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Luiz Paulo Horta (1943 - 2013)

Morreu em uma manhã de sábado, poucos dias antes de completar 70 anos, o escritor e jornalista Luiz Paulo Horta, colunista do jornal O Globo, membro da Academia Brasileira de Música e titular da cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Luiz Paulo publicou livros sobre música (Caderno de música, Sete noites com os clássicos, Música das esferas) e sobre religião (A procura de um cânone, A Bíblia: um diário de leitura), foi crítico de música e editorialista de O Globo, depois de trabalhar por mais de duas décadas no Jornal do Brasil. Foi o fundador da seção de música do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Em 1962 começou o curso de Direito na PUC-Rio, mas abandonou a faculdade para dedicar-se ao jornalismo. Foi um grande colaborador da PUC-Rio. Participava intensamente das atividades promovidas pela Cátedra Carlo Maria Martini, do Decanato do CTCH e dirigiu um grupo de estudos bíblicos no Centro Loyola de Fé e Cultura. Foi membro do Conselho de Desenvolvimento da PUC-Rio e da Comissão Cultural da Arquidiocese do Rio. Recebeu em 2000 da PUC-Rio o Prêmio Padre Ávila de Ética no Jornalismo.

Sobre Luiz Paulo, unanimemente querido por todos os que o conheceram, a imprensa divulgou muitos artigos e reportagens. O Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J., Reitor da PUC-Rio, publicou sobre ele o seguinte artigo no PUC Urgente de 12/08/2013:

O humanismo de um imortal

Fomos surpreendidos pela passagem para a eternidade de um humanista que voou em direção à verdadeira imortalidade da existência. Pelo seu aguçado humanismo, que o conduziu ao grau de imortal nesta vida transitória, Luiz Paulo Horta sempre manteve uma abertura para a fé que o levava a pensar na imortalidade de uma vida que se abre para Deus. Sedento pelos valores que humanizam as pessoas, colocando-as em comunhão mais profunda com o Sentido Absoluto da vida, Luiz Paulo soube viver e testemunhar as suas convicções mais profundas, sem ter medo de expressá-las publicamente. A música, a literatura e a fé estavam sempre presente em seus escritos, diálogos e entrevistas, iluminando suas inspirações e revelando a riqueza de um humanismo tão necessário para o mundo em que vivemos. A sabedoria e a docilidade no trato humano era um traço que fazia parte do seu modo de existir, sempre buscando respostas na fé e na razão para tentar entender a grandeza e a profundidade do mistério que envolve a dimensão imanente e transcendente do ser humano. Com um olhar profundo e um sorriso nos lábios, irradiava espontaneamente uma bondade contagiante de alguém que cultivava interiormente um depositário amoroso, sempre aberto para acolher e respeitar a diversidade de opiniões, mesmo aquelas contrárias às suas convicções mais profundas.

Os contatos, diálogos e encontros que tivemos oportunidade de compartilhar com Luiz Paulo Horta na PUC-Rio nos proporcionaram uma visão de um homem interiormente humanizado e espiritualmente sedento de buscas e respostas dos verdadeiros valores que norteiam a existência humana. Esperamos que, diante da visão do mistério eterno e definitivo, ele possa encontrar as respostas para as suas incansáveis buscas terrenais, responsáveis por transformá-lo num humanista cristão para os nossos dias. Perdemos um imortal da ABL, um Membro do Conselho de Desenvolvimento da PUC-Rio e um cristão e católico convicto, mas temos a certeza na fé que o seu testemunho de vida será inspirador para todos os que desejam um mundo mais humano, fraterno e solidário.

Relação com a PUC: 
Luiz Paulo Horta. Fotógrafo Jorge William, Agência O Globo, 2007.
Luiz Paulo Horta. Fotógrafo Jorge William, Agência O Globo, 2007.