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Renata Cantanhede Amarantes (1970 - 2012)

A Profa. Renata lecionava no Departamento de Comunicação Social e era subeditora do Núcleo de Jornalismo Impresso do Projeto Comunicar. Sua morte prematura e imprevista chocou colegas e alunos. Entre as muitas manifestações de pesar recebidas, o Núcleo de Memória selecionou a bela carta aberta enviada pelos ex-estagiários do Projeto Comunicar que trabalharam com ela.

“Carta aberta dos ex-estagiários

“A cena era relativamente comum: algum dos estagiários havia conseguido uma vaga em outro lugar 'lá fora' e ia se despedir do Jornal da PUC. Todos nós abraçávamos quem ia embora, genuinamente felizes por mais um passo alcançado na carreira do colega iniciante. É inevitável: o mercado costuma absorver com gosto quem passou pelo Projeto Comunicar. Quando esse estagiário resolvia dar tchau às chefes, abraçava uma emocionada Renata Cantanhede, que - não raro - estava com os olhos cheios de água.

“Logo a durona da Renata? Aquela que é tão rígida na hora de cobrar e de exigir o melhor de seus alunos e estagiários? Sim. Ela exigia porque sabia que seríamos capazes de fazer. E se não conseguíssemos, ela vinha para o nosso lado e nos fazia ser capazes. Explicava quantas vezes fossem necessárias. Nunca como chefe, sempre como professora. Aliás, gabaritada professora. Daquelas que explicam o porquê da regra gramatical como uma gramática falante, coisas que só uma Doutora em Letras poderia fazer.

“Muitas vezes ela também foi amiga. Sempre que o trabalho permitia, sentava conosco para rir e fazer piadas. E nas férias escolares, quando o ritmo é bem mais leve, disputava (e quase sempre vencia) as animadas partidas de ‘Perfil’ e ‘Stop’ que a gente organizava.

“As histórias, sua paixão, não ficavam só nos livros que lia e escrevia. Depois do lanche da tarde, chegava manso na redação com sua Coca-Cola e o típico olhar de Renata. Desconfiada e interessada, doida para saber o que os estagiários estavam aprontando. Antes de voltar às notinhas do PUC Urgente, havia tempo para o plágio que descobriu no último trabalho que passou em aula e a desculpa cara de pau do aluno fulano. O fulano, apesar de nossa insistência e para tristeza de todos, nunca tinha o nome revelado.

“Nossas experiências do Jornal da PUC vão nos marcar para sempre. E é indiscutível que as lições da Renata foram fundamentais para isso. Das reuniões de pauta às aulas de português. Na família Comunicar, a Renata era uma irmã mais velha. Jovem há mais tempo, tinha a expertise para nos ensinar os atalhos e ajudar a prevenir os erros. Quando entramos pela porta cinza do 4º andar pela primeira vez, estávamos crus. Saímos preparados para enfrentar os desafios que o mundo real nos apresentava. Talvez fosse essa mudança que a deixasse tão emocionada com a despedida. E agora, que dizemos adeus, nos emocionamos também. Afinal, nos damos conta que para toda nossa vida pessoal e profissional carregaremos um pouco da Renata conosco.”.

Relação com a PUC: 
Professora Renata Cantanhede Amarantes. Fotógrafo Antônio Albuquerque. Acervo do Núcleo de Memória.
Professora Renata Cantanhede Amarantes. Fotógrafo Antônio Albuquerque. Acervo do Núcleo de Memória.