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Professores

Título Código Dataordem decrescente Descrição
Fernando Luiz Vieira Duque (? - 2012) _

O Prof. Fernando Luiz Vieira Duque faleceu em 16/01/2012, aos 91 anos de idade.

O Prof. Vieira Duque era professor titular do curso de Angiologia da Escola Médica de Pós-Graduação, e chefe do serviço de Angiologia do Hospital Geral da Santa Cruz da Misericórdia do Rio de Janeiro.

Formado em Medicina pela UFRJ, em 1943, Vieira Duque cursou Angiologia, em Portugal e foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Angiologia. Em 1962 foi convidado pela Universidade para dar início ao curso de Angiologia da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC-Rio, na qual trabalhou até sua morte.

“O professor Duque deixará muita saudade. Ele foi uma pessoa muito importante na sua área, ajudando a trazer a Angiologia para o Brasil”, disse ao Jornal da PUC o Dr. Ney Almeida, que assumiu a coordenação interina do curso.

Ulpiano Vázquez Moro S.J. (1944-2017) _

(22 de julho de 2017)

Nascido em Carrizo de la Rivera, em León, na Espanha, em 26 de janeiro de 1944, Pe. Ulpiano ingressou na Companhia de Jesus em 1961, na cidade de Salamanca, onde emitiu os primeiros votos, em 1963. No ano seguinte, transferiu-se para o Rio de Janeiro.

Graduado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira (1966) e em Teologia, pela Université Catholique de Louvain (1974), com mestrado e doutorado em Teologia pela Universidad Pontificia Comillas, de Madri, Pe. Ulpiano tinha experiência na área de Teologia, com ênfase em Teologia Fundamental.

Professor do Departamento de Teologia da PUC-Rio entre 1978 e 1981, lecionou as disciplinas Teologia Dogmática - Trindade (graduação), Tópicos de História da Teologia, Tópicos de Teologia Dogmática e Grupo de Estudos sobre Teologia e Espiritualidade (pós-graduação).

Ulpiano era um mestre na arte de conversar. E as conversações espirituais que mantínhamos nos retiros e orientações deixaram marcas indeléveis em mim e foram configurando-me, outra, nova, inteira na estatura que a vocação e a missão me traziam.  Quanto mais o conhecia, mais me impressionava. Era talvez o homem mais completo que já havia cruzado meu caminho. Pensador brilhante e extremamente erudito, era professor que preparava cada aula como se fosse a única. Aplaudido pelos alunos no final do curso, ria modestamente e procurava jamais colocar-se em evidência. Místico ardente, era igualmente mestre espiritual que ajudava na experiência de Deus desde as pessoas mais simples até as mais requintadas e letradas. Pastor dedicado e incansável, foi exímio formador de leigos cultos e inquietos, religiosos de ambos os sexos, e membros do povo de Deus de condição extremamente simples e humilde.  Para todos havia a linguagem adequada, a palavra precisa, o olhar e a acolhida carinhosa. Sacerdote devotadíssimo, guiou várias comunidades e paróquias no culto, na doutrina e na unidade. Suas celebrações e homilias atraíam pessoas não só da comunidade local, mas vindas de outras paragens, atraídas pelo fogo e a inspiração que emanavam do pregador exímio, cheio de conhecimento e entusiasmo pelo mistério de Deus.

Maria Clara Bingemer, Professora do Departamento de Teologia da PUC-Rio

 

 

Antonius Benkö S.J. (1920 - 2013) _

O Padre Benkö faz parte do grupo daqueles que podem ser reconhecidos como construtores da PUC-Rio, em especial daquilo que chamamos o modelo PUC, que pode ser caracterizado de muitas formas mas que, grosso modo, integra organicamente graduação e pós-graduação, ensino e pesquisa, excelência acadêmica e compromisso social, pioneirismo e tradição, colegialidade e participação, e unidade e diversidade.

Nascido em Pècs, na Hungria, estudou Teologia na Universidade Gregoriana de Roma e Filosofia e Psicologia na Universidade de Louvain, na Bélgica, onde também fez seu doutorado em Psicologia. Veio para o Brasil em 1954 e trabalhou na PUC-Rio entre 1957 e 1975, quando retornou à Europa na intenção de voltar para a Hungria. Impedido de voltar a seu país em função do fato de ter se naturalizado brasileiro em 1959, ficou na Áustria entre 1975 e 1996, quando finalmente conseguiu retornar ao país onde nascera e onde atuou como Professor da Universidade Católica Píter Rázmány até aposentar-se.

Na PUC-Rio, criou o Centro de Orientação Psico-Pedagógica, origem do SPA (Serviço de Psicologia Aplicada), em 1960; foi um dos construtores do Departamento de Psicologia, fundado em 1963; é também um dos fundadores, em 1965, do Mestrado em Educação, pioneiro no país e, em 1966, do Mestrado em Psicologia, igualmente pioneiro; fundou e dirigiu o Departamento de Teologia em 1968; foi o grande incentivador para que jovens professores fizessem seus doutorados em excelentes universidades do exterior e foi ainda um dos principais protagonistas da implantação da Reforma Universitária na PUC-Rio. Laboratório de experimentação para as reformas que se sucederam nas universidades brasileiras, a Reforma foi a grande responsável para que a PUC-Rio deixasse de ser apenas um excelente centro de formação de profissionais das diversas áreas do conhecimento para consolidar-se como uma universidade de pesquisa, com programas de pós-graduação, laboratórios, uma das melhores bibliotecas universitárias do país e intensa atividade de pesquisadores reunidos nos diversos Departamentos que, por sua vez, conformavam os Centros.

Respeitado por professores, funcionários e estudantes e dono de uma figura imponente, o Padre Benkö surpreendeu a todos ao participar como jogador de uma memorável partida de futebol em que se enfrentaram no antigo Ginásio um time formado por professores e outro por jesuítas, cujo capitão e craque principal era o Padre Viveiros de Castro S.J., que havia jogado no time juvenil do Botafogo. O Padre Benkö jogava de óculos, e consta que era meio perna de pau.

Homem de formação e sensibilidade interdisciplinar, o Padre Benkö teve grande influência na constituição do campo da Psicologia no Brasil. É dele a redação da proposta de criação da carreira de psicólogo no Brasil (1957) e, quando da criação oficial da carreira, foi o detentor do registro número 2 de psicólogo no Brasil (1962), documento que levou consigo na volta para a Hungria e que mostrava com prazer aos amigos brasileiros que o visitavam. Em 1964 tornou-se Presidente da Associação Brasileira de Psicologia Clínica, da qual foi também Vice-Presidente em 1967. Foi ainda Conselheiro e Vice-Presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro entre 1974 e 1975.

Em 2005 voltou pela última vez ao Brasil, para as comemorações dos 40 anos do Programa de Pós-Graduação em Educação. Em janeiro de 2007 o Padre Benkö recebeu a visita de Silvia Ilg Byington, pesquisadora do Núcleo de Memória da PUC-Rio, na residência em que morava em Budapest e compareceu à entrevista solicitada vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol. Neste ano de 2013, por ocasião dos 50 anos do Departamento de Psicologia gravou no dia 11 de novembro, 14 dias portanto antes de sua morte, via Skype, uma linda entrevista para o Departamento, disponível no youtube.

Todos aqueles que o conheceram como estudantes e que hoje são professores seniores das mais diversas áreas da PUC-Rio, se lembram dele com carinho e com admiração. Os que sabem de sua importância para a história da Universidade, mesmo sem tê-lo conhecido pessoalmente, partilham do mesmo respeito por ele, como atestam as mensagens reproduzidas abaixo. Na memória da PUC-Rio ele será sempre uma referência fundamental.

Mensagem do Professor J. Landeira-Fernandez, Diretor do Departamento de Psicologia:
"Prezados Colegas,
"Com pesar, comunicamos o falecimento do Pe. Antonius Benkö S.J., ocorrido em 24/11/2013, aos 93 anos, na cidade de Budapeste. Tivemos a oportunidade de entrevistá-lo, por Skype, por ocasião da comemoração dos 60 anos do Departamento. O Pe. Benko foi um dos responsáveis pela fundação do Departamento de Psicologia e o pioneiro na regulamentação da profissão do psicólogo no Brasil.”

Mensagem da Professora Margarida de Souza Neves, Coordenadora do Núcleo de Memória da PUC-Rio:
"Caros colegas do Departamento de Psicologia e de toda a PUC-Rio:
"O Núcleo de Memória quer unir-se a todos vocês na tristeza da perda do Padre Benkö e na alegria de tê-lo na vida e na memória da Universidade.
"Ontem, dia 25 de novembro, o Núcleo de Memória foi convidado para fazer uma apresentação na reunião convocada pela Reitoria e da qual participaram todos os que dirigem e coordenam os Departamentos, os Centros e a Administração Central da Universidade. Quando projetei uma fotografia do Padre Benkö, o Padre Josafá deu a notícia de sua morte e lembramos dele com muito carinho.
"Agradeço à Psicologia a divulgação da entrevista – provavelmente a última - que ele deu por ocasião dos 60 anos do Departamento. Gostaria de pedir autorização para por no site do Núcleo o link para essa entrevista. Quero também pedir a todos os que tenham fotografias ou depoimentos sobre o Padre Benkö que enviem esse material para o Núcleo de Memória (nucleodememoria@puc-rio.br) para que possamos tê-los no nosso site. As fotografias podem ser entregues na sala L263. Serão digitalizadas e devolvidas a seus donos.
"Um abraço a todos e que possamos chegar aos 93 anos - ou aos anos que nos caibam viver - com 'cabeça boa', como o Padre Benkö diz ter, na entrevista, e com o coração grande que ele sempre teve."

Mensagem do Professor José Carmelo, do Departamento de Educação:
"Colegas da PUC:
"Após ler as mensagens de Lucena, D´Abreu, Guida e dos demais colegas do CTCH, entendo que devo compartilhar com a comunidade PUC-Rio, a mensagem dirigida ao Pe. Benkö em 01/11/2013, no evento em que o Departamento de Psicologia homenageou seus ex-Diretores pelo 60º aniversário de sua criação.
"Para as novas gerações de puquianos é importante reconhecer o papel do Pe. Benko no contexto da reforma estrutural da PUC-Rio há meio século atrás.

Mensagem proferida no evento dos 60 anos de criação do Departamento de Psicologia em 01/11/2013:
"Ao representar o Pe. Benkö nesta homenagem, desejo que esta assembleia universitária - sobretudo os alunos mais jovens – vejam em mim, não apenas um amigo do homenageado.
"Desejo que me vejam sobretudo como alguém convocado pelo Pe. Benkö para participar do projeto de institucionalização da PUC-Rio, como universidade, como alma mater.
"Esta expressão tão comum nos EE.UU. – a universidade, como alma mater - expressa bem o processo quase MATRICIAL iniciado na década de 1960, por uma plêiade de scholars jesuítas, que moldaram naquele fase a PUC-Rio:
"- Röser, Hainberger, Cullen, Amaral Rosa, nas Ciências Exatas;
"- Ávila e Ozanam, nas Ciências Sociais;
"- Benkö, Schuab e Machado, nas Ciências Humanas.
"É neste contexto, que precisamente há 50 anos atrás - em setembro de 1963 - iniciava eu uma Pós-Graduação na Université Catholique de Louvain. Na mesma Louvain, em que Pe. Benkö se doutorou; na mesma Louvain em que Pe. Ávila coopta o Pe. Benkö para vir atuar na PUC-Rio.
"É sob este modelo de 'alma mater' - de uma matriz geradora na formação de novos quadros docentes e de pesquisadores, nos EE.UU. e em Louvain – que me percebo, como convocado pelo Pe. Benkö para participar de um projeto de institucionalização do modelo PUC-Rio de universidade, no qual dois outros momentos são muito marcantes para mim:
"- o primeiro momento ao final de 1965, quando Benkö, Aroldo Rodrigues e Eloiza Lopez Franco constituem o núcleo acadêmico do 1º Mestrado em Psicologia e em Educação no Brasil, e me torno então o seu Coordenador;
"- o segundo momento, em 1968, quando a PUC-Rio implementa sua reforma universitária, baseada no modelo norte-americano de Departamentos articulados em Centros. É neste momento em 1968, que um grupo de jovens professores é constituído pelo Pe. Benkö como os novos Diretores dos Departamentos do CTCH, e passam assim a ser denominados os BENKISTAS. Do mesmo modo que no CTC, sob a liderança do Pe. Amaral Rosa, outros jovens professores assumiram como Diretores os Departamentos do CTC, e eram denominados os AMARALISTAS...
"É portanto como um sincero benkista - alguém formado entre 1963-1968 sob a liderança do Pe. Benkö - que expresso a alegria imensa de ser o representante deste ilustre scholar jesuíta nesta assembleia universitária.
"Que bem longe daqui, lá na Hungria, na pacata cidadezinha de Pilisvorosvar, ecoe a minha saudação emocionada: obrigado, Pe. Benkö."

Mensagem da Professora Maria Apparecida Mamede Neves, do Departamento de Educação:
"Colegas queridos de 45 anos de PUC.
"Ao ler a mensagem de Carmelo sobre o Padre Benkö, muitas lembranças me afloraram sobre meu contato com o Padre Benkö e de quanto ele foi generoso para comigo.
"Eu entrei na PUC-Rio exatamente em 1968 para fazer o mestrado em Educação nos moldes novos (para a época). Lembro-me muito bem das conversas que tive, sem ser infelizmente uma Benkiana, com o Pe. Benkö. A ele devo muitas das principais informações sobre a legalização da profissão de Psicólogo, a banca que foi constituída para avaliar os que já atuavam na área, enfim, dados preciosos que me valeram a conclusão da dissertação de Mestrado em Educação - uma pesquisa de campo sobre a Formação do Psicólogo no Brasil.
"Na época, contra muitos que se opunham a que eu realizasse esse trabalho investigativo, por temerem a possibilidade de trazer a tona dados que pudessem fortalecer a guerra deflagrada pelos médicos psiquiatras contra a recente profissão, Pe. Benkö e Carlos Paes de Barros me apoiaram e garantiram a liberdade de realizar minha pesquisa. Esse trabalho logrou ser a primeira dissertação (na época chamada de tese) de Mestrado em Educação no Brasil, defendida em um programa de universidade brasileira credenciado para tal.
"Assim, com ternura e emoção assisti sua fala por Skype nas comemorações do Departamento de Psicologia e, com a mesma emoção, rezo agora por ele. Que outros de nós possamos ter como exemplo a disponibilidade de Padre Benkö."

Mensagem da Professora Ana Waleska Pollo Mendonça, do Departamento de Educação:
"Caros colegas,
Pe. Benkö foi, sem dúvida, uma figura fundamental para que a PUC-Rio fosse o que é hoje. Foi pioneiro em várias coisas. Foi responsável pela criação da nossa pós-graduação (Educação), primeira do Brasil, nos idos de 1965. Aliás, foi o grande responsável pela implantação da pós-graduação na área das ciências humanas em geral nesta universidade, num momento em que esta era ainda privilégio das áreas tecnológicas. Quem o conheceu e teve o privilégio de conviver com ele, aprendia sempre muito. Obrigada a vocês da Psicologia por partilhar conosco essa entrevista, possivelmente a última, que retrata tão bem a sua figura serena e ainda tão lúcida aos 93 anos."

Mensagem da Professora Vera Candau, do Departamento de Educação:
"Amigos e amigas,
"O Pe. Benkö foi/é uma pessoa muito especial. Sereno, atencioso e com visão de futuro foi fundamental para a pós-graduação em Ciências Humanas da PUC-Rio. Lembro, ainda aluna da PUC, das conversas com ele, sempre procurando que cada pessoa desse o melhor de si e nos incentivando a seguir em frente com entusiasmo. Certamente sua pessoa foi muito importante para a minha formação pessoal e profissional. E não sou a única..."

Mensagem do Professor Luiz Brandão, Diretor do Departamento de Administração:
"Em nome do Departamento de Administração, prestamos nossas condolências e pêsames pelo falecimento do Pe. Benkö. Os nossos sentimentos estão com os familiares e amigos neste momento de pesar."

Mensagem do Professor Luiz Roberto Cunha, do Departamento de Economia, Decano do CCS:
"Conheci Pe. Benkö quando aluno de Economia em 1967, já namorando Bebel, aluna de Letras, fui procurá-la numa das salas do Leme. Como ela estava em aula, coloquei a cara no vidro para que ela me visse... Quem veio me dar um 'puxão de orelha' foi o Pe. Benkö, que estava dando a aula. Depois fizemos retiros coordenados por ele e em 1970 ele nos casou na capela da PUC-Rio...
"Há muitos anos atrás, quando ele veio ao Brasil fui procurá-lo para relembrar os 'velhos bons tempos', ele sempre muito interessado em saber sobre a PUC e a vida dos seus amigos e ex-alunos."

Mensagem do Professor Carlos José Pereira de Lucena, do Departamento de Informática:
"Não me surpreende a serenidade do Pe. Benkö. Ele era uma pessoa ímpar quando programávamos juntos um 'enorme' computador no início dos anos sessenta e quando ele nos casou com carinho, sotaque e enorme amizade quase há 50 anos. Enorme saudade."

Mensagem do Professor José Carlos D'Abreu, do Departamento de Engenharia de Materiais:
"Pe. Benkö, personalidade forte e grande figura humana! Sua mensagem de amor, ao batizar minha primeira filha, ainda está muito presente entre nós. Que Deus acolha este grande amigo e conselheiro."

Mensagem do Professor Fernando Rizzo, do Departamento de Engenharia de Materiais:
"Como parte da 'velha guarda' que teve a oportunidade de conviver com Pe. Benkö durante seus anos na PUC-Rio, gostaria de também contribuir com esta série de depoimentos, endossando o reconhecimento de uma figura singular de nossa trajetória, pois além da expressiva contribuição para a implantação de um novo modelo acadêmico na Universidade, caracterizou-se pela seriedade, dedicação e generosidade com que tratava seus alunos e colegas.
"Agradeço ao Núcleo de Memória da PUC-Rio por registrar para as próximas gerações a relevante participação do Pe. Benkö em nossa história."

Mensagem do Professor Fernando Tenório, do Departamento de Psicologia:
"Realmente foi uma alegria que o Departamento e os professores que o conheceram pessoalmente tenham podido homenageá-lo em vida. Ele deve ter ficado realmente muito contente com os 60 anos do Departamento e com a homenagem.
"Tem um samba do Nelson Cavaquinho que se chama 'Flores em vida' e que diz: 'me dê as flores em vida, o carinho e a mão amiga, para aliviar meus ais. Depois que eu me chamar saudade, não preciso de vaidade, quero preces e nada mais'.
"Parabéns a vocês que deram as flores em vida."

Mensagem da Professora Eliana Freire, do Departamento de Psicologia:
"Como eu disse há pouco ao Bernard Rangé, colega de turma da psicologia em 1967 [...], quem conviveu com essa imensa, forte, sabia, exigente e amorosa figura que foi o Pe. Benkö jamais esquecerá! Em sua última entrevista no Skype, muitas boas memórias me vieram com sua voz de barítono dramático ao fundo. Ai de nós alunos que ousássemos chegar um minuto atrasados! Velhos tempos!
"Lamento muito a perda de nosso mestre, mas certamente foi uma vida vivida plenamente. E este recado do amor que ele nos deixa, na entrevista no Skype, creio estar gravado a ferro e fogo em nossos corações.
"Somos mesmo abençoados por termos convivido com ele."

Mensagem da Professora Elizabeth Ribeiro, do Departamento de Psicologia:
"Vi o vídeo do Padre Benkö agora e fiquei profundamente emocionada. Padre Benkö foi meu primeiro professor e foi muito importante para mim. Foi muito bom ter esse depoimento dele. O Carmelo sempre dizia que ele estava bem, mas acabei nunca escrevendo para ele. Poder ouvir uma última vez as coisas que ele dizia - sobre a importância do outro - fez muito bem."

Mensagem da Professora Regina Murat, do Departamento de Psicologia:
"Tenho as fotos da festa de 40 anos do SPA (maio de 2000), quando Pe. Benkö esteve pela última vez no Brasil. Na época, eu era a Coordenadora do SPA. O Departamento já enviou estas fotos para vocês no Núcleo de Memória? Se não, posso levar na próxima semana."

Mensagem do Professor Augusto César Pinheiro da Silva, do Departamento de Geografia e Meio Ambiente:
"A apresentação e citação, pela Professora Margarida de Souza Neves, do Núcleo de Memória da PUC-Rio, do Pe. Benkö no evento ocorrido no dia 25 de novembro na Casa de Retiro de São Conrado foi uma homenagem muito bonita para uma personalidade fundante da instituição. Para quem não o conhecia a sua história como eu, essa homenagem ficará guardada na memória presente."

Maria Adelaide Ferreira Gomes (-2022) _

A profa. Maria Adelaide Ferreira Gomes (-07/12/2022) foi graduada em Serviço Social pela PUC-Rio (1969) e professora da PUC-Rio entre 1984 e 2014, foi também professora da Faculdade de Serviço Social do Rio de Janeiro e da Universidade Gama Filho.

Alguns ex-Alunos manifestaram-se:

Minha querida e inesquecível professora, a PUC-Rio perde uma excelente profissional, ela, que mesmo afastada, estava sempre pronta a dar uma palavra de apoio a quem precisava dos seus conhecimentos.

Grande professora, muito querida! Com seu olhar atento e carinhoso, sempre pronta para ouvir e ajudar! Perdemos muito, mas sou grata por ter recebido os seus ensinamentos!

“Minha amada professora! Que exemplo de profissional! Os maiores ensinamentos vieram dela. Obrigado por tudo, Maria Adelaide!

Muito triste. Grandes aprendizados, saberes e experiências profundas. Professora sensível com a dor alheia. Nunca me esquecerei quando me acompanhou diariamente durante minha enfermidade cardíaca. Serviço Social em profundo luto.

Luiz Fernando Gomes Soares (1954-2015) _

Luiz Fernando Gomes Soares, Professor Titular do Departamento de Informática e coordenador do Laboratório de Telemídia da PUC-Rio, faleceu no dia 8 de setembro, aos 61 anos, em decorrência de um ataque cardíaco. Líder do grupo que desenvolveu o middleware Ginga, um formato de interatividade para o sistema brasileiro de TV Digital, o professor conquistou o Prêmio Assespro 2008 como Personalidade do Ano, assim como o Prêmio Cientistas do Nosso Estado, como Pesquisador Inovador, no ano de 2005, e o Prêmio Newton Faller da Sociedade Brasileira de Computação, em 2006.
Luiz Fernando possuía Graduação e Mestrado em Engenharia Elétrica e Doutorado em Informática pela PUC-Rio. Cursou o Pós-Doutorado na École Nationale Supérieure des Télécommunications, na França, também em Informática. Publicou aproximadamente 200 artigos acadêmicos e orientou cerca de 90 alunos de Mestrado e Doutorado. Era pesquisador 1A do CNPq.

As pesquisas que desenvolveu sobre a linguagem NCL e o Ginga deram origem a duas Normas ABNT e a uma Recomendação ITU-T, fundamentais para a interatividade entre usuários e a TV Digital. Membro titular da Academia Nacional de Engenharia, além de atuar no Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital, Luiz Fernando Gomes Soares fazia parte do Comitê Gestor da Internet no Brasil e do Núcleo de Coordenação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Era também Conselheiro da Sociedade Brasileira de Computação, onde chegou a ocupar os cargos de presidente e vice-presidente, de 1999 a 2003.

No dia 9 de setembro a notícia se espalhou pelo campus da PUC-Rio e deixou todos perplexos e consternados. A mensagem do Professor Hugo Fuks, diretor do Departamento de Informática, não permitia dúvidas quanto ao que parecia impossível de acreditar, assim como deixava transparecer com toda a clareza a dor com que havia sido escrita:

É com imenso pesar que o Departamento de Informática comunica a perda do seu querido Professor Luiz Fernando Gomes Soares no dia de hoje. Em sua homenagem, todas as atividades do Departamento estão suspensas nesta quarta-feira, dia 09 de setembro de 2015.

Imediatamente as respostas se multiplicaram, vindas de todos os departamentos e centros, da Administração Central da Universidade, de dentro e de fora da PUC-Rio, de todas as agências acadêmicas e políticas ligadas à ciência em geral e à Informática em particular, inclusive do Governo Federal. Todas elas vinham carregadas de afeto e de respeito intelectual pelo Luiz Fernando. Nenhuma era formal ou protocolar. Cada uma punha de manifesto o vazio que essa morte tão inesperada deixa na Universidade, no país, na ciência e na vida de todos os que aprendemos a respeitá-lo intelectualmente e a querê-lo bem.

E quando seus alunos – que, na véspera, como faziam todos os dias, haviam almoçado com ele no restaurante da Universidade – desceram a rampa da Igreja e atravessaram o jardim do campus soluçando, enquanto carregavam seu corpo, o silêncio pesado da dor de todos nós falou mais alto que qualquer discurso, até que um aplauso prolongado tomasse seu lugar.

Luiz Fernando Gomes Soares, o LF, para seus amigos, fez toda a sua carreira acadêmica na PUC-Rio, da Graduação ao Doutorado, e nesta Universidade trabalhou a vida inteira, até que nos deixou tão cedo, aos 61 anos, e com tanto para contribuir para a ciência e para a vida.

Como poucos, o LF soube juntar prazer e ofício. Era um professor muito querido por seus alunos, um pesquisador de rara competência e também um cidadão empenhado em trabalhos sociais. Firme em suas posições, íntegro e generoso, era também divertidíssimo, como podem testemunhar seus companheiros do time de futebol – que, por décadas, ocupou a quadra do antigo Ginásio –, dos serões musicais, das festas onde dava provas de dançar como poucos. Ainda que isso não conste de seu curriculum Lattes, LF contava que tinha sido “os pés do Edson Celulari” nas cenas de dança da novela Kananga do Japão. Não sem razão, um de seus principais projetos acadêmicos, aquele que levou à criação de um middleware que define o padrão da TV digital no Brasil e em diversos países, recebeu o nome de Ginga.

(Departamento de Informática) (+8 de setembro de 2015)

Ângela do Rego Monteiro (1943-2021) _

Ângela Maria do Rego Monteiro, professora da PUC-Rio entre 2002 e 2016, faleceu aos 78 anos.  Formou-se em Jornalismo, na PUC-Rio, em 1963. Começou a carreira no Jornal do Brasil, a convite do jornalista e professor da PUC-Rio Alberto Dines. Passou pelo suplemento feminino de O Globo e, aos 21 anos, participou da fundação do caderno Ela, do qual foi editora. Na Bloch Editores, foi editora de moda durante oito anos. Ângela lembrou essa época como das melhores de sua vida – ia à Europa duas vezes por ano e “era muito paparicada”, pois a revista Manchete tinha prestígio no exterior.

Voltou ao Globo para trabalhar na coluna de Ricardo Boechat, em uma parceria que durou 20 anos. Sobre essa fase, Ângela coescreveu o livro Toca o barco: histórias de Ricardo Boechat contadas por quem conviveu e trabalhou com ele. Continuou na coluna de Ancelmo Góis, que substituiu Boechat. Ancelmo promoveu-a à editora.

Após a aposentadoria, voltou à PUC-Rio, como professora do Departamento de Comunicação Social.

Diversos depoimentos ao Portal dos Jornalistas lembram as histórias que ela contava, ao mesmo tempo palpitantes e pedagógicas. “Não dava vontade de sair de perto”, sintetiza o professor Célio Campos.

Sergio Roberto Gonçalves de Oliveira (?-2020) _

Formado em engenharia pelo IME em 1981, Sergio Roberto era professor do Departamento de Informática desde 1985.

Flávio Rezende Dias (1936-2020) _

Foi chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital Municipal Souza Aguiar, chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital São Vicente de Paula, professor benemérito do Departamento de Medicina da PUC-Rio, tendo coordenado a especialização de Oftalmologia, de 1992 a 2018. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraoculares (SBCII), Sociedade Brasileira de Administração em Oftalmologia (SBAO).

Nota do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da PUC-Rio:

É com pesar que o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde e o Departamento de Medicina da PUC-Rio comunicam o falecimento do querido Professor Benemérito Flávio Rezende Dias, que coordenou a especialização em Oftalmologia no período de 1992 a 2018.

Nota da Sociedade Brasileira de Oftalmologia:

A SBO comunica com pesar e muita tristeza, nesta data em que a classe comemora o Dia do Oftalmologista, 7/5, o falecimento do doutor Flávio Rezende Dias – presidente da entidade no biênio 2012 a 2014.

Félix Pastor S.J. (1933 - 2011) _

O Núcleo de Memória da PUC-Rio recebeu, com tristeza, a notícia da morte do Pe. Félix Pastor S.J. (25/02/1933 - 11/07/2011) e quer se unir à tristeza do Departamento de Teologia de onde foi por muitos anos professor, da Companhia de Jesus e de seus muitos alunos, amigos e orientandos brasileiros.

Igreja perde Padre Felix Alejandro Pastor Piñeiro

Publicado em www.arquidiocese.org.br em 12/07/2011

Na última segunda-feira, 11 de julho, faleceu, aos 78 anos de idade, no Rio de Janeiro, o Padre Felix Alejandro Pastor Piñeiro, professor emérito da Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, onde lecionou Sacramento da Ordem e o Tratado sobre Deus.

Durante 44 anos, o Sacerdote também trabalhou no Pontifício Colégio Pio Brasileiro, em Roma, onde foi Diretor Espiritual, Prefeito dos Estudos e Bibliotecário, orientando os alunos na escolha dos cursos, auxiliando-os no aprofundamento das disciplinas e na preparação dos exames. Padre Alejandro atuou também na PUC-Rio e na Faculdade João Paulo II.

Durante seu luminoso ministério de professor, Padre Felix serviu generosamente à Igreja do Brasil e do mundo, orientando mais de 110 teses doutorais, dentre elas as de inúmeros Bispos, Arcebispos e Cardeais, como por exemplo, Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, e Dom José Policarpo, Patriarca de Lisboa, além de contribuir para uma sólida formação de muitas gerações de sacerdotes e leigos.

Todos os anos, o Sacerdote vinha da Europa para o Rio de Janeiro, onde dava aulas no curso de Teologia da PUC-Rio. Na última quinta-feira, ele chegou à cidade para ministrar seu curso e durante o final de semana fazia um retiro espiritual, quando, na manhã do dia 11, não apareceu para o café. Padre Alejandro foi encontrado sem vida pouco depois das 9h em seu quarto, na Residência Padre Leonel Franca, dos padres jesuítas, que trabalham na Universidade.

Padre Felix Pastor era espanhol, nascido no dia 25 de fevereiro de 1933. Entrou para a Companhia de Jesus (Jesuítas) em 1950 e foi ordenado Padre no dia 27 de agosto de 1963.

Arquidiocese do Rio de Janeiro
 

Pe. Felix Alejandro Pastor S.J.

Publicado no site www.ihu.unisinos.br

Faleceu dia 11 de julho, no Rio, o Pe. Felix Alejandro Pastor S.J.

Nascido em 1933 na Galícia, fez os votos religiosos na Companhia de Jesus em 1950.

Junto com outros jesuítas espanhóis foi destinado ao Brasil, aonde chegou jovem e fez seus estudos, tendo sido ordenado em 1963.

Possuindo notável vocação teológica após seu doutorado foi chamado a ser Professor da Pontifícia Universidade Gregoriana e Diretor de Estudos do Colégio Pio Brasileiro em Roma.

Durante décadas alternou suas funções em Roma com a participação, durante as férias do verão europeu, nas atividades de ensino no Departamento de Teologia da PUC - Rio, ministrando disciplinas de pós Graduação e mesmo de graduação. Distinguia-se por sua erudição e sólido conhecimento teológico, por um profundo amor a Igreja e um trato afável com os estudantes e colegas, muitos dos quais se tornaram amigos por toda a vida.

Autor de uma obra teológica vasta e consistente dirigiu mais de 150 teses de doutorado, tendo sido formador de um grande número de teólogos e teológas brasileiros, muitos dos quais foram chamados ao episcopado e mesmo ao cardinalato como D. Scherer, de São Paulo.

Sua contribuição para a Igreja do Brasil é inestimável.

Pe. Pastor tinha especial afeição pelo Rio de Janeiro. Chegou de Roma quinta feira dia 7 de julho para lecionar um seminário na Pós-Graduação da PUC-Rio entre os meses de agosto e setembro.

Sua morte deu-se no dia em que se abria o 24º Congresso da SOTER onde se encontram vários de seus orientandos e provocou grande consternação.

Paulo Fernando Carneiro de Andrade
Professor do Departamento de Teologia da PUC-Rio e Decano do CTCH
 

Felix Pastor, orientador e amigo (1933-2011)

Publicado no site www.ihu.unisinos.br

Nós, teólogos brasileiros, perdemos no dia 11 de julho um grande mestre e amigo. Deixou-nos o padre Felix Pastor, que tinha recém chegado de Roma para a sua temporada no Rio de Janeiro, onde também lecionava.

Não há como lembrar de sua presença senão com alegria e saudade e hoje, em especial, muita saudade. Foram inúmeros teólogos brasileiros e latino-americanos que passamos por sua competente e atenta orientação. Impressionante a sua capacidade de doação e a argúcia de seu método. Foi alguém que abriu as portas da Pontifícia Universidade Gregoriana para muitos dos teólogos pesquisadores que se encontram hoje atuando em Universidades e Institutos Teológicos no Brasil e tantas outras localidades. Como bem acentuou o cardeal Aloísio Lorscheider, no prefácio de obra em sua homenagem, Pastor “é um benemérito da Igreja universal e, de modo especial, da Igreja que está no Brasil. A Igreja do Brasil deve muito a este sacerdote zeloso e dedicado.
Várias gerações passaram por suas mãos” (O mistério e a história. São Paulo: Loyola, 2003).

Tive em particular essa alegria de poder conviver de perto com esse grande mestre. Um contato que começou quando era estudante do mestrado em teologia na PUC-Rio, numa época de grande florescimento da teologia, marcada pela presença de muitos jovens estudantes leigos.

Tinha nascido no período a idéia de trazer Felix Pastor para ajudar no ensino e na orientação dos estudantes de teologia. Sua vinda foi celebrada por todos, e assim nasceu uma parceria maravilhosa. A cada ano, Pastor dedicava um semestre ao ensino na Gregoriana e o outro na PUC-Rio.

Essa presença no Brasil foi geradora de muitas vocações teológicas. Muitos de nós, seus alunos na PUC, fomos recebidos por ele com afeto e alegria na Gregoriana, para os estudos doutorais. E isso também foi favorecido pela grande sensibilidade de Pastor aos temas candentes da teologia latino-americana, como a teologia da libertação, as comunidades eclesiais de base e as pastorais sociais. Estávamos diante de um teólogo apaixonado pelo tema do Reino e da História.

Num de seus livros, dedicados a esta questão, dizia com segurança: “Descobrindo a unidade teológica da história dos homens, criados a participar da salvação escatológica, a Teologia da Libertação descobre a unidade profunda do temporal e do espiritual, do escatológico e do histórico, do individual e do comunitário, do religioso e do político”. A teologia para ele estava diante de uma tarefa nova e fundamental: armar sua tenda na história dos humanos, sem perder jamais, a sedução do Mistério. A salvação deixa de ser uma questão extra-terrena e passa a ocupar o cenário das lutas do dia-a-dia: “A salvação cristã inclui a realidade do homem novo e da nova terra, em que habita a justiça. Postular a sua realização e lutar pelo seu advento não é uma usurpação prometeica, mas uma exigência da ética cristã”. Esse foi o aprendizado que dele recebemos, e que foi decisivo para as nossas trajetórias.

Pastor foi também um grande teólogo, possuidor de invejável cultura teológica, mas que não ficava restrita a esse campo do saber. Impressionava sua abertura ao universo da literatura, do cinema e da arte em geral. Sua paixão teológica voltava-se, de modo particular, para dois grandes clássicos da teologia:Agostinho e Paul Tillich. A eles dedicou inúmeros cursos, conferências e muitos artigos, publicados em periódicos reconhecidos internacionalmente. Admirava igualmente Karl Rahner, e com grande maestria nos ajudava a desvendar as difíceis e sedutoras entranhas desse grande teólogo alemão. Não me esqueço de suas brilhantes e instigantes intervenções no seminário em torno do Curso fundamental da fé, de Karl Rahner, dado na Gregoriana. Foram aulas que abriram horizontes inesperados para reflexões futuras.

Nascido na Galícia, em 25 de fevereiro de 1933, entrou para a Companhia de Jesus em novembro de 1950. Os estudos de filosofia foram realizados na Universidade de Comillas, a partir de 1954, depois de formação em Letras Clássicas, Humanidades e Retórica no Colégio de Salamanca. Veio em seguida, em 1957, a destinação missionária para o Brasil, instalando-se na Província Jesuítica Goiano-Mineira, na época do padre João Bosco Penido Burnier.

O noviciado foi realizado em Itaici, São Paulo, e os trabalhos pedagógicos no Colégio Loyola de Belo Horizonte. Os estudos de teologia iniciaram-se em 1960, noColégio Máximo Cristo Rei, em São Leopoldo (RS), tendo prosseguimento na Alemanha, na Faculdade de Teologia da Hochschule Sankt-Georgen (Frankfurt/Main), onde concluiu seu bacharelado, em 1962.

Sua ordenação presbiteral aconteceu em 27 de agosto de 1963, na catedral de Frankfurt. Motivado pelo então provincial, Marcelo de Azevedo, foi cursar o doutorado em teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma), na época do evento conciliar. A conclusão do doutorado ocorreu em junho de 1967, com tese orientada por Donatien Mollat, SJ, versando sobre tema eclesiológico em E. Schweizer. Sua tese foi publicada em 1968 na prestigiosa coleção Analecta Gregoriana (vol. 168 – La eclesiología Juanea según E. Schweizer). A partir de outubro de 1967 ficou responsável pela direção espiritual do Colégio Pio Brasileiro, em Roma. E também a partir desse ano iniciou suas atividades acadêmicas na Gregoriana.

Dentre suas inúmeras publicações, destacam-se os livros: Existência e Evangelho (1973), O reino e a história (1982), Semântica do Mistério (1982) e a Lógica do inefável (1986 e 1989). 

No campo do ensino, dedicou-se em particular aos temas relacionados à Eclesiologia, ao Tratado de Deus e outras questões teológicas e ecumênicas. Merece destaque sua atenção à problemática teológica latino-americana, como bem destacado por Maria Clara L. Bingemer e Paulo Fernando Carneiro de Andrade: “Sua ligação com a América Latina e com a teologia produzida deste lado do mundo, juntamente com sua sensibilidade social e seu profundo sentido de justiça, fizeram igualmente do Pe. Pastor um exímio especialista e agudo crítico da teologia latino-americana, tendo ministrado cursos, publicado vários trabalhos e orientado diversas teses sobre o tema da relação entre Teologia e Práxis, e sobre as tendências mais atuais da teologia do continente”.

Pude também encontrar nele um importante apoio em momento delicado de meu retorno ao Brasil, quando titubeava o processo de autorização canônica para o meu retorno à PUC-Rio.

Ele veio prontamente em minha defesa, junto com Juan Alfaro, desanuviando os sombrios horizontes. Essa é uma marca importante na personalidade de Felix Pastor: o profundo respeito pela reflexão de seus orientandos. Mesmo que não partilhasse inteiramente das posições teológicas de seus alunos, incentivava a reflexão mantendo sempre acesa a imprescindível chama do direito à liberdade de expressão. É um dos exemplos mais bonitos que pude verificar nessa trajetória de caminhada comum e que busco manter vivo na experiência com meus alunos.

O toque decisivo de sua atuação estava no dom da orientação acadêmica. É difícil encontrar um orientador com tamanha capacidade de desbravar caminhos e horizontes. As dificuldades trazidas por seus orientandos ganhavam com ele sempre uma solução precisa. Os alunos entravam em seu gabinete preocupados com o destino de seu trabalho e saíam sorridentes com as soluções encaminhadas.

Era sobretudo um grande pedagogo, com impressionante experiência nesse campo de apoio, presença e orientação dos alunos. E essa prática vinha amparada por muitos anos de experiência com a análise psicanalítica. Seus cursos de metodologia ficam guardados na memória. Trouxe essa experiência em aulas memoráveis, sobretudo na PUC-RJ, mas também em outros centros de estudo como a Faculdades dos Jesuítas (FAJE) e a Universidade Federal de Juiz de Fora, onde também esteve presente algumas vezes para falar de sua experiência de orientação acadêmica.

É difícil precisar o número exato de seus orientandos no mestrado e no doutorado. Foram, certamente, mais de 350 estudantes que passaram por essa rica experiência. No âmbito do doutorado, foram mais de 90 teses por ele orientadas, das quais cerca de 55 de alunos brasileiros. Entre alguns dos doutores que passaram por sua orientação: Álvaro Barreiro e Alfonso Garcia Rúbio (1972-1973), Mário de França Miranda (1973-1974), Carlos Palacio (1975-1976), Juan A.R. de Gopegui (1976-1977), Ênio José da Costa Brito (1978-1979), Valdeli Carvalho da Costa (1980-1981), Faustino Teixeira e Antônio Jose de Almeida(1985-1986), Alexander Otten e Vitor G. Feller (1986-1987), Elias Leone, Maria Clara L. Bingemer e Paulo Fernando Carneiro de Andrade (1988-1989),Afonso Murad (1991-1992), Paulo Sérgio Lopes Gonçalves (1996-1997),Laudelino José Neto (1997-1998), Antônio Reges Brasil (2000-2001), Marcial Maçaneiro e Paulo César Barros (2000-2001) e muitos outros.

O bonito é perceber que ele deixou entre nós um exemplo vivo de paixão e testemunho, de maravilhosa abertura ao Mistério sempre maior. Dele guardamos o carinho e o largo sorriso, de um orientador, mas sobretudo um amigo sempre presente. Eu estava particularmente feliz ao poder reencontrar-me com ele num simpósio internacional de teologia, previsto para acontecer em setembro de 2011 na PUC-Rio. Não contava os dias para esse encontro. Infelizmente, esse diálogo adiado para mais adiante. Fico com a bela imagem de sua presença amiga, regada pela alegria de encontros maravilhosos, tanto no Brasil como na Itália. Seguindo uma pista de Walter Rauschenbusch, Pastor deixa-nos como herança “a graça de ter um coração valente, para que possamos caminhar por esta estrada com a cabeça levantada e com um sorriso no rosto”.

Faustino Teixeira
Professor no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF e ex-aluno do Programa de Pós-Graduação em Teologia da PUC-Rio
 

Maria Verli Mariano Eyer de Araújo (1941-2018) _

(06 de fevereiro de 2018)

A Profa. Verli atuou no Departamento de Serviço Social entre 1969 a 1996. Esteve alguns anos afastada por doença, em 2002 retornou à Universidade como Assistente Social através da Vice-Reitoria Comunitária, e atuou no IOPUC - Instituto de Odontologia da PUC-Rio. Realizava atendimento social e avaliações socioeconômicas de quem comparecia ao IOPUC solicitando tratamento.

Seu livro Serviço social clínico: transferência - contratransferência, editado em 1982, enfoca a prática clínica como categoria metodológica no repertório de Serviço Social e é ainda referenciado em estudos na área. 

A Profa. Ilda Lopes Rodrigues da Silva (VRAc), que estudou e trabalho com a Profa. Verly, recorda:

[...] Verly foi minha colega de graduação (1960 a 1964). Não sei em que data ela foi contratada como professora do Departamento de Serviço Social. Foi professora de graduação e da pós. Ela publicou a dissertação de mestrado em livro, com o título Serviço Social Clinico: Transferência e Contratransferência [...]. Ela tinha formação psicanalítica e partilhava da visão clínica de Serviço Social Clínico. Foi uma professora respeitada e muito conceituada entre seus colegas.

Myrtes de Aguiar Macedo (? - 2012) _

Myrtes de Aguiar Macêdo, formou-se em Serviço Social pela Universidade Estadual da Paraíba, concluiu o mestrado em Serviço Social na PUC-Rio em 1977. Sua dissertação intitulada Reconceptualização do Serviço Social foi publicada em livro e tornou-se uma referência importante no debate sobre o movimento de Reconceituação do Serviço Social na América Latina. Era Doutora em Política Social pela University of Manchester, na Inglaterra, onde foi docente do Programa de Doutorado em Política Social.

Ingressou na PUC-Rio como professora do quadro principal após sua aposentaria na Universidade Federal da Paraíba, e foi Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social em duas ocasiões. No Programa, integrou a Comissão responsável pela criação, em 1997, da revista O Social em Questão, periódico do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social.

A Profa. Myrtes exerceu a função de representante da área de serviço social junto ao CNPq e, na CAPES, integrou a Comissão de Avaliação dos Programas de Pós-Graduação de sua área.

Marcelo Andrade (?-2017) _

(29 de outubro de 2017)

Professor do Departamento de Educação, Marcelo Andrade era Licenciado em Filosofia (1995), Sociologia (1996) e História (1996); Mestre em Educação (2000) e Doutor em Ciências Humanas / Educação (2006) pela PUC-Rio. Realizou o Programa de Doutorado no Exterior - PDSE/CNPq na Universitat de València, Espanha (2005). Marcelo foi Coordenador do Grupo de Estudos sobre Cotidiano, Educação e Culturas (GECEC) e, desde julho de 2016, era vice-decano do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH) da PUC-Rio.

Bolsista do Programa Jovem Cientista (FAPERJ) e de Produtividade em Pesquisa (CNPq), foi também pesquisador associado ao Grupo Iberoamericano de Ética e Filosofía Política (Universitat de València, Espanha); ao Programa Teaching, Learning and Culture (University of Texas at El Paso - EUA) e ao REDISCO: Religions, Discriminations (Université Lyon 2, França).

Foi membro da ONG Novamerica, do Observatório de Educação em Direitos Humanos e do Conselho Diretor do Movimento da Ação da Cidadania. Atuou como professor de ensino fundamental, médio e superior e foi educador popular e pesquisador.  Nas áreas de ensino, pesquisa e extensão, dedicou-se principalmente aos temas: Didática, Ensino e Aprendizagem; Currículo e Multiculturalismo; Educação e Direitos Humanos e Ética Intercultural. Era associado da ANPEd e participou ativamente da Associação. Integrou o Conselho Editorial da Revista Brasileira de Educação, participou dos GTs de Didática e Filosofia da Educação e foi por diversas vezes membro da comissão de eleição da diretoria da ANPEd e Conselho Fiscal.  

A missa de Ressureição do Professor Marcelo Andrade foi rezada pelo Reitor Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. na Igreja do Sagrado Coração de Jesus as PUC-Rio.

Carlos Alberto Teixeira Serra (? - 2013) _

O Professor Serra formou-se em Geografia pela PUC-Rio e trabalhou na Universidade entre 1966 e 2000.

No início de suas atividades docentes, tal como em seu período como aluno de graduação, Geografia e História, ainda que constituindo dois departamentos separados, tinham um único Diretor e uma mesma estrutura administrativa. Por muitos anos Carlos Alberto Serra podia ser visto no quinto andar da Ala Frings, como professor de Geografia Humana, como Coordenador do Curso de Geografia e mais tarde como Diretor dos Departamentos de Geografia e História. Foi colaborador direto do Dr. Fábio Macedo Soares Guimarães quando este exerceu a direção dos dois Departamentos. Também atuou no Decanato do CCS por várias gestões, como Coordenador Setorial de Graduação e como membro da Comissão de Vestibular.

Serra, como era chamado por seus colegas, colaborou também com a PUC-Rio através da participação nos órgãos colegiados do Departamento de Geografia, do CCS, e da Administração Central.

São poucos hoje os professores do Departamento de Geografia que conviveram com o Professor Serra durante o seu longo período como docente da PUC-Rio, mas o livro publicado pelo Núcleo de Memória da PUC-Rio em comemoração dos 70 anos da Universidade estampa, em sua página 117, uma fotografia de 1971, pertencente ao acervo pessoal do funcionário José Paim, de um time de futebol composto por professores e funcionários no qual o Professor Serra, então um jovem de cabelos longos, aparece na primeira fila, à direita da foto, devidamente uniformizado como jogador do time ao lado de outros colegas tais como os Professores Augusto Sampaio, Clóvis Dottori e Ilmar Rohloff de Mattos.

Carlos Alberto Menezes Direito (1942-2009) _

O professor Carlos Alberto Menezes Direito tomou posse no Supremo Tribunal Federal em 05/09/2007. Nascido em 08/09/1942, em Belém (PA), formou-se bacharel em Direito pela PUC-Rio em 1965 e alcançou o título de doutorado em 1968. Atuou como ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por onze anos, depois de passar pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, como desembargador, entre 1988 e 1996.

No Rio de Janeiro, foi chefe de gabinete na Prefeitura, membro do Conselho da Sociedade Civil mantenedora da PUC-Rio, presidente da Fundação de Artes do Rio de Janeiro e membro do Conselho Estadual de Cultura do Estado. Foi também presidente da Casa da Moeda do Brasil, secretário de Estado de Educação e presidente do Conselho Nacional de Direito Autoral. Na PUC-Rio, era professor titular do Departamento de Direito.

Texto do prof. Eurico Borba, ex-professor da PUC-Rio e ex-presidente do IBGE:

Ministro Menezes Direito

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Alberto Menezes Direito era meu amigo - “o irmão que se escolhe”.

Sofro com sua ausência. Junto com sua família, que ele tanto amava, choro a sua ausência. Direito fará falta ao Brasil que, uma vez mais, é inesperadamente privado da ajuda preciosa de um dos seus filhos mais capacitados. Sua ausência será sentida no Supremo num momento especialmente complicado.

Um instante de ultrapassagem de fronteiras históricas. A passagem do ambiente humano e do poder político de uma geração que ainda foi herdeira de vetustas tradições de honradez e certeza nos frutos do trabalho digno, amor à pátria e efetivo respeito ao próximo, que lutou pela liberdade e pela democracia, para outra que, em muitas ocasiões, se comporta como se fosse a descobridora privilegiada de novos caminhos para alcançar outros horizontes.

Uma nova geração que parece não acreditar na construção humana permanente. Desdenha a herança de instituições e pressupostos filosóficos, que precisam ser preservados e constantemente aperfeiçoados - um magnífico estoque de esperanças, sonhos e fantásticas realizações, em todos os campos do saber e do agir humanos.

Carlos Alberto Menezes Direito era um homem talhado para auxiliar esta substituição de gerações por sua vasta cultura intelectual, sua paciência e senso de equilíbrio e de justiça. Seus pronunciamentos justos e sábios, seu humor, sua austera conduta de vida, sua natural liderança e autoridade moral, impunha, com sua presença, respeito e suas palavras eram ouvidas com atenção.

O Poder Judiciário é, (ou deveria ser...), o locus privilegiado do convívio de homens e mulheres sábios e honestos. Seus membros não podem expressar posições ideológicas - precisam ser sábios e honestos, isentos e competentes intérpretes das leis. E a vida e o destino dos cidadãos que se encontra nas mãos dos magistrados que, aj udados pelos advogados e demais componentes do sistema, oferecem as condições historicamente possíveis para o exercício desta missão sublime e terrível - julgar.

E um poder republicano diferente. As tradições, o linguajar cerimonioso, as togas austeras, o ritual dos julgamentos, além de criar o necessário ambiente de respeito é a homenagem que aqueles servidores públicos, que o Poder Judiciário prestam aos cidadãos, como que dizendo que sabem, que têm consciência da imensa responsabilidade que suas decisões acarretam para as suas vidas e sonhos, para as suas famílias, para a pátria.

Carlos Alberto Menezes Direito era sábio, íntegro, bom e honesto. Um cristão consciente das implicações da sua fé para com o ofício que escolheu exercer. Sua vida de trabalho e de estudos foi como que uma extensa preparação para o exercício do cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal. Foi um sábio na perspectiva de uma pessoa que sabe, que conhece profundamente o mundo que o cerca, que discerne, que tem incorporado na sua maneira de ser, permanentemente, a crítica lógica, aspecto maior do principal instrumento de ação do intelecto, que lhe servia não como pedante adorno de brilhantismo, para ser exibido a uma sociedade cada vez mais medíocre, mas como instrumento de trabalho responsável.

Dormia pouco, trabalhava, lia, ouvia música, encontrava tempo para tudo. Mas se percebia algum deboche, alguma crítica de má-fé ou um comportamento mal educado, coitado do provocador: as descomposturas chegavam na hora e eram arrasadoras. Era irreverente no momento certo, em ocasiões tensas, descontraindo o ambiente e fazendo todos rir. Logo a seguir as soluções eram encontradas e todos saíam felizes - um perfeito mediador.

Direito foi um orador brilhante, desde os tempos em que militava na política estudantil. Querido pelos seus alunos, deixou marca importante no ensino do direito constitucional, não só na PUC-Rio, como no ensino da matéria em todo o Brasil. Conselheiro, procurado por políticos, sempre sabia destacar, com clareza, o cerne das questões dos temas principais das discussões em curso ou nas propostas de lei em discussão no Congresso Nacional.

Suas manifestações, seus votos como magistrado, livros e artigos, são consultados e citados nas argumentações de muitos advogados, não só pelo saber jurídico exposto com propriedade, mas também pela lógica irretocável da argumentação objetiva.

Um juiz, um cidadão, um pai e esposo, um professor, um amigo que já faz muita falta. Um cristão que testemunhou, até o fim, com alegria e coragem, o radical amor à sua fé. Até já, querido amigo. Descanse em paz.

Alfredo Luiz Porto de Britto (1936-2015) _

O arquiteto e urbanista Alfredo Britto, professor da PUC-Rio e um dos criadores do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade, além de um dos maiores especialistas brasileiros em patrimônio cultural, faleceu no Rio de Janeiro, aos 79 anos, em 25 de novembro.

Alfredo Britto construiu uma carreira com fortes bases sociais e seu nome ficará ligado a várias causas de interesse da cidade, como a campanha contra a demolição do Palácio Monroe. Trabalhou nas restaurações do Arquivo Nacional (1982) e do Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Morais (2004), projeto de Affonso Eduardo Reidy, conhecido como Pedregulho. Esse trabalho deu origem ao seu mais recente livro – Pedregulho, o sonho pioneiro da habitação popular no Brasil –, lançado em agosto, pouco antes de seu falecimento.

Secretário do IAB-RJ e membro da Direção Nacional do Instituto (1980 a 1983), por dez anos representou a seccional do Rio de Janeiro no Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil.

O presidente do IAB, Sérgio Magalhães, recordou:

Alfredo Britto foi um dos formuladores do pioneiro e famoso Inquérito Nacional de Arquitetura, redator e diretor da revista Arquitetura [...]. Desde o início dos anos 1970, Alfredo foi titular do escritório GAP - Arquitetura e Planejamento, com larga produção edilícia, urbanística e de restauração de patrimônio, tendo recebido diversos prêmios, inclusive a 1ª Premiação Anual do IAB RJ, em 1963.

A arquiteta e secretária-geral do IAB, Fabiana Izaga, também lamentou a perda:

A arquitetura carioca teve em Alfredo Britto uma figura singular pelo seu envolvimento em várias faces da profissão: como professor e pesquisador, como profissional atuante, com destaque em projetos ligados ao patrimônio, e na militância profissional através do IAB.

Aos 79 anos, Alfredo Britto estava terminando um curso de Doutorado no Programa de Pós-Graduação em História Social da Cultura da PUC-Rio.

Em mensagem à Comunidade PUC-Rio, a Profa. Maria Fernanda Campos Lemos, Diretora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, assim registrou o falecimento:

É com enorme pesar que informo o falecimento de nosso querido professor e amigo Alfredo Luiz Porto de Britto. Alfredo Britto foi um dos professores envolvidos com a fundação do Curso de Arquitetura e Urbanismo e sentiremos muitíssimo a sua falta.

(Departamento de Arquitetura) (+25 de novembro de 2015) 

Fernando Betim Paes Leme (?-2021) _

Betim foi um dos fundadores do Curso de Arquitetura e Urbanismo e, posteriormente, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio. Foi também um dos fundadores do Programa de Pós-Graduação. O Departamento, em sua nota de despedida ao professor, frisa a sua participação e “a marca de sua visão sensível e extremamente humana da arquitetura e do urbanismo, de sua devoção ao ensino, e do extraordinário senso de pertencimento que sempre manteve com a nossa PUC-Rio em tudo que o Departamento é hoje”.

O prof. Betim possuía graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1986), mestrado (2003) e doutorado (2008) em Design, pela PUC-Rio, e especialização em Arquitetura e Sustentabilidade pela Universidad Politecnica de Cataluña (Barcelona). Atuou como pesquisador ligado ao Laboratório de Investigação em Living Design – LILD - e ao Laboratório de Ecodesign - LED, do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio, com foco em sistemas construtivos sustentáveis, coberturas verdes, moradia rural, compósitos e materialidades acessíveis para construção.

Gabriel Araújo de Lacerda (1939-2020) _

Graduado em Direito pela PUC-Rio (1962), fez mestrado em Harvard (1968) e foi professor do curso de Direito da PUC-Rio no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, convidado pelo prof. Joaquim Falcão para ajudar a estruturar o curso. Foi professor-fundador da Faculdade de Direito da Fundação Getúlio Vargas.

Fernando Bastos de Ávila S.J. (1918 - 2010) _

Carioca nascido no ano de 1918 no bairro de Copacabana; jesuíta desde 1935; ordenado sacerdote em 1948; doutor em ciências políticas e sociais pela Universidade de Louvain em 1954 com tese sobre a imigração como experiência de exílio; sociólogo e intelectual de primeira linha no cenário nacional e internacional; membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro desde 1995 e da Academia Brasileira de Letras desde 1997; organizador e coordenador do Departamento de Pastoral da Cultura da Diocese do Rio de Janeiro que promoveu debates entre intelectuais no Sumaré; nomeado pelo Papa João Paulo II para a Pontifícia Comissão Justiça e Paz; fundador em 1967 e diretor do IBRADES – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento -, o Padre Ávila chegou à PUC-Rio em 1954 e aqui trabalhou por muitos anos.

Quando a morte faz com que o Padre Ávila nos deixe na madrugada do dia 6 de novembro de 2010, aos 92 anos, a PUC-Rio sabe que perdeu um de seus professores mais brilhantes; o fundador, em 1954, do Instituto de Estudos Políticos e Sociais que viria a tornar-se a Escola de Sociologia e Política e, mais tarde, o atual Departamento de Ciências Sociais e seu diretor até 1967; o Vice-Reitor da Universidade em 1964; o incansável criador e editor da Revista SPES - Síntese Política, Econômica, Social -; o formador de gerações de sociólogos e cientistas do social; o intelectual de palavra sempre oportuna e escrita sedutora, com 15 livros publicados; o crítico arguto e sensível; o colaborador de tantos anos.  Mas sobretudo a PUC-Rio sabe que o Brasil e o cenário intelectual internacional perderam um homem com um coração do tamanho do mundo, uma inteligência extraordinária, um sentido crítico afiadíssimo e uma imensa sensibilidade social.

Os arquivos do Núcleo de Memória da PUC-Rio guardam fotografias do Padre Ávila.  Guardam também um número especial da Revista PUC-Ciência em homenagem a ele publicado em 1995 e que traz artigos de intelectuais como Helio Jaguaribe, Leandro Konder, Otávio Velho e Luiz Alberto Gómez de Souza; de amigos; de jesuítas e dele próprio.  Guardam ainda uma entrevista gravada em áudio e vídeo e feita por ocasião do cinqüentenário do campus da Gávea em 2005. E o primeiro número da Revista Desigualdade & Diversidade, do Departamento de Sociologia e Política – disponível on line – traz, em texto escrito e em áudio, um depoimento do Padre Ávila sobre sua vida e atuação na PUC-Rio.

Uma coisa é certa.  É um grande privilégio ter a vida do Padre Ávila na história da PUC-Rio.  E ele vai fazer muita falta na Universidade e no mundo.

Em memória do Pe. Ávila

No dia 6 de novembro, fez um ano da morte do Pe. Fernando Bastos de Ávila S.J., ocorrida em Belo Horizonte.

Jesuíta, padre, doutor em Sociologia, professor, pesquisador, escritor e o melhor amigo de centenas de pessoas que o conheceram. Não vou me estender sobre sua produção intelectual, nem sobre suas múltiplas atividades como professor e conferencista, tão pouco sobre a influência que teve, com seus livros e artigos, sobre a formação e a atuação da juventude cristã e dos partidos políticos de centro-esquerda, no Brasil, entre os anos de 1960 e 2000. Quero me restringir ao aspecto do sacerdote, sábio e humano, que a todos encantava com suas palavras, fina ironia, escritos belíssimos e, acima de tudo com seu sorriso e olhar – "o espelho da alma". Cada interlocutor tinha a absoluta certeza de que no momento em que conversava com o Pe. Ávila, sobre quaisquer assuntos, era apenas ele que existia para aquele padre, que concentrava toda a sua atenção e interesse em quem o procurava. Seu olhar impossível de descrever, sua expressão facial refletia empatia, interesse, expectativa, compreensão, espanto, total atenção, amor, alegria e tristeza. E quando sorria – sorria falando - então seu rosto era todo amizade e acolhimento, imagem do puro prazer do convívio.

Possuidor de perfeita lógica de raciocínio, exímio operador dos conceitos da filosofia, sabia explicar, induzir seus alunos e amigos em direção ao prazer da conquista de conhecimentos. Um sábio que percorria, com desenvoltura, a sociologia, a história, a antropologia, a psicologia, a teologia, os temas mais variados do seu tempo que acompanhava pela leitura e pelo diálogo permanente, numa prática acadêmica e de companheirismo em mais de meio século de pertinaz testemunho de serviço e de amor ao próximo.

Sacerdote que com carinho falava de Jesus e de Nossa Senhora com pessoas de todas as idades e das mais diversas formações intelectuais. O mistério de Deus deixava de ser mistério e a graça do Amor Divino perpassava o encontro com a tranqüilidade que a todos seduzia e encantava, criando as condições próprias para a conversão e a oração. Quando, nas missas, consagrava o pão e o vinho transfigurava-se em imagem de humilde e respeitosa comunhão com o sagrado e, então, o som do seu "est", como a veemência da voz de arauto fiel, proclamando a glória do Redentor e a certeza da Eucaristia, era ouvido por todos com total emoção de convencimento do ato central da fé católica, que ali se presenciava. Para quem era por ele atendido, em suas aflições existenciais, significava a certeza de receber o esperado abraço, a compreensão e a companhia amiga, também já angustiado com o problema que lhe estava sendo apresentado.

Mas não o provocassem, pois a reação viril e apologeticamente arrasadora se fazia sentir na hora. Percebia, no mesmo instante, uma maldade embutida num gesto ou numa palavra e isto não admitia – honestidade nas relações que estabelecia era o pressuposto da sua vida. Depois se arrependia e não se aquietava enquanto não pedia desculpas ao interlocutor aturdido pela contundência da resposta que recebera, como resultado da ousadia que cometera.

Adorava seus muitos amigos e amigas. Falava da política, das novidades da sociedade, do esporte, da musica – enternecia-se com a letra do "Chão de Estrelas" e cantava muito afinado – "... tu pisavas nos astros distraída..." para logo em seguida reger Carmina Burana ou ficar com os olhos marejados de lagrimas emocionadas com a Sinfonia a Kreutzer e dizia: "que diálogo extraordinário..."

Convivi com o Pe. Ávila por meio século. Foi meu mestre e amigo - me apresentava dizendo com imenso carinho – (lembranças que me enchem de emoção e imensas saudades), "o filho que não tive..."

Estou cada vez mais sozinho com o desaparecimento de queridas amigas e amigos. Restam, cada vez mais, as lembranças. Numa das ultimas visitas me disse baixinho e emocionado: "neste estado em que me encontro é mais fácil ficar calado rezando..., me preparando para o grande e definitivo encontro...".

Sorrindo, com os olhos brilhando de alegria, partiu para a experiência definitiva da eternidade que dizia ser, com convicção contagiante: "a incomensurável felicidade da contemplação de Deus na sua plenitude instantânea".

Prof. Eurico de Andrade Neves Borba
ex-aluno do Pe. Ávila
ex-Vice-Reitor de Desenvolvimento da PUC-Rio

 

Audir Bastos Filho (1951-2018) _

(26 de março de 2018)

Professor, advogado, psicomotricista, consultor de diferentes escolas no Brasil e no exterior, o especialista em educação infantil Audir Bastos Filho era pesquisador do Núcleo de Estudos e Ação sobre o Menor (NEAM) da PUC-Rio. Colaborou com o NEAM por mais de 30 anos.

No NEAM, não lhe cabiam os títulos, mas, sim, seu jeito alegre e irreverente de ser, sempre contribuindo para formação de todos aqueles que com ele conviviam. Mesmo em todos os momentos difíceis ele conseguia estampar um sorriso no rosto e alegrar a todos. Audir vai nos fazer muita falta.

Nota do Núcleo de Estudos e Ação sobre o Menor - NEAM/PUC-Rio

 

 

Verônica Rodrigues (1957 - 2012) _

A Profa. Verônica era graduada em Arquitetura e Urbanismo pelo Instituto Metodista Bennett (1983) e mestre em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2006). Foi consultora do projeto de criação do curso de Arquitetura em 2001 e desde 2002 atuava como professora da Universidade.

Seu pai, o arquiteto Sergio Rodrigues, de quem era sócia no escritório Sergio Rodrigues Design e Móveis, disse ao Jornal da PUC que desde pequena Verônica demonstrou interesse por arquitetura, frequentava sua loja de design e o auxiliava a arrumar os móveis dispostos na varanda do apartamento onde moravam. Dizia que gostava de morar numa casa diferente das demais.

Para o Prof. Fernando Betim, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, “Verônica tinha sensibilidade em relação ao ensino. Lançava um olhar humanista em disciplinas mais formais e trazia a simplicidade. Ela tinha uma técnica muito apurada e sabia traduzir isso para a sala de aula. Sua doçura, competência e amizade foram marcas fundamentadoras da construção do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio.”

O Jornal da PUC apurou que “Verônica era apreciadora de música brasileira e de cinema, gostava de cozinhar e de cantar e participava de coros familiares. Leitora voraz, fazia doutorado em Letras pela PUC-Rio e em sua tese buscava associar a personalidade dos personagens de ficção ao interior de ambientes descritos nas obras. Verônica faleceu de câncer no dia 13 de março, dois dias antes de seu aniversário, aos 55 anos. Deixou duas filhas, uma designer e outra estudante de arquitetura.”

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