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Falecimento do Prof. Alfredo Britto (ARQ)

25/11/2015

O arquiteto e urbanista Alfredo Britto faleceu aos 79 anos. Ele era professor do Departamento de Arquitetura da PUC-Rio.

A  missa de sétimo dia pelo Prof. Alfredo Britto será celebrada às 18h do dia 02/12/2015, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no Campus da Gávea da PUC-Rio.

Mensagem da Profa. Maria Fernanda Campos Lemos, Diretora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio:

"À comunidade PUC-Rio,
"É com enorme pesar que informo o falecimento de nosso querido professor e amigo Alfredo Luiz Porto de Britto.
"Alfredo Britto foi um dos professores envolvidos com a fundação do Curso de Arquitetura e Urbanismo e sentiremos muitíssimo a sua falta.
"O velório será amanhã, dia 26 de novembro, no Memorial do Carmo, entre 7h e 12h. O corpo será cremado às 13h30, no mesmo local."

Mensagem do Prof. João Masao Kamita, Coordenador de Pós-Graduação do Departamento de História da PUC-Rio:

"Caros colegas,
"Lamento informar o falecimento de nosso colega e amigo Alfredo Luiz Porto de Britto. 
"Alfredo Britto era professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo e doutorando do Programa de Pós-Graduação em História Social da Cultura."

Texto publicado no site do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ):

"CAU/RJ lamenta falecimento do arquiteto e urbanista Alfredo Britto
"Britto foi professor da PUC-Rio e da UFRJ e autor do projeto de restauração do Conjunto Arquitetônico do Arquivo Nacional

"O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro lamenta o falecimento do arquiteto e urbanista Alfredo Luiz Porto de Britto, aos 79 anos, na manhã desta quarta-feira, 25 de novembro, no Rio de Janeiro, e presta solidariedade à família.

"Alfredo Britto foi professor de arquitetura e urbanismo da PUC-Rio desde o começo do curso, em 2002, e da FAU/UFRJ entre 1973 e 2005. É autor de projetos premiados nacional e internacionalmente, entre os quais se destacam o de restauração do Conjunto Arquitetônico Tombado do Arquivo Nacional e o do Rio-Cidade Laranjeiras. Foi um dos fundadores e dirigentes da Associação de Moradores de Santa Teresa.

“Ele era para minha geração uma esperança de liberdade, de ideias, uma vez que foi nosso professor de História da Arte numa época muito difícil, durante a ditadura”, afirmou o presidente do CAU/RJ, Jerônimo de Moraes Neto. 'Tive a honra de trabalhar com ele em seu escritório, em Santa Teresa. Era um profissional aplicado, premiado, autor de livros importantes. E uma pessoa muito animada. Vai fazer falta', completou.

"O conselheiro do CAU/RJ Romão Pereira também foi aluno de Alfredo Britto. 'Ele era daquelas pessoas de quem a gente vira amigo de cara', contou, lembrando que foi Alfredo quem o 'apresentou' aos grandes mestres e ao movimento da arquitetura moderna já no final da faculdade. 'A partir daí ele deixou de ser apenas mestre e se tornou um amigo de uma vida', acrescentou.  'Participamos de diversas concorrências e por último fez com Margareth Pereira a exposição dos 50 anos do Aterro do Flamengo, em exibição ainda no Espaço Cultural dos Correios', disse.

"'Alfredo foi o professor mais conservador e subversivo que tive. Simples, direto e sempre sem alterar a voz ou o tom. Com ele aprendi a amar um mundo sem fronteiras e, ainda mais, o Rio. Com ele, para o bem e para o mal, aprendi a ser gauche na vida e pensar que a história é uma espécie de tela feita de memórias e de sonhos. Devo a ele minha trajetória e a ele dediquei o primeiro prêmio que recebi de meus alunos quando ensinava ainda em Campinas', afirmou a arquiteta e urbanista Margareth Pereira em depoimento emocionado .

"Desde o início dos anos 1970,  Alfredo Britto foi titular do escritório GAP – Arquitetura e Planejamento, com larga produção edilícia, urbanística e de restauração de patrimônio, tendo sido contemplado em diversos concursos e premiações, entre elas a 1ª Premiação Anual do IAB-RJ, em 1963.

"Com Alberto Xavier e Ana Luisa Nobre, foi coautor do livro Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro, premiado pelo IAB/RJ em 1992, e, com Felipe Taborda, Paisagens Particulares. Foi curador da exposição Rio Jamais Visto, em 1998, de que resultou publicação homônima. Há pouco mais de um mês, Alfredo Britto publicou o livro Pedregulho: um sonho pioneiro da habitação popular no Brasil, sobre o Conjunto Residencial do Pedregulho, à cuja restauração dedicou os seus maiores esforços."

Ver aqui o texto no site do CAU/RJ.

Texto publicado no jornal O Globo, 26/11/2015:

"Professor aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alfredo Luiz Porto de Britto construiu uma carreira na arquitetura com fortes bases sociais. Foi assim desde que se tornou universitário, nos anos 1960. Sempre se associou a causas de interesse da cidade. Ao longo dos anos, tornou-se um dos maiores especialistas em patrimônio cultural e, entre outras causas, lutou pelo tombamento do Castelinho do Flamengo e contra a demolição do Palácio Monroe.

"O arquiteto trabalhou na restauração do Arquivo Nacional (antiga Casa da Moeda), do imóvel onde se instalou recentemente a Casa do Choro, na Rua da Carioca, e do Conjunto Nacional do Pedregulho, projeto de Affonso Eduardo Reidy, a partir do qual ele escreveu o livro “Pedregulho, o sonho pioneiro da habitação popular no Brasil”, lançado em outubro. No mês que vem, Britto, que era professor do Departamento de Arquitetura da PUC, defenderia na universidade a tese de doutorado “Por uma arquitetura enraizada: convergências nas trajetórias de Paulo Santos, Lucio Costa e Fernando Tavora”.

"Profissional atuante, Alfredo mantinha uma relação estreita com o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Foi secretário do IAB-RJ e membro da direção nacional entre os anos de 1980 e 1983.

"Consciente de seu papel social, foi um dos fundadores da ONG Viva Rio, em 1993. Dentro do projeto, idealizou um centro comunitário na Vila Cruzeiro. Morador de Santa Teresa, o arquiteto organizou, por mais de 30 anos, uma famosa roda de choro em sua casa, da qual participavam nomes como Paulinho da Viola e Yamandu Costa.

"Britto morreu na manhã desta quarta-feira, aos 79 anos, após uma longa batalha contra um câncer de pâncreas. Ele deixa quatro filhos e cinco netos. O velório será realizado nesta quinta-feira, das 7h às 12h, no Memorial do Carmo, no Caju. A cerimônia de cremação está marcada para as 13h30m."

Veja aqui a matéria publicada no jornal O Globo.

O Prof. Alfredo Britto, em Santa Teresa, bairro onde residia. Fotógrafo Marcos Ramos. Site do Jornal O Globo.
O Prof. Alfredo Britto, em Santa Teresa, bairro onde residia. Fotógrafo Marcos Ramos. Site do Jornal O Globo.