Saudades

Professora Regina Maria de Oliveira Borges
Professora Regina Maria de Oliveira Borges

Professora Regina Maria de Oliveira Borges, Departamento de Teologia (27 de janeiro de 2013)

No final do mês de janeiro a PUC-Rio perdeu a Professora Regina Maria de Oliveira Borges, do Departamento de Teologia, que foi por muitos anos encarregada de turmas de disciplinas de Cultura Religiosa.

Regina tinha uma longa história na Universidade. Antes de titular-se em Teologia, havia feito o curso de graduação em Pedagogia na década de 1960. Mas foi como teóloga que atuou como professora por mais de uma década.

Discreta, Regina conhecia bem os alunos de vários Departamentos. Muitos de seus colegas do Departamento de Teologia e vários professores de outros Departamentos manifestaram seu pesar com a morte de Regina.

A Professora Lúcia Pedrosa, do Departamento de Teologia, que trabalhou com ela por muitos anos e era sua grande amiga destacou sua força interior para enfrentar com fé, com disposição de luta e sem deixar-se abater pela penosa doença que se manifestou no início de 2012 e a levou um ano depois. A PUC-Rio manifesta toda a solidariedade a seu marido, a toda sua família e a seus amigos.

Professor Norbert Fritz Miekeley
Professor Norbert Fritz Miekeley

Professor Norbert Fritz Miekeley, Departamento de Química (5 de fevereiro de 2013)

O Professor Miekeley, por muitos anos professor do Departamento de Química, era mestre em Química e Físico-Química pela Freie Universität de Berlim e doutor em Química Nuclear e Físico-Química pela Technische Universität de Berlim. Suas pesquisas na área de Química, com ênfase em Análise de Traços e em Química Ambiental faziam dele um pesquisador com atuação interdisciplinar.

Foi um dos primeiros professores do Departamento, para onde veio a convite do Professor Padre Leopoldo Hainberger S.J., fundador do Departamento de Química da PUC-Rio. Foi Coordenador de Pós-Graduação e Pesquisa do Departamento de Química e participou em vários órgãos colegiados do Departamento e do CTC. Com ampla experiência internacional de pesquisa, foi Membro convidado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), coordenador do projeto internacional "Poços de Caldas" que teve participação da Suécia, Suíça, Inglaterra, Estados Unidos e do Brasil e foi responsável pelos laboratórios de Espectrometria de Massas (ICP-MS), Espectrometria Nuclear e Espectrometria de Emissão Atômica do Departamento de Química. Foi ainda bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq, pesquisador do Centro de Pesquisas Nucleares de Jülich (KFA), Alemanha, pesquisador convidado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), no âmbito do acordo bilateral Brasil/Alemanha e pesquisador do Instituto Hahn Meitner de Berlim.

Sua morte é uma grande perda para a PUC-Rio e, em particular, para o Departamento de Química, tal como resume a Diretora do Departamento Química em mensagem que fez circular pela rede interna da Universidade:

"Norbert Miekeley, Colega e Amigo de mais de 30 anos, partiu hoje para sua viagem final, após muitos meses de luta contra um câncer. O Professor Miekeley foi um dos primeiros a chegar ao Departamento de Química através do programa de cooperação com a Alemanha. Veio para ficar, amava o Rio, o Brasil, e dedicou sua vida de trabalho em ciência e ensino à PUC-Rio. Foi responsável pela implantação da área de Química Nuclear no Departamento e mais tarde, pioneiro no Brasil em desenvolvimentos de métodos espectrométricos avançados usando ICP-MS. Apesar de já estar aposentado, continuou a colaborar como Pesquisador Conveniado à frente de projetos de pesquisa em parceria com o CENPES/Petrobras. Foi orientador de inúmeras teses e dissertações e era reconhecido no país e no exterior como especialista de primeira linha na espectrometria.

O Departamento de Química está de luto pela perda de mais um de seus membros preciosos e se solidariza com a família do Professor Miekeley nesta hora de tristeza.

Professora Ângela Wagener
Diretora do Departamento de Química”

Além da mensagem da Professora Ângela, muitas outras de colegas da Química e amigos de toda a Universidade circularam pela rede, todas elas atestando sua importância para a comunidade acadêmica dos químicos e para a PUC-Rio.

Professora Eneida do Rêgo Monteiro Bomfim
Professora Eneida do Rêgo Monteiro Bomfim

Professora Eneida do Rêgo Monteiro Bomfim, Departamento de Letras (8 de fevereiro de 2013)

Morreu na noite do dia 08 de fevereiro a Professora Eneida do Rêgo Monteiro Bomfim. Grande colaboradora da Administração Central da PUC-Rio e pesquisadora reconhecida na área de Letras, Eneida era, principalmente, um ser humano extraordinário.

Muito querida por colegas, funcionários e ex-alunos, a Professora Eneida nos deixou nesse início de fevereiro e sua figura ao mesmo tempo doce e firme será sempre lembrada com carinho por todos os que tiveram o privilégio de trabalhar e conviver com ela.

Eneida era bacharel e licenciada em Letras Clássicas pela Universidade Santa Úrsula, mestre em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Livre-docente em Língua portuguesa também pela PUC-Rio. Era Professora Emérita da PUC-Rio e, por muitos anos, atuou como professora do Departamento de Letras. Foi também por longos anos Decana do CTCH. Seus trabalhos em semântica e sintaxe e português arcaico fizeram dela uma pesquisadora reconhecida na área de Linguística Histórica.

Os inúmeros emails de professores e Departamentos de todos os Centros que circularam pela rede da PUC-Rio, alguns deles reproduzidos aqui, são testemunho do quanto Eneida era valorizada e querida pela comunidade acadêmica tanto por seu trabalho intelectual quanto por suas qualidades humanas e por sua capacidade de contribuir para o coletivo da PUC-Rio.

Nos últimos anos, já como Professora Emérita, Eneida se dedicava com entusiasmo a dar continuidade ao monumental Dicionário iniciado pelo Padre Magne.

Mensagens enviadas sobre a professora Eneida Bomfim:

"Prezados professores,

Em nome do Departamento de Letras comunico com profundo pesar o falecimento da Professora Eneida do Rêgo Monteiro Bomfim.

A vida profissional de Eneida foi com a PUC-Rio e ela era e continuará sendo a professora de todos como profissional e principalmente como exemplo de dedicação, seriedade, coerência ética e calor humano.

Durante mais de uma década foi Decana do CTCH e como Professora Emérita prosseguiu pesquisando com a mesma dedicação e interesse exemplares. Neste momento de muita tristeza aqueles que tiveram a oportunidade de trabalhar junto a ela sentem orgulho e sabemos que sua história se expressará na vocação de todos.

O Departamento de Letras se solidariza com os familiares neste momento difícil.”

Professor Karl Erik Schøllhammer
Diretor do Departamento de Letras

"Eneida foi uma das melhores e mais leais colaboradoras que tive, durante meus anos como Reitor. Sempre disposta, sempre alegre, sempre amiga.

Professora de mão cheia e conciliadora por natureza. Verdadeiramente construtora da paz. Por isso, o melhor elogio é o da bem-aventurança correspondente: 'bem-aventurados os que constroem a paz, porque serão chamados filhos de Deus'.

Que a filha de Deus descanse em paz!"

Professor Pe. Jesus Hortal Sanchez S.J.
Departamento de Teologia da PUC-Rio

"Prezados Professores

Venho, em meu nome, e no de toda a Vice-Reitoria Acadêmica, manifestar profundos sentimentos e solidariedade aos familiares e amigos da Professora Eneida do Rêgo Monteiro Bomfim.

Faço minhas as palavras dos colegas quanto à sua competência, caráter e dedicação à Universidade, alunos e professores, e à especial colaboração no âmbito do CTCH, em seus muitos anos de decania."

Professor José Ricardo Bergmann
Vice-Reitor Acadêmico da PUC-Rio

"Em meu nome e de todo o Centro de Teologia e Ciências Humanas, no qual a Professora Eneida do Rêgo Monteiro Bomfim exerceu destacada liderança, tendo sido, por largo período, estimada Decana, tanto por sua competência acadêmica e administrativa, quanto por sua delicadeza e atitudes éticas, apresento, neste momento de dor, a seus familiares, amigos e membros de nossa Universidade votos de condolências, unindo-nos a todos em oração."

Professor Paulo Fernando Carneiro de Andrade
Decano do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio

"Caríssimos
Temos na nossa PUC pessoas doces, seres humanos excepcionais, mas poucos se igualam a nossa querida Eneida. Minha permanente força e equilíbrio nos anos que fomos companheiros nas reuniões de Reitoria.

Com sua suavidade, sua candura, e por que não lembrar suas doces balinhas, que ajudavam a tranquilizar a todos nos momentos difíceis...

Sua lembrança será, como Deus quer, eterna.

Muitas saudades dessa pessoa maravilhosa."

Professor Luiz Roberto Cunha
Decano do Centro de Ciências Sociais da PUC-Rio

"Em nome do Centro Técnico Científico e em meu próprio, gostaria de expressar nosso pesar pelo falecimento da Professora Eneida do Rêgo Monteiro Bomfim, do Departamento de Letras. Eneida, com quem tive a oportunidade de trabalhar constantemente quando Decana do CTCH, além de extremamente competente era uma destas raras pessoas que conseguem combinar generosidade e delicadeza no trato pessoal com firmeza de princípios.

Manifesto nossa solidariedade aos seus colegas e amigos da PUC-Rio e à sua família.”

Professor Luiz da Silva Mello
Decano do Centro Técnico-Científico da PUC-Rio

"Em meu nome e de toda a Coordenação Central de Pós-Graduação e Pesquisa, manifesto profundo pesar pela perda da excelente acadêmica, que tantos serviços prestou à PUC-Rio, da grande amiga e ser humano que foi a Professora Eneida, e solidariedade a seus familiares, em especial a sua filha Cristina, amigos e colegas."

Professor Paulo Cesar Duque Estrada
Coordenador Central de Pós-Graduação e Pesquisa

"Queridos amigos,

Com muita tristeza e dor, comunico o falecimento na noite de hoje da nossa querida Eneida do Rêgo Monteiro Bomfim, Professora Emérita, ex-Decana do CTCH, pesquisadora exemplar e, principalmente, um dos melhores seres humanos que a PUC-Rio já conheceu. Saudade daquela que me recebeu de braços abertos no Departamento de Letras em 1982, e que foi uma das responsáveis por eu ter me tornado professor universitário."

Professor Júlio Diniz
Departamento de Letras

"Comparto seu pesar, Julinho, mesmo sabendo que sua vida foi apenas transformada."

Professora Eliana Yunes
Departamento de Letras

"Em nome de meus colegas do Departamento de Ciências Sociais faço coro às lindas palavras já escritas nesta lista sobre a colega Eneida, e que sua família encontre o conforto, na certeza de que ela já está em paz."

Professora Maria Sarah da Silva Telles
Diretora do Departamento de Ciências Socais

"Caros Colegas,

Tive a oportunidade de conviver com Eneida muito proximamente durante a época em que ambas fomos decanas. Ser humano extraordinário, de uma generosidade ímpar, com quem muito aprendi.

Deixo aqui o meu abraço carinhoso aos seus familiares, amigos e companheiros de PUC-Rio."

Professora Gisele Cittadino
Departamento de Direito

"Colegas e amigos,

Não posso deixar de dar meu depoimento sobre o significado de Eneida em minha vida acadêmica.

Minha primeira banca como doutor foi na UFRJ, de uma doutoranda orientada por Mônica Rector. Eneida estava na banca e me surpreendeu pela delicadeza e respeito de seus comentários, sobretudo o cuidado em acalmar a candidata naquele momento estressante, que todos conhecemos. Foi um exemplo para mim; marcou minha própria atitude em tantas outras bancas de que participei. Enquanto Decana, Eneida esteve especialmente atenta às necessidades do Departamento de Artes & Design, assistindo-nos, pari-passu, nos momentos da construção de nossa pós-graduação. Equipou boa parte da secretaria e disponibilizou-me, por exemplo, o computador em que hoje trabalho. Quando fui diretor do Departamento de Artes & Design, já não mais Decana, Eneida veio a mim oferecer sua colaboração para o que se fizesse necessário. Era um ser altruísta, exemplar!

Querida Eneida, tenho grande orgulho em tê-la em minha jornada. Deus lhe tenha bem!"

Professor Luiz Antonio Luzio Coelho
Departamento de Artes & Design

"Queridos colegas e amigos,

Expresso meu profundo pesar pelo falecimento de nossa querida Eneida.
Amiga e conselheira em muitos momentos de minha carreira acadêmica. Incansável frente ao Decanato do CTCH, onde deixou uma marca de dedicação e competência.

Que Deus lhe dê o descanso merecido.”

Professora Rita Maria de Souza Couto
Departamento de Artes & Design

“Querido Karl e colegas de Letras,

Em meu nome pessoal e em nome do Núcleo de Memória quero manifestar nossa solidariedade e nosso pesar pela morte da Eneida.

Todos nos lembramos dela com carinho e sabemos o quanto ela trabalhou pelo Departamento e pela PUC-Rio.

Por favor, caso seja possível, transmita à família da Eneida nosso abraço cheio de carinho.”

Professora Margarida de Souza Neves e Núcleo de Memória da PUC-Rio

"Conheci a Professora Eneida, e manifesto os sentimentos aos familiares e desejo que o Senhor lhe conceda a recompensa dos justos.”

Professor Dom Paulo Cezar Costa
Departamento de Teologia

"É com pesar que recebemos a notícia da morte de Eneida. Unimo-nos a sua família e amigos na dor e na esperança da ressurreição."

Professora Maria Clara Bingemer
Departamento de Teologia

"Em meu nome e do Departamento de Educação manifesto meu carinho e pesar a toda sua família, em particular às filhas Inês e Cristina."

Professora Sonia Kramer
Diretora do Departamento de Educação

"Como diretora e coordenadora da Pós-Graduação em Educação nos anos 1990, venho manifestar a minha tristeza pela morte de Eneida. Foi uma pessoa extremamente compromissada com a excelência acadêmica de nossa universidade.
Venho manifestar nossa solidariedade à família de nossa querida Eneida."

Professora Isabel Lelis
Departamento de Educação

"O Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem lamenta profundamente a perda da Professora Eneida – Professora Emérita, fundadora do Programa de Pós-Graduação em Letras da PUC-Rio, para cujo crescimento e solidificação contribuiu enormemente como docente, pesquisadora e coordenadora, aliando sabedoria, solidariedade e generosidade com o ser humano. Ainda ativa no atual Programa de Estudos da Linguagem, deixa grande saudade entre colegas, funcionários e alunos. Que os valores que Eneida representa permaneçam orientando nossas ações."

Professora Letícia M. Sicuro Corrêa
Departamento de Letras

"Comunicamos por meio desta nosso pesar pelo falecimento da Professora Eneida. À família, amigos e colegas, os nossos melhores sentimentos."

Professor Welles Morgado
Diretor do Departamento de Física

"O Diretor do Departamento de Matemática, Professor Lorenzo J. Díaz, e o corpo docente do Departamento manifestam grande pesar pela perda da Professora Eneida do Rêgo Monteiro Bomfim, do Departamento de Letras."

"Mais uma vez cumpro a missão, como diretor do Departamento de Geografia, de enviar aos inúmeros amigos, ex-alunos, ex-colegas de trabalho e a todas as pessoas que tiveram a sorte de passar pela vida da Professora Eneida o nosso pesar pela perda de mais uma pessoa fundante da memória da PUC-Rio."

Professor Augusto César Pinheiro da Silva
Diretor do Departamento de Geografia

"Em nome do Departamento de Psicologia, expresso sinceros votos de pesar pelo falecimento da inesquecível Professora Eneida."

Professor J. Landeira-Fernandez
Diretor do Departamento de Psicologia

Professora Rosa Maria Sá Costa Ribeiro. Fonte: www.carlossiffert.com.br/in-memoriam/?lang=pt
Professora Rosa Maria Sá Costa Ribeiro. Fonte: www.carlossiffert.com.br/in-memoriam/?lang=pt

Professora Rosa Maria Sá Costa Ribeiro, Curso de Especialização em História da Arte e da Arquitetura (7 de março de 2013)

O Departamento de História perdeu a Professora Rosa Maria Sá Costa Ribeiro, ex-aluna e professora do Curso de Especialização em História da Arte e da Arquitetura, muito querida por todos os que tiveram o privilégio de conviver com ela.

Rosa era Licenciada em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Mestre em História Social da Cultura pela PUC-Rio. Casada com Carlos Costa Ribeiro, por muitos anos professor e pesquisador do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rosa tinha profundos laços intelectuais e familiares com a PUC-Rio. Seu cunhado Paulo Costa Ribeiro é Professor Emérito do Departamento de Física. Outro cunhado seu, Sérgio Costa Ribeiro, já falecido, foi por muitos anos também professor do Departamento de Física. Alguns dos 9 irmãos de seu marido Carlos estudaram na PUC-Rio e muitos dos sobrinhos de Rosa e Carlos, também foram alunos da PUC-Rio. E foi no Departamento de História que Rosa encontrou alguns de seus principais interlocutores acadêmicos e o espaço para desenvolver sua especialização em História da Arte e seu mestrado e para atuar como docente e pesquisadora.

As pesquisas que desenvolveu sobre arquitetura colonial religiosa no Brasil são de grande importância. Entre eles, destacam-se os estudos sobre as ruinas do convento de São Boaventura (século XVII) em Itaboraí e sobre o Convento de Santo Antonio, no Largo da Carioca (Rio de Janeiro).

Rosa lutou por 11 anos contra um câncer. Em sua missa de sétimo dia na Igreja do Sagrado Coração, no campus da PUC-Rio, o número de amigos, companheiros de trabalho e familiares presentes dava a escala do quanto era querida. Ao final da missa, um de seus quatro netos leu um texto de Guimarães Rosa que a avó gostava de ler para ele e seu marido Carlos encontrou forças para ler um belíssimo texto que escreveu sobre aquela que dividiu com ele 47 anos de uma vida de muita felicidade, mas também de dores profundas que incluíram a perda trágica de um filho de 21 anos.

Algumas das mensagens de seus colegas do Departamento de História mostram o quanto Rosa era querida:

“Prezados colegas,

Nesta hora só nos ocorrem lugares comuns. Mas a Rosa era, de fato, a delicadeza em pessoa!”

Professor Ronaldo Brito Fernandes
Departamento de História

“Quem teve a satisfação de conviver com ela deve ter ficado envolvido com a sua delicadeza como o Ronaldo. Eu acrescentaria a doçura no trato das coisas da vida e a grandeza de um sorriso temido e abrangente. As pessoas interessantes são difíceis de serem descritas. Fica a saudade.”

Professor Antonio Edmilson Martins Rodrigues
Departamento de História

Rosa será sempre lembrada com carinho por aqueles que a conheceram.

Vera Lúcia Gonçalves Moreira
Vera Lúcia Gonçalves Moreira

Vera Lúcia Gonçalves Moreira, Ciclo Básico do CTC (12 de abril de 2013)

Vera Lúcia foi contratada como funcionária da PUC-Rio em junho de1983 e sua primeira função foi secretariar o Decanato do CTC, onde posteriormente passou a assessorar o Ciclo Básico do Centro e trabalhou com a coordenadora do Ciclo Básico, a Professora Leila Vilela bem como com a Vice-Decana de Graduação, a Professora Noemi de La Rocque.

Vera, muito alegre, adorava dançar e por cinco anos, juntamente com o marido João Rodrigues, deu aulas no Ginásio da PUC-Rio para professores e funcionários que dividiam com ela o entusiasmo pela dança.

Mãe de duas filhas, Vera era uma jovem avó de uma menina de 12 anos, e tinha sua segunda neta a caminho quando morreu. Corajosa, travou uma longa batalha contra um câncer, diagnosticado em 2007, que a obrigou a afastar-se do trabalho e de suas aulas de dança nos dois últimos anos. Seu marido, João Rodrigues, disse ao Jornal da PUC que ela soube ter fé e determinação para enfrentar um longo e doloroso tratamento e, quando encontrava forças, saia com ele para dançar nos finais de semana. Seus amigos asseguram que mesmo nos momentos mais difíceis ela transmitia a todos seu amor à vida.

A PUC-Rio guardará sua lembrança e manifesta à família sua solidariedade.

Silvia Maria Murtinho
Silvia Maria Murtinho

Silvia Maria Murtinho, Supervisora de Serviços Gerais (30 de abril de 2013)

Silvia era funcionária da PUC-Rio e exercia a função de supervisora de Serviços Gerais do Campus da Gávea e dos Pólos Avançados da Universidade. Sob sua responsabilidade estavam todos os serviços de limpeza e conservação do campus, as equipes de transporte de materiais e preparação de locais para eventos, o correio interno, os serviços de dedetização, os jardins do campus, o lixo extraordinário. Com ela trabalhava uma equipe numerosa de funcionários, 34 deles diretamente dirigidos por ela, que velava com zelo para manter a organização do campus como um todo e para atender as inúmeras solicitações que recebia diariamente.

O Jornal da PUC em sua Edição no 269 assinala sobre Silvia:

“A personalidade forte era algo marcante para quem conhecia Silvia Maria Murtinho. Ela estava sempre presente nos almoços e nas comemorações com os amigos. Mas, com a morte repentina, no dia 30 de abril, os colegas de trabalho ainda estão chocados e consternados e, garantem, ainda vão demorar a se acostumar com a falta dela nos encontros da equipe. [...]

Os amigos a descrevem como uma pessoa que era determinada, sincera, justa e, acima de tudo, companheira. Apesar de exigente, era vista como uma pessoa divertida.”

Silvia deixa três filhos e muitos amigos na PUC-Rio.

Professor Carlos Dório Gonçalves Soares. Acervo do Projeto Comunicar.
Professor Carlos Dório Gonçalves Soares. Acervo do Projeto Comunicar.

Professor Carlos Dório Gonçalves Soares, Departamento de Comunicação Social (26 de junho de 2013)

O Professor Carlos Dório morreu em consequência de complicações de uma pneumonia aos 77 anos.

Carlos Dório era natural de Vitória, no Espírito Santo, e atuou por muitos anos no Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio. Foi um dos professores responsáveis pela consolidação do Departamento e foi também coordenador do curso de Graduação. É autor do livro intitulado Delinquência juvenil na Guanabara, publicado em 1973. Foi também do quadro docente da UFRJ, nomeado como professor assistente em 30 de outubro de 1969.

O Departamento de Comunicação registrou a morte do Professor, já aposentado, através da Rádio PUC, registro esse que está disponível no Portal PUC-Rio Digital. Na entrevista feita com alguns professores que o conheceram, fica patente a importância de Carlos Dório em mais de 40 anos de colaboração com o Departamento de Comunicação. A Professora Angeluccia Bernardes Habert sublinhou seu caráter ao mesmo tempo tranquilo e firme e sua colaboração constante na administração do Departamento, onde soube inspirar confiança a alunos, funcionários e professores. Para ela a principal característica de Dório era a generosidade. A Professora Claudia Brutt Guimarães, que foi sua aluna, lembrou que o professor levou seus alunos de graduação para estagiar na Companhia Telefônica Brasileira, onde desenvolvia uma pesquisa sobre o uso dos orelhões (telefones públicos) pelos cariocas.

Seus colegas e alunos assinalam unanimemente a alegria como marca da personalidade de Carlos Dório, que caracterizam como um grande conversador e um homem que sabia viver.

Itair Lomeu de Carvalho. Acervo da Prefeitura do Campus.
Itair Lomeu de Carvalho. Acervo da Prefeitura do Campus.

Itair Lomeu de Carvalho, Oficina de Serviços Gerais da Prefeitura do Campus (30 de junho de 2013)

Mineiro de Eugenópolis e morador do Cambuí, seu Itair começou a trabalhar na PUC-Rio como funcionário em 1986 e já estava aposentado quando morreu. Foi, por muitos anos, Auxiliar de Serviços Gerais. Sua ficha funcional nos fornece alguns dados sobre ele, mas é o depoimento de seus colegas que nos permite descobrir algumas coisas que não devem ser esquecidas sobre seu Itair. A primeira delas é que era flamenguista doente. Sempre calmo, solícito, amável e alegre, era melhor não puxar conversa sobre futebol na Oficina de Serviços Gerais da Prefeitura quando o Flamengo perdia um jogo.

Seu Itair formou junto com seu Valdelino uma dupla imbatível no que diz respeito à colocação de faixas e bandeiras no campus. Os dois conheciam como ninguém os segredos para pendurar faixas de todos os tamanhos nos lugares estratégicos para um determinado evento ou comemoração. A prefeitura já sabia que quando algum setor da Administração Geral, Departamento, Professor ou Representação Estudantil telefonava para pedir esse serviço, a conversa terminava sempre com o pedido “e, por favor, veja se é possível que o seu Itair e o seu Valdelino façam isso para nós”.

Seu Itair é lembrado com carinho pelos que trabalharam com ele. E deixa na PUC-Rio sua melhor herança: dois filhos seus são funcionários da Universidade. A filha Adriana é ascensoristas e o filho Rafael Lomeu continua o trabalho do pai na Oficina de Serviços Gerais da Prefeitura. Seu Itair agora deve andar pendurando faixas e bandeiras pelo céu afora.

Luiz Paulo Horta
Luiz Paulo Horta

Luiz Paulo Horta, Cátedra Carlo Maria Martini e Centro Loyola de Fé e Cultura (2 de agosto de 2013)

Morreu em uma manhã de sábado, poucos dias antes de completar 70 anos, o escritor e jornalista Luiz Paulo Horta, colunista do jornal O Globo, membro da Academia Brasileira de Música e titular da cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Luiz Paulo publicou livros sobre música (Caderno de música, Sete noites com os clássicos, Música das esferas) e sobre religião (A procura de um cânone, A Bíblia: um diário de leitura), foi crítico de música e editorialista de O Globo, depois de trabalhar por mais de duas décadas no Jornal do Brasil. Foi o fundador da seção de música do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Em 1962 começou o curso de Direito na PUC-Rio, mas abandonou a faculdade para dedicar-se ao jornalismo. Foi um grande colaborador da PUC-Rio. Participava intensamente das atividades promovidas pela Cátedra Carlo Maria Martini, do Decanato do CTCH e dirigiu um grupo de estudos bíblicos no Centro Loyola de Fé e Cultura. Foi membro do Conselho de Desenvolvimento da PUC-Rio e da Comissão Cultural da Arquidiocese do Rio. Recebeu em 2000 da PUC-Rio o Prêmio Padre Ávila de Ética no Jornalismo.

Sobre Luiz Paulo, unanimemente querido por todos os que o conheceram, a imprensa divulgou muitos artigos e reportagens. O Professor Padre Josafá Carlos de Siqueira S.J., Reitor da PUC-Rio, publicou sobre ele o seguinte artigo no PUC Urgente de 12/08/2013:

O humanismo de um imortal

Fomos surpreendidos pela passagem para a eternidade de um humanista que voou em direção à verdadeira imortalidade da existência. Pelo seu aguçado humanismo, que o conduziu ao grau de imortal nesta vida transitória, Luiz Paulo Horta sempre manteve uma abertura para a fé que o levava a pensar na imortalidade de uma vida que se abre para Deus. Sedento pelos valores que humanizam as pessoas, colocando-as em comunhão mais profunda com o Sentido Absoluto da vida, Luiz Paulo soube viver e testemunhar as suas convicções mais profundas, sem ter medo de expressá-las publicamente. A música, a literatura e a fé estavam sempre presente em seus escritos, diálogos e entrevistas, iluminando suas inspirações e revelando a riqueza de um humanismo tão necessário para o mundo em que vivemos. A sabedoria e a docilidade no trato humano era um traço que fazia parte do seu modo de existir, sempre buscando respostas na fé e na razão para tentar entender a grandeza e a profundidade do mistério que envolve a dimensão imanente e transcendente do ser humano. Com um olhar profundo e um sorriso nos lábios, irradiava espontaneamente uma bondade contagiante de alguém que cultivava interiormente um depositário amoroso, sempre aberto para acolher e respeitar a diversidade de opiniões, mesmo aquelas contrárias às suas convicções mais profundas.

Os contatos, diálogos e encontros que tivemos oportunidade de compartilhar com Luiz Paulo Horta na PUC-Rio nos proporcionaram uma visão de um homem interiormente humanizado e espiritualmente sedento de buscas e respostas dos verdadeiros valores que norteiam a existência humana. Esperamos que, diante da visão do mistério eterno e definitivo, ele possa encontrar as respostas para as suas incansáveis buscas terrenais, responsáveis por transformá-lo num humanista cristão para os nossos dias. Perdemos um imortal da ABL, um Membro do Conselho de Desenvolvimento da PUC-Rio e um cristão e católico convicto, mas temos a certeza na fé que o seu testemunho de vida será inspirador para todos os que desejam um mundo mais humano, fraterno e solidário.”

Professor Ricardo Oiticica
Professor Ricardo Oiticica

Professor Ricardo Oiticica, Instituto Interdisciplinar de Leitura (20 de outubro de 2013)

O Professor Ricardo Oiticica, diretor do Instituto Interdisciplinar de Leitura – IILER - da PUC-Rio, morreu subitamente no dia 20 de outubro, pouco mais de um mês depois de ter assumido essa função. Era graduado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1984), mestre (1988) e doutor (1997) em Letras pela PUC-Rio. Foi pesquisador da Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio e professor adjunto do Centro Universitário da Cidade. Foi Leitor da Université Stendall, em Grenoble (França), editor do jornal Verve e pesquisador da Fundação Biblioteca Nacional.

Mensagem do Reitor da PUC-Rio:

"A PUC-Rio manifesta seu sentimento de pesar pelo falecimento do nosso querido Professor Ricardo Oiticica, atual diretor do Instituto IILER, ocorrido na madrugada do dia 20 de outubro. A Universidade estende todo o apoio e solidariedade à sua família, além das orações para que o Senhor Deus o receba na pátria definitiva e eterna. A ele, nossa profunda gratidão pelo que fez em prol de nossa Universidade."

Professor Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J.
Reitor da PUC-Rio

Professor Padre Antonius Benkö S.J.
Professor Padre Antonius Benkö S.J.

Professor Padre Antonius Benkö S.J., Departamento de Psicologia (25 de novembro de 2013)

O Padre Benkö faz parte do grupo daqueles que podem ser reconhecidos como construtores da PUC-Rio, em especial daquilo que chamamos o modelo PUC, que pode ser caracterizado de muitas formas mas que, grosso modo, integra organicamente graduação e pós-graduação, ensino e pesquisa, excelência acadêmica e compromisso social, pioneirismo e tradição, colegialidade e participação, e unidade e diversidade.

Nascido em Pècs, na Hungria, estudou Teologia na Universidade Gregoriana de Roma e Filosofia e Psicologia na Universidade de Louvain, na Bélgica, onde também fez seu doutorado em Psicologia. Veio para o Brasil em 1954 e trabalhou na PUC-Rio entre 1957 e 1975, quando retornou à Europa na intenção de voltar para a Hungria. Impedido de voltar a seu país em função do fato de ter se naturalizado brasileiro em 1959, ficou na Áustria entre 1975 e 1996, quando finalmente conseguiu retornar ao país onde nascera e onde atuou como Professor da Universidade Católica Píter Rázmány até aposentar-se.

Na PUC-Rio, criou o Centro de Orientação Psico-Pedagógica, origem do SPA (Serviço de Psicologia Aplicada), em 1960; foi um dos construtores do Departamento de Psicologia, fundado em 1963; é também um dos fundadores, em 1965, do Mestrado em Educação, pioneiro no país e, em 1966, do Mestrado em Psicologia, igualmente pioneiro; fundou e dirigiu o Departamento de Teologia em 1968; foi o grande incentivador para que jovens professores fizessem seus doutorados em excelentes universidades do exterior e foi ainda um dos principais protagonistas da implantação da Reforma Universitária na PUC-Rio. Laboratório de experimentação para as reformas que se sucederam nas universidades brasileiras, a Reforma foi a grande responsável para que a PUC-Rio deixasse de ser apenas um excelente centro de formação de profissionais das diversas áreas do conhecimento para consolidar-se como uma universidade de pesquisa, com programas de pós-graduação, laboratórios, uma das melhores bibliotecas universitárias do país e intensa atividade de pesquisadores reunidos nos diversos Departamentos que, por sua vez, conformavam os Centros.

Respeitado por professores, funcionários e estudantes e dono de uma figura imponente, o Padre Benkö surpreendeu a todos ao participar como jogador de uma memorável partida de futebol em que se enfrentaram no antigo Ginásio um time formado por professores e outro por jesuítas, cujo capitão e craque principal era o Padre Viveiros de Castro S.J., que havia jogado no time juvenil do Botafogo. O Padre Benkö jogava de óculos, e consta que era meio perna de pau.

Homem de formação e sensibilidade interdisciplinar, o Padre Benkö teve grande influência na constituição do campo da Psicologia no Brasil. É dele a redação da proposta de criação da carreira de psicólogo no Brasil (1957) e, quando da criação oficial da carreira, foi o detentor do registro número 2 de psicólogo no Brasil (1962), documento que levou consigo na volta para a Hungria e que mostrava com prazer aos amigos brasileiros que o visitavam. Em 1964 tornou-se Presidente da Associação Brasileira de Psicologia Clínica, da qual foi também Vice-Presidente em 1967. Foi ainda Conselheiro e Vice-Presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro entre 1974 e 1975.

Em 2005 voltou pela última vez ao Brasil, para as comemorações dos 40 anos do Programa de Pós-Graduação em Educação. Em janeiro de 2007 o Padre Benkö recebeu a visita de Silvia Ilg Byington, pesquisadora do Núcleo de Memória da PUC-Rio, na residência em que morava em Budapest e compareceu à entrevista solicitada vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol. Neste ano de 2013, por ocasião dos 50 anos do Departamento de Psicologia gravou no dia 11 de novembro, 14 dias portanto antes de sua morte, via Skype, uma linda entrevista para o Departamento, disponível no youtube (www.youtube.com/watch?v=3Fc5Cf2W0DU).

Todos aqueles que o conheceram como estudantes e que hoje são professores seniores das mais diversas áreas da PUC-Rio, se lembram dele com carinho e com admiração. Os que sabem de sua importância para a história da Universidade, mesmo sem tê-lo conhecido pessoalmente, partilham do mesmo respeito por ele, como atestam as mensagens reproduzidas abaixo. Na memória da PUC-Rio ele será sempre uma referência fundamental.

Mensagem do Professor J. Landeira-Fernandez, Diretor do Departamento de Psicologia:

"Prezados Colegas,

Com pesar, comunicamos o falecimento do Pe. Antonius Benkö S.J., ocorrido em 24/11/2013, aos 93 anos, na cidade de Budapeste. Tivemos a oportunidade de entrevistá-lo, por Skype, por ocasião da comemoração dos 60 anos do Departamento. O Pe. Benko foi um dos responsáveis pela fundação do Departamento de Psicologia e o pioneiro na regulamentação da profissão do psicólogo no Brasil.”

Mensagem da Professora Margarida de Souza Neves, Coordenadora do Núcleo de Memória da PUC-Rio:

"Caros colegas do Departamento de Psicologia e de toda a PUC-Rio:
O Núcleo de Memória quer unir-se a todos vocês na tristeza da perda do Padre Benkö e na alegria de tê-lo na vida e na memória da Universidade.

Ontem, dia 25 de novembro, o Núcleo de Memória foi convidado para fazer uma apresentação na reunião convocada pela Reitoria e da qual participaram todos os que dirigem e coordenam os Departamentos, os Centros e a Administração Central da Universidade. Quando projetei uma fotografia do Padre Benkö, o Padre Josafá deu a notícia de sua morte e lembramos dele com muito carinho.

Agradeço à Psicologia a divulgação da entrevista – provavelmente a última - que ele deu por ocasião dos 60 anos do Departamento. Gostaria de pedir autorização para por no site do Núcleo o link para essa entrevista. Quero também pedir a todos os que tenham fotografias ou depoimentos sobre o Padre Benkö que enviem esse material para o Núcleo de Memória (nucleodememoria@puc-rio.br) para que possamos tê-los no nosso site. As fotografias podem ser entregues na sala L263. Serão digitalizadas e devolvidas a seus donos.

Um abraço a todos e que possamos chegar aos 93 anos - ou aos anos que nos caibam viver - com 'cabeça boa', como o Padre Benkö diz ter, na entrevista, e com o coração grande que ele sempre teve."

Mensagem do Professor José Carmelo, do Departamento de Educação:

“Colegas da PUC:

Após ler as mensagens de Lucena, D´Abreu, Guida e dos demais colegas do CTCH, entendo que devo compartilhar com a comunidade PUC-Rio, a mensagem dirigida ao Pe. Benkö em 01/11/2013, no evento em que o Departamento de Psicologia homenageou seus ex-Diretores pelo 60º aniversário de sua criação.

Para as novas gerações de puquianos é importante reconhecer o papel do Pe. Benko no contexto da reforma estrutural da PUC-Rio há meio século atrás.
Mensagem proferida no evento dos 60 anos de criação do Departamento de Psicologia
em 01/11/2013:

Ao representar o Pe. Benkö nesta homenagem, desejo que esta assembleia universitária - sobretudo os alunos mais jovens – vejam em mim, não apenas um amigo do homenageado.

Desejo que me vejam sobretudo como alguém convocado pelo Pe. Benkö para participar do projeto de institucionalização da PUC-Rio, como universidade, como alma mater.

Esta expressão tão comum nos EE.UU. – a universidade, como alma mater - expressa bem o processo quase MATRICIAL iniciado na década de 1960, por uma plêiade de scholars jesuítas, que moldaram naquele fase a PUC-Rio:

- Röser, Hainberger, Cullen, Amaral Rosa, nas Ciências Exatas;

- Ávila e Ozanam, nas Ciências Sociais;

- Benkö, Schuab e Machado, nas Ciências Humanas.

É neste contexto, que precisamente há 50 anos atrás - em setembro de 1963 - iniciava eu uma Pós-Graduação na Université Catholique de Louvain. Na mesma Louvain, em que Pe. Benkö se doutorou; na mesma Louvain em que Pe. Ávila coopta o Pe. Benkö para vir atuar na PUC-Rio.

É sob este modelo de 'alma mater' - de uma matriz geradora na formação de novos quadros docentes e de pesquisadores, nos EE.UU. e em Louvain – que me percebo, como convocado pelo Pe. Benkö para participar de um projeto de institucionalização do modelo PUC-Rio de universidade, no qual dois outros momentos são muito marcantes para mim:

- o primeiro momento ao final de 1965, quando Benkö, Aroldo Rodrigues e Eloiza Lopez Franco constituem o núcleo acadêmico do 1º Mestrado em Psicologia e em Educação no Brasil, e me torno então o seu Coordenador;

- o segundo momento, em 1968, quando a PUC-Rio implementa sua reforma universitária, baseada no modelo norte-americano de Departamentos articulados em Centros. É neste momento em 1968, que um grupo de jovens professores é constituído pelo Pe. Benkö como os novos Diretores dos Departamentos do CTCH, e passam assim a ser denominados os BENKISTAS. Do mesmo modo que no CTC, sob a liderança do Pe. Amaral Rosa, outros jovens professores assumiram como Diretores os Departamentos do CTC, e eram denominados os AMARALISTAS...

É portanto como um sincero benkista - alguém formado entre 1963-1968 sob a liderança do Pe. Benkö - que expresso a alegria imensa de ser o representante deste ilustre scholar jesuíta nesta assembleia universitária.

Que bem longe daqui, lá na Hungria, na pacata cidadezinha de Pilisvorosvar, ecoe a minha saudação emocionada: obrigado, Pe. Benkö."

Mensagem da Professora Maria Apparecida Mamede Neves, do Departamento de Educação:

"Colegas queridos de 45 anos de PUC.

Ao ler a mensagem de Carmelo sobre o Padre Benkö, muitas lembranças me afloraram sobre meu contato com o Padre Benkö e de quanto ele foi generoso para comigo.

Eu entrei na PUC-Rio exatamente em 1968 para fazer o mestrado em Educação nos moldes novos (para a época). Lembro-me muito bem das conversas que tive, sem ser infelizmente uma Benkiana, com o Pe. Benkö. A ele devo muitas das principais informações sobre a legalização da profissão de Psicólogo, a banca que foi constituída para avaliar os que já atuavam na área, enfim, dados preciosos que me valeram a conclusão da dissertação de Mestrado em Educação - uma pesquisa de campo sobre a Formação do Psicólogo no Brasil.

Na época, contra muitos que se opunham a que eu realizasse esse trabalho investigativo, por temerem a possibilidade de trazer a tona dados que pudessem fortalecer a guerra deflagrada pelos médicos psiquiatras contra a recente profissão, Pe. Benkö e Carlos Paes de Barros me apoiaram e garantiram a liberdade de realizar minha pesquisa. Esse trabalho logrou ser a primeira dissertação (na época chamada de tese) de Mestrado em Educação no Brasil, defendida em um programa de universidade brasileira credenciado para tal.

Assim, com ternura e emoção assisti sua fala por Skype nas comemorações do Departamento de Psicologia e, com a mesma emoção, rezo agora por ele. Que outros de nós possamos ter como exemplo a disponibilidade de Padre Benkö."

Mensagem da Professora Ana Waleska Pollo Mendonça, do Departamento de Educação:

"Caros colegas,

Pe. Benkö foi, sem dúvida, uma figura fundamental para que a PUC-Rio fosse o que é hoje. Foi pioneiro em várias coisas. Foi responsável pela criação da nossa pós-graduação (Educação), primeira do Brasil, nos idos de 1965. Aliás, foi o grande responsável pela implantação da pós-graduação na área das ciências humanas em geral nesta universidade, num momento em que esta era ainda privilégio das áreas tecnológicas. Quem o conheceu e teve o privilégio de conviver com ele, aprendia sempre muito. Obrigada a vocês da Psicologia por partilhar conosco essa entrevista, possivelmente a última, que retrata tão bem a sua figura serena e ainda tão lúcida aos 93 anos."

Mensagem da Professora Vera Candau, do Departamento de Educação:

"Amigos e amigas,

O Pe. Benkö foi/é uma pessoa muito especial. Sereno, atencioso e com visão de futuro foi fundamental para a pós-graduação em Ciências Humanas da PUC-Rio. Lembro, ainda aluna da PUC, das conversas com ele, sempre procurando que cada pessoa desse o melhor de si e nos incentivando a seguir em frente com entusiasmo. Certamente sua pessoa foi muito importante para a minha formação pessoal e profissional. E não sou a única..."

Mensagem do Professor Luiz Brandão, Diretor do Departamento de Administração:

"Em nome do Departamento de Administração, prestamos nossas condolências e pêsames pelo falecimento do Pe. Benkö. Os nossos sentimentos estão com os familiares e amigos neste momento de pesar."

Mensagem do Professor Luiz Roberto Cunha, do Departamento de Economia, Decano do CCS:

"Conheci Pe. Benkö quando aluno de Economia em 1967, já namorando Bebel, aluna de Letras, fui procurá-la numa das salas do Leme. Como ela estava em aula, coloquei a cara no vidro para que ela me visse... Quem veio me dar um 'puxão de orelha' foi o Pe. Benkö, que estava dando a aula. Depois fizemos retiros coordenados por ele e em 1970 ele nos casou na capela da PUC-Rio...

Há muitos anos atrás, quando ele veio ao Brasil fui procurá-lo para relembrar os 'velhos bons tempos', ele sempre muito interessado em saber sobre a PUC e a vida dos seus amigos e ex-alunos."

Mensagem do Professor Carlos José Pereira de Lucena, do Departamento de Informática:

"Não me surpreende a serenidade do Pe. Benkö. Ele era uma pessoa ímpar quando programávamos juntos um 'enorme' computador no início dos anos sessenta e quando ele nos casou com carinho, sotaque e enorme amizade quase há 50 anos. Enorme saudade."

Mensagem do Professor José Carlos D'Abreu, do Departamento de Engenharia de Materiais:

"Pe. Benkö, personalidade forte e grande figura humana! Sua mensagem de amor, ao batizar minha primeira filha, ainda está muito presente entre nós. Que Deus acolha este grande amigo e conselheiro."

Mensagem do Professor Fernando Rizzo, do Departamento de Engenharia de Materiais:

"Como parte da 'velha guarda' que teve a oportunidade de conviver com Pe. Benkö durante seus anos na PUC-Rio, gostaria de também contribuir com esta série de depoimentos, endossando o reconhecimento de uma figura singular de nossa trajetória, pois além da expressiva contribuição para a implantação de um novo modelo acadêmico na Universidade, caracterizou-se pela seriedade, dedicação e generosidade com que tratava seus alunos e colegas.

Agradeço ao Núcleo de Memória da PUC-Rio por registrar para as próximas gerações a relevante participação do Pe. Benkö em nossa história."

Mensagem do Professor Fernando Tenório, do Departamento de Psicologia:

"Realmente foi uma alegria que o Departamento e os professores que o conheceram pessoalmente tenham podido homenageá-lo em vida. Ele deve ter ficado realmente muito contente com os 60 anos do Departamento e com a homenagem.

Tem um samba do Nelson Cavaquinho que se chama 'Flores em vida' e que diz: 'me dê as flores em vida, o carinho e a mão amiga, para aliviar meus ais. Depois que eu me chamar saudade, não preciso de vaidade, quero preces e nada mais'.

Parabéns a vocês que deram as flores em vida."

Mensagem da Professora Eliana Freire, do Departamento de Psicologia:

"Como eu disse há pouco ao Bernard Rangé, colega de turma da psicologia em 1967 [...], quem conviveu com essa imensa, forte, sabia, exigente e amorosa figura que foi o Pe. Benkö jamais esquecerá! Em sua última entrevista no Skype, muitas boas memórias me vieram com sua voz de barítono dramático ao fundo. Ai de nós alunos que ousássemos chegar um minuto atrasados! Velhos tempos!

Lamento muito a perda de nosso mestre, mas certamente foi uma vida vivida plenamente. E este recado do amor que ele nos deixa, na entrevista no Skype, creio estar gravado a ferro e fogo em nossos corações.

Somos mesmo abençoados por termos convivido com ele."

Mensagem da Professora Elizabeth Ribeiro, do Departamento de Psicologia:

"Vi o vídeo do Padre Benkö agora e fiquei profundamente emocionada. Padre Benkö foi meu primeiro professor e foi muito importante para mim. Foi muito bom ter esse depoimento dele. O Carmelo sempre dizia que ele estava bem, mas acabei nunca escrevendo para ele. Poder ouvir uma última vez as coisas que ele dizia - sobre a importância do outro - fez muito bem."

Mensagem da Professora Regina Murat, do Departamento de Psicologia:

"Tenho as fotos da festa de 40 anos do SPA (maio de 2000), quando Pe. Benkö esteve pela última vez no Brasil. Na época, eu era a Coordenadora do SPA. O Departamento já enviou estas fotos para vocês no Núcleo de Memória? Se não, posso levar na próxima semana."

Mensagem do Professor Augusto César Pinheiro da Silva, do Departamento de Geografia e Meio Ambiente:

"A apresentação e citação, pela Professora Margarida de Souza Neves, do Núcleo de Memória da PUC-Rio, do Pe. Benkö no evento ocorrido no dia 25 de novembro na Casa de Retiro de São Conrado foi uma homenagem muito bonita para uma personalidade fundante da instituição. Para quem não o conhecia a sua história como eu, essa homenagem ficará guardada na memória presente."

O Professor Carlos Alberto Teixeira Serra é o primeiro acocorado da esquerda para a direita. 1971. Acervo do Projeto Comunicar.
O Professor Carlos Alberto Teixeira Serra é o primeiro acocorado da esquerda para a direita. 1971. Acervo do Projeto Comunicar.

Professor Carlos Alberto Teixeira Serra, Departamento de Geografia (29 de novembro de 2013)

O Professor Serra formou-se em Geografia pela PUC-Rio e trabalhou na Universidade entre 1966 e 2000.

No início de suas atividades docentes, tal como em seu período como aluno de graduação, Geografia e História, ainda que constituindo dois departamentos separados, tinham um único Diretor e uma mesma estrutura administrativa. Por muitos anos Carlos Alberto Serra podia ser visto no quinto andar da Ala Frings, como professor de Geografia Humana, como Coordenador do Curso de Geografia e mais tarde como Diretor dos Departamentos de Geografia e História. Foi colaborador direto do Dr. Fábio Macedo Soares Guimarães quando este exerceu a direção dos dois Departamentos. Também atuou no Decanato do CCS por várias gestões, como Coordenador Setorial de Graduação e como membro da Comissão de Vestibular.

Serra, como era chamado por seus colegas, colaborou também com a PUC-Rio através da participação nos órgãos colegiados do Departamento de Geografia, do CCS, e da Administração Central.

São poucos hoje os professores do Departamento de Geografia que conviveram com o Professor Serra durante o seu longo período como docente da PUC-Rio, mas o livro publicado pelo Núcleo de Memória da PUC-Rio em comemoração dos 70 anos da Universidade estampa, em sua página 117, uma fotografia de 1971, pertencente ao acervo pessoal do funcionário José Paim, de um time de futebol composto por professores e funcionários no qual o Professor Serra, então um jovem de cabelos longos, aparece na primeira fila, à direita da foto, devidamente uniformizado como jogador do time ao lado de outros colegas tais como os Professores Augusto Sampaio, Clóvis Dottori e Ilmar Rohloff de Mattos.