aplicação da PUC-Rio.

Deixa na PUC-Rio muitas saudades entre seus colegas, amigos e professores.

Carlos Alberto Del Castillo (? - 1974) _

Professor Del Castillo na história e no campus da PUC-Rio

Crônica publicada em 02/07/2011 no Jornal da PUC, Edição 257

A formação e o crescimento da PUC-Rio são resultado da colaboração de muitos homens e mulheres. Os nomes de alguns deles foram escolhidos como topônimos na Universidade. Além de identificar prédios, salas, auditórios esses nomes costumam transcender sua dimensão funcional e nos ajudam a entender sua trajetória pessoal, bem como a da Universidade. Um dos nomes que mesclam sua atuação com a história da PUC-Rio é o do prof. Carlos Alberto Del Castillo.

A década de 1950 foi para o Brasil um período de grandes transformações. Na primeira metade, o suicídio de Vargas e o afastamento de Café Filho por motivo de doença criaram um clima de incerteza. Na segunda metade, contudo, o país pareceu recuperar o ânimo. Ao assumir a presidência em 1955, Juscelino Kubitschek anunciava um progresso de 50 anos em 5. Alguns fatos como a conquista da copa do mundo de futebol, em 1958, a chegada, no ano seguinte, de Maria Esther Bueno ao topo do ranking mundial de tênis e o surgimento da bossa-nova encheram o Brasil de orgulho e contribuíram para o clima de otimismo. O Brasil podia ser grande.

Algumas mudanças geraram grandes demandas. Na área de ensino, pesquisa e tecnologia, o desafio do país era adquirir know how tecnológico e formar recursos humanos adequados ao projetado crescimento industrial. Ainda que timidamente, o governo investiu no que considerava ser uma educação para o desenvolvimento. O foco dessa educação, contudo, estava nas necessidades mais imediatas motivadas pelas transformações industriais em curso.

O Brasil se modernizava e a PUC-Rio, atenta e sensível às mudanças do período, avançava em várias frentes. Em 1955 inaugurou seu campus na Gávea e em seguida os institutos de química, de física e matemática e os tecnológicos, que reforçavam a ênfase dada à pesquisa. O desenvolvimento e o êxito desses projetos contaram com grande participação de Carlos Alberto Del Castillo, então diretor da Escola Politécnica.

Em 1957, o Serviço Nacional da Indústria organizou o pioneiro curso sobre Desenvolvimento de Programas de Treinamento para gerentes de empresas. O SENAI contou com a colaboração da PUC-Rio que, por intermédio do prof. Del Castillo, negociou a cessão do espaço necessário à realização do curso. A parceria esteve na origem ao Instituto de Administração e Gerência (IAG), que hoje conta com grande tradição na formação de quadros de gestão empresarial.

Em 1959, a PUC-Rio adquiriu o computador Burroughs B205, o primeiro de grande porte para uso em pesquisa acadêmica no Brasil. Mais uma vez, o diretor da Escola Politécnica teve uma destacada participação no processo. No dia 13 de junho de 1960 o computador foi inaugurado com pompa e presenças ilustres, como a do presidente Juscelino Kubitschek e a do cardeal Giovanni Battista Montini, o futuro Papa Paulo VI.

A grande contribuição do prof. Del Castillo é lembrada em dois espaços do campus da Gávea que levam seu nome. Um deles é o Centro de Desenvolvimento Gerencial, a Casa Del Castillo, prédio que desde 1989 integra o IAG e que foi durante anos residência do próprio homenageado. Outro espaço é o Auditório Carlos Alberto Del Castillo no Rio Datacentro, inaugurado em 1972, onde são realizados eventos importantes como aulas magnas, congregações universitárias, fóruns, congressos e seminários.

A trajetória da PUC-Rio se torna mais inteligível e mais humana quando os espaços físicos nos lembram daqueles que a construíram. Ao ser escolhido para identificar não apenas uma, mas duas instalações do campus Gávea, o prof. Carlos Alberto Del Castillo se torna ainda mais representativo na e da história da Universidade. Nada mais justo para alguém dedicado à PUC-Rio e à busca da excelência acadêmica.

Roberto Cesar Silva de Azevedo
Pesquisador do Núcleo de Memória da PUC-Rio

Ricardo Benzaquen de Araújo (1952-2017) _

 (01 de fevereiro de 2017)

O professor, historiador e antropólogo Ricardo Benzaquen de Araújo, foi professor da PUC-Rio no Departamento de História por mais de 40 anos, universidade na qual se formou. Benzaquen foi um importante intérprete da sociologia brasileira do século 20, tendo se dedicado principalmente à análise das obras de Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda.

Texto adaptado de nota da ANPUH (Associação Nacional de História) publicada no dia seguinte à morte de Ricardo Benzaquen:

Professor, antropólogo, historiador, vinculado a diversas instituições de ensino e pesquisa, como a PUC-Rio, IUPERJ, ANPOCS, Biblioteca Nacional e também ao IESP/UERJ, Ricardo Benzaquen faleceu no dia 1 de Fevereiro de 2017, depois de complicações decorrentes de uma cirurgia.

Estudioso de imensa erudição, intelectual brilhante, Ricardinho, como muitos o chamavam carinhosamente, nos deixou precocemente e sua ausência será marcada por muitas saudades de todos os que tiveram o privilégio de conviver com ele.

Por tudo que representou em sua trajetória particular e pública, pelo respeito intelectual e afetivo que consolidou ao longo da vida, sua perda será muito sentida.

Seu livro "Guerra e Paz: Casa Grande e Senzala e a obra de Gilberto Freire nos anos 30", marco nos estudos das Ciências Sociais no Brasil, prêmio Jabuti em 1995, será sempre uma referência dentro da rica e diversificada produção que nos deixou.

Nota do Núcleo de Memória da PUC-Rio:

O Departamento de História, seus alunos, ex-alunos, funcionários e professores viveram ontem, dia 01 de fevereiro, um dia de muita tristeza com a morte do Prof. Ricardo Benzaquen.

O Centro de Ciências Sociais (CCS) perdeu um de seus grandes colaboradores.

A PUC-Rio deixa de contar, em seu dia a dia, com um quadro intelectual brilhante e com alguém que, desde os tempos em que foi aluno do Departamento de História e a cada um dos muitos anos em que fez parte do corpo docente da Universidade, foi capaz de pensar a Universidade como um todo e comprometer-se com ela.

O país perdeu ontem um cientista social com uma rara capacidade de transitar por várias áreas do conhecimento por saber, como poucos, o que significa a interdisciplinariedade.

E o mundo, nesses tempos já tão sombrios, deixa de contar com o seu sorriso, sua fala mansa e firme, seu sentido de humor, sua capacidade de fazer amigos, sua doçura, sua conversa gostosa e sua enorme generosidade.

A equipe do Núcleo de memória, e muito especialmente aqueles que aprendemos tanto com o Ricardinho porque fomos seus colegas, seus alunos e seus leitores, muito tristes, quer juntar-se à dor de todos os seus amigos, e de modo muito particular à da Carolina, da Alice e da Carmen.

Diversas manifestações e textos sobre Ricardo Benzaquen estão disponíveis no site do Núcleo de Memória.

 

Regina Maria de Oliveira Borges (? - 2013) _

No final do mês de janeiro a PUC-Rio perdeu a Profa. Regina Maria de Oliveira Borges, do Departamento de Teologia, que foi por muitos anos encarregada de turmas de disciplinas de Cultura Religiosa.

Regina tinha uma longa história na Universidade. Antes de titular-se em Teologia, havia feito o curso de graduação em Pedagogia na década de 1960. Mas foi como teóloga que atuou como professora por mais de uma década.

Discreta, Regina conhecia bem os alunos de vários Departamentos. Muitos de seus colegas do Departamento de Teologia e vários professores de outros Departamentos manifestaram seu pesar com a morte de Regina.

A Profa. Lúcia Pedrosa, do Departamento de Teologia, que trabalhou com ela por muitos anos e era sua grande amiga destacou sua força interior para enfrentar com fé, com disposição de luta e sem deixar-se abater pela penosa doença que se manifestou no início de 2012 e a levou um ano depois. A PUC-Rio manifesta toda a solidariedade a seu marido, a toda sua família e a seus amigos.

Johan Maria Herman Jozef Konings S.J. (1941-2022) _

Pe. Konings S.J. (04/09/1941-21/05/2022) foi professor de Exegese Bíblica na PUC-Rio entre 1984 e 1985.

Nascido na Bélgica, em 1941, possuía Licenciatura em Filosofia (1961), em Filologia Bíblica (1967) e Licenciatura (1967) e Doutorado em Teologia (1977) pela Katholieke Universiteit Leuven.

Depois de sua chegada ao Brasil, em 1972, lecionou, no campo da Teologia e da Exegese Bíblica, em Porto Alegre, na PUCRS, e na PUC-Rio (1984-1985), até tornar-se, desde 1986, professor de Novo Testamento na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em Belo Horizonte, Minas Gerais, que, em 2011, lhe conferiu o título de Professor Emérito. Foi organizador da Tradução Ecumênica da Bíblia (1994), da Tradução da Bíblia da CNBB (2001; atualizada como tradução oficial em 2018) e da tradução do Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral, de Denzinger & Hünermann (2007; 2. ed. 2013). Participou como perito na XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em Roma (2008). Membro da Society of New Testament Studies (SNTS) e da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (ABIB). Assessor das Edições Loyola (2018-2022), fez o acompanhamento editorial das edições da Bíblia da CNBB (2018-2022).

O Pe. Johan Maria Herman Jozef Konings, S.J. faleceu em Belo Horizonte. Ele tinha 80 anos de idade, 56 de sacerdócio e 37 de Companhia de Jesus.

Viveu a maior parte de sua vida como jesuíta em Belo Horizonte, como professor da FAJE, onde também foi diretor da Faculdade de Teologia e, posteriormente, reitor, entre 1999 e 2001. Mas seu trabalho se estendeu para além da sala de aula, pois tornou-se um exegeta de renome internacional.

Nota da FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia:

A Igreja Católica do Brasil deve muito ao Pe. Konings, homem com qualidade humana, espiritual, acadêmica e pastoral tamanhas que se tornam como que provocações para todas as novas gerações que se aventurem a se colocar à escuta da Palavra. Seu legado permanecerá por décadas entre nós, mas, para além de tudo o que escreveu, ensinou, traduziu, conseguiu captar o mistério que se deu a conhecer nessa grande biblioteca da humanidade que é a Bíblia, o que permanecerá sempre no coração de todos os que tiveram a graça de conhecê-lo e conviver com ele. O que ele entendeu da Palavra e o que disse por meio de palavras, tornou-se carne em sua vida e na vida de todos os que se deixaram ensinar e guiar por ele.

pe. Amarilho Checon S.J. (1926-2015) _

O Padre Amarilho Checon S.J. foi Vice-Reitor Comunitário, decano do CTC, professor do Departamento de Física e coordenador do Centro de Pastoral Anchieta da PUC-Rio. Era natural do estado do Espírito Santo e residiu em Nova York após sua aposentadoria. Retornou recentemente ao Brasil.

De personalidade carismática, o líder religioso era bastante popular e respeitado na comunidade brasileira, com destaque para a católica, mas também em outras denominações religiosas. Era PhD em Física Nuclear e foi decano dos jesuítas em Nova York.

Após se aposentar do sacerdócio e da vida acadêmica, em meados da década de 1990, o Padre Checon imigrou para Nova York com o objetivo de ajudar a então crescente comunidade brasileira na cidade. Em companhia do Comandante Vicente Bonnard, ele fundou o Conselho da Comunidade e representou os habitantes brasileiros de Nova York durante as reuniões realizadas pelo Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, em diversos encontros ocorridos no Rio de Janeiro.

Sempre dedicado a ajudar os necessitados, o Pe. Checon prestou imensa ajuda aos brasileiros afetados, diretamente ou indiretamente, pelos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, em Manhattan (NY). Em decorrência desse trabalho beneficente e comunitário, ele foi agraciado com a Ordem de Rio Branco, a maior comenda do gênero concedida pelo Governo do Brasil. Ainda nos EUA, o líder religioso ajudava nas atividades nas paróquias de Queens e New Rochelle, ambas na região metropolitana de Nova York. Ao retornar ao Rio, mesmo com problemas de saúde, prestou ajuda à comunidade sempre que solicitado. Morava na residência dos padres jesuítas na Rua Marquês de São Vicente, na Gávea, quando faleceu.

(Ex- Vice-Reitor Comunitário) (+10 de março de 2015)

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