Terezinha Arnaut (-14/09/2022) foi uma das pioneiras da chamada segunda geração do Serviço Social, isto é, aquela formada entre os anos de 1950 e 1965. Graduou-se na Escola de Serviço Social do Instituto Social, hoje Departamento de Serviço Social e dedicou a sua vida acadêmico-científica a contribuir na formação de novos profissionais e a participar no esforço coletivo de resposta aos desafios teórico-práticos da disciplina.
Foi supervisora de campo de estágio, professora da graduação e da pós-graduação, além dos cargos administrativos assumidos, tal como o de diretora do Departamento, numa trajetória que cobriu os anos entre 1965 até 1999.
Atenta ao contexto histórico, conjugando prática e ensino, participou de eventos relevantes do Serviço Social representando a Universidade, assim como organizou seminários e cursos sobre temas desafiadores e inovadores para a reflexão interna e de pesquisa dos docentes e discentes. Em 1989, o seminário Envelhecimento: um Desafio dos dias de hoje, organizado em parceria com a Associação Nacional de Geriatria - Seção Rio de Janeiro e o Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais, e, em 1992, o Projeto Novidade, que abriu a Universidade para pessoas com mais de 60 anos frequentarem um curso com aulas expositivas e outras práticas pedagógicas envolvendo exposições sobre Filosofia, Psicologia, Sociologia, Ética e problemas sociais, entre outros assuntos, são exemplos desse trabalho.
Na mesma direção - integrar ensino, pesquisa e extensão - iniciativas foram realizadas na área da matéria sobre família, na graduação e pós-graduação, sobressaindo-se o seminário Família, ontem, hoje, amanhã, em 1990, cuja documentação serviu de base a estudos variados e novos projetos. No campo da inserção na comunidade de capacitação e assessoria na área social, é bom salientar sua passagem como presidente do Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais (CBCISS), organização representante do Conselho Internacional de Bem-estar Social (ICWS).
Mas o olhar do passado, no existir do presente, deixa saudades da professora que tinha a capacidade de falar e ouvir, mover-se no mundo no seu tempo histórico com crítica, criatividade e solidariedade.
Texto com a colaboração da profa. Ilda Lopes (VRAC)