O prof. Luiz Pinguelli Rosa faleceu no dia 03/03/2022. Era graduado em Física pela UFRJ, mestre em Engenharia Nuclear pela Coppe/UFRJ e doutor em Física pela PUC-Rio.
Pinguelli era membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), professor emérito e titular do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, professor do Programa de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia da UFRJ, além de secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Pinguelli foi fundador da Associação de Docentes da UFRJ (Adufrj).
Nota de pesar da UFRJ:
Adeus a Luiz Pinguelli Rosa
Foi com profundo pesar que a Reitoria teve ciência do falecimento do professor emérito Luiz Pinguelli Rosa, ocorrido nesta quinta-feira, 3/3, aos 80 anos. A Reitoria declarou luto oficial de três dias pela partida de Pinguelli. O velório ocorrerá às 17h desta quinta-feira, no Átrio do Palácio Universitário, no campus Praia Vermelha (avenida Pasteur, 250).
Graduado em Física pela UFRJ, mestre em Engenharia Nuclear pela Coppe/UFRJ e doutor em Física pela PUC-Rio, Pinguelli foi diretor da Coppe por quatro mandatos e presidente da Eletrobrás, entre 2003 e 2004. O docente também era membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Orientador de dezenas de dissertações de mestrado e teses de doutorado, o professor recebeu diversos prêmios, entre eles o de personalidade do ano de 2014, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Professor emérito e titular do Programa de Planejamento Energético da Coppe, foi professor do Programa de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia da UFRJ, além de secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, organismo científico do Governo do Brasil para estudar o problema do aquecimento global em suas implicações para o país, auxiliar na criação e promoção de políticas. Além disso, Pinguelli foi fundador da Associação de Docentes da UFRJ (Adufrj), tendo sido seu primeiro presidente.
Suas áreas atuais de pesquisas se concentravam em planejamento energético, mudanças climáticas, além da epistemologia e história da ciência. As pesquisas de Pinguelli já se dedicaram à engenharia nuclear, física de reatores, física teórica e física de partículas.
Disseminando o conhecimento aprendido e desenvolvido na UFRJ, Pinguelli foi pesquisador e professor visitante de diversas universidades mundo afora: Universidade Stanford (EUA), Universidade da Pensilvânia (EUA), Universidade Grenoble Alpes (França), Universidade Cracóvia (Polônia), Centro Internacional de Pesquisa em Meio Ambiente e Desenvolvimento (França), Centro de Estudos Energéticos Enzo Tasselli (Itália), Agência Nacional de Energia Nuclear e Fontes Alternativas (Itália) e Fundação Bariloche (Argentina).
Luiz Pinguelli foi ainda membro do Conselho do Pugwash, entidade fundada por Albert Einstein e Bertrand Russel, a qual ganhou o Nobel da Paz em 1995 e estava participando do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), instituição que recebeu o Nobel da Paz em 2007.
A Reitoria da UFRJ lamenta profundamente a partida de Pinguelli, defensor nato da universidade brasileira e da difusão da ciência e da tecnologia. Seu compromisso com uma universidade de qualidade que transpira pesquisa deixará uma lacuna entre nós e um aprendizado permanente. Transmitimos força aos familiares, aos amigos e à comunidade acadêmica neste momento de consternação.
Nota de falecimento da COPPE/UFRJ:
É com imenso pesar e muita tristeza que venho cumprir a dolorosa e difícil missão de comunicar ao Corpo Social da Coppe/UFRJ o falecimento do nosso querido Professor e ex-Diretor Luiz Pinguelli Rosa na madrugada de hoje, 03 de março. A Coppe/UFRJ decreta luto oficial na Unidade por três dias em homenagem ao seu ilustríssimo Professor. O velório ocorrerá no Átrio do Palácio Universitário da Praia Vermelha na tarde de hoje. Os detalhes serão informados tão logo tenhamos a definição da família, em nota contendo um relato da brilhante trajetória do nosso querido Pinguelli.
Em meu nome e em nome de toda diretoria, da qual Pinguelli fazia parte, e de todo Corpo Social da Coppe, prestamos nossas sinceras condolências e solidariedade aos familiares e amigos do nosso querido Pinguelli.
Romildo Toledo, Diretor.
Nota de pesar da Academia Brasileira de Ciências:
O Acadêmico Luiz Pinguelli Rosa faleceu no dia 3 de março, no Rio, aos 80 anos. Ele estava internado no Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul. A causa da morte não foi informada.
Filho de Dalva Pinguelli Rosa e Ávilla Rosa, Luiz Pinguelli Rosa graduou-se em física em 1967 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dois anos depois, concluiu mestrado em engenharia nuclear pela Coppe/UFRJ, e em 1974 tornou-se doutor em física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Pinguelli foi membro do Conselho do Pugwash, entidade fundada por Albert Einstein e Bertrand Russel, a qual ganhou o Nobel da Paz em 1995, e tinha participação no Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), instituição que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007. Foi também presidente da Eletrobras e diretor da Coppe/ UFRJ por quatro mandatos.
Suas principais linhas de pesquisa foram física teórica, partículas elementares, física de nêutrons, reatores nucleares, energia e tecnologia, planejamento energético e impactos ambientais, emissões de gases do efeito estufa, alternativas energéticas, política energética e mudanças institucionais e política nuclear. Orientador de dezenas de dissertações de mestrado e teses de doutorado, o Acadêmico recebeu diversos prêmios, entre eles o de Personalidade do Ano, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O velório, aberto ao público, será das 17h às 19h, no átrio do Palácio Universitário, no campus da Praia Vermelha (Av. Pasteur 250). A Academia Brasileira de Ciências manifesta seu profundo pesar pela perda do Acadêmico Luiz Pinguelli Rosa e transmite seus sentimentos a amigos e familiares.
Nota de Falecimento da Sociedade Brasileira de Física:
A Sociedade Brasileira de Física está em luto pelo falecimento do físico Luiz Pinguelli Rosa, nesta quinta-feira (3), aos 80 anos.
Luiz Pinguelli Rosa formou-se em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1967), concluiu o mestrado em Engenharia Nuclear pela Coppe/UFRJ (1969), e o doutorado em Física pela PUC-RJ (1974).
Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências e Professor Emérito e Titular da COPPE/UFRJ (da qual foi Diretor por 4 mandatos) o Prof. Pinguelli teve atuação decisiva na ciência e na política de C&T nacionais, contribuindo em áreas de pesquisa desde a física teórica, de partículas e de reatores até o planejamento energético e mudanças climáticas, além da epistemologia e história da ciência.
A Diretoria da SBF expressa seus sentimento de pesar aos familiares, amigos e colegas do professor.
Nota da SBPC:
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) lamenta a morte do físico Luiz Pinguelli Rosa, ocorrida nesta quinta-feira (3), aos 80 anos. Sócio da SBPC desde 1978, Pinguelli Rosa foi conselheiro da SBPC por três mandatos (1987-1991, 1993-1997 e 2007-2011).
A Diretoria da SBPC manifesta seus sentimentos aos familiares e amigos do professor, cuja obra permanece viva em seus livros e também nas gerações de pesquisadores que lhe devem sua formação.
Luiz Pinguelli Rosa nasceu no Rio de Janeiro em 19 de fevereiro de 1942. Formou-se em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1967), concluiu o mestrado em Engenharia Nuclear pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Coppe/UFRJ (1969), e o doutorado em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1974).
Professor emérito e titular do Programa de Planejamento Energético do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), foi professor do Programa de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia da UFRJ, além de secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, organismo científico do Governo do Brasil para estudar o problema do aquecimento global e suas implicações para o País e auxiliar na criação e promoção de políticas públicas. O docente também era membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Suas áreas atuais de pesquisas se concentravam em planejamento energético, mudanças climáticas, além da epistemologia e história da ciência. As pesquisas de Pinguelli Rosa já se dedicaram à engenharia nuclear, física de reatores, física teórica e física de partículas.
Ao longo da carreira assumiu diversos cargos e responsabilidades. Ele foi presidente da Eletrobrás entre 2003 e 2004 e dirigiu, por quatro mandatos, a Coppe. Ele também participou da elaboração de projetos tecnológicos para a usina nuclear de Angra 1.
Atuou no exterior quando foi pesquisador e professor visitante das Universidades de Standford (SLAC), da Pennsylvania, de Grenoble, e de Cracóvia na Polônia, do Centre International pour l’Environnement et le Développement em Paris, do Centro Studi Energia Enzo Tasseli, do Ente Nazioanale per l´Energia Nucleare e Fonti Alternative, ambos na Itália, e da Fundação Bariloche na Argentina. Foi ainda membro do Conselho do Pugwash (1999-2001), entidade fundada por Albert Einstein e Bertrand Russel, a qual ganhou o Nobel da Paz em 1995.
É autor, coautor e organizador de livros sobre política energética, entre os quais: “Energia, tecnologia e desenvolvimento: energia elétrica e nuclear”; “Energia e crise”; “A política nuclear e o caminho da bomba atômica”; “Estado, energia elétrica e meio ambiente: o caso das grandes barragens”; “A reforma do setor elétrico no Brasil e no mundo: uma visão crítica”; “A reconstrução do setor elétrico”.
Orientador de dezenas de dissertações de mestrado e teses de doutorado, recebeu diversos prêmios e honrarias nacionais e estrangeiros como o Forum Award da Sociedade Americana de Física, em 1992; a comenda com o grau de Chevalier de L’Ordre des Palmes Académiques, concedido em 1998 pelo Ministério da Educação da França; o Prêmio Golfinho de Ouro, categoria ciências, concedido no ano 2000 pelo Conselho Estadual de Cultura do Governo do Estado do Rio de Janeiro e as Medalhas da Ordem do Mérito do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Defesa, em 2003.
O presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, ressalta que Pinguelli Rosa foi, além de um grande pesquisador, um grande brasileiro. “Como presidente da Eletrobrás, ele defendeu os interesses nacionais. Lembro que, ao receber uma condecoração junto com ele, Pinguelli em seu discurso repudiou as privatizações e criticou a má condução do setor elétrico do governo da época, cujo presidente era Fernando Henrique Cardoso. Ele foi um militante da energia e da soberania nacional”, comenta.
Ildeu de Castro Moreira, presidente de honra da SBPC, lamenta a perda de Pinguelli Rosa que era, além de amigo, um incentivador. “O Brasil perde um grande brasileiro. Brilhante, inventivo e batalhador. E a ciência e a universidade brasileira perdem um grande cientista, um grande professor e um lutador incansável. Tristeza”, disse.
Além de lamentar a morte do amigo, Otávio Velho, presidente de honra da SBPC, ressalta o papel desbravador do físico. “Ele foi uma figura muito importante na área de engenharia do Brasil. Ao conciliar o trabalho acadêmico com o tecnológico, com a preocupação em desenvolver tecnologias nacionais, transformou a Coppe no maior centro de engenharia do País”, afirma. “Ele conseguiu orquestrar a relação da universidade, centros de tecnologia e empresas. Um desses exemplos foi a relação construída da Coppe com a Petrobras no desenvolvimento de uma tecnologia brasileira para explorar águas profundas. Além disso, ele orquestrou a conexão da Coppe com outros institutos brasileiros. Relação essa que tem feito falta nos tempos atuais onde só se fala em privatização “, lembra.
Velho também ressalta a visão interdisciplinar de Pinguelli Rosa. “Como ele tinha uma preocupação com as energias, acabou se envolvendo em questões ambientais e até criou uma área de ciências sociais na Coppe para incentivar a interdisciplinaridade”, comenta.
Ennio Candotti, diretor do Museu da Amazônia (Musa) e presidente de honra da SBPC, também lamentou a morte de Pinguelli Rosa. “Perdi, perdemos um amigo. Ficaram as páginas que ele escreveu. Lembramos. Foram heróicas”, disse.
Luiz Bevilacqua, professor emérito da UFRJ, por sua vez, lembra que Pinguelli foi um homem dedicado ao serviço público e idealista na busca de uma educação integral no que se refere a ação universitária e do papel do Estado na gerência de funções essenciais para a sociedade. “Sempre com autonomia intelectual, ele foi um grande professor sempre atualizando os temas de que tratava. Pinguelli dedicou sua vida na busca de melhores condições da população e na busca da independência do Brasil contribuindo para o progresso das Nações sem subordinação mas com independência”.
A Reitoria da UFRJ e a Coppe/UFRJ decretaram luto oficial por três dias.
A SBPC se solidariza aos amigos, familiares e entes queridos de Pinguelli nesse momento de tristeza.
Matéria publicada no jornal O Globo de 04/03/2022, por Bernardo Mello Franco:
Pinguelli recomendava cautela com arautos das privatizações
O professor Luiz Pinguelli Rosa conheceu na prática o jogo bruto da política. Em 2003, ele deixou a direção da Coppe/UFRJ para assumir a presidência da Eletrobrás. A euforia da comunidade científica durou pouco. Depois de 15 meses, o físico seria demitido para dar lugar a um indicado do PMDB.
No jantar que selou a troca, o então presidente Lula cunhou uma pérola do pragmatismo brasiliense: “Gosto muito do Pinguelli, mas ele não tem um voto no Senado”. O professor foi vítima de um acordão para barrar uma CPI. Voltou à sala de aula, mas continuou a atuar como intelectual público. Militava contra a desnacionalização da economia e o sucateamento das instituições de pesquisa.
Nos últimos tempos, o cientista combatia a venda da estatal que comandou. Ele dizia concordar com algumas privatizações, mas defendia a presença do Estado em setores estratégicos da economia. “Não há uma lógica nessas privatizações, a não ser a transferência de lucros para o setor privado e para empresas estrangeiras”, criticou, em entrevista recente ao site Tutaméia. “É mentira que a privatização reduza a tarifa de energia. Ela aumenta a tarifa. E quem paga somos nós, os consumidores”, acrescentou.
Para aprovar a venda da Eletrobrás, o governo Bolsonaro aceitou jabutis que poderão custar mais de R$ 80 bilhões. Além de condenar os contrabandos legislativos, Pinguelli argumentava que nem os EUA abriram mão do controle das grandes hidrelétricas. “Infelizmente, o debate no Brasil está muito enfraquecido. A privatização da BR Distribuidora foi feita quase em silêncio”, protestou.
Com a experiência de quem viu a máquina por dentro, o físico recomendava cautela diante dos elogios de consultores econômicos ao governo. “Tem gente aí na fila para ganhar dinheiro”, alertou, na entrevista a Eleonora e Rodolfo Lucena. Ele definiu Jair Bolsonaro como um “falso patriota” que explora as cores da bandeira e age contra os interesses do país. “É um ignorante. Não aproveitou o curso da Academia das Agulhas Negras”, sentenciou.
Filho de um alfaiate, Pinguelli cresceu no subúrbio do Rio, estudou em escolas públicas e iniciou carreira militar. Era um jovem tenente quando foi preso por se opor ao golpe de 1964. Desiludido com o Exército, trocou o quartel pela universidade. Aos 80 anos, participava do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e continuava a dar aulas e orientar estudantes na UFRJ. O professor morreu ontem de complicações da Covid-19.
Matéria publicada no jornal O Globo, em 03/03/2022:
Morre Luiz Pinguelli Rosa, físico e ex-presidente da Eletrobras, aos 80 anos
Referência em energia no país e especialista em mudanças climáticas, o professor também foi ex-diretor da Coppe/UFRJ
Considerado um dos maiores especialistas em energia no país, o físico e ex-presidente da Eletrobras Luiz Pinguelli Rosa faleceu nesta quinta-feira, aos 80 anos, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. A Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias.
A causa da morte não foi informada, mas o professor estava internado há cerca de um mês devido a complicações por causa da Covid-19. Nascido em 1942, o carioca deixa três filhos e dois netos.
Em sua conta no Twitter, seu irmão Sérgio Rosa confirmou a despedida: – Com muita tristeza participo a partida do meu querido irmão, um homem de bem. Pai dos meus sobrinhos Nando, Duardo e Leozinho – estamos todos muito tristes. A despedida cala fundo. No silêncio me despeço.
Filho do alfaiate Avilla Rosa e de Dalva Pinguelli Rosa, estudou na Escola Rio Grande do Sul e no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e depois entrou para a escola de cadetes. Mas desistiu da vida militar em 1967. Foi preso ao se manifestar contra o golpe militar que depôs o presidente João Goulart.
Em sua vida acadêmica, além de se graduar em Física, foi eleito diretor cinco vezes no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe/UFRJ), onde também se tornou mestre em Engenharia Nuclear e professor emérito e titular do Programa de Planejamento Energético.
Em2002, no seu terceiro mandato, Pinguelli saiu para assumir a presidência da Eletrobras, no qual permaneceu até maio de 2004. Depois, retornou ao posto na Coppe/UFRJ por mais duas gestões.
Na Eletrobras, sob seu comando, a estatal assumiu a gestão técnica e financeira do Programa Luz para Todos e promulgou leis que redefiniram o modelo institucional do setor elétrico.
“A Eletrobras registra sua homenagem a Luiz Pinguelli Rosa, agradecendo pelas suas contribuições à companhia e ao setor elétrico brasileiro”, disse a empresa em nota.
Nas palavras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Pinguelli Rosa foi físico, cientista, professor e profundo conhecedor do sistema elétrico brasileiro, trabalhando e defendendo incansavelmente o desenvolvimento social, econômico e tecnológico do Brasil. "O avanço da ciência e a segurança enérgtica do nosso país. Meus sentimentos e solidariedade aos seus familiares, alunos e amigos”, disse em nota.
Prêmios e contribuição internacional
Entre suas outras contribuições para a ciência brasileira, foi fundador da Associação de Docentes da UFRJ (Adufrj) e secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, organismo científico do governo para estudar o problema do aquecimento global e ajudar na criação e promoção de políticas.
Este era um de seus assuntos centrais de pesquisa. Mas o professor que já orientou mais de 100 teses de doutorado e dissertações de mestrado também dominava engenharia nuclear, física de reatores, física teórica e física de partículas.
Pinguelli é autor de sete livros e tem mais de 180 trabalhos científicos publicados, a maioria deles no exterior. E participou de diversos estudos e palestras pelo mundo, se tornando membro do Conselho do Pugwash, entidade fundada por Albert Einstein e Bertrand Russel, a qual ganhou o Nobel da Paz em 1995.
O docente também era membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e, entre os muitos prêmios recebidos ao longo da carreira, foi eleito personalidade do ano de 2014, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). E, desde 1998, era autor ou revisor de relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, entidade que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007.
Em nota, a Reitoria da UFRJ disse que lamenta profundamente a partida de Pinguelli, “defensor nato da universidade brasileira e da difusão da ciência e da tecnologia”.
“Pinguelli foi uma pessoa especial e de grande importância para a instituição, ao longo da sua história. Consolidou o projeto original do nosso criador, o professor Coimbra, transformado a Coppe no maior instituto de pós-graduação em Engenharia da América Latina. Além disso, tinha uma grande visão humanitária", lamentou Romildo Toledo, diretor da Coppe.
A ex-presidente Dilma Roussef publicou na sua conta do Twitter que o Brasil perde um dos mais renomados cientistas e especialistas em energia. “É um dia triste para todos os brasileiros. Pinguello foi um homem à frente do seu tempo, um visionário defensor da ciência e do país. Ele foi um nacionalista que colocou o Brasil e os interesses do povo no centro de todo o seu trabalho intelectual e cinteífico.
Outras personalidades do meio acadêmico e político manifestaram pesar em suas rede sociais.
Segundo a UFRJ, o velório ocorrerá às 17h desta quinta-feira, no Átrio do Palácio Universitário, no campus Praia Vermelha, na Avenida Pasteur, 250.