Saudades

Professor Fernando Luiz Vieira Duque. Fonte: Revista de Angiologia e de Cirurgia Vascular, Jan/Fev 2012.
Professor Fernando Luiz Vieira Duque. Fonte: Revista de Angiologia e de Cirurgia Vascular, Jan/Fev 2012.

Professor Fernando Luiz Vieira Duque, da Escola Médica de Pós-Graduação. (16 de janeiro de 2012)

O professor Fernando Luiz Vieira Duque faleceu em 16 de janeiro de 2012, aos 91 anos de idade.

O professor Vieira Duque era professor titular do curso de Angiologia da Escola Médica de Pós-Graduação, e chefe do serviço de Angiologia do Hospital Geral da Santa Cruz da Misericórdia do Rio de Janeiro.

Formado em Medicina pela UFRJ, em 1943, Vieira Duque cursou Angiologia, em Portugal e foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Angiologia. Em 1962 foi convidado pela Universidade para dar início ao curso de Angiologia da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC-Rio, na qual trabalhou até sua morte.

O professor Duque deixará muita saudade. Ele foi uma pessoa muito importante na sua área, ajudando a trazer a Angiologia para o Brasil”, disse ao Jornal da PUC o Dr. Ney Almeida, que assumiu a coordenação interina do curso.

Professora Myrtes de Aguiar Macedo. Fonte: Editora PUC-Rio
Professora Myrtes de Aguiar Macedo. Fonte: Editora PUC-Rio

Professora Myrtes de Aguiar Macedo, do Departamento de Serviço Social. (18 de janeiro de 2012)

Myrtes de Aguiar Macêdo, formou-se em Serviço Social pela Universidade Estadual da Paraíba, concluiu o mestrado em Serviço Social na PUC-Rio em 1977. Sua dissertação intitulada Reconceptualização do Serviço Social foi publicada em livro e tornou-se uma referência importante no debate sobre o movimento de Reconceituação do Serviço Social na América Latina. Era Doutora em Política Social pela University of Manchester, na Inglaterra, onde foi docente do Programa de Doutorado em Política Social.
Ingressou na PUC-Rio como professora do quadro principal após sua aposentaria na Universidade Federal da Paraíba, e foi Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social em duas ocasiões. No Programa, integrou a Comissão responsável pela criação, em 1997, da revista O Social em Questão, periódico do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social.
A professora Myrtes exerceu a função de representante da área de serviço social junto ao CNPq e, na CAPES, integrou a Comissão de Avaliação dos Programas de Pós-Graduação de sua área.

Professor João Luis Pascal Roehl. Fonte: site da Paróquia São Francisco de Paula, Rio de Janeiro.
Professor João Luis Pascal Roehl. Fonte: site da Paróquia São Francisco de Paula, Rio de Janeiro.

Professor João Luis Pascal Roehl, do Departamento de Engenharia Civil. (22 de janeiro de 2012)

O professor Roehl era graduado em Engenharia de Construção pelo Instituto Militar de Engenharia (1960), mestre em Civil Engineering pela Rice University (1971) e doutor em Civil Engineering pela Rice University (1972).

Foi professor da PUC-Rio de 1973 até 2007 e teve presença importante na Pós-Graduação e na Coordenação da área de Estruturas, bem como na condução de pesquisas e convênios com a Eletronuclear e outras empresas.

Segundo o Reitor da PUC-Rio. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J., foi um exemplo marcante de vida pessoal e profissional.

Professor Reinaldo Calixto de Campos. Fotógrafo Antônio Albuquerque. Acervo do Núcleo de Memória.
Professor Reinaldo Calixto de Campos. Fotógrafo Antônio Albuquerque. Acervo do Núcleo de Memória.

Professor Reinaldo Calixto de Campos, Decano do CTC e professor do Departamento de Química. (7 de fevereiro de 2012)

O professor Calixto era licenciado em Química pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1976), mestre em Química (Química Analítica Inorgânica) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1980) e doutor em Química pela PUC-Rio e integrava o quadro de docentes desde 1977. Era decano do CTC desde 2006, e foi antes vice-decano de Graduação. Faleceu em decorrência de um câncer diagnosticado poucos meses antes, aos 57 anos.

Sua experiência acadêmica na área de Química, com ênfase em Química Analítica, e seus principais temas de pesquisa eram mercurio, geração de hidretos, absorção atômica, graphite furnace e atomic absorption.

Foram inúmeras as manifestações de pesar de toda a comunidade acadêmica por ocasião da morte do professor Calixto. O Reitor, Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. assim se manifestou: “Foi com tristeza que recebemos a notícia do falecimento de nosso amigo, professor e decano do CTC, Professor Reinaldo Calixto. Já faz alguns meses que temos acompanhado a sua luta contra o câncer e os sucessivos exames e cirurgias. Infelizmente as inúmeras tentativas em vencer a doença não produziram os resultados esperados, vindo assim a falecer na noite de ontem, 7 de fevereiro. Com espírito de fé e solidariedade, unamos nossas preces a ele e a seus familiares. Que junto de Deus ele possa interceder por nós e a nossa instituição.”

O professor Luiz da Silva Mello resumiu o sentimento de todos ao afirmar: “Perdem a PUC e o CTC um pesquisador brilhante, um educador apaixonado e uma importante liderança. Perdemos nós um querido amigo e colega, de forma prematura e mesmo inesperada.

Professora Anamaria de Moraes. Fotógrafo Ivy Higino. Site da Escola de Design/UEMG.
Professora Anamaria de Moraes. Fotógrafo Ivy Higino. Site da Escola de Design/UEMG.

Professora Anamaria de Moraes, do Departamento de Artes e Design. (16 de fevereiro de 2012)

A nota do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio com a comunicação da morte da professora Anamaria, ocorrida durante um Congresso de sua área de pesquisa, comoveu a todos:

“É com pesar que comunicamos o falecimento de nossa grande mestra Anamaria de Moraes. Titular da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, lotada no Departamento de Artes & Design, a Doutora Anamaria de Moraes fez sua graduação em História na Universidade Federal do Rio de Janeiro e em Desenho Industrial na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
“Obteve seu título de mestre em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorou-se em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com especialização em Ergonomia pela Fundação Getúlio Vargas, foi docente da Universidade da Cidade e da ESDI-UERJ. Foi colaboradora de diversas instituições de ensino superior, dentre as quais a Universidade Federal de Pernambuco, Universidade do Estado da Bahia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade Estadual Paulista-Campus Bauru.

“Foi Bolsista de Pesquisa do CNPq e Coordenadora da Área de Arquitetura, Urbanismo e Design do Comitê Assessor da CAPES.

“A Doutora Anamaria notabilizou-se pela atuação em Ergonomia, com ênfase em Ergodesign e Usabilidade. Teve participação ativa em vários órgãos científicos, entre eles a AEND-Brasil - Associação de Ensino/Pesquisa de Nível Superior em Design do Brasil e a ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia.

“Foi uma das mentoras na criação de periódicos em Design como a Revista Estudos em Design. Esteve à frente de organismos científicos ligados ao Design, como o P&D e a ERGODESIGN e USIHC.

“Recebeu muitas homenagens em sua vida acadêmica, entre elas, o troféu de melhor docente da área de Ergonomia pela Universidade Estadual Paulista. Foi homenageada no 6º Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade, Design de Interfaces e Interação Homem-computador pela Universidade de Bauru. Foi também homenageada pela IEA Fellows, IEA - Internacional Ergonomics Association. Em 2011 recebeu uma homenagem especial no VI Congresso Internacional de Pesquisa em Design - CIPED, em Lisboa.

“A professora Anamaria de Moraes faleceu no Recife durante a realização da 11ª edição do ERGODESIGN e USIHC.


“Os docentes, funcionários e alunos do Departamento de Artes & Design da PUC-Rio prestam aqui a homenagem à sua grande mestra, que foi um exemplo de sabedoria, energia e perseverança na luta pelas conquistas acadêmicas do Design e na superação dos desafios impostos por dificuldades de saúde. Anamaria de Moraes foi uma estudiosa exemplar que nos deixa muitos ensinamentos.”

Professora Verônica Rodrigues. Fonte: ig.com.br
Professora Verônica Rodrigues. Fonte: ig.com.br

Professora Verônica Rodrigues, do Curso de Arquitetura e Urbanismo. (13 de março de 2012)

A professora Verônica era graduada em Arquitetura e Urbanismo pelo Instituto Metodista Bennett (1983) e mestre em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2006). Foi consultora do projeto de criação do curso de Arquitetura em 2001 e desde 2002 atuava como professora da Universidade.

Seu pai, o arquiteto Sergio Rodrigues, de quem era sócia no escritório Sergio Rodrigues Design e Móveis, disse ao Jornal da PUC que desde pequena Verônica demonstrou interesse por arquitetura, frequentava sua loja de design e o auxiliava a arrumar os móveis dispostos na varanda do apartamento onde moravam. Dizia que gostava de morar numa casa diferente das demais.

Para o professor Fernando Betim, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, “Verônica tinha sensibilidade em relação ao ensino. Lançava um olhar humanista em disciplinas mais formais e trazia a simplicidade. Ela tinha uma técnica muito apurada e sabia traduzir isso para a sala de aula. Sua doçura, competência e amizade foram marcas fundamentadoras da construção do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio.

O Jornal da PUC apurou que “Verônica era apreciadora de música brasileira e de cinema, gostava de cozinhar e de cantar e participava de coros familiares. Leitora voraz, fazia doutorado em Letras pela PUC-Rio e em sua tese buscava associar a personalidade dos personagens de ficção ao interior de ambientes descritos nas obras. Verônica faleceu de câncer no dia 13 de março, dois dias antes de seu aniversário, aos 55 anos. Deixou duas filhas, uma designer e outra estudante de arquitetura.

Professora Judith Felcman. Fotógrafo A. M. D Ferreira. Revista Quim. Nova,Vol. 35, No. 4
Professora Judith Felcman. Fotógrafo A. M. D Ferreira. Revista Quim. Nova,Vol. 35, No. 4

Professora Judith Felcman, do Departamento de Química. (16 de março de 2012)

Muito querida por seus alunos, colegas e por toda a PUC-Rio, a professora Judith teve sua trajetória assim resumida pelo professor Pércio Augusto Mardini Farias:

“A professora Judith Felcman formou-se em Farmácia em 1962 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 1980 defendeu a sua dissertação de mestrado e em 1983 a sua tese de doutorado em Química (Química Analítica Inorgânica) pela PUC-Rio. Foi orientada pelo prof. Hans Joacchim Eichhoff no mestrado e pelo prof. João José Rodiles Fraústo da Silva no doutorado, com a tese ‘Vanádio em Biologia: complexos do íon oxovanádio (IV) com ácidos poliaminocarboxílicos e sua presença no cogumelo Amanita Muscaria’. No período entre 1985 e 1989 realizou o seu pós-doutorado na Universidade Técnica de Lisboa em Portugal. A professora Judith realizou uma brilhante carreira acadêmica durante o seu período como professora pesquisadora do Departamento de Química da PUC-Rio, demonstrando sempre uma forte liderança. Neste período foi coordenadora da Química Geral, coordenadora da Pós Graduação e Diretora do Departamento de Química da PUC-Rio.

“Recentemente, passou a ser pesquisadora do Escritório de Desenvolvimento do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, participando como coordenadora de vários projetos ligados principalmente a Petrobras. Em sua carreira de química atuou em várias áreas importantes do conhecimento como em Compostos de Coordenação de Interesse Biológico, Medicinal e Industrial. Deixa um legado de 48 orientações de dissertações e teses de mestrado e doutorado, e a publicação de 55 artigos em periódicos nacionais e internacionais indexados. Além disso, a professora publicou 3 livros, 4 capítulos de livro, e mais de 100 trabalhos do seu grupo de pesquisa foram apresentados em congressos nacionais e internacionais.

“Internacionalmente a profa. Judith no período de 1996 a 1999 foi delegada do Brasil e posteriormente membro associado da Comissão de Dados de Constantes de Equilíbrio da International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC). Dois importantes laboratórios foram criados, organizados e consolidados pela professora Judith no Departamento de Química da PUC-Rio, o Laboratório de Bioinorgânica e o Laboratório de Análise e Caracterização Química. Com a sua experiência em sua área de atuação prestou consultorias para vários órgãos de fomento e instituições governamentais. O Departamento de Química da PUC-Rio, seus colegas e alunos agradecem a profa. Judith este importante legado científico que ela está deixando para a Sociedade Brasileira.”

Professora Santuza Cambraia Naves. Fotografo Igor Carvalho. Portal PUC-Rio Digital.
Professora Santuza Cambraia Naves. Fotografo Igor Carvalho. Portal PUC-Rio Digital.

Professora Santuza Cambraia Naves, do Departamento de Ciências Sociais. (4 de abril de 2012)

Para seus colegas, alunos, orientandos e muitos amigos a morte tão inesperada da professora Santuza foi um choque e uma tristeza imensa. Alegre e cheia de vida, Santuza foi professora de antropologia do Departamento de Ciências Sociais da PUC-Rio e pesquisadora de música popular, muito querida por seus alunos, pelos colegas do Departamento de Ciências Sociais e por todos os que a conheciam na Universidade e se acostumaram a vê-la ilustrar suas intervenções em congressos e seminários sobre música brasileira cantando à capela com uma magnífica voz que enchia o auditório.

Santuza era casada com o poeta e tradutor Paulo Henriques Britto, também professor da PUC-Rio, do Departamento de Letras, que acabava de publicar um livro de poesia dedicado a ela.

Na missa celebrada em sua memória e presidida pelo Reitor, Padre Josafá Carlos de Siqueira S.J., a Igreja da PUC-Rio repleta de alunos, professores e funcionários permitia ver o quanto Santuza era querida. Um de seus orientandos tocou ao violão suas músicas preferidas e alguns de seus amigos e colegas falaram sobre ela.

A professora Santuza publicou os livros Violão Azul: Modernismo e Música Popular, Da Bossa Nova à Tropicália , A MPB em Discussão – Entrevistas, Velô e Canção Popular no Brasil. Em suas pesquisas aprofundou a questão da ruptura da hierarquia entre o erudito e o popular na música brasileira, da bossa nova como um divisor de águas cultural e o conceito de canção crítica aplicado à música brasileira posterior aos anos 1950.

Dela disse o crítico, professor de literatura na USP e músico José Miguel Wisnik ao jornal A Folha de São Paulo: "Santuza acompanhou a música popular brasileira nas suas várias frentes, de maneira viva, generosa, atenta, inteligente. Abriu frentes de pesquisa, reuniu pessoas, soube extrair dos artistas os seus melhores depoimentos. Devemos ter isso bem claro e presente".

A sensibilidade, a inteligência, a generosidade, a voz e o sorriso de Santuza vão fazer falta à PUC-Rio e ao mundo.

Professor Erlane Ferreira Soares. Fotógrafo Antonio Albuquerque. Acervo do Núcleo de Memória.
Professor Erlane Ferreira Soares. Fotógrafo Antonio Albuquerque. Acervo do Núcleo de Memória.

Professor Erlane Ferreira Soares, do Departamento de Engenharia Civil. (9 de abril de 2012)

O professor Erlane morreu na manhã do dia 09 de abril, depois de uma longa e corajosa luta contra o câncer.

Erlane era engenheiro civil formado pela Universidade Federal do Ceará, obteve o mestrado em Engenharia Civil na PUC-Rio em 1967, onde lecionou por alguns anos, antes de partir para o doutorado na Universidade de Waterloo, título obtido em 1975, na área de Recursos Hídricos. Ocupou diversos cargos administrativos na PUC-Rio, com atuação marcante e produtiva. Foi Diretor do Departamento de Engenharia Civil, Diretor da DAR, Coordenador Central de Projetos Patrocinados, Coordenador Central de Planejamento e Administração Acadêmica, Vice-Reitor Acadêmico Adjunto e Coordenador Central de Extensão. Teve atuação marcante como professor e administrador, e sua inteligência e competência se aliaram a um convívio pessoal enriquecedor e inesquecível para todos nós.

Deixa um filho e esposa, a professora Christine, ex-Decana do CTC.

Do professor Erlane disse o Vice-Reitor Acadêmico, professor José Ricardo Bergmann: “O professor Erlane trabalhou durante mais de 27 anos na Vice-Reitoria Acadêmica, onde desempenhou com maestria diversos cargos administrativos. Profissional competente, Erlane sempre se caracterizou pelo bom senso, capacidade de trabalho, espírito cooperativo e refinado humor. É uma perda lastimável.”

Padre Laércio Dias de Moura S.J em sua mesa de trabalho na Reitoria. 1966. Fotógrafo desconhecido. Acervo do Núcleo de Memória
Padre Laércio Dias de Moura S.J em sua mesa de trabalho na Reitoria. 1966. Fotógrafo desconhecido. Acervo do Núcleo de Memória

Padre Laércio Dias de Moura S.J. Reitor da PUC-Rio de 1962 a 1970 e de 1982 a 1995. (18 de abril de 2012)

Padre Laércio Dias de Moura S.J. foi Reitor da PUC-Rio em dois períodos, o primeiro de 1962 a 1970 e o segundo de 1982 a 1995.

No dia 18 de abril de 2012 a comunidade acadêmica foi surpreendida com uma mensagem do Vice-Reitor e Reitor em Exercício, Pe. Francisco Ivern S.J. que dizia: “Lamento comunicar que ontem, 18 de abril, de manhã, faleceu na Casa de Saúde da Companhia de Jesus em Belo Horizonte o Pe. Laércio Dias de Moura S.J., que foi Reitor da PUC-Rio de 1962 a 1970 e de 1982 a 1995. No próximo dia 23 de abril faria 94 anos. Que descanse em paz e que Deus o acolha na sua glória!”

Imediatamente os professores e colaboradores que tiveram o privilégio de conviver com o Padre Laércio comunicaram seu pesar através da rede e o Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J., Reitor da PUC-Rio, resumiu o sentimento de toda a comunidade acadêmica ao dizer na homilia da missa de sétimo dia celebrada na igreja da PUC-Rio:

“Os méritos do Pe. Laércio não consistem apenas na sua figura como reitor, mas também em sua vida como religioso e em seu pensamento humanístico. Nos seus livros, A dignidade da pessoa e os direitos humanos, A educação católica no Brasil e Construindo a cidadania, Pe. Laércio deixa claras as suas ideias sobre a ética do bem comum; sobre a importância da criação do Clube do Cidadão onde, no convívio cotidiano, as pessoas possam discutir e refletir sobre os problemas da sociedade moderna; sobre a importância da Declaração dos Direitos Humanos no século XX, sobre a integração da terceira idade na Universidade e a crítica que ele faz sobre a concepção das escolas como meras transmissoras das ciências e não como despertadoras das virtualidades humanas, além da falta de uma visão mais interdisciplinar que vai além do processo de disciplinas desconectadas. Certamente esta última visão profética foi inspiradora para os avanços que hoje temos da interdisciplinaridade na PUC-Rio.

“Gostaríamos de sublinhar também a figura religiosa do Pe.Laércio, que sempre foi estimada e exaltada na Igreja e na Companhia de Jesus. Enumero apenas os seguintes traços:

1. Homem de oração e discernimento, fiel aos princípios e valores da fé, imbuído de um amor profundo por Cristo, pela Igreja e pela Companhia de Jesus.

2. Homem de disponibilidade, aberto para a missão e dotado de um desejo profundo de fazer o bem, na busca permanente do conhecimento da verdade suprema.

3. Homem interiormente maduro que soube abrir caminhos para outros e distanciar-se da missão na Universidade aos 76 anos, quando percebeu as fronteiras dos limites biológicos, recolhendo-se na vida comunitária para se dedicar à reflexão e a uma vida mais intensa de oração e meditação.

4. Homem que procurou viver até o final da existência a sublime arte de saber envelhecer, com aceitação, serenidade, sem murmurações e reclamações.”

O Núcleo de Memória da PUC-Rio, além de muitas fotografias do Padre Laércio, guarda com carinho em seu acervo dois vídeos que registram a comemoração, no ano de 1995, dos 50 anos de Companhia de Jesus do pe. Laércio. Para ver e ouvir o próprio Pe. Laércio contar, com seu humor mineiro característico, um pouco de sua vida, basta visitar a página “Saudades” no site do Núcleo de Memória em www.puc-rio.br/nucleodememoria.

D. Eugenio de Araújo Sales. Fotógrafo desconhecido. Arquivos da Arquidiocese de Natal
D. Eugenio de Araújo Sales. Fotógrafo desconhecido. Arquivos da Arquidiocese de Natal

D. Eugenio de Araújo Sales, Cardeal Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro e Grão-Chanceler da PUC-Rio entre 1971 e 2001. (9 de julho de 2012)

D. Eugênio Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro e por muitos anos Grão-Chanceler da PUC-Rio, morreu aos 91 anos em sua residência do Sumaré, enquanto dormia.

D. Eugênio nasceu no interior do Rio Grande do Norte, fez seus primeiros estudos em Natal e ingressou no Seminário da Prainha, em Fortaleza, Ceará, no ano de 1931. Foi ordenado padre em 1943.

Em 1954, aos 33 anos, foi nomeado Bispo Auxiliar da Diocese de Natal. Em 1968 foi nomeado Arcebispo de Salvador, e em 1969 recebeu do Papa Paulo VI o título de Cardeal. Em março de 1971 D. Eugênio foi nomeado Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, função que exerceu até o ano de 2001. Após sua renúncia aceita pelo Papa João Paulo II naquele ano, D. Eugênio continuou a residir no Rio de Janeiro, como Cardeal Arcebispo Emérito.

Entre 1971 e 2001 D. Eugênio Sales, em função do fato de ser Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, foi Grão-Chanceler da PUC-Rio. Por trinta anos, portanto, D. Eugênio participou diretamente da vida da PUC-Rio que, por ocasião de sua morte uniu-se à Arquidiocese do Rio de Janeiro para agradecer por sua vida de dedicação e por seus anos de trabalho.

Funcionário Elson de Souza Borges. Fonte: Jornal da PUC.
Funcionário Elson de Souza Borges. Fonte: Jornal da PUC.

Elson de Souza Borges, Funcionário, Recepcionista do Edifício Padre Leonel Franca. (11 de setembro de 2012)

No dia 11 de setembro morreu aos 55 anos o funcionário Elson de Souza Borges, que há muito tempo lutava contra um câncer.

Segundo a repórter Nathalia Melo, do Jornal da PUC, “Elson foi admitido pela PUC-Rio em 1999, como guardador de veículos, e no ano seguinte assumiu o cargo de recepcionista, que exerceu durante os últimos 12 anos.”

“Elson trabalhava na recepção do Edifício Padre Leonel Franca. O funcionário Sérgio de Oliveira, que trabalha no mesmo local, conta que Elson era uma pessoa simples, tranquila, querida e conhecida na Universidade por jogar um bom futebol. ‘Ele não perdia um campeonato dos funcionários’, disse.”

Maninho era o apelido dele na PUC. André da Penha, agente patrimonial e amigo próximo de Elson, lamenta a perda do amigo e diz que ele já faz falta no ambiente de trabalho. Segundo André, Elson era mesmo bom de bola, e costumava jogar futebol com Adílio, Andrade e Junior, jogadores do Flamengo da década de 80. ‘Não à toa, Adílio foi ao enterro dele’, conta.”

“A antiga função de Elson agora é ocupada por Ivan, seu cunhado. Ivan lembra a boa relação que Elson tinha com a Universidade. ‘Ele foi aposentado pela PUC há dois anos, mas, como gostava de trabalhar aqui, decidiu continuar’, diz”.

“Bom amigo, ótimo funcionário e bom de bola, Maninho vai fazer falta no campinho de futebol, na recepção do Edifício Padre Leonel Franca e na convivência do dia a dia na PUC-Rio.”

Professora Maria Helena Novaes Mira. Fonte:  Facebook “Tributo à Maria Helena Novaes”
Professora Maria Helena Novaes Mira. Fonte: Facebook “Tributo à Maria Helena Novaes”

Professora Maria Helena Novaes Mira, Professora Emérita do Departamento de Psicologia. (17 de setembro de 2012)

A professora Maria Helena Novaes Mira, falecida no dia 17 de setembro de 2012, além de professora e pesquisadora reconhecida em todo o meio acadêmico era uma pessoa muito querida por todos aqueles que tiveram a sorte de conhecê-la mais de perto.

Maria Helena era professora emérita do Departamento de Psicologia e contribuía ativamente com o NEAM (Núcleo de Estudos e Ação sobre o Menor).

Inúmeros professores, ex-alunos, diretores de Departamentos do CTCH e de outros Centros manifestaram seu pesar ao saber da morte da professora Maria Helena, todos eles sublinhando sua competência profissional, sua presença marcante na vida da Universidade, sua importância na área de Psicologia e sua cordialidade e elegância.

A seu respeito afirmou o Reitor da PUC-Rio, Padre Josafá Carlos de Siqueira S.J. em mensagem divulgada pela rede: “O Reitor e a Comunidade Educativa da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro manifestam solidariedade aos familiares e amigos pelo falecimento da querida Professora, Pesquisadora e Emérita Maria Helena Novaes Mira, que sempre marcou esta Universidade com sua participação na vida acadêmica e no cotidiano desta Casa.
Peço a Deus nosso Senhor para que a acolha na sua misericórdia e conforte a família na fé e na esperança.

O professor Paulo Fernando Carneiro de Andrade, Decano do CTCH, Centro no qual se inscreve o Departamento de Psicologia, assim se manifestou: “Em nome de todo o CTCH apresento minhas condolências à família e aos amigos da saudosa professora Maria Helena. Professora de grande relevo por seu conhecimento, dedicação e elegância foi sempre para toda a Universidade fonte de inspiração.”

Por sua vez, o professor Luiz da Silva Mello, Decano do CTC, escreveu: “Em nome do CTC expresso nosso pesar pelo falecimento da professora Maria Helena Novaes Mira. Pessoalmente tive algumas oportunidades de interagir com ela quando na CCPA, poucas mas suficientes para admirar sua inteligência, entusiasmo e dedicação ao ensino, à pesquisa e à PUC-Rio.”

Em artigo publicado em na Revista Psicologia Escolar e Educacional (Campinas: Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional) em junho de 2008 a professora Eunice Maria Lima Soriano de Alencar, da Universidade Católica de Brasília, afirma que Maria Helena Novaes é um dos três pioneiros brasileiros no campo da psicologia escolar. Seu reconhecimento na área, já desde muitos anos, não se limitavam portanto à admiração de seus colegas, alunos e ex-alunos da PUC-Rio.

Professor Derek Douglas Jack Hacon. Fonte: site do Departamento de Matemática da PUC-Rio.
Professor Derek Douglas Jack Hacon. Fonte: site do Departamento de Matemática da PUC-Rio.

Professor Derek Douglas Jack Hacon, do Departamento de Matemática. (23 de setembro de 2012)

O professor Derek nasceu em 1943 na Inglaterra, concluiu o Bacharelado em Matemática pela University of Cambridge (1965), o Mestrado em Matemática pela University of Warwick (1966) e o Doutorado em Matemática pela University of Warwick (1968). Foi admitido na PUC-Rio em agosto de 1982. Por motivo de doença estava afastado desde 2009 das atividades do Departamento de Matemática. Segundo a Direção do Departamento, frequentemente recebia visitas dos amigos do Departamento, ocasião em que ficava sabendo das atividades do Departamento.

A notícia da morte divulgada pelo Departamento de Matemática informa que o professor Derek “era especialista na área de topologia algébrica e gostava especialmente da teoria de nós (knots)”. E afirma ainda que “pela pessoa e pelo profissional que foi deixará muita saudade no Departamento de Matemática e entre os colegas. Como mencionou o professor Fred [Palmeira], ele estava sempre sorridente e com boa disposição.”

Sentiremos a falta do seu senso de humor inglês e dos seus aguçados comentários matemáticos.”

O professor Fred Palmeira comentou na rede da PUC-Rio que "Há 3 anos [o professor Derek] estava afastado, acometido de esclerose lateral amiotrófica. Apesar de completamente paralisado, mantinha o bom humor, querendo sempre saber das 'fofocas do departamento'. Deixa filhos, netos e muitos amigos."

O professor Luiz Roberto Cunha, Decano do CCS, registrou por sua vez: "Um grande abraço para vocês da Matemática, e para a família do Derek. Lembro-me bem dele e de sua disposição para colaborar com os projetos da PUC-Rio, tendo sido um dos professores do Departamento de Matemática, que nos ajudou para a criação e organização do curso de mestrado multidepartamental do IAPUC."

O Decano do CTC, professor Luiz da Silva Mello também se manifestou em nome do Centro: "Em nome do CTC expresso nosso profundo pesar pelo falecimento do professor, colega e amigo Derek Hacon. Peço ao Fred que faça chegar nosso sentimento de solidariedade à família do Derek."

Professor Antonio Joaquim Macedo Soares. Fonte: site do Departamento de Artes de Design da PUC-Rio
Professor Antonio Joaquim Macedo Soares. Fonte: site do Departamento de Artes de Design da PUC-Rio

Professor Antonio Joaquim Macedo Soares, do Departamento de Artes & Design. (16 de outubro de 2012)

Professor do quadro complementar do Departamento de Artes & Design, o professor Antonio Joaquim era formado em Engenharia Mecânica pela PUC-Rio, em 1971, e tinha sob sua responsabilidade desde 1986 a disciplina de Desenho Geométrico. Era também sócio da empresa Marco Estudos e Projetos Ltda.

Segundo a repórter Alessandra Nascimento publicou no Jornal da PUC, “No curso de Design, ele tinha uma difícil tarefa, tornar o conteúdo da disciplina de Desenho Geométrico atrativo para os alunos. A Diretora do Departamento de Artes e Design, Luiza Novaes, afirma que ele exercia essa função com muita competência e dedicação. ‘Ele era um professor muito querido por todos, porque conseguia ensinar essa parte da matemática e torná-la mais próxima do aluno, de um jeito divertido e menos assustador. Ele tinha um espírito muito brincalhão, sempre muito sorridente e muito envolvido com o que fazia”, diz Luiza.

A essa mesma repórter, o filho do Professor, a quem Antonio Joaquim deu o apelido de Duda, deu um depoimento comovente sobre seu pai: “Eu resumo a vivência com o meu pai em uma única palavra: alegria.”

Seus colegas de Departamento, seus muitos amigos, seus alunos e sua família sempre se lembrarão dele com carinho e com gratidão.

Professor Adilson José Curtius. Fonte: site da Sociedade Brasileira de Química.
Professor Adilson José Curtius. Fonte: site da Sociedade Brasileira de Química.

Professor Adilson José Curtius. (5 de novembro de 2012)

O professor Adilson José Curtius faleceu aos 67 anos, por complicações devido à leucemia. Foi professor da PUC-Rio e da UFRRJ até 1994. Atualmente era professor titular voluntário da Universidade Federal de Santa Catarina.

Era graduado em engenharia química pela UFRGS, mestre em engenharia química pela Lehigh University e doutor em química analítica inorgânica pela PUC-Rio com pós-doutorado na Alemanha em 1986. Sua área de especialização era a espectrometria atômica. Desenvolveu métodos analíticos para a determinação de elementos traço em amostras geológicas (águas, solos, sedimentos, minérios, minerais), biológicas (sangue, urina, cabelo) e industriais (combustíveis, efluentes, ligas). O Professor Adilson era pesquisador 1 A do CNPq e membro da Academia Brasileira de Ciências.
Segundo a Sociedade Brasileira de Química, o professor Adilson era “um dos mais queridos cientistas brasileiros da área de espectrometria atômica e deixa um grande vazio, uma enorme tristeza, e uma saudade que ficará para sempre, deste que é o pai da espectrometria de absorção atômica em forno de grafite no Brasil e o criador do Encontro Nacional de Química Analítica.”

Empreendedor, competente e capaz de iniciativas inovadoras, o professor Adilson deixa saudades na PUC-Rio, na comunidade científica e nos muitos mestres e doutores que formou.

Professora Renata Cantanhede Amarantes. Fotógrafo Antônio Albuquerque. Acervo do Núcleo de Memória.
Professora Renata Cantanhede Amarantes. Fotógrafo Antônio Albuquerque. Acervo do Núcleo de Memória.

Professora Renata Cantanhede Amarantes, do Departamento de Comunicação Social. (20 de novembro de 2012)

A professora Renata lecionava no Departamento de Comunicação Social e era subeditora do Núcleo de Jornalismo Impresso do Projeto Comunicar. Sua morte prematura e imprevista chocou colegas e alunos. Entre as muitas manifestações de pesar recebidas, o Núcleo de Memória selecionou a bela carta aberta enviada pelos ex-estagiários do Projeto Comunicar que trabalharam com ela.

Carta aberta dos ex-estagiários

“A cena era relativamente comum: algum dos estagiários havia conseguido uma vaga em outro lugar “lá fora” e ia se despedir do Jornal da PUC. Todos nós abraçávamos quem ia embora, genuinamente felizes por mais um passo alcançado na carreira do colega iniciante. É inevitável: o mercado costuma absorver com gosto quem passou pelo Projeto Comunicar. Quando esse estagiário resolvia dar tchau às chefes, abraçava uma emocionada Renata Cantanhede, que - não raro - estava com os olhos cheios de água.

“Logo a durona da Renata? Aquela que é tão rígida na hora de cobrar e de exigir o melhor de seus alunos e estagiários? Sim. Ela exigia porque sabia que seríamos capazes de fazer. E se não conseguíssemos, ela vinha para o nosso lado e nos fazia ser capazes. Explicava quantas vezes fossem necessárias. Nunca como chefe, sempre como professora. Aliás, gabaritada professora. Daquelas que explicam o porquê da regra gramatical como uma gramática falante, coisas que só uma Doutora em Letras poderia fazer.

“Muitas vezes ela também foi amiga. Sempre que o trabalho permitia, sentava conosco para rir e fazer piadas. E nas férias escolares, quando o ritmo é bem mais leve, disputava (e quase sempre vencia) as animadas partidas de ‘Perfil’ e ‘Stop’ que a gente organizava.

“As histórias, sua paixão, não ficavam só nos livros que lia e escrevia. Depois do lanche da tarde, chegava manso na redação com sua Coca-Cola e o típico olhar de Renata. Desconfiada e interessada, doida para saber o que os estagiários estavam aprontando. Antes de voltar às notinhas do PUC Urgente, havia tempo para o plágio que descobriu no último trabalho que passou em aula e a desculpa cara de pau do aluno fulano. O fulano, apesar de nossa insistência e para tristeza de todos, nunca tinha o nome revelado.

“Nossas experiências do Jornal da PUC vão nos marcar para sempre. E é indiscutível que as lições da Renata foram fundamentais para isso. Das reuniões de pauta às aulas de português. Na família Comunicar, a Renata era uma irmã mais velha. Jovem há mais tempo, tinha a expertise para nos ensinar os atalhos e ajudar a prevenir os erros. Quando entramos pela porta cinza do 4º andar pela primeira vez, estávamos crus. Saímos preparados para enfrentar os desafios que o mundo real nos apresentava. Talvez fosse essa mudança que a deixasse tão emocionada com a despedida. E agora, que dizemos adeus, nos emocionamos também. Afinal, nos damos conta que para toda nossa vida pessoal e profissional carregaremos um pouco da Renata conosco.”

Professor Klaus Paul Ernest Wagener. Fonte: Jornal da PUC.
Professor Klaus Paul Ernest Wagener. Fonte: Jornal da PUC.

Professor Klaus Paul Ernest Wagener, do Departamento de Química. (5 de dezembro de 2012)

O professor Wagener foi, por longos anos, um dos artífices do Departamento de Química. Dele escreveu o professor Pércio Augusto Mardini Farias, seu colega de Departamento:

Faleceu [...] o pesquisador Biofísico Alemão-Brasileiro, Professor Dr. Klaus Paul Ernest Wagener. O professor Klaus Wagener titulou-se em Física e Físico-Química pela Universidade de Goettingen na Alemanha. Foi pesquisador e chefe do laboratório de Química de Isotopos no Hahn-Meitner Institut em Berlim. Em 1968 tornou-se Diretor do Instituto de Físico Química do Centro de Pesquisas Nucleares (KFA) em Juelich e em 1969 Professor Titular de Biofísica da Universidade Tecnológica de Aachen. Em 1971 fez parte da missão diplomática alemã que visitou o Brasil. Posteriormente se transferiu para o Brasil e por 16 anos até 1999 quando se aposentou foi professor pesquisador do Departamento de Química da PUC-Rio.

“O Dr. Klaus foi um grande colaborador, apreciador e amigo do Pe. Leopoldo Hainberger S.J., fundador do Departamento de Química da PUC-Rio. O Dr Klaus foi um dos primeiros orientadores do programa de Doutorado da pós-graduação do Departamento de Química da PUC-Rio. Foi o orientador do Dr. Henrique Antonio de Salles Andrade, com uma tese de doutorado sobre a poluição e seus efeitos na Lagoa Rodrigo de Freitas do Rio de Janeiro. Na época um importante jornal carioca publicou estes resultados com o comentário ‘Uma solução para a Lagoa Rodrigo de Freitas, sem aterro’. Esta tese é considerada uma das primeiras do Departamento de Química e também do Centro Técnico Científico da PUC-Rio.

“O Dr. Klaus foi também o orientador de vários químicos analíticos que se projetaram nacionalmente e internacionalmente, entre eles, o prof. Dr. Adilson José Curtius e a profa. Dra. Angela de Luca Rebello Wagener, atual Diretora do Departamento de Química, e sua esposa. O casal Klaus e Angela, ambos, professores Titulares do Departamento de Química, contribuíram fortemente para o desenvolvimento e a consolidação em alto nível da Química Analítica do Meio Ambiente no Brasil. Uma das patentes do Dr. Klaus, foi à criação de um ‘Sistema de agitação de fluxo vertical e baixo consumo de energia aplicada em fotobiorreatores para produção industrial de micro algas’.

“O Dr. Klaus sempre dizia que um bom pesquisador precisa de muita imaginação, fantasias e muita cultura, e assim procurava incentivar os novos doutores com temas da Termodinâmica na Físico-Química como ‘O Curso do Tempo é Reversível?’. Um tema onde o Curso Histórico da Ciência tinha um papel central. Infelizmente a Comunidade Científica e a Sociedade Alemã e Brasileira perde um grande Cientista, mas o seu legado de conhecimento já se encontra nas novas gerações de Cientistas Brasileiros.”

Professor Luiz César Povoa. Fotógrafo Weiler Filho. Acervo do Projeto Comunicar.
Professor Luiz César Povoa. Fotógrafo Weiler Filho. Acervo do Projeto Comunicar.

Professor Luiz César Povoa, da Escola Médica de Pós-Graduação. (15 de dezembro de 2012)

Luis César Póvoa, do Centro de Ciências Biológicas e Medicina da PUC-Rio era Professor Emérito da PUC-Rio e Professor Titular da UFRJ; atuava no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, que ajudou a criar; era consultor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e membro titular da Academia Nacional de Medicina. Era também membro de instituições internacionais como a American Endocrine Society e da British Society of Endocrinology. Entre suas publicações, o livro História da Endocrinologia Brasileira ocupa um lugar especial.

Um de seus muitos ex-alunos, o Dr. Rodrigo O. Moreira, publicou no site da Sociedade Brasileira de Diabetes um texto de despedida em que diz lembrar-se do professor Povoa afirmando, em sala de aula na PUC-Rio: “Vou morrer com meus amigos e alunos. Vou morrer junto a tudo o que criei. E acho bom ninguém tentar mudar isso.” De certa forma sua vontade foi cumprida. Partiu cercado por seus amigos, por seus alunos, ex-alunos e após abrir o 41° Encontro Anual do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, evento que lhe era especialmente caro. Tal como queria. Flamenguista apaixonado, foi velado na sede do Clube que era uma de suas grandes paixões.