Centro Técnico Científico (CTC)

Em 2019, o cenário já observado em 2018 aprofundou-se, tanto em seus aspectos positivos como nos negativos.

Apesar da redução drástica do financiamento à pesquisa pelos órgãos de fomento e da confusão instalada como resultado de uma política estatal obscurantista e de desvalorização da ciência, no caso do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, as parcerias, contratos e convênios de PD&I com empresas geraram recursos para a manutenção das equipes de pesquisadores e o aumento dos investimentos em infraestrutura, que garantiram o crescimento contínuo da produção científica e tecnológica. Novamente, como em 2017 e 2018, esses contratos e convênios, que têm alta concentração no CTC, foram responsáveis por mais da metade do orçamento da PUC-Rio no ano de 2019. Como já mencionado em anos anteriores, foi também fundamental para este crescimento o sucesso na renovação do quadro principal, com a contratação de novos professores fortemente dedicados e produtivos. 

Já na Graduação, embora nossos cursos continuem recebendo boas avaliações, a tendência à redução do número de alunos permaneceu. Entre 2014 e 2019, o número de alunos do CTC caiu de 3.500 para 2.400, cerca de um terço. Também o número total de alunos de Graduação da PUC-Rio como um todo sofreu importante redução, embora em percentual um pouco menor (20%).

No caso do CTC, isso é reflexo do difícil cenário econômico no país, mas também da necessidade de modernização do ensino de Engenharia. Torna-se cada vez mais urgente a modernização do ensino de Graduação, dessa vez para além da simples reformulação dos currículos, mas com o uso de novas tecnologias no ensino, com a introdução de Metodologias de Aprendizagem Ativa, com o desenvolvimento de competências profissionais em lugar da simples transmissão linear de conteúdos, com a maior interdisciplinaridade nos cursos e com a aproximação do ensino e da aprendizagem à realidade do mercado de trabalho. Em resumo, é necessário  alinhar-se com o que está expresso formalmente nas novas Diretrizes Curriculares Nacionais para Cursos de Engenharia, aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação, e que devem ser implantadas nos próximos dois anos.

Para viver a transição até que ocorra um aumento significativo na procura por nossos cursos, além da política financeira austera já praticada, com a adoção das medidas de contenção de despesas e a revisão dos critérios para concessão de bolsas de estudo, que tinham atingido níveis recorde, é fundamental a adoção de uma política mais agressiva de captação de alunos para os cursos existentes e a criação de novos cursos. Estamos considerando o potencial dos cursos de Tecnólogo, com duração de três anos e mensalidades mais baixas, mas com o entendimento de que essas iniciativas só serão viáveis se formos capazes de criar escala, atraindo um grande número de alunos.

Na Pós-Graduação, mantivemos nossa posição de destaque no país. Como já mencionado em anos anteriores, isso é resultado do trabalho de alta qualidade dos nossos docentes e da gestão eficiente dos programas de Pós-Graduação, refletindo também o sucesso na contratação e no credenciamento dos docentes e a importância das avaliações trienais dos professores do Quadro Principal, além da manutenção e crescimento dos projetos realizados em parceria com empresas, por meio de convênios para pesquisa aplicada e de contratos de prestação serviços tecnológicos, que têm garantido a renovação da infraestrutura de pesquisa do Centro.

Neste balanço, a discussão sobre os desafios e perspectivas futuras, escrita com uma visão de 2019, fica limitada, incompleta e até pueril, agora que já conhecemos o que 2020 nos reservava. Melhor será, então, parar por aqui, prometendo grandes emoções nos próximos capítulos.

Prof. Luiz Alencar Reis da Silva Mello
Decano do CTC