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#Luto por Marielle e Anderson

21/03/2018

Na terça feira, dia 20 de março de 2018, no ato público realizado na Cinelândia, a Avenida Rio Branco foi simbolicamente rebatizada para Rua Marielle Franco.

Marielle na PUC-Rio

Missa na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, dia 20/03/2018, celebrada pelo reitor da PUC-Rio, pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J.


Fotógrafo Antônio Albuquerque. Acervo Núcleo de Memória da PUC-Rio.


Ponte sobre o rio Rainha, na PUC-Rio. 20/03/2018.


Fotógrafa Margarida de Souza Neves.

Fachada do Edifício Cardeal Leme. 20/03/2018.



Fotografias de Leonardo Affonso de Miranda Pereira.


Núcleo de Memória da PUC-Rio. 21/03/2018.


Fotógrafa Margarida de Souza Neves.

O texto a seguir é de Maria Aparecida dos Santos, ex-aluna do Departamento de História da PUC-Rio, atualmente residente em Madrid. Maria é professora de História do Brasil do Curso Pré-Vestibular Comunitário (curso a distância).

Marielle, Marielles... nada foi em väo a roda vai seguir girando

Näo a conheci pessoalmente mas acompanhava mesmo daqui de longe cada batalha e conquista!

A tristeza imensa que aperta o peito nessa hora é a tristeza de quem acredita que no revés desse jogo violento, me refiro ao jogo de todos os dias, em que ao sair de casa uma pessoa não sabe se vai voltar. Jogo de vida e morte que está presente na vida de tantas mulheres e homens negros ou não que vivem nas favelas do Rio de Janeiro. No revés desse jogo brutal, há uma reação que vem crescendo de baixo pra cima e que pode mover pessoas, corações e mentes na luta diária não só pela sobrevivência mas também e principalmente pela conquista de direitos básicos aos seres humanos.

Minha tristeza é a tristeza de quem acredita que essa morte não era necessária. Mas acredito também que tudo o que a Marielle conquistou, será conquistado por outras e outros porque uma vez iniciado esse movimento de ganho de consciência de si mesmos, de autonomia e reconhecimento de si mesmos e de outros como pertencentes a um grupo que por essa mesma razão é exterminado brutalmente, uma vez iniciado esse caminho ele não parará.

Inevitavelmente surgirão outras Marielles que farão denúncias, que reconhecendo-se como faveladas, negras, mulheres, homens, trans, etc, se atreverão a ser mais, a querer mais, a fazer com que outros e outras queiram mais e também acreditem que uma mudança das bases nas quais se assentam nossa sociedade não só é possível como que extremamente necessária!

As bases dessa sociedade excludente não são imutáveis e por maior e mais difícil que pareça nesse momento de dor e tristeza angustiante, a luta para conseguir essa mudança vai continuar. Nossa principal responsabilidade nesse momento é utilizar todas as nossas ferramentas e forças para que esse brutal assassinato não fique impune e assegurar-nos de que as outras Marielles que SIM VÃO SURGIR não sofram a mesma brutal violência… Seremos poucos, mas, as coisas grandes começaram sendo pequenas!!!

Não recuemos, não nos calemos, unamo-nos da maneira que nos seja possível para fazer com que a roda dessa mudança, uma vez iniciado seu movimento não pare de girar…

Já está em marcha...

Já começou...

Já é real...

Somos reais…

Marielle Gigante, artigo de Laura Carvalho na Folha de São Paulo, 22/03/2018:


Uma amostra das muitas manifestações que vem ocorrendo em todo o mundo com relação ao assassinato de Marielle e Anderson; todos tem link para o facebook:


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Fotos enviadas por Carolina Alves.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.


Enviado por Maria Aparecida dos Santos, Ex-aluna de História da PUC-Rio, residente em Madrid, Espanha.

Matéria do Washington Post em 19/03/2018: A black female politician was gunned down in Rio. Now she’s a global symbol.

19/03/2018, mural realizado pelo grafiteiro Aria Crespo.

19/03/208, "Brasileiros percorrem as ruas de Melbourne em protesto pelo assassinato de Marielle Franco".

No dia 18/03/2018, o prof. pe. Luís Corrêa Lima S.J., do Departamento de Teologia da PUC-Rio, registrou o seguinte incidente:

Padre é duramente xingado na missa por mencionar Marielle Franco

Mário de França Miranda, meu coirmão jesuíta e companheiro de comunidade na PUC-Rio, celebrou missa na Paróquia da Ressurreição, em Ipanema, neste domingo às 10h30. Na homilia, comentou o Evangelho sobre o grão de trigo que cai na terra e se desfaz para dar frutos (Jo 12,24). Lembrou Jesus e os que vencem o egoísmo lutando por um mundo melhor e mais humano. São vidas que a morte não põe fim. E deu também como exemplo Martin Luther King Jr., dom Oscar Romero e Marielle, que denunciou o abuso de poder contra populações faveladas. Ao pronunciar este nome, dois homens no fundo da Igreja se levantaram aos gritos: “Padre filho da puta”! Felizmente, os demais fieis conduziram aquele baderneiros para fora do recinto. E, após a missa, muitos cumprimentaram o sacerdote.

Parabéns, padre França, por sua coragem e espírito profético! Você engrandece o sacerdócio, a Igreja, a memória de Marielle e a cidadania! Que nunca lhe falta a graça divina para seguir adiante.

Mátéria do jornal O Globo, 18/03/2018: Protesto contra a morte de Marielle Franco reúne 2 mil pessoas no Complexo da Maré

Matéria do jornal Brasil de Fato, 18/03/2018: Moradores da Maré (RJ) marcham por justiça a Marielle Franco e Anderson Gomes

No dia 15/03/2018, Deputados da União Europeia pediram o fim de acordo com Mercosul por conta do assassinato de Marielle Franco.

Papa Francisco telefona para mãe de Marielle

Pontífice manifesta solidariedade com a família da vereadora morta no Rio de Janeiro

O Estado de São Paulo, 21/03/2018

O papa Francisco manifestou sua solidariedade com a família da vereadora e defensora dos direitos humanos Marielle Franco. Seu assassinato em 14 de março gerou uma onda de indignação no Brasil e no mundo.

"Francisco ligou para Marielle, mãe da vereadora do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), defensora dos direitos humanos e relatora da comissão responsável por investigar a Intervenção Militar no Rio de Janeiro, para comunicar seu afeto e solidariedade", indicou o Vatican Insider, site do jornal italiano La Stampa especializado em notícias do Vaticano.

O papa argentino decidiu ligar para a família de Marielle, de 38 anos, após receber uma carta da filha da vereadora, assassinada a tiros no Estácio, região central do Rio.

Negra, nascida e criada na favela da Maré, Marielle lutava pelos direitos de negros, mulheres e da comunidade LGBT e era crítica da recente Intervenção Militar ordenada pelo presidente Michel Temer.

Até agora, a Polícia não deu informações precisas sobre suspeitos do crime, que causou comoção dentro e fora do Brasil. /AFP

Matéria enviada pela ex-aluna do Departamento de História da PUC-Rio, Elizabeth Cattapan Reuter, moradora de Hamburgo, Alemanha.

Brasilien Vorsicht, Polizei [Brasil cuidado, polícia]

21/03/3018 - Boris Herrmann

Marielle Franco setzte sich gegen Rassismus, Sexismus und Polizeigewalt ein. Vor einer Woche wurde sie mitten in Rio erschossen.

Zum ersten Mal seit Langem protestieren Tausende Brasilianer gegen die exzessive Gewalt der Sicherheitskräfte - nicht zuletzt, weil eine populäre Politikerin in Rio ermordet wurde.

Der Platz von der Candelária-Kirche mitten in Rio de Janeiro ist ein symbolischer Ort. Vor knapp zwei Jahren brannte an dieser Stelle die olympische Fackel und Hunderttausende Touristen aus allen Erdteilen knipsten Erinnerungsfotos. Rio wollte sich hier als moderne, offene Großstadt präsentieren. Als das Zentrum und auch als die Partyhochburg der Neuen Welt. Die meisten Olympiagäste ahnten vermutlich nicht, dass die Candelária auch ein einstiger Kriegsschauplatz ist - mit der Militärpolizei in der Hauptrolle.

Im Juni 1993 wurden genau hier acht obdachlose schwarze Jugendliche von Polizisten erschossen. Mutmaßlich im Schlaf. Sechs der Opfer waren minderjährig. Nur eine kleine, verrostete Plakette auf einem vertrockneten Rasenstück erinnert heute an dieses Verbrechen. Der Text ist nicht mehr lesbar.

Im vergangenen Jahr wurden im Großraum Rio 6500 Menschen ermordet, die meisten waren jung, schwarz und arm, wie die Opfer von 1993. Viele von ihnen, auch das ist allgemein bekannt, starben durch Kugeln, die von Polizisten abgefeuert wurden. Entweder durch gezielte Schüsse oder durch balas perdidas, Querschläger aus dem Nahkampf mit Drogengangs, die immer wieder Unbeteiligte in den dicht besiedelten Favelas treffen. Frauen, Kinder, einmal auch einen Embryo im Bauch seiner Mutter. Die Bewohner von Rio sind einiges gewohnt in Sachen Gewalt, sie schienen das größtenteils hinzunehmen als Teil des alltäglichen Wahnsinns. Und dazu gehörte auch der unfassbare Zustand, dass die Polizei hier weniger als Hüter des Rechtsstaates auftritt denn als weitere Kriegspartei.

Aber in den vergangenen Tagen ist etwas passiert in dieser Stadt, was viele Beobachter nicht mehr für möglich hielten. Rio steht auf und wehrt sich.

Mehrere Tausend Menschen haben sich am Dienstagabend vor der Candelária getroffen, um gegen die schamlose Polizeigewalt und die komplett gescheiterte Sicherheitspolitik der Bundesregierung von Präsident Michel Temer zu demonstrieren. Auch in anderen Großstädten Brasiliens schlossen sich viele dem Protestaufruf an. Was bei all der angestauten Angst und dem Frust offenbar noch gefehlt hat, um die Massen auf die Straßen zu treiben, war der Mord an Marielle Franco.

Die 38-jährige Lokalpolitikerin und Menschenrechtsaktivistin ist am vergangenen Mittwochabend mit mehreren Kopfschüssen hingerichtet worden. Wieder mitten im Zentrum von Rio. Franco hatte kurz zuvor im Ausgehviertel Lapa an einer Debatte teilgenommen, in der es um die Rechte von schwarzen Frauen ging. Der oder die Attentäter sollen ihr Auto nach bisherigem Ermittlungsstand vier Kilometer lang verfolgt haben, bevor sie es in einer dunklen Straße stoppten und mit insgesamt dreizehn Kugeln durchsiebten. Auch der Fahrer und Familienvater Anderson Gomes starb dabei.

Wer die Tat begangen hat, ist unklar. Fest steht, dass es den Mördern nicht gelungen ist, die Ideen Francos auszulöschen. Im Gegenteil, die oft so lethargisch wirkende brasilianische Zivilgesellschaft scheint plötzlich aufgebracht zu sein wie selten seit dem Candelária-Massaker von 1993. Der Fernsehmonopolist Globo berichtet rund um die Uhr und alle großen Tageszeitungen täglich auf mehreren Seiten. Auch die Vereinten Nationen und die Interamerikanische Menschenrechtskommission beschäftigen sich inzwischen mit dem Fall. Die Washington Post erklärte Marielle Franco auf ihrer Titelseite gar zu einer globalen Symbolfigur.

Die schwarze, bisexuelle Stadträtin von der linksgerichteten Partei Psol hatte bei den Kommunalwahlen 2016 das fünftbeste Stimmenergebnis in ganz Rio erzielt. Damit zog sie als eine der ersten afrobrasilianischen Frauen in das Rathaus einer Stadt ein, die von Afrobrasilianern geprägt ist. Franco stammte aus Rios größtem Favelakomplex Maré. Als Politikerin hatte sie sich lautstark gegen Rassismus, Sexismus, Homophobie und die allgegenwärtige Polizeigewalt in Brasilien eingesetzt. Wenige Tage vor ihrem Tod hatte sie das 41. Bataillon der Militärpolizei konkret für die Morde an drei Jugendlichen in den Favelas Acari und Jacarezinho verantwortlich gemacht. Sie war aber auch eine der schärfsten Kritikerinnen der von Präsident Temer angeordneten Militärintervention im Bundesstaat Rio de Janeiro. Sie trat für jenes moderne, offene Brasilien ein, das bei Olympia vermittelt werden sollte. Und wahrscheinlich liegt sie deshalb jetzt im Grab.

Laut einer Mitteilung des Ministers für öffentliche Sicherheit, Raul Jungmann, könnte die tödliche Munition aus den Beständen der Polizei stammen. Offenbar auf internen Druck relativierte Jungmann diese Version aber wenig später wieder. Unabhängig davon trauen sehr viele Brasilianer der durch und durch korrupten Militärpolizei einen Auftragsmord an einer ebenso populären wie unbequemen Politikerin zu.

Das verweist auf das Hauptproblem der eskalierenden Gewalt in Rio: Keiner kann sich hier auf die Polizei verlassen. Sie tötet so schnell und so viel wie nirgendwo sonst, und es ist ein offenes Geheimnis, dass Teile der Militärpolizei mit schwer bewaffneten Milizen verbandelt sind, die sich wiederum zu großen Teilen aus ehemaligen Polizisten und Soldaten rekrutieren.

Die vor vier Wochen gestartete Militärintervention wird von der Regierung damit begründet, mit den kriminellen Machenschaften in der Polizei aufzuräumen und die öffentliche Sicherheit wiederherzustellen. Es ist das erste Mal seit dem Ende der Militärdiktatur 1985, dass die Aufgaben der Polizei in einem brasilianischen Bundesstaat komplett der Armee unterstellt wurden - und allein schon deshalb höchst umstritten sind. Gleichwohl lobte Temer sein Dekret als "meisterhaften Schachzug".

Tatsächlich hatte nicht nur Marielle Franco den Eindruck, dass damit alles nur noch schlimmer wurde. Militär und Polizei befinden sich jetzt in einem offenen Krieg - und die Leidtragenden sind wieder einmal unbeteiligte Zivilisten.

Höchstwahrscheinlich steckt dahinter auch gar kein ernsthafter Versuch, das Problem zu beheben. Dem extrem unbeliebten Temer schien es eher darum zu gehen, entgegen allen bisherigen Bekundungen, seine Wiederwahl im Herbst vorzubereiten. Die konservative Mehrheit der Brasilianer unterstützte die Intervention zunächst. Nun richten sich die Straßenproteste aber auch dagegen.

Marielle Franco hat es nicht geschafft, das Land zu Lebzeiten zu verändern. Aber vielleicht schafft sie es als Märtyrerin.

No dia 02/04/2018, foi realizado um ato chamado "Luzes para Marielle e Anderson" para dar mais visibilidade ao assassinato da deputada Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. 

Luzes para Marielle - matéria no Jornal do Brasil, 02/04/2018

Luzes são acesas em diversos pontos do Rio em memória de Marielle e Anderson - matéria no jornal O Globo, 02/04/2018

População acende luzes em homenagem a Marielle e Anderson - matéria no jornal o Estado de São Paulo, 02/04/2018

Imagem publicada no Observatório de Favelas
Foto publicada no Observatório das Favelas, 03/04/2018

No dia 14/04/2018, houve uma homenagem a Marielle e Anderson no Parque de la Memoria, em Buenos Ayres:

Homenagem a Marielle e Anderson, 14/04/2018, Centro do Rio de Janeiro; concentração na Lapa:

Veja aqui um vídeo deste evento.

Há alguns anos, Marielle Franco enviou este texto aos alunos do coletivo Bastardos da PUC-Rio:

MANUAL DOS BOLSISTAS CALOUROS

Aos bastardos da PUC-Rio, com carinho

Chegar à PUC-Rio pode parecer algo um tanto tenso: a natural insegurança em ocupar um espaço novo; pessoas e normas ainda desconhecidas... É impossível não sentir aquele frio na barriga! Ainda mais quando ouvimos aquelas histórias de que há professores que dão textos e filmes em inglês sem tradução, de que não se vê alunos e professores negros em sala de aula, de que a principal reivindicação dos estudantes é a diminuição do preço do estacionamento, de que o Pilotis da PUC é um desfile de moda... e por aí vai.

Não há um manual que resolva tudo que passa na nossa cabeça nesse momento, mas algumas pistas são importantes para ajudar a descortinar uma nova rotina acadêmica, sem deixar de considerar a nossa realidade econômica, política e social. A primeira delas é não deixar-se afetar por tudo que é falado sobre a PUC. As vivências, por mais que existam importantes similaridades coletivas, são individuais e tudo vai depender muito de como você encara o mundo e os desafios colocados.

Eu, por exemplo, optei pelo diálogo franco e constante com professores diante das dificuldades pelas quais passei, seja como mãe jovem, trabalhadora e moradora de favela. Desde a limitação concreta de me locomover da Maré até a Gávea, para a primeira aula às 7h da manhã, até as atividades extracurriculares que não pude fazer em virtude do meu trabalho ou mesmo pela falta de grana para custeá-las.

Apresentar para quem quer que seja a nossa realidade concreta não é ser vitimista, ainda mais com a perspectiva de trilhar caminhos possíveis e alternativos às limitações encontradas. Nesse sentido, a Vice-Reitoria Comunitária também é uma parceira fundamental para questões objetivas e para oportunidades dentro e fora da universidade.

É importante cercar-se de pessoas, seja colegas de turma, professores e funcionários, que possam contribuir para que a passagem pela PUC seja plena. Essa é sem dúvida uma ótima estratégia para a sobrevivência acadêmica.

Além disso, buscar compreender a PUC-Rio em sua complexidade, enquanto uma universidade privada de qualidade e legitimidade acadêmica, é também entender que em uma sociedade desigual, racista e machista, as raras oportunidades não devem ser subutilizadas. Pensando nisso, ser um filho “bastardo” da PUC não pode ser encarado como algo ruim, precisamos reivindicar um novo significado político: o “bastardo” é aquele que resiste as desigualdades. Por isso, é necessário que o nosso histórico pessoal seja uma mola que impulsione a nossa vida acadêmica.

Sem perder de vista a nossa identidade, o lugar e a família que nos gestaram, viver a PUC-Rio é quase uma missão política e social, já que o processo pedagógico é uma via de mão dupla: quando nos transformamos, modificamos também tudo e todos a nossa volta.

A nossa presença na PUC-Rio já é, por si só, um ato de resistência! Boa viagem acadêmica, política, econômica e social.

* Marielle Franco é socióloga formada pela PUC-Rio, mestra em Administração Pública pela UFF e vereadora do Rio de Janeiro. Cria da Maré, fez o Curso Pré-Vestibular Comunitário da Maré e entrou na PUC-Rio em 2002.

 

#Luto por Marielle e Anderson
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