Centro Técnico Científico (CTC)

Após um ano de boas notícias em 2017, com resultados expressivos na avaliação pela CAPES, que elevou mais dois de nossos programas de Pós-Graduação ao conceito 7 (temos hoje um total de quatro programas com o conceito máximo, enquanto que os demais mantiveram seus conceitos 5 e 6), e em que todos os nossos cursos de Graduação receberam avaliações muito boas do Guia do Estudante, o ano de 2018 apresentou motivos para preocupação com a estabilidade financeira da Universidade.

Houve uma significativa redução do número de alunos de graduação, reflexo do difícil cenário econômico no país. Entre o primeiro semestre de 2017 e o segundo semestre de 2018, o número de alunos de graduação do CTC caiu de cerca de 3.400 para 2.700, uma redução próxima a 20%. Isto se deveu a termos um número bem menor de ingressantes e uma quantidade de alunos formados muito elevada, como resultado de o pico no número de ingressantes ter sido observado entre 2012 e 2014. Também o número total de alunos de graduação da PUC-Rio sofreu importante redução, em percentual semelhante ao do CTC.

Além da adoção de medidas de contenção de despesas, que tem alcance limitado na PUC-Rio considerando a política financeira austera já praticada, será necessária uma revisão dos critérios para a concessão de bolsas de estudo, que atingiram nível recorde. O programa de bolsas é fundamental para garantir a política inclusiva, prezada e praticada pela Universidade, mas se levado a extremos pode ameaçar o equilíbrio financeiro da instituição. Outra medida já adotada foi o lançamento de um programa de demissão incentivada para funcionários, à semelhança do programa de renovação do quadro de professores praticado com grande sucesso ao longo da última década.

Na busca pelo aumento da receita das atividades de ensino teremos que adotar uma política mais agressiva de captação de alunos para os cursos existentes e considerar a criação de novos cursos. Entretanto, a experiência dos últimos anos mostra que a simples criação de novos cursos, no formato e em áreas correlatas às dos cursos atualmente existentes, resulta em canibalização e no consequente aumento de despesas sem a contrapartida desejada de aumento de receitas. Estamos avaliando cuidadosamente o potencial dos cursos de Tecnólogo, cursos de nível superior com menor duração (três anos) e preços diferenciados, que tiveram a regulamentação atualizada pelo MEC e parecem apresentar boa demanda.

As notas mais positivas neste ano difícil foram a manutenção da posição de destaque da Pós-Graduação do CTC entre as grandes universidades do país e o forte crescimento no número e valor dos contratos e convênios de P, D&I com empresas. Esses contratos e convênios foram responsáveis por cerca de 56% do orçamento da PUC-Rio em 2018. Como já mencionado em avaliações anuais anteriores, isto é resultado do trabalho de alta qualidade dos nossos docentes e da gestão eficiente dos programas de Pós-Graduação, refletindo também o cuidado na contratação e no credenciamento dos docentes e a importância das avaliações trienais dos professores do Quadro Principal. Os projetos realizados em parceria com empresas, de convênios de pesquisa aplicada e de contratos de prestação de serviços tecnológicos, garantem a manutenção e a renovação da infraestrutura de pesquisa do Centro nestes tempos em que se observa uma forte diminuição no apoio recebido dos órgãos governamentais de fomento à pesquisa.

Além da questão do equilíbrio financeiro da Universidade, outro importante desafio para os próximos anos diz respeito à modernização do ensino de graduação. Mais do que a simples reformulação dos currículos, o uso de novas tecnologias no ensino, a introdução de ferramentas de apoio ao ensino presencial e a criação de disciplinas semipresenciais, a introdução das chamadas Metodologias de Aprendizagem Ativa passa a ser uma exigência, expressa formalmente nas novas Diretrizes Curriculares Nacionais para Cursos de Engenharia, aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação.

O prazo estabelecido para a adequação dos currículos de cursos de engenharia a estas diretrizes é de três anos. Temos progredido, mas ainda precisamos avançar muito na adoção dessas novas metodologias, mais compatíveis com as necessidades dos profissionais que formaremos para atuar num mercado de trabalho que, muito além do simples domínio de múltiplas técnicas e do conhecimento enciclopédico de conteúdos requer competências amplas e variadas, criatividade e capacidade de inovar.

Prof. Luiz Alencar Reis da Silva Mello
Decano do CTC