vidano tempopor escritoimagensfilmes e entrevistasdepoimentosdom helder na puc-riodom helder no rionotíciaslinks
   

1909-1936 - No Ceará | 1936-1964 - No Rio de Janeiro | 1964-1971 - Em Recife
1972-1977 - Censurado no Brasil | 1978-1985 - Na Redemocratização | 1986-1999 - Recolhimento

 

A Igreja e o Mundo

A Vida e a Obra

 
 

1964 - São criados o Banco Central, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), a caderneta de poupança, o Banco Nacional de Habitação (BNH) e o Estatuto da Terra.

1964 - O governo militar coloca na ilegalidade a União Nacional dos Estudantes (UNE) e cria os Diretórios Acadêmicos restritos a cada curso, e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) no âmbito da universidade.

1964 (12/06) - Nelson Mandela e mais sete líderes sul-africanos são condenados à prisão perpétua.

1964 (14/10) - Martin Luther King recebe o Prêmio Nobel da Paz.

1964 (12/04) – Após ser nomeado em 12/03/1964, tomou posse na Arquidiocese de Olinda e Recife, em Pernambuco, cargo que ocupa até 1985. Em seu discurso de posse conclama a que o novo governo leve adiante as reformas de base que vinham sendo discutidas antes, agora que não havia mais o “medo da infiltração comunista”. Dom Helder mantinha então bom relacionamento com o General Antonio Carlos Muricy, comandante da 7ª Região Militar, sediada em Recife. As discordâncias com os militares começaram quando Dom Helder insistiu em visitar os presos políticos.

1964 (06/05) – Visita Ariano Suassuna, com quem combina uma “Noitada de Literatura”, e uma “Noitada de Artes Plásticas”, que seria coordenada pelo artista Francisco Brennand, dando início a uma série de encontros que envolviam jovens e também famílias.

1964 (05/07) – Funda um Banco da Providência no Recife com o apoio de 35 dirigentes de bancos.

1964 (setembro) – Dom Helder viaja para a 3ª Sessão do Concílio Vaticano II. Durante sua ausência ocorre assembléia da CNBB para eleição dos novos dirigentes, e o grupo apoiado por Dom Helder, com Dom Eugênio Sales e Dom Fernando Gomes, não foi eleito.

1964 (24/11) – Em reunião na Cúria Metropolitana Dom Helder inicia algumas discussões polêmicas: o início da reforma agrária em Pernambuco a partir da distribuição das terras da Arquidiocese; a “reforma” do Palácio de Manguinhos, sede da Arquidiocese, do qual tirou todos os tronos e exigiu que estivesse aberto ao povo “dia e noite”.

1964 - Tornou-se Secretário de Ação Social da CNBB, cargo que ocupou até 1968. Foi Presidente da Comissão Brasileira de Migração na Regional Nordeste II.

1964 – Como sua secretária Cecília Monteiro ficara no Rio de Janeiro, Dom José Távora indicou a Dom Helder a bibliotecária e técnica em administração Maria José Duperron Cavalcanti.

1964 – Com a repercussão de sua participação no Concílio Vaticano II passa a ser convidado para dar palestras em diversos países.

 
 

1965 - Os EUA entram com tropas regulares na Guerra do Vietnã; o líder negro Malcom X é assassinado.

1965 - Os EUA começam os bombardeios aéreos sistemáticos contra o Vietnam do Norte para forçá-lo a negociar. A Alemanha Federal e Israel decidem estabelecer relações diplomáticas.

1965 (08/12) - Encerramento do Concílio Vaticano II.

1965 – Dom Helder viaja ao exterior para não celebrar missa em comemoração ao aniversário da Revolução.

1965 – Em encontro com o Presidente Castelo Branco no Rio de Janeiro, este propôs um “entendimento direto” entre o governo e a Igreja para evitar desentendimentos.

1965 (junho) – Organizou a Operação Esperança Urbana para o povo de Recife em situação crítica em conseqüência das cheias do Rio Capibaribe. Depois do atendimento a questão da saúde e moradia, partiria para a formação de mão de obra, e seria incentivada a auto-organização das comunidades em associações de moradores.

1965 (julho) – Aproveitando a mobilização em torno do auxílio às vítimas das enchentes, organizou o Encontro do Nordeste para discutir um plano de desenvolvimento para a região elaborado pela Sudene.

1965 (setembro) – 4ª Sessão do Concílio Vaticano II, na qual discutiram-se questões polêmicas como a “limitação da natalidade”, sendo que a Igreja em geral e o Papa em particular eram contrários ao uso de métodos contraceptivos.

1965 (16/11) - Foi um dos propositores e signatários do Pacto das Catacumbas, um documento assinado por cerca de 40 padres conciliares, nas catacumbas de Domitila, em Roma, durante o Concílio Vaticano II, depois de celebrarem juntos a Eucaristia. Este pacto teve forte influência na Teologia da Libertação.

 
 

1966 - Inicia-se a "Revolução Cultural" na China.

1966 – Bispos do Nordeste confrontam-se na mídia com o Exército.

1966 (15/08) – O Presidente Castelo Branco intervém para evitar a crise entre o Exército e a Igreja.

1966 – O General Muricy insistiu para que Dom Helder celebrasse a missa campal em homenagem ao segundo aniversário da Revolução. O IV Exército divulgou pelo rádio a sua participação, o que levou a que Dom Helder enviasse uma carta informando ao General Muricy que não iria comparecer.

1966 (15/06) – Morre sua irmã mais velha, Maroquinha, que se tornara freira.

1966 (agosto) – Cartas do Comandante Militar de Fortaleza são publicadas no Jornal do Brasil acusando Dom Helder de agitador ligado a Ação Popular. Ele recebe apoio de lideranças católicas de todo o Brasil, e de leigos como Carlos Lacerda. Contra Dom Helder, entre outros, posicionaram-se o jornal O Estado de São Paulo e o sociólogo Gilberto Freyre.

1966 (setembro) – A Sagrada Congregação dos Negócios Eclesiásticos Extraordinários, vinculada à Secretaria de Estado do Papa Paulo VI, envia carta a Dom Helder condenando trechos de textos seus e recomendando mais moderação tanto em assuntos de natureza política quanto em assuntos internos a Igreja. No entanto, ele mantém sua amizade com o Papa, que pessoalmente não o recrimina.

 
 

1967 - São publicadas duas encíclicas: a Populorum Progressio, sobre o desenvolvimento das nações e a Sacerdotalis celibatus, sobre o celibato dos padres.

1967 - Promulgada nova Constituição e a 1ª Lei de Segurança Nacional do regime militar. Criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), com objetivo de erradicar o analfabetismo do Brasil em dez anos.

1967 (25/09) – Recebe o título de Cidadão Pernambucano. No discurso critica a pobreza e a desigualdade social no Nordeste, gerando polêmica na mídia.

 
 

1968 - Grupos paramilitares de direita, do Comando de Caça aos Comunistas - CCC, invadem a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo.

1968 – 100 mil pessoas saem às ruas no Rio contra o regime militar; a polícia prende 1240 estudantes no 30º Congresso da UNE, em Ibiúna; em 13/12, o governo baixa o Ato Institucional nº 5, que decreta o recesso do Congresso, das Assembléias Legislativas e Camaras de Vereadores; são suspensos os direitos políticos por até 10 anos e o habeas corpus nos casos de crime político contra a segurança nacional.

1968 - Nos EUA, Martin Luther King é assassinado; na França e no México, estudantes enfrentam o governo com manifestações públicas; a União Soviética invade a Tchecoslováquia, acabando com a "Primavera de Praga"; Bob Kennedy é assassinado.

1968 (12/03) – Deixa o Palácio Episcopal e passa a residir numa residência simples, nos fundos da Igreja de Nossa Senhora das Fronteiras.

1968 (abril) – Os jornais Le Monde e Times publicam uma suposta ameaça de usineiros de Pernambuco a vida de Dom Helder.

1968 (24/08 a 06/09) – Foi Delegado do Episcopado Brasileiro na II Assembléia Geral da Conferência do Episcopado Latino-Americano (Celam) em Medellín, na Colômbia. A organização Tradição, Família e Propriedade (TFP) aproveitou a participação do Papa Paulo VI na Celam para entregar a Sua Santidade um abaixo-assinado com um milhão e seiscentas mil assinaturas de pessoas contrárias a Dom Helder.

1968 - Fundou o ITER (Instituto Teológico do Recife), que se propunha a ter uma nova orientação na formação dos padres, e também aceitava leigos em seus cursos; o ITER foi fechado em 1988.

1968 (02/10) – Lançou a campanha Ação, Justiça e Paz em Alagoas, que buscava a reforma agrária.

1968 (24/10) – O Comando de Caça aos Comunistas (CCC) atira contra o muro da Igreja das Fronteiras, nos fundos da qual morava Dom Helder.

 
 

1969 – No Brasil, 43 deputados são cassados; o Presidente Costa e Silva fica incapacitado por uma trombose e uma junta de ministros militares assume o poder. Assume a Presidência da República o General Emílio Garrastazu Médici, ex-chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), escolhido pelo Alto Comando do Exército e referendado pelo Congresso Nacional.

1969 - Os EUA pousam a nave tripulada Apollo 11 na Lua.

1969 - Primeiro título de doutor honoris causa, pela Universidade de Saint Louis, EUA.

1969 – Criou o Encontro de Irmãos, movimento em que leigos faziam um trabalho de evangelização em bairros populares e que é considerado um dos movimentos que deram origem às Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).

1969 (fevereiro) – A Comissão Central da CNBB questiona a atuação de Dom Helder, que vinha sendo chamado pela mídia de “arcebispo vermelho”. A comissão da CNBB, composta pelo presidente da CNBB, Cardeal Agnelo Rossi, e por Dom Alberto Ramos, Dom Aloísio Lorscheider e Dom José de Castro Pinto, compilara as diversas acusações feitas a Dom Helder: entre outras, que suas viagens ao exterior eram financiadas por interesses contrários à Igreja; que suas opiniões sobre economia eram ridículas e sem embasamento; que estaria abandonando suas funções pastorais no Recife; entre outras.

1969 (27/05) – Assassinato do auxiliar direto de Dom Helder na arquidiocese, que este considerava como um filho, o Padre Henrique Pereira Neto, que era responsável pela Pastoral da Juventude. O assassinato foi atribuído às forças de repressão política do governo militar.

 
 

1970 - No Brasil, são sequestrados os embaixadores alemão e suíço, trocados por presos políticos que seguem para a Argélia e Chile. O ministro da Justiça Alfredo Buzaid declara categoricamente à imprensa que não há tortura no Brasil.

1970 (26/01) – O Papa Paulo VI restringe as viagens internacionais de Dom Helder a até dois meses por ano. Por outro lado, autoriza o lançamento mundial da Ação, Justiça e Paz.

1970 – Criou a Operação Esperança Rural, com aquisição de três engenhos na Zona da Mata, como projeto piloto de uma reforma agrária sem violência, em sistema cooperativo.

1970 (17/05) – O jornal norte-americano Sunday Times diz que ele era o “homem de maior influência na América Latina, depois de Fidel Castro”.

1970 (26/05) – Faz palestra para 10 mil pessoas em Paris, onde fala sobre a situação política no Brasil, e sobre casos de tortura, como o do frade dominicano Tito de Alencar. O título da palestra foi “Quaisquer que sejam as conseqüências”. Imediatamente os principais órgãos de imprensa no Brasil passaram a atacar Dom Helder, entre eles o jornal O Globo e a TV Globo, a revista O Cruzeiro, a Cadeia Associada de TV e o jornal O Estado de São Paulo. Vários intelectuais como Gustavo Corção, Gilberto Freyre, Nelson Rodrigues, David Nasser e Salomão Jorge se pronunciam também contra ele.

1970 (24/08) – A Rede Globo de Televisão interrompe a exibição da novela Irmãos Coragem, de grande sucesso, para a apresentação de reportagem de Amaral Neto mostrando que as torturas denunciadas por Dom Helder seriam na verdade parte de treinamento anti-guerrilha do Exército.

1970 (setembro) - Havia o receio por parte do Governo brasileiro de que Dom Helder recebesse o Prêmio Nobel da Paz. Uma ordem oficial do Ministro da Justiça Alfredo Buzaid chega às redações dos órgãos de imprensa de todo país, enviada pela Polícia Federal, proibindo qualquer manifestação, contra ou a favor de Dom Helder, inclusive nos horários de propaganda política.

1970 – René Cassin, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1968, indica Dom Helder ao prêmio, apoiado por 5 milhões de assinaturas de trabalhadores latino-americanos recolhidas pela Confederação Latino-Americana Sindical Cristã, e por parlamentares da Holanda, Suécia, França e Eire. A indicação é impedida pelo Governo Militar no poder naquele momento no Brasil. O mesmo ocorre em 1971, 1972 e 1973.

 
 

1971 - Estados Unidos, Reino Unido, União Soviética e outros países, assinam tratado banindo as armas nucleares. A Assembléia Geral das Nações Unidas admite a República Popular da China e expulsa a República Democrática da China (Taiwan).

1971 (24/04) – Dom Eugênio Sales torna-se Arcebispo do Rio de Janeiro.

1971 – Com dinheiro recebido de prêmios no exterior por Dom Helder e repassados à Operação Esperança são criados assentamentos rurais com terras compradas de engenhos em Pernambuco.

1971 (setembro) – Consegue publicar uma carta sobre o educador Paulo Freire na revista Visão, indicando-o para o prêmio de “Homem de Visão” do ano.

 
       
   

<< volta    continua >>

 

 

PUC-Rio Página de abertura créditos