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Professores

Título Código Dataordem decrescente Descrição
Myrtes de Aguiar Macedo (? - 2012) _

Myrtes de Aguiar Macêdo, formou-se em Serviço Social pela Universidade Estadual da Paraíba, concluiu o mestrado em Serviço Social na PUC-Rio em 1977. Sua dissertação intitulada Reconceptualização do Serviço Social foi publicada em livro e tornou-se uma referência importante no debate sobre o movimento de Reconceituação do Serviço Social na América Latina. Era Doutora em Política Social pela University of Manchester, na Inglaterra, onde foi docente do Programa de Doutorado em Política Social.

Ingressou na PUC-Rio como professora do quadro principal após sua aposentaria na Universidade Federal da Paraíba, e foi Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social em duas ocasiões. No Programa, integrou a Comissão responsável pela criação, em 1997, da revista O Social em Questão, periódico do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social.

A Profa. Myrtes exerceu a função de representante da área de serviço social junto ao CNPq e, na CAPES, integrou a Comissão de Avaliação dos Programas de Pós-Graduação de sua área.

Marcelo Andrade (?-2017) _

(29 de outubro de 2017)

Professor do Departamento de Educação, Marcelo Andrade era Licenciado em Filosofia (1995), Sociologia (1996) e História (1996); Mestre em Educação (2000) e Doutor em Ciências Humanas / Educação (2006) pela PUC-Rio. Realizou o Programa de Doutorado no Exterior - PDSE/CNPq na Universitat de València, Espanha (2005). Marcelo foi Coordenador do Grupo de Estudos sobre Cotidiano, Educação e Culturas (GECEC) e, desde julho de 2016, era vice-decano do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH) da PUC-Rio.

Bolsista do Programa Jovem Cientista (FAPERJ) e de Produtividade em Pesquisa (CNPq), foi também pesquisador associado ao Grupo Iberoamericano de Ética e Filosofía Política (Universitat de València, Espanha); ao Programa Teaching, Learning and Culture (University of Texas at El Paso - EUA) e ao REDISCO: Religions, Discriminations (Université Lyon 2, França).

Foi membro da ONG Novamerica, do Observatório de Educação em Direitos Humanos e do Conselho Diretor do Movimento da Ação da Cidadania. Atuou como professor de ensino fundamental, médio e superior e foi educador popular e pesquisador.  Nas áreas de ensino, pesquisa e extensão, dedicou-se principalmente aos temas: Didática, Ensino e Aprendizagem; Currículo e Multiculturalismo; Educação e Direitos Humanos e Ética Intercultural. Era associado da ANPEd e participou ativamente da Associação. Integrou o Conselho Editorial da Revista Brasileira de Educação, participou dos GTs de Didática e Filosofia da Educação e foi por diversas vezes membro da comissão de eleição da diretoria da ANPEd e Conselho Fiscal.  

A missa de Ressureição do Professor Marcelo Andrade foi rezada pelo Reitor Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. na Igreja do Sagrado Coração de Jesus as PUC-Rio.

Carlos Alberto Teixeira Serra (? - 2013) _

O Professor Serra formou-se em Geografia pela PUC-Rio e trabalhou na Universidade entre 1966 e 2000.

No início de suas atividades docentes, tal como em seu período como aluno de graduação, Geografia e História, ainda que constituindo dois departamentos separados, tinham um único Diretor e uma mesma estrutura administrativa. Por muitos anos Carlos Alberto Serra podia ser visto no quinto andar da Ala Frings, como professor de Geografia Humana, como Coordenador do Curso de Geografia e mais tarde como Diretor dos Departamentos de Geografia e História. Foi colaborador direto do Dr. Fábio Macedo Soares Guimarães quando este exerceu a direção dos dois Departamentos. Também atuou no Decanato do CCS por várias gestões, como Coordenador Setorial de Graduação e como membro da Comissão de Vestibular.

Serra, como era chamado por seus colegas, colaborou também com a PUC-Rio através da participação nos órgãos colegiados do Departamento de Geografia, do CCS, e da Administração Central.

São poucos hoje os professores do Departamento de Geografia que conviveram com o Professor Serra durante o seu longo período como docente da PUC-Rio, mas o livro publicado pelo Núcleo de Memória da PUC-Rio em comemoração dos 70 anos da Universidade estampa, em sua página 117, uma fotografia de 1971, pertencente ao acervo pessoal do funcionário José Paim, de um time de futebol composto por professores e funcionários no qual o Professor Serra, então um jovem de cabelos longos, aparece na primeira fila, à direita da foto, devidamente uniformizado como jogador do time ao lado de outros colegas tais como os Professores Augusto Sampaio, Clóvis Dottori e Ilmar Rohloff de Mattos.

João Batista Libanio S.J. (1932-2014) _

Jesuíta reconhecido internacionalmente por seu profundo conhecimento teológico e por sua ação pastoral, Padre João Batista Libanio S.J. foi um respeitado acadêmico, um dos teólogos da Teologia da Libertação e um dos primeiros professores e diretores do Departamento de Teologia da PUC-Rio.

Formado pela Hochschule Sankt Georgen, em Frankfurt, Alemanha, fez doutorado na Universidade Gregoriana (PUG), de Roma. Foi professor de teologia da PUC-Rio, da PUC Minas Gerais e da UNISINOS, no Rio Grande do Sul, e lecionava na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em Belo Horizonte. Sua vasta produção acadêmica se traduz em 36 livros e mais de uma centena de colaborações em diversas outras obras, além de artigos, colunas, cursos e palestras em congressos e simpósios no Brasil e no mundo. As grandes questões que o motivavam como teólogo e pensador poderiam ser resumidas, como ele mesmo apontava, nas duas palavras que davam nome à linha de pesquisa que coordenava: Fé e contemporaneidade.

Homem de seu tempo, sua morte aos 81 anos, causada por um infarto, em Curitiba, onde coordenava um retiro para professores, surpreendeu a amigos e admiradores. Padre Libanio morava em Minas Gerais e era vigário da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Vespasiano, na Grande Belo Horizonte, onde foi enterrado. Um site dedicado a sua obra reúne textos, homilias, palestras, vídeos e um memorial com contribuições de todos que o admiravam no endereço http://jblibanio.org.br

Trecho do texto em homenagem ao Padre Libanio escrito pela Professora Maria Clara Bingemer, do Departamento de Teologia da PUC-Rio, em artigo publicado no Jornal do Brasil em 06/02/2014:

Libanio querido [...]
Você foi o primeiro de quem ouvi falar em Teologia da Libertação, em opção preferencial pelos pobres, em tudo aquilo que enchia nossos corações de fogo e de desejo enquanto estudávamos teologia. E eu o segui ao longo dessa longa e rica vida, sempre fiel a essa opção e a essa teologia. Vai ser difícil a comunidade teológica brasileira viver sem você. Sem sua mente clara, sua presença sábia, sua crítica pertinente no momento certo, sua inspirada criatividade.

(Departamento de Teologia) (+30 de janeiro de 2014) 

Roberto Cabral de Melo Machado (1942-2021) _

Natural de Pernambuco, teve passagens pela PUC-Rio entre 1971 e 1980, e também pela Universidade Federal de Pernambuco. Roberto Machado deixa, além de uma legião privilegiada de alunos, alunas e colegas, entre outras obras, o livro Danação da Norma: medicina social e constituição da psiquiatria no Brasil (Graal,1978), fruto de uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Medicina Social Hésio Cordeiro (IMS/UERJ), considerado um marco histórico do campo da Saúde Coletiva.

Em nota de pesar, o Departamento de Filosofia do IFCS/UFRJ, assim homenageia o professor, que “uma vez compôs o corpo docente do Departamento e cerrou fileiras de alunos ao seu redor e em suas aulas”:

Roberto Machado é um dos maiores nomes da Filosofia brasileira, tendo publicado vários livros sobre Nietzsche, Deleuze e Foucault, além de ter formado vários professores pelo Brasil. Sua presença transcendeu os muros acadêmicos e se espalhou por toda a intelectualidade criativa da cidade do Rio de Janeiro. Natural de Pernambuco, estabeleceu-se no Rio e fez da UFRJ sua casa. Aqueles e aquelas que tiveram o privilégio de o conhecer pessoalmente sabem que a grandeza do nome é reflexo direto da grandeza do ser humano e do pesquisador que ele foi, com um carisma que transmitia em cada palavra. Que os familiares e amigos possam achar algum conforto na certeza de que seu nome permanecera vivo entre nós.

O IMS/UERJ lamentou profundamente a partida do filósofo e professor, que lecionou no IMS entre 1974 e 1975:

Roberto Machado foi pioneiro no diálogo brasileiro com autores canônicos das Ciências Humanas da segunda metade do século XX, tais como Michel Foucault e Gilles Deleuze, com quem ele estudou. A sua relação com Foucault culminou na vinda do filósofo francês ao IMS em mais de uma oportunidade nos anos 1970.

Nota da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (Anpof):

Das bacantes ao ditirambo, Machado estudou e escreveu sobre Nietzsche, Proust, Deleuze, Foucault, o Trágico. Das teses cotidianas a Dionísio, cada aula, um artigo. Cada conjunto de cursos, livros apareciam. Roberto Machado formou algumas gerações de filósofos e filósofas. Sua ausência será muito sentida. A Filosofia perde um dos seus grandes nomes.

Gabriel Araújo de Lacerda (1939-2020) _

Graduado em Direito pela PUC-Rio (1962), fez mestrado em Harvard (1968) e foi professor do curso de Direito da PUC-Rio no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, convidado pelo prof. Joaquim Falcão para ajudar a estruturar o curso. Foi professor-fundador da Faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas.

Fernando Bastos de Ávila S.J. (1918 - 2010) _

Carioca nascido no ano de 1918 no bairro de Copacabana; jesuíta desde 1935; ordenado sacerdote em 1948; doutor em ciências políticas e sociais pela Universidade de Louvain em 1954 com tese sobre a imigração como experiência de exílio; sociólogo e intelectual de primeira linha no cenário nacional e internacional; membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro desde 1995 e da Academia Brasileira de Letras desde 1997; organizador e coordenador do Departamento de Pastoral da Cultura da Diocese do Rio de Janeiro que promoveu debates entre intelectuais no Sumaré; nomeado pelo Papa João Paulo II para a Pontifícia Comissão Justiça e Paz; fundador em 1967 e diretor do IBRADES – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento -, o Padre Ávila chegou à PUC-Rio em 1954 e aqui trabalhou por muitos anos.

Quando a morte faz com que o Padre Ávila nos deixe na madrugada do dia 6 de novembro de 2010, aos 92 anos, a PUC-Rio sabe que perdeu um de seus professores mais brilhantes; o fundador, em 1954, do Instituto de Estudos Políticos e Sociais que viria a tornar-se a Escola de Sociologia e Política e, mais tarde, o atual Departamento de Ciências Sociais e seu diretor até 1967; o Vice-Reitor da Universidade em 1964; o incansável criador e editor da Revista SPES - Síntese Política, Econômica, Social -; o formador de gerações de sociólogos e cientistas do social; o intelectual de palavra sempre oportuna e escrita sedutora, com 15 livros publicados; o crítico arguto e sensível; o colaborador de tantos anos.  Mas sobretudo a PUC-Rio sabe que o Brasil e o cenário intelectual internacional perderam um homem com um coração do tamanho do mundo, uma inteligência extraordinária, um sentido crítico afiadíssimo e uma imensa sensibilidade social.

Os arquivos do Núcleo de Memória da PUC-Rio guardam fotografias do Padre Ávila.  Guardam também um número especial da Revista PUC-Ciência em homenagem a ele publicado em 1995 e que traz artigos de intelectuais como Helio Jaguaribe, Leandro Konder, Otávio Velho e Luiz Alberto Gómez de Souza; de amigos; de jesuítas e dele próprio.  Guardam ainda uma entrevista gravada em áudio e vídeo e feita por ocasião do cinqüentenário do campus da Gávea em 2005. E o primeiro número da Revista Desigualdade & Diversidade, do Departamento de Sociologia e Política – disponível on line – traz, em texto escrito e em áudio, um depoimento do Padre Ávila sobre sua vida e atuação na PUC-Rio.

Uma coisa é certa.  É um grande privilégio ter a vida do Padre Ávila na história da PUC-Rio.  E ele vai fazer muita falta na Universidade e no mundo.

Em memória do Pe. Ávila

No dia 6 de novembro, fez um ano da morte do Pe. Fernando Bastos de Ávila S.J., ocorrida em Belo Horizonte.

Jesuíta, padre, doutor em Sociologia, professor, pesquisador, escritor e o melhor amigo de centenas de pessoas que o conheceram. Não vou me estender sobre sua produção intelectual, nem sobre suas múltiplas atividades como professor e conferencista, tão pouco sobre a influência que teve, com seus livros e artigos, sobre a formação e a atuação da juventude cristã e dos partidos políticos de centro-esquerda, no Brasil, entre os anos de 1960 e 2000. Quero me restringir ao aspecto do sacerdote, sábio e humano, que a todos encantava com suas palavras, fina ironia, escritos belíssimos e, acima de tudo com seu sorriso e olhar – "o espelho da alma". Cada interlocutor tinha a absoluta certeza de que no momento em que conversava com o Pe. Ávila, sobre quaisquer assuntos, era apenas ele que existia para aquele padre, que concentrava toda a sua atenção e interesse em quem o procurava. Seu olhar impossível de descrever, sua expressão facial refletia empatia, interesse, expectativa, compreensão, espanto, total atenção, amor, alegria e tristeza. E quando sorria – sorria falando - então seu rosto era todo amizade e acolhimento, imagem do puro prazer do convívio.

Possuidor de perfeita lógica de raciocínio, exímio operador dos conceitos da filosofia, sabia explicar, induzir seus alunos e amigos em direção ao prazer da conquista de conhecimentos. Um sábio que percorria, com desenvoltura, a sociologia, a história, a antropologia, a psicologia, a teologia, os temas mais variados do seu tempo que acompanhava pela leitura e pelo diálogo permanente, numa prática acadêmica e de companheirismo em mais de meio século de pertinaz testemunho de serviço e de amor ao próximo.

Sacerdote que com carinho falava de Jesus e de Nossa Senhora com pessoas de todas as idades e das mais diversas formações intelectuais. O mistério de Deus deixava de ser mistério e a graça do Amor Divino perpassava o encontro com a tranqüilidade que a todos seduzia e encantava, criando as condições próprias para a conversão e a oração. Quando, nas missas, consagrava o pão e o vinho transfigurava-se em imagem de humilde e respeitosa comunhão com o sagrado e, então, o som do seu "est", como a veemência da voz de arauto fiel, proclamando a glória do Redentor e a certeza da Eucaristia, era ouvido por todos com total emoção de convencimento do ato central da fé católica, que ali se presenciava. Para quem era por ele atendido, em suas aflições existenciais, significava a certeza de receber o esperado abraço, a compreensão e a companhia amiga, também já angustiado com o problema que lhe estava sendo apresentado.

Mas não o provocassem, pois a reação viril e apologeticamente arrasadora se fazia sentir na hora. Percebia, no mesmo instante, uma maldade embutida num gesto ou numa palavra e isto não admitia – honestidade nas relações que estabelecia era o pressuposto da sua vida. Depois se arrependia e não se aquietava enquanto não pedia desculpas ao interlocutor aturdido pela contundência da resposta que recebera, como resultado da ousadia que cometera.

Adorava seus muitos amigos e amigas. Falava da política, das novidades da sociedade, do esporte, da musica – enternecia-se com a letra do "Chão de Estrelas" e cantava muito afinado – "... tu pisavas nos astros distraída..." para logo em seguida reger Carmina Burana ou ficar com os olhos marejados de lagrimas emocionadas com a Sinfonia a Kreutzer e dizia: "que diálogo extraordinário..."

Convivi com o Pe. Ávila por meio século. Foi meu mestre e amigo - me apresentava dizendo com imenso carinho – (lembranças que me enchem de emoção e imensas saudades), "o filho que não tive..."

Estou cada vez mais sozinho com o desaparecimento de queridas amigas e amigos. Restam, cada vez mais, as lembranças. Numa das ultimas visitas me disse baixinho e emocionado: "neste estado em que me encontro é mais fácil ficar calado rezando..., me preparando para o grande e definitivo encontro...".

Sorrindo, com os olhos brilhando de alegria, partiu para a experiência definitiva da eternidade que dizia ser, com convicção contagiante: "a incomensurável felicidade da contemplação de Deus na sua plenitude instantânea".

Prof. Eurico de Andrade Neves Borba
ex-aluno do Pe. Ávila
ex-Vice-Reitor de Desenvolvimento da PUC-Rio

 

Audir Bastos Filho (1951-2018) _

(26 de março de 2018)

Professor, advogado, psicomotricista, consultor de diferentes escolas no Brasil e no exterior, o especialista em educação infantil Audir Bastos Filho era pesquisador do Núcleo de Estudos e Ação sobre o Menor (NEAM) da PUC-Rio. Colaborou com o NEAM por mais de 30 anos.

No NEAM, não lhe cabiam os títulos, mas, sim, seu jeito alegre e irreverente de ser, sempre contribuindo para formação de todos aqueles que com ele conviviam. Mesmo em todos os momentos difíceis ele conseguia estampar um sorriso no rosto e alegrar a todos. Audir vai nos fazer muita falta.

Nota do Núcleo de Estudos e Ação sobre o Menor - NEAM/PUC-Rio

 

 

Verônica Rodrigues (1957 - 2012) _

A Profa. Verônica era graduada em Arquitetura e Urbanismo pelo Instituto Metodista Bennett (1983) e mestre em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2006). Foi consultora do projeto de criação do curso de Arquitetura em 2001 e desde 2002 atuava como professora da Universidade.

Seu pai, o arquiteto Sergio Rodrigues, de quem era sócia no escritório Sergio Rodrigues Design e Móveis, disse ao Jornal da PUC que desde pequena Verônica demonstrou interesse por arquitetura, frequentava sua loja de design e o auxiliava a arrumar os móveis dispostos na varanda do apartamento onde moravam. Dizia que gostava de morar numa casa diferente das demais.

Para o Prof. Fernando Betim, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, “Verônica tinha sensibilidade em relação ao ensino. Lançava um olhar humanista em disciplinas mais formais e trazia a simplicidade. Ela tinha uma técnica muito apurada e sabia traduzir isso para a sala de aula. Sua doçura, competência e amizade foram marcas fundamentadoras da construção do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio.”

O Jornal da PUC apurou que “Verônica era apreciadora de música brasileira e de cinema, gostava de cozinhar e de cantar e participava de coros familiares. Leitora voraz, fazia doutorado em Letras pela PUC-Rio e em sua tese buscava associar a personalidade dos personagens de ficção ao interior de ambientes descritos nas obras. Verônica faleceu de câncer no dia 13 de março, dois dias antes de seu aniversário, aos 55 anos. Deixou duas filhas, uma designer e outra estudante de arquitetura.”

Eduardo Marco Modiano (1952-2017) _

(07 de dezembro de 2017)

O Professor Eduardo Modiano foi aluno do curso de Engenharia da PUC-Rio entre 1970 e 1973 e professor do Departamento de Economia entre 1979 e 1984. Presidiu o BNDES entre 1990 e 1992 e integrou a comissão diretora do Programa Nacional de Desestatização, que iniciou o processo de privatização das empresas estatais no país.

Filho de um empresário, Eduardo Modiano dedicou-se inicialmente à vida acadêmica. Graduado em Engenharia de Processos pela PUC-Rio, em Administração, pela Fundação Getúlio Vargas e em economia pela Universidade Candido Mendes, obteve o título de PhD em economia pelo MIT, nos Estados Unidos.

Após a saída da presidência do BNDES, ocupou vários cargos de direção em empresas privadas. É autor dos livros Da inflação ao cruzado: a política econômica do primeiro ano da nova república (1986) e Inflação: inércia e conflito (1988)

Modiano fez parte ativa da geração de economistas da PUC-Rio que, no início da década de 1980, debatiam e modelavam teorias que embasaram medidas contra a crescente inflação brasileira, estruturando teoria e prática para a os planos que se seguiram e preparando o caminho para o Plano Real.

Anamaria de Moraes (1942 - 2012) _

A nota do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio com a comunicação da morte da professora Anamaria, ocorrida durante um Congresso de sua área de pesquisa, comoveu a todos:

“É com pesar que comunicamos o falecimento de nossa grande mestra Anamaria de Moraes. Titular da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, lotada no Departamento de Artes & Design, a Doutora Anamaria de Moraes fez sua graduação em História na Universidade Federal do Rio de Janeiro e em Desenho Industrial na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

“Obteve seu título de mestre em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorou-se em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com especialização em Ergonomia pela Fundação Getúlio Vargas, foi docente da Universidade da Cidade e da ESDI-UERJ. Foi colaboradora de diversas instituições de ensino superior, dentre as quais a Universidade Federal de Pernambuco, Universidade do Estado da Bahia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade Estadual Paulista-Campus Bauru.

“Foi Bolsista de Pesquisa do CNPq e Coordenadora da Área de Arquitetura, Urbanismo e Design do Comitê Assessor da CAPES.

“A Doutora Anamaria notabilizou-se pela atuação em Ergonomia, com ênfase em Ergodesign e Usabilidade. Teve participação ativa em vários órgãos científicos, entre eles a AEND-Brasil - Associação de Ensino/Pesquisa de Nível Superior em Design do Brasil e a ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia.

“Foi uma das mentoras na criação de periódicos em Design como a Revista Estudos em Design. Esteve à frente de organismos científicos ligados ao Design, como o P&D e a ERGODESIGN e USIHC.

“Recebeu muitas homenagens em sua vida acadêmica, entre elas, o troféu de melhor docente da área de Ergonomia pela Universidade Estadual Paulista. Foi homenageada no 6º Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade, Design de Interfaces e Interação Homem-computador pela Universidade de Bauru. Foi também homenageada pela IEA Fellows, IEA - Internacional Ergonomics Association. Em 2011 recebeu uma homenagem especial no VI Congresso Internacional de Pesquisa em Design - CIPED, em Lisboa.

“A professora Anamaria de Moraes faleceu no Recife durante a realização da 11ª edição do ERGODESIGN e USIHC.

“Os docentes, funcionários e alunos do Departamento de Artes & Design da PUC-Rio prestam aqui a homenagem à sua grande mestra, que foi um exemplo de sabedoria, energia e perseverança na luta pelas conquistas acadêmicas do Design e na superação dos desafios impostos por dificuldades de saúde. Anamaria de Moraes foi uma estudiosa exemplar que nos deixa muitos ensinamentos.”

Antonio Duro Ferreira (1943-2014) _

Formado pela Escola Nacional de Educação Física, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1965, elaborou e implantou neste mesmo ano o projeto de educação física da PUC-Rio. Foi criador também da Coordenação de Educação Física da Universidade, que liderou por vinte anos.

O Professor Antonio Duro Ferreira fez pós-graduação em Administração Esportiva, de 1971 a 1972, na Alemanha. Em parceria com o IAG, em 1978, organizou na PUC-Rio o Curso de Administração de Entidades Esportivas, então único no país. Foi um dos precursores no Brasil em ações voltadas para a importância da administração profissional dos clubes de futebol.

Participante ativo do dia a dia da Universidade, foi também assessor de quatro Vice-Reitores Comunitários, entre eles o atual Vice-Reitor, Professor Augusto Sampaio. Ferreira foi presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e coordenou a Comissão Disciplinar da PUC-Rio.

O Professor Renato Callado Ferreira, atual coordenador de Educação Física e Esportes e de Atividades Estudantis da Universidade, filho do Professor Antonio Ferreira, relatou ao Jornal da PUC a paixão do pai, falecido aos 71 anos, por todos os esportes e por suas atividades com alunos e colegas da PUC-Rio.

(Vice-Reitoria Comunitária) (+19 de fevereiro de 2014) 

Maria Cândida Rocha Diaz Bordenave (1929-2021) _

Foi com muito pesar que a PUC-Rio despediu-se de sua professora Maria Cândida Rocha Diaz Bordenave, ex-diretora do Departamento de Letras e fundadora do primeiro curso de Tradução da Universidade, considerado até hoje um dos melhores do país. Maria Cândida foi casada com Juan Bordenave, com quem teve seis filhos.

Nota do Diretor do Departamento de Letras, prof. Alexandre Montaury Baptista Coutinho:

A sua passagem pela Universidade enriqueceu a vida de cada um que, tocado pela sua humanidade luminosa e pela sua presença magnética, teve o privilégio de com ela conviver. O legado que deixa é imenso e decisivo para o que somos e para o que seremos.

Mensagem da profa. Margarida de Souza Neves, do Núcleo de Memória da PUC-Rio:

Muito triste com a notícia da morte de Cândida Bordenave, ela e Juan amigos muito queridos e exemplos de vida e de luta por um mundo melhor e mais justo.  A PUC-Rio deve muito à Cândida, não só pelo muito que fez no Departamento de Letras, na ADPUC e em todos os espaços da Universidade, mas principalmente pelo que ela é. Obrigada, Cândida.

Marcos Vinício Miranda Vieira (1968-2020) _

O prof. pe. Marcos Vinicio Miranda Vieira, coordenador da Cultura Religiosa na PUC-Rio, faleceu por Covid-19. Formado em Filosofia pela PUC de Minas Gerais e em Teologia pelo Instituto São Tomás de Aquino, ambos em Belo Horizonte, fez, bacharelado em Teologia na Pontifícia Universidade Salesiana, em Roma. Cursou ainda graduação em Psicologia e mestrado em Teologia pela PUC-Rio. Em 2000, recebeu o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro. Tinha 52 anos e trabalhava na PUC-Rio desde 1997.

O padre Marcos Vinício estava à frente da Paróquia São João Batista, em Rio das Pedras, desde o dia 21 de junho de 2011, quando foi erigida por Dom Orani. A paróquia está situada na região de Jacarepaguá, marcada com muitas diferenças sociais. Empenhado na formação da comunidade paroquial, construiu o prédio da atual paróquia, em diversas etapas, com vários andares, para acolher os fiéis distribuídos nas dezenas de pastorais e movimentos existentes.

Fortaleceu as duas capelas que já existiam na região, fundou a Capela São Nicola e Santa Rita, na Areinha, e tinha dado início à comunidade São Jorge, no Jardim Clarice. No seu árduo trabalho pastoral, tudo fazia para promover e ajudar os mais pobres, com cursos, auxílio emergencial, atendimentos na área médica, psicológica e creches. Também se preocupou com a questão ambiental e com as missões populares. Outra marca de seu pastoreio foi a formação das crianças e jovens, razão pela qual a paróquia tinha na Iniciação Cristã, quando ele faleceu, em torno de 1.200 catequizandos.

O Cardeal Orani João Tempesta, O. Cist., Chanceler da PUC-Rio, que celebrou missa de corpo presente na capela Nossa Senhora da Conceição, no Palácio São Joaquim, na Glória, disse sobre o pe. Marcos:

Agradecemos a vida e a disponibilidade do padre Marcos Vinício, e o colocamos nas mãos de Deus para que acolha, na eternidade, esse bravo guerreiro, um homem de Deus, que muito fez pela Igreja.

Nota do Reitor da PUC-Rio, pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J.:

Padre Marcos Vinício foi arrebatado em direção à eternidade no domingo, dia do Senhor, levando à presença de Deus toda a sua história, construída com alegria, espirito missionário, vigor apostólico e amor incondicional aos mais pobres. Seu trabalho como pároco, em Rio das Pedras, será sempre lembrado por aquela comunidade, pois todos reconhecem o quanto ele era querido e admirado pelo povo de Deus.

Sua memória na PUC-Rio nunca será esquecida pela dedicação à CRE, os eventos interdepartamentais, as atividades com os alunos e professores, as parcerias com o Núcleo do Meio Ambiente (NIMA) e a Pastoral Universitária. Sua simplicidade mineira, seu coração generoso, seu entusiasmo apostólico e o apreço pela PUC-Rio são traços de alguém que viveu pouco, mas o suficiente para deixar um legado que não esqueceremos.

Paulo de Assis Ribeiro (1906 - 1974) _

Há 43 anos, o processo de institucionalização da Pós-Graduação em Educação deu-se na PUC-Rio através da estratégia política de se iniciar um curso "lato-sensu" de Especialização; a fim de se consolidar paulatinamente seus quadros docentes e sua proposta curricular; com a gênese mais à frente do curso de Mestrado. Com efeito, em abril de 1965, o Diretor da Faculdade de Filosofia, o jesuíta húngaro Pe. Antonius Benkö, que era também consultor do MEC, articula um convênio com a Diretoria do Ensino Secundário e a CADES (Campanha de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Secundário) para promoção do Curso de Especialização em Planejamento da Educação Brasileira.

Naquele momento, o contexto político-ideológico de uma Especialização em Planejamento Educacional era bastante conflituoso. De um lado, no âmbito do INEP / MEC predominava o "Social Demand Approach" da UNESCO e de sua Missão Técnica no Brasil, propondo uma política descentralizada, a partir dos CEOSEs (Colóquios Estaduais de Organização do Sistema de Ensino). De outro lado, o viés econômico do "Manpower Approach" predominava no recém-criado IPEA - Instituto de Planejamento Econômico Aplicado/ MINIPLAN - considerando-se a área educacional como um substrato da economia. Embora tendendo mais à abordagem da UNESCO e do INEP, o Curso de Especialização em Educação da PUC-Rio agregou igualmente aportes da Economia da Educação, através de dois consultores da CAPES: José Zacharias Sá Carvalho e Paulo Horta Novaes (este também vinculado à PUC, criador do IAG e assessor da Reitoria,), além do economista Isaac Kerstenetizty, da FVG mas também docente na PUC. Mas foi Paulo de Assis Ribeiro quem melhor promoveu os diálogos entre as abordagens sócio-demográficas e econômico-financeiras na área de Planejamento Educacional no Mestrado da PUC-Rio. Com efeito, o papel central de Paulo de Assis Ribeiro no incipiente Mestrado em Educação consolidou-se por sua estreita vinculação à Reitoria da PUC, para quem elaborara em 1963 o diagnóstico técnico "Reforma das Estruturas da PUC-Rio", e se materializou mais ainda em 1969-1970, através do "Plano Diretor da Reforma da PUC-Rio", inclusive agregando diversos pós-graduandos do incipiente programa de Mestrado.

Três memórias sobre Paulo de Assis Ribeiro *: do congresso estudantil em 1963; aos impactos do Ato Institucional nº 5 na PUC; e à coordenação da área de Planejamento Educacional em 1970.

1 - Minha primeira memória de Paulo de Assis Ribeiro deu-se no incandescente período político de 1962-1963, como presidente do Diretório Acadêmico Jackson Figueiredo, da Faculdade de Filosofia da PUC. No início de 1963, programávamos a "Semana Social sobre a Realidade Brasileira", fervilhante programação de debates que lotava o antigo ginásio esportivo da PUC. Uma equipe de representantes dos Diretórios Acadêmicos da PUC reuniu-se com Assis Ribeiro, em sua casa em Botafogo. Mas "o que é a realidade brasileira?" insistia sempre . Ai, a cada resposta cheia de certezas dada pelos dirigentes estudantis, como que maiêuticamente Assis Ribeiro retrucava com uma bateria de dados estatísticos sobre a economia, a geografia, a educação, etc, diagnosticando, a partir de suas densas bases empíricas, complexas equações envolvendo tantas outras facetas e implicações, muito além das nossas sumárias interpretações político-ideológicas. Este primeiro diálogo, iniciado às 20 horas de um dia, teve a duração de seis horas de dúvidas e questionamentos. Marcou indelevelmente a figura do intelectual que foi Assis Ribeiro. Antes de ingressar como docente na PUC em 1965, acompanhei, através da revista SPES: Síntese Política, Econômica e Social, da PUC-Rio, diversos estudos de Assis Ribeiro na equipe coordenada pelo sociólogo jesuíta Fernando Bastos de Ávila, mentor de iniciativas sobre o Solidarismo no Brasil, como uma possível terceira via brasileira entre o Capitalismo e o Socialismo.

2 - Minha segunda memória de Assis Ribeiro dá-se sobre seu papel na formulação do Plano Diretor da PUC-Rio em 1968-1970, e as estreitas vinculações que tivemos seja como Diretor do recém-criado Departamento de Educação, em especial pela integração de três jovens docentes da Pedagogia - Ana Waleska, Rosina e Stella - na equipe de Planejamento do Plano Diretor, seja pela sua crescente importância como o principal professor da área de Planejamento Educacional no Mestrado. Apesar de suas inúmeras ocupações, as aulas de Assis Ribeiro eram calcadas em apostilas escritas previamente, e que constituíram um importante acervo de material técnico submetido ao CNPq e ao Conselho Federal de Educação em 1970, no processo de credenciamento do primeiro Mestrado em Educação no Brasil. Entretanto, será nos primeiros meses de 1969, em função dos impactos provocados pelo Ato Institucional nº 5, de 13 / 12 / 1968, que a figura humana de Assis Ribeiro fica profundamente marcada em minha memória. Diversos dirigentes do Centro Técnico Científico da PUC, também docentes do Instituto Militar de Engenharia (IME) levaram ao Conselho Universitário a moção de que a PUC-Rio, por ser beneficiária de recursos federais do MEC, CNPq, FINEP, etc, deveria cumprir o artigo 6º do AI 5, suspendendo os contratos de docentes e pesquisadores que já haviam sido previamente punidos em suas estabilidade e vitaliciedade na UFRJ. Foi um sessão memorável do Conselho Universitário, no qual era o representante docente eleito pelo CTCH. Diante de tamanha tensão político-ideológica nos debates entre os integrantes do Conselho Universitário, o então Reitor - Padre Laércio Dias de Moura, que gabava ser "um genuíno representante político do PSD mineiro" - tenta evitar a ebulição completa no Conselho Universitário, promovendo uma pausa para café. A suspensão da reunião apenas acirrou mais ainda os ânimos dos conselheiros. Neste momento, procuro o Prof. Paulo de Assis Ribeiro, que em seguida falaria sobre o projeto do Plano Diretor da PUC, instando-o a opor-se ao voto de censura dos favoráveis à aplicação do AI 5 na PUC. Neste ato, Assis Ribeiro respondeu-me: "Professor, meu pai era diretor da Rede Ferroviária Nacional no Governo Getúlio Vargas, quando o Presidente Vargas orientou-o a afastar um técnico, por motivação política. Meu pai, sim, é quem se demitiu. Igualmente, eu me afastarei da PUC, se for aprovada a aplicação aqui do AI - 5".
Quando a sessão do Conselho Universitário é retomada, Assis Ribeiro inicia a sua exposição sobre o Plano Diretor usando o retroprojetor para reproduzir na tela um foco enorme de luz, e comentar: "a Doutrina Social da Igreja é como este foco de luz: há posições mais centrais, mais à esquerda e à direita; acima ou abaixo. Entretanto, desde que esteja dentro deste foco de luz, está de acordo com a DSI. Não há, portanto, condição de se afastar um professo e pesquisador da PUC por razões do Ai - 5, sempre que suas opções políticas se coloquem dentro do foco abrangente da Doutrina Social da Igreja". Em minha vida profissional, foi um dos momentos mais marcantes de uma personalidade que aprendi a admirar.

3 - Minha terceira memória sobre Paulo de Assis Ribeiro ocorre em 1970, quando uma equipe bastante politizada de mestrandos se opõe à linha de Planejamento da Educação desenvolvida pelo mestre, a partir de sua leitura bastante técnica das articulações entre as abordagens "Social Demand Approach" de bases sócio-demográficas, e "Manpower Approach" articulada às concepções de formação de recursos humanos.
Vivíamos então a plena efervescência do movimento estudantil desencadeado em 1968, pela passeata dos 100 mil em protesto às invasões dos "campi" universitários (apenas o campus da PUC sofrera três invasões do PARASAR), e ao incipiente pensamento marxista no mundo acadêmico através da Teoria da Dependência. O núcleo mais politizado dos mestrandos da área de Planejamento Educacional questionava a orientação técnico-metodológica de planejamento desenvolvida por Assis Ribeiro. Em nossos diálogos no segundo semestre de 1970 - ele como docente, eu como coordenador de estudos da área de Planejamento - lembrava-me dos primeiros diálogos tidos com Assis Ribeiro em 1963: quão complexa é a equação da assim chamada "realidade brasileira", e como responder a esses diagnósticos e proposições através do planejamento educacional, face à urgência dos pós-graduandos por reformas estruturais aqui e agora no Brasil. Mas lá estava o pesquisador socioeconômico, buscando bases mais sólidas de alternativas embasadas em conhecimentos mais objetivados. Lá estava Assis Ribeiro, um "guru" da Terceira Via, do Solidarismo, um desenvolvimentista da cepa de Celso Furtado, amparado por um corpo de conhecimentos científicos não redutíveis a fórmulas ideológicas simplificadoras, mas buscando sempre uma sólida empiria para o desenvolvimento do planejamento educacional.
Sem dúvida, Assis Ribeiro foi um grande mestre!
A ele devemos um sólido desencadear da área de Planejamento Educacional no Mestrado de Educação, tanto quanto a própria PUC-Rio muito lhe deve pela formulação do I Plano Diretor da Universidade desenvolvido entre 1968-1970.

Prof. José Carmello Braz de Carvalho
Departamento de Educação
Setembro de 2007
 
 
* Como referência biográfica sobre Paulo de Assis Ribeiro, pode-se consultar "Apontamentos sobre a Vida e a Obra de uma Apóstolo do Humanismo e da Cultura" , de C. J. de Assis Ribeiro. Rio: 1975, Edit IBGE, 249 p.

Elizabeth Bastos Grandmasson Chaves (1961-2018) _

(29 de março de 2018)

Graduada em Comunicação Visual pela UFRJ, em 1985, com Mestrado em Design pela PUC-Rio (2015), a Profa. Elizabeth Grandmasson lecionou nesta Universidade desde 1996 e coordenou o Escritório Modelo de Design durante dez anos.

Uma homenagem de todos os alunos, professores e funcionários que tivemos o privilégio de conviver com a querida Bebeth Grandmasson, contribuindo, com sua alegria, seu conhecimento e humor para a formação profissional de tantos alunos que por aqui passaram.

À Bebeth, nosso carinho e recordação.

Homenagem dos alunos do Escritório Modelo (EMoD)

 

 

Maria Helena Novaes Mira (1926 - 2012) _

A Profa. Maria Helena Novaes Mira, falecida no dia 17/09/2012, além de professora e pesquisadora reconhecida em todo o meio acadêmico era uma pessoa muito querida por todos aqueles que tiveram a sorte de conhecê-la mais de perto.

Maria Helena era professora emérita do Departamento de Psicologia e contribuía ativamente com o NEAM (Núcleo de Estudos e Ação sobre o Menor).

Inúmeros professores, ex-alunos, diretores de Departamentos do CTCH e de outros Centros manifestaram seu pesar ao saber da morte da professora Maria Helena, todos eles sublinhando sua competência profissional, sua presença marcante na vida da Universidade, sua importância na área de Psicologia e sua cordialidade e elegância.

A seu respeito afirmou o Reitor da PUC-Rio, Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. em mensagem divulgada pela rede:

“O Reitor e a Comunidade Educativa da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro manifestam solidariedade aos familiares e amigos pelo falecimento da querida Professora, Pesquisadora e Emérita Maria Helena Novaes Mira, que sempre marcou esta Universidade com sua participação na vida acadêmica e no cotidiano desta Casa.
"Peço a Deus nosso Senhor para que a acolha na sua misericórdia e conforte a família na fé e na esperança.”

O Prof. Paulo Fernando Carneiro de Andrade, Decano do CTCH, Centro no qual se inscreve o Departamento de Psicologia, assim se manifestou:

“Em nome de todo o CTCH apresento minhas condolências à família e aos amigos da saudosa professora Maria Helena. Professora de grande relevo por seu conhecimento, dedicação e elegância foi sempre para toda a Universidade fonte de inspiração.”

Por sua vez, o Prof. Luiz da Silva Mello, Decano do CTC, escreveu:

“Em nome do CTC expresso nosso pesar pelo falecimento da professora Maria Helena Novaes Mira. Pessoalmente tive algumas oportunidades de interagir com ela quando na CCPA, poucas mas suficientes para admirar sua inteligência, entusiasmo e dedicação ao ensino, à pesquisa e à PUC-Rio.”

Em artigo publicado em na Revista Psicologia Escolar e Educacional (Campinas: Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional) em junho de 2008 a professora Eunice Maria Lima Soriano de Alencar, da Universidade Católica de Brasília, afirma que Maria Helena Novaes é um dos três pioneiros brasileiros no campo da psicologia escolar. Seu reconhecimento na área, já desde muitos anos, não se limitavam portanto à admiração de seus colegas, alunos e ex-alunos da PUC-Rio.

Veja aqui a página sobre Maria Helena Novaes no site do CNPq.

Veja aqui a matéria no Jornal da PUC.

Juan Antonio Ruiz de Gopegui Santoyo S.J. (1928-2022) _

O Pe. Juan Gopegui S.J. (06/08/1928-10/01/2022) foi professor de Teologia Dogmática da PUC-Rio entre 1978 e 1981. Graduou-se em Filosofia pelo Colégio Anchieta (1955) e pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira e, em Teologia, pelo West Baden College (1962), em Indiana (EUA). Concluiu o mestrado em Teologia pela Universidad de Deusto (1963), na Espanha, e o doutorado pela Pontificia Universidade Gregoriana (1977), em Roma. Desenvolveu um longo e profícuo trabalho nas áreas de catequese e evangelização. Foi vice-diretor do Instituto Superior de Pastoral Catequética de Belo Horizonte (1966); reitor do Colégio Loyola, Belo Horizonte (1967-1970); vice-reitor do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, em Roma (1975-1977); professor de Catequética e História da Salvação no Instituto Superior de Pastoral Catequética (ISPAC); professor de Cultura Religiosa na FASP; professor de Teologia Pastoral no Instituto Pio XI; professor de Teologia Dogmática na Faculdade de Teologia da PUC-Rio (1978-1981); professor titular de Teologia Sistemática no Centro de Estudos Superiores - CES, atual Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (1982-2003); Coordenador da Pastoral da Juventude no Instituto Pastoral da CNBB Leste 2 (1967-1968); Membro do Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Belo Horizonte e da Comissão Arquidiocesana da Pastoral da Juventude (1968-1970). Publicou inúmeras obras sobre catequese.

Em nota de pesar pelo falecimento do Pe. Juan Antonio Ruiz de Gopegui Santoyo S.J., assim se manifestou a Província dos Jesuítas do Brasil:

É com profundo pesar que a Província dos Jesuítas do Brasil informa o falecimento do Pe. Juan Antonio Ruiz de Gopegui Santoyo S.J., aos 93 anos, ocorrido na tarde desta segunda-feira (10/01), em Belo Horizonte. O sacerdote completaria 75 anos de Companhia de Jesus em 20 de setembro de 2022.

Nascido em Palência, Espanha, Pe. Gopegui chegou ao Brasil em 1952. Ao longo de sua missão, desempenhou as funções de coordenador do Departamento de Pastoral do Colégio Loyola em Belo Horizonte, consultor, admonitor, coordenador, vice-provincial interino, ministro, orientador espiritual, vice-reitor do Colégio Pio Brasileiro em Roma, Itália, professor, superior e vigário em várias regiões do país.

Pe. Gopegui era conhecido por ser uma pessoa muito rica em valores humanos. Possuía sensibilidade artística, discernimento e critérios, principalmente sobre a atuação pastoral e presença da Igreja no campo da evangelização.

Nos últimos tempos, vivia na Comunidade de Saúde e Bem-Estar Irmão Luciano Brandão, onde cuidava de sua saúde e orava pela Igreja e pela Companhia de Jesus.

 

 

Dionísio Dias Carneiro (1945 - 2010) _

As notícias na imprensa destacam a importância do Professor Dionísio para a área acadêmica da Economia, para a história da economia brasileira e destacam como um de seus traços mais marcantes ter sido um grande professor, formador de gerações, como destaca Miriam Leitão em O Globo de 30 de julho de 2010.

Seus amigos sabem que Dionísio vai fazer muita falta como profissional exemplar e como uma pessoa muito rara por suas muitas qualidades, entre elas seu bom humor, sua inteligência e uma extraordinária coragem nos momentos duros que a vida não lhe poupou.

A PUC-Rio se sente honrada por tê-lo tido, ao longo de tantos anos, em seus quadros docentes.

Veja aqui a matéria publicada no Portal PUC-Rio Digital em 30/07/2010.

Leia aqui o depoimento do Professor Dionísio ao CPDOC/FGV.

Em 2013 foi lançado livro em homenagem a Dionísio.

Veja abaixo (Arquivo) o texto do Professor Rogério Furquim Werneck, do Departamento de Economia da PUC-Rio, publicado na página Opinião do jornal O Globo, 06/08/2010, p. 6.

Alexandre Gabriel Christo (1980-2014) _

O professor Alexandre Gabriel Christo, nascido em Vila Velha, Espírito Santo, era formado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2006), com mestrado em Etnobotânica pela Escola Nacional de Botânica Tropical, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e iria defender a sua tese de doutorado – um estudo de Etnoecologia e processos de domesticação de ora-pro-nobis, um cacto de alto valor proteico e de uso difundido desde o Brasil Colônia – em fevereiro de 2014, mas, antes disso, foi internado e veio a falecer. (Departamento de Biologia) (+ 1 de março de 2014)

A Professora Rejan Guedes-Bruni, Diretora do Departamento de Biologia da PUC-Rio, registrou sua tristeza pela perda do amigo e profissional:

Sua habilidade com os números e grande capacidade de trabalho, aliados à vocação didática e sensibilidade no trato com as pessoas, fez com que rapidamente Christo colaborasse com diferentes grupos de pesquisa na UERJ, CPDA-UFRRJ, Laboratório de Produtos Florestais-MMA, UFES, UVV e, mais recentemente, com o Departamento de Química da PUC-Rio.

Era dedicado a seus alunos e a eles despendia horas de espera, na sala de professores, para lhes prestar ajuda com as quatro disciplinas que oferecia: desejava que os números fossem tão encantadores quanto os animais e plantas.

Retornou à presença de Deus no sábado de carnaval, primeiro de março, justo no dia de seu bloco preferido das ladeiras de Santa Teresa: Céu na Terra. Que benção para nós, seus professores, alunos, amigos e familiares, tê-lo junto de nós nesta curta, intensa e afetuosa passagem por este mundo de Deus. De fato, Christo, você foi um pedaço do céu na Terra! Descanse em paz, querido.

 

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