O Solar Grandjean de Montigny é a edificação mais antiga do campus e um registro singular da arquitetura e da história de uma época em que a Gávea era um arrabalde, em que chácaras e lavouras ocupavam as terras do antigo Engenho de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa e a Mata Atlântica, os manguezais e a extensa laguna cobriam o que agora é cidade.

Nessa vizinhança distante do núcleo urbano o arquiteto Auguste Grandjean de Montigny, expoente da Missão Artística Francesa e da história da arquitetura e do urbanismo do Rio de Janeiro, projetou sua residência na década de 1820. De seu Solar avarandado, Grandjean e sua família avistavam as águas tranquilas da lagoa que margeava sua propriedade – belos jardins, plantações, uma olaria e, em todos esses espaços, homens e mulheres escravizados que tudo cultivavam, produziam e edificavam, incluindo a própria casa senhorial e sua senzala.

Durante mais de um século, o Solar serviu como residência, mesmo após ser tombado pelo SPHAN – atual IPHAN – em 1938. Reconhecido como um dos mais significativos exemplares da arquitetura neoclássica produzida no Brasil, passou por várias restaurações que procuraram restituir seu traçado original. Comprado pela PUC-Rio em 1950, o Solar foi um elemento central na elaboração do projeto do campus universitário e nas negociações para a sua aprovação e realização.

Após a inauguração do campus, em 1955, o Solar sediou a Reitoria e diferentes núcleos de pesquisa até os anos 1980, quando passou a ser o Centro Cultural da PUC-Rio e sede do Projeto Portinari até 2022. Atualmente, como Museu Universitário, promove atividades artísticas e culturais além de oferecer um acervo histórico e uma biblioteca. Visitado por um público diversificado, o Solar insere-se no panorama cultural do Rio de Janeiro e do país ao sediar exposições sobre a arte, a história e a cultura brasileira dos séculos XIX a XXI.

 

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