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Falecimento do professor Cândido Mendes de Almeida

17/02/2022

O prof. Cândido Antônio José Francisco Mendes de Almeida (1928 - 2022) faleceu no dia 17/02/2022. Ele manteve uma longa e próxima relação com a PUC-Rio, onde foi aluno (Bacharel em Direito e Filosofia) entre 1945 e 1951), e professor entre 1951 e 1961.

Nota do Reitor da PUC-Rio, Padre Josafá Carlos de Siqueira S.J.:

NOTA DE SOLIDARIEDADE

A Reitoria da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) manifesta o sentimento de pesar pelo falecimento do Reitor CANDIDO MENDES DE ALMEIDA, antigo aluno da PUC-Rio e, durante muitos anos, Presidente do Fórum de Reitores das Universidades do Rio de Janeiro.

Que o Bom Deus conceda-lhe o prêmio da vida eterna.

Nota da Academia Brasileira de Letras, da qual Cândido Mendes era membro:

Morre no Rio de Janeiro, aos 93 anos, o Acadêmico Candido Mendes de Almeida

O Acadêmico e professor Candido Mendes de Almeida faleceu na tarde do dia 17 de fevereiro, no Rio de Janeiro, vítima de embolia pulmonar. Seu corpo será cremado sábado, dia 19 de fevereiro, no cemitério Memorial do Carmo.

O Presidente da ABL, Acadêmico Merval Pereira, ao tomar conhecimento da morte do acadêmico, determinou o cumprimento de luto de três dias e que a bandeira da Academia fosse hasteada a meio mastro.

O Acadêmico

Candido Antonio Mendes de Almeida nasceu no Rio de Janeiro em 3 de junho de 1928. Foi professor, educador, advogado, sociólogo, cientista político e ensaísta brasileiro. Bacharel em Direito (1950) e Filosofia (1951) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e Doutor em Direito pela Faculdade Nacional de Direito, na Universidade do Brasil. É o quinto ocupante da Cadeira nº 35 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 24 de agosto de 1989, na sucessão de Celso Cunha. Entre suas obras publicadas, destacam-se: “Nacionalismo e Desenvolvimento” (1963), “O País da Paciência” (2000), “Subcultura e mudança: por que me envergonho do meu país" (2010), “A razão armada” (2012), entre outras.

Atuou como professor universitário (assistente, titular, chefe de Departamento) nas universidades: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ); Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (FGV); Faculdade de Direito Candido Mendes; Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro; Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ). Foi reitor da Universidade Candido Mendes (1997). Possuia uma extensa atuação como professor visitante em universidades do exterior, como Brown University, New York University, New Mexico University, University of California (LA), Stanford University, Columbia University, Harvard University, entre outras.

Foi membro do Conselho de Cooperação Educacional com a América Latina, do Education and World Affairs (1968), membro do Conselho Diretor do International Institute for Educational Planning (IIEP) – 1976-85 e Presidente do Comitê de Programas do International Social Science Council (ISSC), 1974 – órgão representativo das organizações não-governamentais de Ciências Sociais reconhecidas pela UNESCO e Presidente do Instituto do Pluralismo Cultural, entre outros.

Nota de pesar da Faperj:

Comunidade acadêmica lamenta a perda do advogado e professor Candido Mendes

A FAPERJ se une à comunidade acadêmica para expressar pesar pela morte do advogado e professor Candido Mendes de Almeida, na tarde desta quinta-feira, 17 de fevereiro, no Rio. O corpo será cremado nesta sexta, mas a família não informou o local e o horário. Ele faleceu devido a uma embolia pulmonar, aos 93 anos. Reitor da Universidade Candido Mendes, que leva o nome de seu avô, ele ocupava a cadeira nº 35 da Academia Brasileira de Letras (ABL) e foi autor de diversos livros, como Nacionalismo e desenvolvimento (1963), O país da paciência (2000), Subcultura e mudança: por que me envergonho do meu país (2010) e A razão armada (2012). Com vasta experiência jurídica, Candido Mendes foi professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), da Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), da Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) e da Faculdade de Direito Candido Mendes. Foi ainda professor visitante em universidades do exterior, como Brown University, New York University, New Mexico University, University of California, Stanford, Columbia e Harvard. Também foi membro do Conselho de Cooperação Educacional com a América Latina, do Education and World Affairs (1968), membro do Conselho Diretor do International Institute for Educational Planning (IIEP) – 1976-85 e presidente do Comitê de Programas do International Social Science Council (ISSC), 1974 – órgão representativo das organizações não-governamentais de Ciências Sociais reconhecidas pela Unesco, e presidente do Instituto do Pluralismo Cultural. Deixa viúva a médica pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), além de quatro filhos e cinco netos.

Nota de pesar da Fiocruz:

Fiocruz lamenta a morte do professor Cândido Mendes de Almeida

18/02/2022

A Presidência da Fiocruz lamenta profundamente o falecimento, na tarde da quinta-feira (17/2), do professor, advogado, sociólogo e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) Cândido Mendes de Almeida, aos 93 anos. Ele sofreu uma embolia pulmonar.

Cândido Mendes foi reconhecidamente um defensor da educação, com uma trajetória de permanente engajamento na luta pela democratização do acesso à educação e o desenvolvimento do ensino de excelência. Ele atuou como docente em instituições como a PUC-Rio, o Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro) e a FGV-Rio, entre outras, e foi reitor da Universidade Cândido Mendes. No exterior, foi professor visitante de algumas das principais universidades americanas, como Harvard, Stanford, Columbia e Universidade da Califórnia.

Cândido Mendes foi membro do Conselho de Cooperação Educacional com a América Latina, do Education and World Affairs, do Conselho Diretor do International Institute for Educational Planning, presidente do Comitê de Programas do International Social Science Council, órgão representativo das organizações não-governamentais de ciências sociais reconhecidos pela Unesco, e presidente do Instituto do Pluralismo Cultural. Entre os livros que escreveu estão Nacionalismo e desenvolvimento, O país da paciência, Subcultura e mudança: por que me envergonho do meu país e A razão armada. Foi o quinto ocupante da cadeira 35 da ABL, eleito em 1989 como sucessor de Celso Cunha.

Em nota, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, afirmou que “foi com pesar que recebi a notícia da morte do professor Cândido Mendes de Almeida, intelectual, professor, com uma extensa contribuição ao pensamento brasileiro e ao pensamento sobre a democracia no país. Com uma longa atuação acadêmica e a produção de obras importantes, como Nacionalismo e desenvolvimento, entre várias outras, Cândido Mendes também se tornou notável pela obra de construção institucional. Em 1982, pude me beneficiar desse trabalho quando ingressei no mestrado em Ciência Política do então Iuperj, onde também fiz meu doutorado em Sociologia. Àquela casa o professor Cândido Mendes levou professores, intelectuais de grande expressão na vida acadêmica brasileira e que foram fortemente perseguidos no período da ditadura militar. O professor também trouxe importantes contribuições para a Fiocruz, acompanhando o trabalho inicial da Casa de Oswaldo Cruz (COC), centro dedicado à história da ciência e da saúde, à memória e à divulgação científica, e que teve o prazer de recebê-lo diversas vezes. Foram muitas as contribuições na afirmação do pluralismo cultural e na defesa da democracia que engrandecem a vida do professor Cândido Mendes. Também lamento e expresso minha solidariedade a colega e amiga Margareth Dalcolmo e a todos os seus familiares. Que todos tenham força para esse momento de despedida”.

Na ditadura, Cândido Mendes abrigou perseguidos pelo regime militar e contribuiu para a fundação de um centro de estudos políticos. Foi um dos responsáveis, junto com o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) denunciar com severidade os casos de tortura no Brasil. Cândido Mendes era católico e irmão de Dom Luciano Mendes de Almeida, arcebispo de Mariana, ex-presidente da CNBB e, assim como ele, um dos que estiveram na luta contra a ditadura.

Cândido Mendes foi o fundador do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, que se propõe a divulgar a vida e a mensagem de seu patrono, aprofundando seu compromisso com a liberdade, a justiça e os valores da pessoa humana. Anualmente o Centro concede o Prêmio Alceu Amoroso Lima de Direitos Humanos, que homenageia grupos, instituições ou organizações que lutam pela justiça, pela paz e pelos direitos humanos. O projeto Conexão Saúde, da Fiocruz, que atua nos complexos da Maré e de Manguinhos, recebeu o prêmio em 2020, junto com a coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e liderança do povo guajajara do território Arariboia, Sônia Guajajara, e o SUS e seus servidores, representados pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). O nome do Centro é uma homenagem ao crítico literário, professor, pensador, escritor e líder católico Alceu Amoroso Lima.

Cândido Mendes deixa viúva, a pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo. Ele também foi casado com Maria de Lurdes Melo Coimbra Mendes de Almeida, com quem teve quatro filhos, que lhe deram cinco netos.

O prof. Cândido Mendes, na comemoração dos seus 90 anos, em 2018.
O prof. Cândido Mendes, na comemoração dos seus 90 anos, em 2018.