Saudades

Prof. Olinto Pegoraro. Fonte: facebook.
Prof. Olinto Pegoraro. Fonte: facebook.

Prof. Olinto Antonio Pegoraro (FIL) (26 de janeiro de 2019)

O prof. Olinto Pegoraro era graduado em Filosofia pelo Instituto Pio XII (1954), com mestrado pela Universidad Santo Tomás (1963) e doutorado pela Université catholique de Louvain (1972). Desde 2010, atuava como professor de Filosofia no Programa Interuniversitário de Pós-Graduação em Bioética e Ética Aplicada e Saúde Coletiva, mantido pela UERJ-UFRJ-UFF-FIOCRUZ. Foi responsável pela formação de gerações de filósofos na PUC-Rio, na UFRJ e na UERJ, onde atuava nos últimos anos.

Em nota, a Anpof - Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia - lembrou que o prof. Olinto Pegoraro, seu presidente de 1988 a 1990, foi professor do Departamento de Filosofia da UFRJ e responsável por sua reestruturação após o término da ditadura civil-militar de 1964. Há muitos anos realizava trabalho comunitário na favela do Borel, no Rio de Janeiro. Engajado com a Filosofia Política e a luta pelos direitos humanos, trouxe para o Brasil, pela primeira vez, o prof. Ernst Tugendhat. Ex-padre, era conhecido por sua tolerância religiosa, acolhendo pessoas de todas as religiões e quem não possuía religião. Seu trabalho vinculava a ética à  justiça. 

Leonardo Boff se despediu do amigo lembrando sua dedicação, por grande parte de sua vida, à comunidade do Borel, “unindo pensamento com compromisso com os desvalidos”.

Lara Leal. Fotos cedidas pelo Prof. Alexandre Montaury.
Lara Leal. Fotos cedidas pelo Prof. Alexandre Montaury.

Profa. Lara Nogueira da Silva Leal (LET) (26 de janeiro de 2019)

(1973-2019)

Lara Nogueira da Silva Leal, desenvolveu sua carreira acadêmica na PUC-Rio, onde graduou-se em História, em 1996, e tornou-se mestre e doutora em Letras (2005 e 2009). Era pós-doutoranda em Literatura, Cultura e Contemporaneidade e, nessa condição, compartilhava com seu orientador, o prof. Alexandre Montaury Baptista Coutinho, um curso no Departamento de Letras.

Lara morreu muito jovem, aos 45 anos. Era casada com o Prof. Marcelo Tadeu Baumann Burgos, do Departamento de Ciências Sociais. Seu filho mais velho, Tobias, é aluno do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio e seu filho caçula, Heitor, é aluno do Colégio Teresiano, colégio de aplicação da PUC-Rio.

Deixa na PUC-Rio muitas saudades entre seus colegas, amigos e professores.

Prof. Alessandro Rocha. Fotógrafa Fernanda Maia. Acervo Comunicar.
Prof. Alessandro Rocha. Fotógrafa Fernanda Maia. Acervo Comunicar.

Prof. Alessandro Rodrigues Rocha (LET) (26 de janeiro de 2019)

(1973-2019)

Com extensa formação acadêmica, o Prof. Alessandro Rocha possuía graduação em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB) e pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora e graduação em Filosofia pela Universidade Católica de Petrópolis, era especialista em Ciências da Religião pela UGF e especialista em Educação pela PUC-Minas; possuía mestrado em Teologia pelo STBSB, mestrado em Humanidades, Culturas e Artes pela UNIGRANRIO, doutorado em Teologia pela PUC-Rio, pós-doutorado em Letras pela PUC-Rio e pós-doutorado em Teologia pela Universidade Católica Portuguesa. Era diretor do Instituto Interdisciplinar de Leitura (iiLer) da PUC-Rio, pesquisador da Cátedra UNESCO da PUC-Rio, professor da FAECAD e da Faculdade Unida, de Vitória, além de pastor da Igreja Batista, em Itaipava.

Autor de mais de 20 livros, Alessandro dava palestras e participava de seminários e conferências pelo Brasil. O Reitor Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. comunicou com pesar a morte do prof. Alessandro: “Peçamos a Jesus Cristo que o acolha na pátria definitiva e eterna, pois além de acadêmico, Alessandro foi um divulgador e pregador da Palavra de Deus. Nossas orações e solidariedade também com seus familiares”.

Galeno Martins de Almeida Filho. 1979. Fotógrafo Antônio Albuquerque.
Galeno Martins de Almeida Filho. 1979. Fotógrafo Antônio Albuquerque.

Galeno Martins de Almeida Filho (AaA) (28 de janeiro de 2019)

Galeno Martins de Almeida Filho era advogado, ex-aluno da PUC-Rio.

Colaborou com a Universidade como assessor especial da Reitoria por várias décadas. Era membro do Conselho de Desenvolvimento e foi presidente da Associação dos Antigos Alunos (AaA).

Prof. Miguel Pereira. Fotógrafa Fernanda Maia. Acervo Comunicar.
Prof. Miguel Pereira. Fotógrafa Fernanda Maia. Acervo Comunicar.

Prof. Miguel Serpa Pereira (COM) (4 de fevereiro de 2019)

(1940-2019)

O prof. Miguel Pereira fez sua graduação em Ciências Sociais pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ e possuía mestrado e doutorado em Artes e Cinema pela Escola de Comunicações e Artes (ECA), da USP. Era também licenciado em Ciências Sociais pela Faculdade de Educação da UFRJ e graduado em Filosofia pelo Curso Superior de Filosofia do Seminário Arquidiocesano de São José do Rio de Janeiro.

Professor da Graduação do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, desde 1975, e da Pós-Graduação, desde 2003, foi coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-Rio, de agosto de 2005 a março de 2015. Foi crítico de cinema de O Globo, de 1966 a 1983, e repórter da revista Manchete e do semanário Domingo Ilustrado, para o qual também exerceu a crítica de cinema, de 1971 a 1973. O prof. Miguel Pereira foi o responsável pela coordenação geral do Projeto Comunicar, da Vice-Reitoria Comunitária, entre 2010 e março de 2015 e de 2017 até os dias atuais.

Em 2017, foi condecorado com a Menção Honrosa Ir. Dorothy Stang, por sua atuação na organização do Prêmio Margarida de Prata, concedido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. O presidente da Comissão de Comunicação da CNBB, Dom Darci José Nicioli, emitiu uma nota de gratidão pelos serviços de Miguel Pereira: “Nós, os comunicadores da Igreja no Brasil, nos levantamos para aplaudir a vida desse homem cheio de fé, dedicado a seu ofício e esperançoso de Deus!”.

O Reitor da PUC-Rio, Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J., também destacou o trabalho do professor por mais de 40 anos na Universidade. “Nossa eterna gratidão a esse grande homem, que dedicou sua vida ao Departamento de Comunicação da PUC-Rio.”

O Departamento de Comunicação Social na fala de seu diretor, o prof. Leonel Azevedo de Aguiar, representou seus colegas quando lamentou o falecimento “do querido Professor Miguel Serpa Pereira, a quem devemos boa parte da nossa história e memória”.

O prof. Luiz Favilla. Fonte: TV PUC-Rio.
O prof. Luiz Favilla. Fonte: TV PUC-Rio.

Prof. Luiz Fernando Favilla Carrilho (COM) (10 de abril de 2019)

Graduado em Comunicação Social pela Universidade Gama Filho (1978), com especialização em Linguagem e Comunicação em Práticas Profissionais (lato sensu) pela PUC-Rio (2008) e mestrado em Design (2011) também pela Universidade, o prof. Luiz Fernando Favilla Carrilho era professor do quadro complementar da PUC-Rio e orientava os projetos de conclusão de graduação em Comunicação Social. Era também o diretor de criação da Agência.Com, a Agência de Publicidade da PUC-Rio.

Publicitário por formação, Favilla tinha alma de poeta, de acordo com seus companheiros de Departamento: “Extraía do cotidiano um jardim de imagens autênticas, encantadoras, divertidas. Mesmo nos dias difíceis, acalentava a vocação de distribuir histórias e afetos – nas aulas, nos pilotis, na Agência, na vida.” “Esse professor nos ensina para o mundo”, resumiam os estudantes.

A Folha de São Paulo o descreveu como “o inquieto professor da PUC do Rio que gostava de se reinventar e motivava alunos, amigos e familiares a desenvolverem seu potencial”. Segundo o jornal, “Para Luiz Favilla, mesmo que levasse tempo, cada pessoa precisava encontrar seu lugar no mundo. Algo que ele próprio buscou fazer”.

Profa. Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho. Fotógrafo Arisson Marinho. Jornal Correio, Bahia.
Profa. Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho. Fotógrafo Arisson Marinho. Jornal Correio, Bahia.

Profa. Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho (HIS) (7 de maio de 2019)

Vinculada ao Curso de Especialização em História da Arte e da Arquitetura no Brasil (CCE/Departamento de História), do qual foi coordenadora e professora por mais de 20 anos, a profa. Anna Maria Carvalho era licenciada em Letras Português-Francês pela PUC-Rio (1975). Mestre em Artes Visuais-História e Crítica de Arte pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro - EBA/UFRJ (1988) e doutorada em História da Arte pela Faculdade de Letras de Coimbra.

Colaboradora do CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade, de Portugal, no Brasil, atuou em pesquisas  e publicou várias obras sobre a Memória da Arte Franciscana na cidade do Rio de Janeiro; Conventos Franciscanos do Nordeste Brasileiro; Arte no Brasil, da Colônia ao Reino-Unido - Coleção do Museu Nacional de Belas Artes; A Paisagem Carioca; A Pintura Retratística na Coleção Eva Klabin Rapaport; Arte e Arquitetura dos Jesuítas no Rio de Janeiro Colonial e Mestre Valentim.

Prof. Renato Cordeiro Gomes. Fotógrafo Antônio Albuquerque.
Prof. Renato Cordeiro Gomes. Fotógrafo Antônio Albuquerque.

Prof. Renato Cordeiro Gomes (LET) (5 de setembro de 2019)

(1943-2019)

O prof. Renato Cordeiro Gomes possuía graduação com Bacharelado e Licenciatura em Letras pela UFRJ (1967), graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela mesma UFRJ (1965), mestrado (1985) e doutorado (1993) em Letras pela PUC-Rio (1993).

Era professor do Departamento de Letras, consultor ad hoc do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, da FAPERJ e da CAPES. Foi coordenador da área de Linguística, Letras e Artes, e de Comunicação da FAPERJ (2000 a 2005) e membro do Comitê Assessor de Letras e Linguística do CNPq (2006 a 2009).

Atuava na área de Letras, em Literatura Brasileira e Literatura Comparada, e na área de Comunicação. Desenvolvia as linhas de pesquisa Representação na Literatura e na Cultura das Mídias, Literatura e Experiência Urbana e Cultura de Massa e Representações Sociais. Suas pesquisas tinham como foco a representação da cidade moderna e suas derivações pós-modernas; o Rio de Janeiro; João do Rio; identidade cultural; cultura das mídias e literatura brasileira contemporânea. Nascido no Rio de Janeiro, foi professor da PUC-Rio por 46 anos.

Um dos seus principais livros, Todas as cidades, a cidade, reflete suas observações como flaneur, como o era João do Rio, sobre quem se especializou. A cidade, o cinema e a Literatura eram suas paixões. O professor Renato Cordeiro Gomes faleceu no Rio de Janeiro, aos 76 anos.

Prof. Carlos Nobre Cruz. Fonte: Comunicar.
Prof. Carlos Nobre Cruz. Fonte: Comunicar.

Prof. Carlos Nobre Cruz (COM) (15 de outubro de 2019)

(1953-2019)

Formado em Comunicação Social, com especialização em Jornalismo, pela PUC-Rio, foi professor e pesquisador do Departamento de Comunicação Social. Pesquisador associado do Nirema (Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente) da PUC-Rio, foi professor do curso de pós-graduação lato sensu História e Cultura Afrodescendente, do CCE-PUC-Rio. Ex-pesquisador do Centro de Estudos Afro-Asiáticos da Universidade Cândido Mendes (CEAA-Ucam), foi membro-consultor da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra, da OAB nacional.

Entre os seus livros, se destacam: Direto do front: a cobertura jornalística de ações policiais em favelas do Rio de Janeiro (Multifoco, 2006); O negro na Polícia Militar: cor, crime e carreira no Rio de Janeiro (Multifoco, 2010); Guia Patrimonial da Pequena África (Portal Cultural, 2014); Um abraço forte em Zumbi: pensamento e militância no front racial da Áfrika Carioka (Multifoco, 2015); Gomeia João: a arte de tecer o invisível (Portal Cultural, 2017).

O Departamento de Comunicação Social despediu-se do professor em seu site:

Carlos Nobre fez da vocação humanista e da luta contra o preconceito uma partitura. Expressava-a tanto nas redações pelas quais passou, como no Jornal do Brasil e em O Dia, quanto na carreira acadêmica. Na PUC-Rio, ele lecionava Técnicas de Reportagem e Jornalismo e Racismo, no Departamento de Comunicação Social. Era também pesquisador associado ao Núcleo Interdisciplinar de Memória Afrodescendente (Nirema).

Mestre em Ciências Penais, pela Universidade Cândido Mendes, ele estendeu à vida acadêmica o mergulho em temas como cidadania, igualdade e humanismo.

Nesse trilho temático, Nobre viraria um especialista sobre o Rei do Candomblé. Programava para novembro (2019), mês da Consciência Negra, o lançamento do Guia Afetivo sobre Joãozinho da Gomeia, a segunda biografia por ele dedicada a Gomeia. A primeira, Gomeia João: a arte de tecer o invisível, de 2017, fundamentou o enredo da [escola de samba] Grande Rio [...]

Com Joãozinho da Gomeia, o prof. Carlos Cruz com os Acadêmicos do Grande Rio foi vice-campeão no desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, em 2020.