Departamento de Biologia (BIO)

O ano de 2017 se caracterizou como o ano de implementação do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, com ingresso por vestibular, e, também, como o início da expressão dos projetos de pesquisa, uma vez que a implantação de um curso na área biológica demanda um grande esforço em adequação de espaços e aporte de equipamentos.

O Espaço Graziela Maciel Barroso ganhou mais dois grandes laboratórios didáticos e sala de acondicionamento de material zoológico para as aulas práticas, além de uma sala de estudo para os alunos em projetos de iniciação científica. Foi um ganho substancial para a distribuição das disciplinas da grade curricular, contudo, teve prazo exíguo para seu aproveitamento pelo departamento.

As vicissitudes da cidade do Rio de Janeiro se expandiram em grande proporção, numa explosão de violência que resultou na saída do curso de sua sede, na Estrada Santa Marinha, vizinha ao Parque Municipal da Cidade e adjacente ao Parque Nacional da Tijuca. Assim, o projeto de expansão e construção de um prédio com salas de aula, acondicionamento do Herbário Friburguense e gabinetes de professores – cujo projeto fora concluído em 2016 em parceria com o Escritório Modelo de Arquitetura da Universidade – foi cancelado para aquele local.

Essa mudança de rumo não impossibilitou a Universidade de ter sucesso na captação de recursos para executar a obra prevista e, assim, obteve a doação de um ex-aluno para a sua construção.

Foram implementadas seis bolsas de iniciação científica, concedidas pela Comissão Geral de Pós-Graduação, de modo a incentivar a pesquisa na Graduação e associar os alunos do curso ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, fomentado pelo CNPq, visto que essas bolsas são restritas aos cursos que possuem programas de Pós-Graduação. No âmbito da Pós-Graduação, o departamento colaborou na execução do curso Paisagismo Ecológico, promovido pelo departamento de Arquitetura e oferecido pela CCE.

No que concerne à Pós-Graduação Strictu Senso, o Grupo de Trabalho dedicado a elaborar o diagnóstico da situação geral dos programas oferecidos, com perfil semelhante ao Grupo de Pesquisa do CNPq e que foi instituído em 2016, continuou seu trabalho. Ocorre que, a implantação da licenciatura e as prioridades que se impuseram para tal, bem como a intranquilidade instalada na logística do alto da Gávea, resultaram na desaceleração das atividades do Grupo, o que não significa uma interrupção nem das discussões a respeito, nem na intenção de trabalhar pela criação da Pós-Graduação.

No momento, quatro professores atuam diretamente na Pós-Graduação: Rejan R. Guedes-Bruni (no Mestrado/Doutorado do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio), Henrique Bastos Rajão Reis e Paula Koeler Lira (no Mestrado Profissional da Escola Nacional de Botânica Tropical - JBRJ) e Richieri Antonio Sartori (Mestrado em Engenharia Urbana e Ambiental, em conjunto com a Faculdade de Arquitetura, Engenharia Civil e Ambiental da Technische Universität Braunschweig, da Alemanha). Os demais professores têm atuado na qualidade de co-orientadores e membros de bancas de avaliação.

O Departamento tem atuado em projetos interdepartamentais, a saber: (1) PIUES, no planejamento e oferecimento de aulas na disciplina Introdução à Biologia, destinada ao atendimento a estudantes de ensino médio que desejam conhecer o curso de Ciências Biológicas da PUC-Rio e ganhar vivência no ambiente universitário; (2) e (3) Projeto de Fernando de Noronha para a SECIRM, em parceria com o DAU, bem como interinstitucionais, a saber: (1) Projeto d’étude sur l’expédition de Glaziou au plateau d’itatiaia en compagnie de la Princesse Isabel à partir de l’herbier constitué à l’occasion, présent aujourd’hui, com o Muséum National d'Histoire Naturelle, Paris; (2) Projeto Taxonomia de Amphinomidae (Polychaeta) com a University of Alaska Anchorage; (3) Projeto Monitoramento da Recuperação de Áreas Degradadas e dos Eventos Tecnológicos em Áreas sob Mineração de Bauxita, Paragominas, Pará, com UFRA/Hydro Paragominas.

O ano de 2017 foi um ano difícil. Uma condição geral partilhada por todo o país, de modo especial pelos cidadãos do estado do Rio de Janeiro e, mais tensionada ainda, pela violência instalada, na cidade do Rio de Janeiro. Trabalhamos com o sistema de apoio à pesquisa, tanto federal como estadual, extremamente fragilizado. Contudo, a exiguidade dos recursos financeiros e a crise de valores morais que caracterizaram o país, em 2017, não foram capazes de arrefecer nossa resistência cidadã. Vimo-nos obrigados a mudar de local de trabalho, mas não de ideais. Seguiremos em nossos propósitos de oferecer o ensino de qualidade e comprometido com a mudança de paradigma que tem colocado a todos em desequilíbrio na sociedade e no ambiente em que habitamos.

Profa. Rejan Rodrigues Guedes-Bruni
Diretora do Departamento de Biologia