A história da Vila dos Diretórios se inicia muito antes da PUC-Rio se instalar na Gávea. As casas que hoje conhecemos como vila foram construídas no início do século XX, época em que a Gávea era um bairro operário. Então chamada de Avenida, termo que caracteriza um tipo de construção geminada com pequenos cômodos, varandas e janelas, serviu como moradia para os trabalhadores das fábricas instaladas em seu entorno. 

A história dessa antiga vila se transformou junto com a da PUC-Rio. Um dos lotes comprados para abrigar o campus Gávea foi o terreno da vila. Após a inauguração do campus Gávea, em 30 de outubro de 1955, as casas passaram a servir também de moradia para os funcionários da Universidade. 

Nos anos 1960 os alunos começaram a utilizar as casas da Vila de forma mais informal. O primeiro diretório acadêmico a ser instalado foi o Centro Acadêmico Eduardo Lustosa (Cael) do curso de Direito, na Casa IV, no início dos anos 1960, que homenageia um dos padres fundadores das Faculdades Católicas. A vila passou a ser conhecida então como Vila dos Diretórios. 

Aos poucos, alguns laboratórios, departamentos, vice-reitorias e serviços da Universidade foram transferidos para as casas.  A partir dos anos 1970, a Vila é ocupada de forma mais intensa pelo corpo discente com atividades políticas e culturais com a realização de peças de teatro, cineclubes, exposições, festas e manifestações políticas.

A memória estudantil também está presente e materializada em duas homenagens a ex-alunos da PUC-Rio nos espaços da Vila. Em 2014 foi plantada uma muda de pau-mulato e uma placa foi instalada no canteiro da casa X em memória a Raul Amaro Nin, ex-aluno do curso de Engenharia Mecânica morto pela ditadura militar em 1971. A segunda aluna homenageada foi a vereadora Marielle Franco, ex-aluna do curso de Ciências Sociais assassinada em 2018. Em 2019, a Vila foi nomeada simbolicamente como Vila dos Diretórios Marielle Franco.

As casas da Vila dos Diretórios atravessaram décadas caracterizadas pelos seus diversos usos. Hoje, a Vila continua sendo um espaço aberto à comunidade e que abriga memórias e histórias das transformações do bairro da Gávea.   

 

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