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Professores

Título Código Dataordem crescente Descrição
Klaus Paul Ernest Wagener (1930 - 2012) _

O Prof. Wagener foi, por longos anos, um dos artífices do Departamento de Química. Dele escreveu o Prof. Pércio Augusto Mardini Farias, seu colega de Departamento:

“Faleceu [...] o pesquisador Biofísico Alemão-Brasileiro, Professor Dr. Klaus Paul Ernest Wagener. O professor Klaus Wagener titulou-se em Física e Físico-Química pela Universidade de Goettingen na Alemanha. Foi pesquisador e chefe do laboratório de Química de Isotopos no Hahn-Meitner Institut em Berlim. Em 1968 tornou-se Diretor do Instituto de Físico Química do Centro de Pesquisas Nucleares (KFA) em Juelich e em 1969 Professor Titular de Biofísica da Universidade Tecnológica de Aachen. Em 1971 fez parte da missão diplomática alemã que visitou o Brasil. Posteriormente se transferiu para o Brasil e por 16 anos até 1999 quando se aposentou foi professor pesquisador do Departamento de Química da PUC-Rio.

“O Dr. Klaus foi um grande colaborador, apreciador e amigo do Pe. Leopoldo Hainberger S.J., fundador do Departamento de Química da PUC-Rio. O Dr. Klaus foi um dos primeiros orientadores do programa de Doutorado da pós-graduação do Departamento de Química da PUC-Rio. Foi o orientador do Dr. Henrique Antonio de Salles Andrade, com uma tese de doutorado sobre a poluição e seus efeitos na Lagoa Rodrigo de Freitas do Rio de Janeiro. Na época um importante jornal carioca publicou estes resultados com o comentário ‘Uma solução para a Lagoa Rodrigo de Freitas, sem aterro’. Esta tese é considerada uma das primeiras do Departamento de Química e também do Centro Técnico Científico da PUC-Rio.

“O Dr. Klaus foi também o orientador de vários químicos analíticos que se projetaram nacionalmente e internacionalmente, entre eles, o Prof. Dr. Adilson José Curtius e a Profa. Dra. Angela de Luca Rebello Wagener, atual Diretora do Departamento de Química, e sua esposa. O casal Klaus e Angela, ambos, professores Titulares do Departamento de Química, contribuíram fortemente para o desenvolvimento e a consolidação em alto nível da Química Analítica do Meio Ambiente no Brasil. Uma das patentes do Dr. Klaus, foi à criação de um ‘Sistema de agitação de fluxo vertical e baixo consumo de energia aplicada em fotobiorreatores para produção industrial de micro algas’.

“O Dr. Klaus sempre dizia que um bom pesquisador precisa de muita imaginação, fantasias e muita cultura, e assim procurava incentivar os novos doutores com temas da Termodinâmica na Físico-Química como ‘O Curso do Tempo é Reversível?’. Um tema onde o Curso Histórico da Ciência tinha um papel central. Infelizmente a Comunidade Científica e a Sociedade Alemã e Brasileira perde um grande Cientista, mas o seu legado de conhecimento já se encontra nas novas gerações de Cientistas Brasileiros.”

Luiz Felipe Guanaes Rego (2022) _

Formado em Geografia e Meio Ambiente pela PUC-Rio, doutor em Recursos Naturais pela Universidade Albert-Ludwigs, de Freiburg, Alemanha, Luiz Felipe Guanaes Rego (-26/02/2022) faleceu aos 59 anos de idade. Era professor do Departamento de Geografia e Meio Ambiente e Diretor do NIMA (Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente) da PUC-Rio. Seu interesse em pesquisa incluiu modelos do espaço geográfico em SIG para apoiar as análises, atividades e monitoramento do processo para a sustentabilidade da terra no nível local. Desenvolveu sistemas automáticos de gerenciamento de hortas ecológicas de produção contínua em ambiente urbano. Coordenou a Rede de Ambiente e Sustentabilidade da Associação de Universidades Jesuítas da América Latina, AUSJAL. Coordenou a Rede Brasileira de Soluções em Desenvolvimento Sustentável, uma iniciativa das Nações Unidas (SDSN Brasil).

Segundo o Reitor Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J., Guanaes foi

Uma pessoa que viveu a vida com tanta intensidade, colocando amor, verdade e sabedoria em cada gesto e ação na missão que fazia na Universidade. Nunca vi Luiz Felipe não vibrando com a missão que recebia de mim para contribuir com a Universidade, desde que o conheci na década de 90.

Francisco de Paula Sattamini Flarys (1922-2016) _

O Prof. Flarys começou sua carreira na PUC-Rio em 1953. Foi diretor da Escola Politécnica (EPUC) e do Instituto Tecnológico da PUC-Rio (ITUC) nos anos 1960. Engenheiro eletricista, formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), em 1951, e coronel da reserva do Exército, fez cursos de Engenharia Elétrica, na Universidade de Stanford (1956), e de Física, na Universidade de Pittsburgh (1967). (Departamento de Engenharia Elétrica) (+ 17 de maio de 2016)

No IME desde 1952, foi chefe da Seção de Medidas Elétricas da Divisão de Eletricidade e professor das cadeiras de Produção de Energia Elétrica, Máquinas Elétricas e Controles, entre 1957 e 1961. Na PUC-Rio, ensinou Complementos de Física, no curso de Matemática da Faculdade de Filosofia, e Física, Eletrotécnica, Máquinas Elétricas, e Técnica de Alta Tensão.

O atual Decano do CTC, Prof. Luiz da Silva Mello homenageou o professor, lembrando a todos em nota a sua importância para o Departamento de Engenharia Elétrica, o CTC e a PUC-Rio, Em sua atuação como professor e decano do CTC.

Sônia de Camargo (1928-2014) _

A Professora Emérita Sonia de Camargo foi fundamental para a implantação do curso de graduação em Relações Internacionais da PUC-Rio, primeiro do Brasil em sua área. Cientista política, fez graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1964), mestrado em Ciência Política na Faculdad Latinoamericana de Ciencias Sociales (1972), doutorado em Ciência Política na Universidade de São Paulo (1981) e pós-doutorado na Asociación de Investigación y Especializacón En Temas Iberoamericanos (1990).

Professora da PUC-Rio desde 1977, a sua trajetória se mescla com a do Instituto de Relações Internacionais (IRI), criado em 1979, do qual foi diretora em duas oportunidades. Sonia de Camargo implementou também o doutorado em Relações Internacionais, pioneiro no país, e deixou a sua marca no nível de excelência alcançado pelo IRI, considerado um dos melhores do Brasil.

Em agosto de 2012, a professora foi homenageada com o fotolivro Sonia de Camargo e a PUC-Rio, desenvolvido pela equipe do Decanato do Centro de Ciências Sociais com imagens, fotos e depoimentos de amigos e companheiros da Universidade. Na ocasião, o Reitor Professor Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J. expressou o grande orgulho de tê-la na Universidade:

O apreço e o amor que tem por esta casa sempre acompanhou sua trajetória. Com uma semente pequena, Sônia apostou no trabalho e, determinada, fez com que a semente crescesse e virasse uma árvore grande com muitos frutos. Só tenho a agradecer por sua dedicação.

(Departamento Instituto de Relações Internacionais) (+23 de julho de 2014)

Luiz Carlos Scavarda do Carmo (?-2021) _

O prof. Scavarda esteve com a PUC-Rio desde quando iniciou sua graduação em Telecomunicações, seguida pelo mestrado e pelo doutorado em Física. Tornou-se professor do Departamento e nele atuou até recentemente. Foi decano do CTC, entre 1993 e 1999, e Vice-Reitor Administrativo por mais de uma década. Trouxe para o CTC o foco no ensino de Engenharia. Na década de 1990, foi um dos mentores do programa REENGE - Reengenharia da Educação em Engenharia, que teve forte impacto sobre os currículos de Engenharia no Brasil. Reconhecido nacional e internacionalmente, Scavarda foi Membro da Academia Nacional de Engenharia e da Academia Pan-Americana de Engenharia. Foi membro do conselho superior da FAPERJ, do Comitê Gestor da CNI e do Conselho de Tecnologia da FIERJ. Interessado na difusão da Ciência e na aproximação entre a Universidade e as escolas, criou o PIUES  Programa de Integração Universidade-Escola, nos anos 1990.

Segundo o prof. José Ricardo Bergmann, Vice-Reitor para Assuntos Acadêmicos:

Como Decano do Centro Técnico Científico, Scavarda enfrentou importantes desafios como a reestruturação do Centro, a renovação do Ensino da Engenharia - que trouxe importantes contribuições como as disciplinas hands-on, destinadas à solução de problemas reais - e a implantação de um programa inovador de empreendedorismo, temas em que teve destacada atuação, obtendo reconhecimento nacional e internacional.

Nota do Prof. Sidnei Paciornik, decano do Centro Técnico Científico:

Tive o prazer de ser seu orientado desde a Iniciação Científica, a partir de 1979, até o final do doutorado, em 1988. Muito mais do que um orientador acadêmico, Scavarda se tornou um grande amigo. Criativo, profundamente culto, conviver com ele sempre foi uma aula, um banho de conhecimento e de alegria.

Scavarda combinava, como poucos, competência técnica com dotes artísticos, sendo um grande amante da música. Pessoa carinhosa, simpática, ao lado de sua amada esposa Anita criou uma família especial, amorosa e íntegra. Fará enorme falta em nossos corações.

Laércio Dias de Moura S.J. (1918 - 2012) _

O Padre Laércio faleceu no dia 18/04/2012, na Casa de Saúde da Companhia de Jesus em Belo Horizonte. Pe. Laércio foi Reitor da PUC-Rio de 1962 a 1970 e de 1982 a 1995.

Uma visita ao site dos 70 anos da PUC-Rio permite saber mais sobre ele e sobre o muito que fez para que hoje possamos ser o que somos.

O Núcleo de Memória da PUC-Rio tem eu seu acervo dois vídeos da comemoração, no ano de 1995, dos 50 anos de Companhia de Jesus do Pe. Laércio. Essa comemoração ocorreu no dia 01/02/1995.  

Rever esses vídeos agora é uma das maneiras de agradecer pelo muito que o Pe. Laércio fez pela PUC-Rio. É também uma forma de reviver um pouco daqueles tempos ao rever alguns de nós quase duas décadas mais jovens.  E, principalmente, é uma maneira de fazer ainda mais viva a lembrança do Pe. Laércio, e a de tantos outros que aparecem na filmagem e já não estão entre nós.

Para ver o Pe. Laércio contar, com seu humor mineiro característico, um pouco da vida dele, clique neste link (aproximadamente 10 minutos).

Para ver o vídeo da festa de comemoração, na antiga residência dos padres jesuítas da PUC-Rio, onde hoje é o Edifício Pe. Leonel Franca, clique neste link (aproximadamente 17 minutos).

As filmagens foram feitas por Antônio Albuquerque, por tantos anos fotógrafo da PUC-Rio e hoje membro da equipe do Núcleo de Memória.

Clique aqui para ver o obituário publicado no jornal O Globo de 25/04/2012.

Homilia do Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J., Reitor da PUC-Rio, na missa de 7º dia celebrada na Igreja do Sagrado Coração em memória do Pe. Laércio Dias de Moura S.J., ex-Reitor da PUC-Rio, no dia 25 de abril de 2012:

A Inesquecível Memória de um Grande Reitor

Depois de galgar os degraus da terrenalidade da existência, deixando rastros de seu amor e dedicação ao sacerdócio e à missão de 21 anos como reitor da PUC-Rio, partiu aos 93 anos de idade, em direção à eternidade, o nosso querido, estimado e inesquecível Pe. Laércio Dias de Moura SJ.

Plasmado pelas suas origens mineiras que lhe deram as habilidades para lidar politicamente com situações adversas, encontrando sempre saídas inteligentes e diplomáticas, agregando mais tarde a sua formação profissional em direito que lhe permitiu conhecer os meandros e os fundamentos do espírito das leis, Pe. Laércio teve o mérito de consagrar a sua vida à Companhia de Jesus, embebendo-a de uma formação humanística capaz de compreender as inquietações do ser humano e os desafios da sociedade. Reunir o ser mineiro, o ser advogado e o ser jesuíta, é um privilégio de poucos, sobretudo quando esta tríade é voltada para o desejo desinteressado de amar, servir e fazer o bem.

Na sua vida longeva de Reitor da PUC-Rio, depois de ocupar o cargo de Secretário Geral e Vice Reitor, Pe. Laércio experimentou concretamente as moções de consolação e desolação que estão nosExercícios Espirituais de Santo Inácio. Consolação no primeiro mandato de 8 anos como reitor (1962-1970), quando as circunstâncias externas,  o seu entusiasmo juvenil e o apoio da sociedade possibilitaram a criação de várias mediações que ainda hoje estão presentes em nossa instituição, como a reforma universitária que uniu os departamentos em centros; a criação das vice-reitorias; a reforma dos estatutos para adequá-los à Lei de Diretrizes e Bases; a criação da DAR, do RDC, do CETUC e dos primeiros cursos de pós-graduação; a inauguração dos edifícios Kennedy e Frings etc. Por outro lado, no seu segundo mandato de 11 anos como reitor (1982-1995) as desolações apareceram, condicionadas sobretudo pelas circunstâncias externas. Nesse período enfrentou agitações sociais e problemas econômicos que certamente não foram fáceis de serem administrados. Como nos períodos de desolação temos que buscar os mananciais acumulados no tempo da consolação, Pe. Laércio manteve o entusiasmo, a força interior e as habilidades humanas ao manter o espírito criativo e inovador. Embora enfrentando os problemas do dia-dia, continuou renovando e criando estruturas acadêmicas que até hoje prestam um serviço relevante à nossa Universidade, como a Fundação Padre Leonel Franca, o TecGraf, o Projeto Comunicar, o Neam, o Noap, o Centro Loyola, entre outros.

Embora mergulhado nas preocupações e buscas de soluções dos problemas da PUC-Rio, Pe. Laércio foi também um homem que encarnou o espírito do lema inscrito em nosso brasão institucional `Allis grave nil`, pois possuía asas para voar mais alto nos desafios da sociedade. Seu mérito e reconhecimento é notório nos inúmeros conselhos em que participou, como o Conselho dos Reitores do Brasil, os Conselhos Federal e Estadual de Educação, o Conselho do Plano Estratégico do Rio de Janeiro etc.

No entanto, os méritos do Pe. Laércio não consistem apenas na sua figura como reitor, mas também em sua vida como religioso e em seu pensamento humanístico. Nos seus livros, A dignidade da pessoa e os direitos humanos, A educação católica no Brasil e Construindo a cidadania, Pe. Laércio deixa claras as suas ideias sobre a ética do bem comum; sobre a importância da criação do Clube do Cidadão onde, no convívio cotidiano, as pessoas possam discutir e refletir sobre os problemas da sociedade moderna; sobre a importância da Declaração dos Direitos Humanos no século XX, sobre a integração da terceira idade na Universidade e a crítica que ele faz sobre a concepção das escolas como meras transmissoras das ciências e não como despertadoras das virtualidades humanas, além da falta de uma visão mais interdisciplinar que vai além do processo de disciplinas desconectadas. Certamente esta última visão profética foi inspiradora para os avanços que hoje temos da interdisciplinaridade na PUC-Rio.

Finalmente gostaríamos de sublinhar também a figura religiosa do Pe.Laércio, que sempre foi estimada e exaltada na Igreja e na Companhia de Jesus. Enumero apenas os seguintes traços:

1. Homem de oração e discernimento, fiel aos princípios e valores da fé, imbuído de um amor profundo por Cristo, pela Igreja e pela Companhia de Jesus.

2. Homem de disponibilidade, aberto para a missão e dotado de um desejo profundo de fazer o bem, na busca permanente do conhecimento da verdade suprema.

3. Homem interiormente maduro que soube abrir caminhos para outros e distanciar-se da missão na Universidade aos 76 anos, quando percebeu as fronteiras dos limites biológicos, recolhendo-se na vida comunitária para se dedicar à reflexão e a uma vida mais intensa de oração e meditação.

4. Homem que procurou viver até o final da existência a sublime arte de saber envelhecer, com aceitação, serenidade, sem murmurações e reclamações.

Por tudo isso, peçamos ao Senhor que lhe conceda o merecido descanso eterno numa das moradas dignas que certamente são reservadas para aqueles que foram fieis aos princípios e valores do Reino de Deus. Que diante de Deus o Pe. Laércio possa continuar intercedendo pela PUC-Rio, esta obra apostólica que ele tanto amou e dedicou durante a sua vida.

Pe. Josafá Carlos de Siqueira SJ
Reitor da PUC-Rio
25 de abril de 2012

Alguns amigos da PUC-Rio compartilharam as mensagens publicadas a seguir.

"Lamento comunicar que ontem, 18 de abril, de manhã, faleceu na Casa de Saúde da Companhia de Jesus em Belo Horizonte o Pe. Laércio Dias de Moura, S.J., que foi Reitor da PUC-Rio de 1962 a 1970 e de 1982 a 1995. No próximo dia 23 de abril faria 94 anos. Que descanse em paz e que Deus o acolha na sua glória!"
Pe. Francisco Ivern Simó, S.J.
Reitor em exercício

"Fiquei muito triste com o falecimento do pe. Laércio, com quem tive o prazer de conviver. Tinha por ele uma grande estima e admiração. Doutor em Direito Internacional Público, que teve como orientador o francês Charles Rousseau, sua tese abordava a possibilidade/necessidade de um tribunal de direitos humanos, que somente viria a concretizar-se muitos anos depois. Também foi um dos poucos brasileiros que apresentou tese após o tradicional curso na Academia de Direito Internacional da Haia. Era um homem doce e elegante no trato com as pessoas e extremamente culto. Grande Reitor!
"Costumava brincar dizendo que ele era portador de três grandes virtudes: mineiro, advogado e jesuíta. Ele retrucava dizendo que isso era quase a divina trindade...
"Sua vida e sua obra garantem a glória na vida eterna."
Prof. Gustavo Sénéchal de Goffredo
Assessor Jurídico da Reitoria e professor do Departamento de Direito da PUC-Rio

"O Departamento de Direito, através dos seus professores, funcionários e alunos, declara-se enlutado pelo falecimento do querido pe. Laércio Dias de Moura, antigo Reitor da PUC-Rio e Professor do Departamento de Direito, apresentando seus sentimentos de condolência para a família entristecida e para a Companhia de Jesus que perde um excelente e notável integrante, conhecido pela lhaneza no trato pessoal e eficiência na administração."
Prof. Francisco de Guimaraens
Diretor do Departamento de Direito da PUC-Rio

"Prezados colegas
"Hoje às 18h daremos Graças a Deus pela vida do nosso Padre Laércio Dias de Moura, aquele que foi Reitor da PUC-Rio durante o maior número de anos, até nossos dias. Tendo trabalhado junto a ele durante vários anos quero falar-lhes, especialmente aos mais jovens, sobre sua ação entre nós.
"Figura modelar, como Doutor em Direito e como Jesuíta, administrador de visão clara quanto ao ambiente universitário que propiciaria alcançarmos a Meta de Excelência que vem sendo a constante na gestão da Companhia de Jesus, a quem foi entregue a direção da primeira Universidade Católica criada no Brasil, Padre Laércio ousou instalar na PUC-Rio a Reforma Universitária que serviu de inspiração para a Lei brasileira de 1988, em sua primeira gestão.
"Na segunda vez que exerceu a Reitoria, enfrentou com doçura e firmeza a grave crise socioeconômica da PUC, com a retirada do financiamento do CTC por um órgão federal, fato que partiu o corpo docente da nossa Universidade, afetando-a como um todo. Em meio a essa crise, nomeou uma Vice-Reitora para Assuntos Universitários que exerceu o cargo entre 1984 e 1988, tendo sido a única mulher a participar regularmente das Reuniões de Reitoria, até hoje, e que recebeu dele total apoio em medidas extremas que precisou tomar.
"Embora homem das leis, Pe. Laércio acreditava nas mudanças pessoais que levam a grandes alterações políticas, daí seu último sonho ter sido a multiplicação de Clubes do Cidadão, especialmente junto a comunidades que necessitavam de grandes mudanças políticas para a melhoria de suas condições de vida.
"Deus permita, que, junto a Ele, nosso Padre Reitor, possa continuar, sempre nos inspirando com o seu exemplo.
"Fraternalmente,"
Prof. Hedy Silva Ramos de Vasconcellos
Professora Emérita do Departamento de Educação da PUC-Rio

"É com grande pesar que não poderei prestar esta última homenagem ao querido Reitor,  Padre Laércio Dias de Moura, por ter um compromisso  com o projeto MTENC-FINEP  que foi  marcado no ano passado em João Pessoa, Paraíba. Como gostaria de comparecer!
"Seu excelente trabalho como Reitor e administrador na PUC-Rio foi observado nas oportunidades que participei como membro eleito no Conselho Universitário.
"Além de tudo, ele foi um dos primeiros no Brasil que sempre apoiava e acreditava nas pesquisas sobre Bambu, Solo, e fibras vegetais (MTENC) e me pediu que preparasse o projeto da Igreja da PUC-Rio feito com MTENC, o que cheguei a fazer. Mas as crises na PUC-Rio não nos deixaram realizar este projeto além de outros que foram planejados.
"Meus sentimentos de condolência pela perda de pessoa tão virtuosa e querida, a sua família, amigos e colegas e à Companhia de Jesus."
Prof. Khosrow Ghavami
Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio

Paulo Augusto Silva Velloso (?- 2020) _

Paulo Veloso foi professor do Departamento de Informática de 1977 até 1995. Veloso foi um dos pilares do Departamento e teve atuação de destaque internacional nas áreas de Lógica e Teoria da Computação.

Ele contribuiu para a formação de numerosos mestres e doutores, entre os quais o atual diretor, prof. Markus Endler, cuja dissertação de mestrado orientou. Passou a atuar como professor titular na UFRJ e foi membro ativo do corpo docente do PESC, Programa de Engenharia de Sistemas e Computação, da COPPE/UFRJ, onde se aposentou, mas nunca deixou de frequentar e colaborar com a PUC-Rio.

Veloso desenvolveu em 1984 a Teoria Geral dos Problemas, usada até hoje com a Teoria de Problemas de Kolmogorov, russo que é um dos fundamentadores da Teoria da Probabilidade. Outra contribuição importante foi o Teorema da Modularização, na década de 1990, fundamentando a teoria de desenvolvimento de software e sistemas.

Por sua valorosa contribuição, Veloso recebeu homenagens e premiações, como o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia: Área de Informática, do CNPq, em 1993; Prêmio Cientista do Nosso Estado pela FAPERJ, em 2002; foi eleito membro do CLE: Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da UNICAMP, em 2003 e, em 2014 foi homenageado em seu aniversário de 70 anos, no Encontro Brasileiro de Lógica.

Edward Hermann docente do quadro principal do DI da PUC-Rio, que trabalhou lado a lado com Veloso nos últimos anos, por exemplo na pesquisa sobre Fundamentação de Inteligência Artificial, lembra que Veloso era conhecido por fazer apenas uma pergunta em defesas e apresentações de seminários e trabalhos em congressos. A pergunta geralmente causava grande impacto. O professor Hermann também informou a todos sobre a preparação em andamento de um Festschrift - livro-homenagem - para ele, pela College Publications, do Imperial College London, intitulado A Question is more Illuminating than an Answer.

Junito de Souza Brandão (1924 - 1995) _

As virtudes do Professor Junito Brandão

Crônica publicada no Jornal da PUC em 26/11/2012, Edição 264.

Na mitologia grega as virtudes dos heróis são definidas por conceitos que, entre outros significados, expressam qualidades, sabedoria, fraternidade e moral. A palavra aretê é a virtude da força e da coragem, logos é um conceito que remete à razão, linguagem e justa medida, e métis é uma forma de inteligência e sabedoria.

Nas salas de aula da PUC-Rio um professor destacou-se por suas virtudes, sabedoria e a justa medida para ensinar, desenvolver pesquisas e dedicar-se à publicação dos seus estudos sobre a cultura clássica. Nas palavras de Miriam Sutter, sua ex-aluna e atual professora da Universidade, Junito Brandão era um “amigo sábio e generoso”.

Junito de Souza Brandão (1924-1995) concluiu em 1948 o bacharelado em Letras Clássicas nas Faculdades Católicas e em seguida cursou Arqueologia, Epigrafia e História da Grécia na Universidade de Atenas. Lecionou na Faculdade de Filosofia e posteriormente no Departamento de Letras. Membro da Academia Brasileira de Filologia, publicou dicionários etimológicos, obras didáticas e livros sobre a cultura clássica. Sua biblioteca particular foi doada para a PUC-Rio e integra o acervo da Biblioteca Central.

No livro “Teatro Grego: origem e evolução”, publicado em 1980, Junito Brandão assinala que o teatro na Grécia “embriagou-se do belo para celebrar o homem”. Em 2006 a PUC-Rio inaugurou em sua homenagem no bosque do campus da Gávea o Espaço Cultural Professor Junito Brandão, um anfiteatro palco de encontros, debates e eventos multiculturais. De shows a peças de teatro, de oficinas a local para o diálogo, por cumprir funções análogas às do teatro grego, esse anfiteatro é lugar privilegiado da contemplação e da experiência, e lembra, através da palavra, “a presença de uma ausência”.

Eduardo Gonçalves
Pesquisador do Núcleo de Memória da PUC-Rio.

Ana Luiza Morales de Aguiar (1946-2018) _

(02 de julho de 2018) 

Professora do Departamento de Artes e Design desde 2003, ministrava aulas de Design de Padronagem, Design de Estamparia e Projeto de Design de Moda.

Luiz César Povoa (1937 - 2012) _

Luis César Póvoa, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da PUC-Rio, era Professor Emérito da PUC-Rio e Professor Titular da UFRJ; atuava no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, que ajudou a criar; era consultor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e membro titular da Academia Nacional de Medicina. Era também membro de instituições internacionais como a American Endocrine Society e da British Society of Endocrinology. Entre suas publicações, o livro História da Endocrinologia Brasileira ocupa um lugar especial.

Um de seus muitos ex-alunos, o Dr. Rodrigo O. Moreira, publicou no site da Sociedade Brasileira de Diabetes um texto de despedida em que diz lembrar-se do Professor Povoa afirmando, em sala de aula na PUC-Rio: “Vou morrer com meus amigos e alunos. Vou morrer junto a tudo o que criei. E acho bom ninguém tentar mudar isso.” De certa forma sua vontade foi cumprida. Partiu cercado por seus amigos, por seus alunos, ex-alunos e após abrir o 41° Encontro Anual do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, evento que lhe era especialmente caro. Tal como queria. Flamenguista apaixonado, foi velado na sede do Clube que era uma de suas grandes paixões.

Sander Furtado de Mendonça (-2022) _

O prof. Sander Furtado de Mendonça (-21/04/2022) tinha graduação em Ciências Navais pela Escola Naval (1964) e em Engenharia Civil pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques (1978), mestre em Matemática pela Universidade Federal Fluminense (1982), atuou como professor do IBMEC (1995-2022) e da PUC-Rio (1984-2022).

Nota do Departamento de Administração:

[O Departamento] comunica com pesar o falecimento do prof. Sander Furtado de Mendonça. O Departamento gostaria também de agradecer o tempo e o carinho dedicados à Graduação e à Pós-Graduação, a gentileza no trato com os colegas, funcionários e discentes, a prontidão e a solidariedade sempre presentes no trato com o IAG.

Álvaro Barreiro y Luaña S.J. (1936-2016) _

Espanhol, da cidade de Negreira, em La Coruña, o Padre Álvaro Barreiro S.J. nos deixou aos 80 anos de idade, após 62 anos de Companhia de Jesus e 49 anos de ordenação presbiteral. (Ex-Professor do Departamento de Teologia) (+17 de julho de 2016) 

Autor de vários livros sobre espiritualidade inaciana, foi professor de eclesiologia e reitor na Faculdade Jesuíta. Foi um grande pregador em retiros e exerceu muitas outras atividades acadêmicas e pastorais, e, entre elas, foi fundador do Centro Loyola de Fé e Cultura.

A Profa. Maria Clara Bingemer, do Departamento de Teologia da PUC-Rio, assim resumiu as emoções de todos que admiravam o Pe. Álvaro Barreiro S.J.:

O ano foi marcado por várias “passagens” de pessoas que fizeram parte ativa do cotidiano de nossa Universidade e a quem a mesma muito deve.  Um deles foi o jesuíta Álvaro Barreiro y Luaña.

Galego de nascimento, Pe. Álvaro veio bem jovem para o Brasil, país que adotou e amou durante toda a sua vida.  Doutorou-se na Pontifícia Universidade Gregoriana e foi por vários anos professor de Teologia Sistemática no departamento de Teologia da PUC-Rio. Chegou a ser diretor do departamento, deixando a marca de uma administração séria e dedicada.

Juntamente com os outros colegas jesuítas, saiu da PUC-Rio para iniciar o projeto da Faculdade Jesuíta em Belo Horizonte.  Ali, continuou exercendo sua docência, chegando a ocupar por alguns anos o cargo de reitor.

Em seus últimos anos de vida, dedicou-se a dar Exercícios Espirituais, sobretudo a leigos.  Essa experiência levou-o a escrever livros sobre a espiritualidade inaciana.

Foi um homem de grande sabedoria e extrema bondade.  Por trás do rosto sério escondia-se um espírito de serviço a toda prova e uma acolhida simples e sincera a todos os que de sua pessoa se aproximavam.

Que descanse em paz e interceda por essa Universidade que tanto amou e, sobretudo, pelo seu departamento de Teologia. 

Profa. Maria Clara Bingemer

 

Leandro Augusto Marques Coelho Konder (1936-2014) _

O Professor Leandro Konder formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e também na UFRJ obteve o título de doutor em Filosofia, em 1984. Chegou a atuar como advogado criminalista e também trabalhista, carreira interrompida pelo golpe militar de 1964. A saída forçada do país o levou a viver na Alemanha, onde trabalhou na Universidade de Bonn, e na França. Apenas em 1978 retornou ao Brasil. Foi professor do Departamento de História da UFF, de 1984 a 1997, e, desde 1985, lecionou no Departamento de Educação da PUC-Rio.

Com 21 livros publicados, deixou vasta produção também como conferencista, articulista, ensaísta e ficcionista. Um dos maiores estudiosos do marxismo no país, publicou inúmeras obras em Filosofia, Sociologia, História e Educação. Autor de dois romances, A morte de Rimbaud e Bartolomeu, em 2008 publicou Memórias de um intelectual comunista. O Prof. Daniel Aarão Reis, do Departamento de História da UFF, afirmou que “A inteligência do Leandro está em seus livros e artigos publicados, poderemos sempre visitá-la.”.

Foi o “doce filósofo marxista de olhos azuis, sempre afetuoso”, como a ele se refere a Professora Maria Clara Bingemer (TEO) em artigo para o Jornal do Brasil, o “comunista gentil”, como o qualifica o amigo Francisco Daudt, em emocionada despedida na Folha de São Paulo.

A Profa. Sonia Kramer, do Departamento de Educação, registrou seu sentimento em mensagem compartilhada na rede da PUC-Rio:

Convivi com o Leandro desde 1988, quando fui sua aluna e orientanda de doutorado, e, desde então, nos tornamos grandes amigos. Leandro me ensinou a simplicidade, a sabedoria, a escuta, a pergunta, a presença, a elegância, o humor. E agora a saudade.

(Departamento de Educação) (+12 de novembro de 2014)

Tarcísio Padilha (1928-2021) _

Tarcísio Meirelles Padilha, ex-aluno e ex-professor de História da Filosofia da PUC-Rio, era membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e faleceu aos 93 anos.

Além da PUC-Rio, foi professor titular de filosofia, chefe do Departamento de Filosofia e diretor do Departamento Cultural da UERJ, professor de filosofia, pedagogia e sociologia da Universidade Santa Úrsula, membro do corpo permanente da Escola Superior de Guerra, professor de história da filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor do Departamento de Filosofia e coordenador do mestrado e do doutorado em filosofia da Universidade Gama Filho.

Publicou vários títulos em Filosofia, Ética e temas do Catolicismo. Na esfera editorial, foi diretor de Filosofia da Enciclopédia Verbum, de Lisboa; diretor da Coleção Filosofia, da editora Agir; e coordenador da Coleção Brasil em Questão, da José Olympio. Também foi membro do conselho editorial das revistas francesas Philosophie (Grenoble), Itinéraires philosophiques (Atenas) e Aletheia, da Internationale Akademie für Philosophie, além de coordenador da Bibliografia Filosófica Brasileira do Institut International de Philosophie, da UNESCO.

Foi eleito para a ABL em 1997, na sucessão de Mário Palmério, como o quinto ocupante da Cadeira No  2.

Erlane Ferreira Soares (1940 - 2012) _

Morreu na manhã do dia 09/04/2012 o Prof. Erlane Ferreira Soares, após longo período de luta contra um câncer no cérebro.

Engenheiro civil pela Universidade Federal do Ceará, obteve o mestrado em Engenharia Civil na PUC-Rio em 1967, onde lecionou por alguns anos, antes de partir para o doutorado na Universidade de Waterloo, obtido em 1975, na área de Recursos Hídricos. Ocupou diversos cargos administrativos na PUC-Rio, com atuação marcante e produtiva. Foi Diretor do Departamento de Engenharia Civil, Diretor da DAR, Coordenador Central de Projetos Patrocinados, Coordenador Central de Pós-Graduação, Vice-Reitor Acadêmico Adjunto e Coordenador Central de Extensão.

Deixa um filho e a esposa Christine, ex-Decana do CTC.

Erlane teve atuação marcante como professor e administrador, e sua inteligência e competência se aliaram a um convívio pessoal enriquecedor e inesquecível para todos nós.

Alguns amigos da PUC-Rio compartilharam as mensagens publicadas a seguir:

"O Reitor da PUC-Rio  vem manifestar sua solidariedade  aos Departamentos de Sociologia e Política e Engenharia Civil pelo falecimento dos Professores Santuza Cambraia Naves e Erlane Ferreira Soares que colaboraram academicamente com a nossa Universidade.  Peço a Deus que conforte as famílias dos respectivos professores, na certeza de que os mesmos estarão intercedendo por todos nós na morada eterna."
Prof. Pe. Josafá Carlos de Siqueira S.J.
Reitor da PUC-Rio

"É com enorme pesar que comunicamos o falecimento do prof. Erlane Ferreira Soares, ocorrido na manhã desta 2ª feira, 09/04/2012.
"O Prof. Erlane trabalhou durante mais de 27 anos na Vice-Reitoria Acadêmica, onde desempenhou com maestria diversos cargos administrativos. Profissional competente, prof. Erlane sempre se caracterizou pelo bom senso, capacidade de trabalho, espírito cooperativo e refinado humor. É uma perda lastimável."
Prof. José Ricardo Bergmann
Vice-Reitor Acadêmico

"Mais um grande colega e amigo que perdemos este ano. Lamento profundamente esta passagem e meus sinceros sentimentos para a Christine e os colegas da Engenharia Civil onde ele era lotado."
Prof. Reinaldo Castro Souza
Departamento de Engenharia Elétrica da PUC-Rio

"Nossos sentimentos à família do Prof. Erlane e aos seus colegas do Departamento de Engenharia Civil e da CCE, aonde realizou um trabalho excelente.
"Não posso deixar de ser grato pela sua contribuição na montagem administrativa do Mestrado Profissional em Logística."
Prof. José Eugenio Leal
Departamento de Engenharia Industrial da PUC-Rio

"Meus sinceros sentimentos para sua esposa Christine, seu filho e também para o Departamento de Engenharia Civil."
Profa. Isabel Moreira
Departamento de Química da PUC-Rio

"Prezados colegas
"É com grande pesar que comunicamos o falecimento, após longa enfermidade, do Prof. Erlane Ferreira Soares, nosso colega até 2007, quando aposentou-se.
"O Erlane foi um excelente professor e Diretor do Departamento de Engenharia Civil, tendo ainda servido à  PUC com extrema competência em diversos cargos da administração acadêmica incluindo, que eu me lembre, a Direção da DAR, a Coordenação Central de Pós-Graduação, a Coordenação Central de Projetos Patrocinados e a Direção da CCE.
"Convivi mais de perto com o Erlane, na VRAc, de 1995 a 2007, quando aprendi muito com ele. Foi um grande parceiro, sempre disposto à troca de ideias de forma leve, agradável e inteligente, e a ajudar os menos experientes nas mais diversas questões do trabalho. Sentiremos muito a sua falta."
Prof. Luiz da Silva Mello
Decano Interino do CTC-PUC/Rio

"Faço minhas as palavras de tantos, especialmente as do Bergmann, que sintetizou muito bem. Antes de morrer pediu aos familiares que eu fizesse as orações no cemitério, que é o que farei cerca das 15 hs."
Prof. Pe. Pedro M. Guimarães Ferreira S.J.
Professor do Departamento de Engenharia Elétrica

"Em nome do Departamento de Psicologia, e em meu próprio nome, gostaria de transmitir meus sentimentos de pezar aos familiares e aos colegas mais próximos do Prof. Erlane.
"Embora eu seja do CTCH, em função dos inúmeros cargos exercidos pelo Prof. Erlane, tivemos um contato bastante próximo. Todas minhas lembranças são pontuadas por seu esforço em entender e ajudar na resolução dos problemas ligados ao Departamento de Psicologia que lhe eram submetidos.
"Mesclado a isso, a capacidade de ponderar e refletir sobre a PUC e sobre a vida, o dom de contar histórias e uma sutil ironia, que enriqueciam nossos encontros acadêmicos.
"Nesse momento, me dei conta que, entre muitos outros colegas, o Prof. Erlane foi uma das pessoas dessa universidade de quem levarei uma das lembrança mais afetivas."
Profa. Maria Elizabeth Ribeiro dos Santos
Diretora do Departamento de Psicologia da PUC-Rio

"Colegas,
"Com profundo pesar, informamos o falecimento nesta data do ex-professor da Engenharia Civil da PUC-Rio, Erlane Ferreira Soares, após longo período de luta digna e serena contra um câncer no cérebro.
"Engenheiro civil pela UF Ceará, obteve o mestrado em Engenharia Civil na PUC-Rio em 1967, onde lecionou por alguns anos, antes de partir para o doutorado na Universidade de Waterloo, obtido em 1975, na área de Recursos Hídricos.
"Ocupou diversos cargos administrativos na PUC-Rio, com atuação marcante e produtiva. Foi Diretor do Departamento de Engenharia Civil, Diretor da DAR, Coordenador Central de Projetos Patrocinados, Coordenador Central de Pós-Graduação, Vice-Reitor Acadêmico Adjunto e Coordenador Central de Extensão.
"Deixa um filho e a esposa Christine, ex-Decana do CTC.
"Erlane teve atuação marcante como professor e administrador, e sua inteligência e competência se aliaram a um convívio pessoal enriquecedor e inesquecível para todos nós."
Prof. Raul Rosas e Silva
Diretor do Departamento de Engenharia Civil das PUC-Rio

"Prezado Raul e demais colegas da Engenharia Civil.
"Estamos cruzando um período de muitas perdas de colegas que tiveram importante papel na construção da PUC que conhecemos hoje. Este ano nos empobreceu profundamente. Em meu nome, como colega de tantos anos de Erlane e como representante do departamento de Química, envio os sinceros sentimentos à família de Erlane e ao departamento de Engenharia Civil."
Profa. Angela de Luca Rebello Wagener
Diretora do Departamento de Química da PUC-Rio

"Colegas,
"Quero também juntar-me aos demais que já se expressaram. A minha sensação é também essa de que uma geração que, desde os anos 70/80, construiu a duras penas essa universidade está partindo. Espero que as novas gerações possam beber algo dessa cultura institucional que se construiu ao longo desse anos e que se constitui na marca distintiva da PUC-Rio. Que a universidade se renove, sem perder a sua identidade no que ela tem de mais característico, que é o respeito mútuo e o coleguismo que permite conviver e crescer com as diferenças."
Profa. Ana Waleska Pollo Campos Mendonça
Departamento do Departamento de Educação da PUC-Rio

"Caros colegas,
"Faço minhas as sábias palavras da Ana Waleska.
"Como membro desta geração que vestiu a camisa e ajudou a fazer da nossa PUC-Rio uma universidade de excelência e, mais do que isto, um local de trabalho privilegiado pelo ambiente cordial que nos cerca, vejo com melancolia colegas de uma vida inteira partirem - inclusive aqueles que, silenciosamente, vêm se aposentando.
"Espero que as novas gerações valorizem essa universidade como nós fizemos e contribuam ainda mais para o seu engrandecimento."
Profa. Rosa Marina de Brito Meyer
Coordenação Central de Cooperação Internacioal - CCCI

Olinto Antonio Pegoraro (?-2019) _

O prof. Olinto Pegoraro era graduado em Filosofia pelo Instituto Pio XII (1954), com mestrado pela Universidad Santo Tomás (1963) e doutorado pela Université Catholique de Louvain (1972).

Desde 2010, atuava como professor de Filosofia no Programa Interuniversitário de Pós-Graduação em Bioética e Ética Aplicada e Saúde Coletiva, mantido pela UERJ-UFRJ-UFF-FIOCRUZ. Foi responsável pela formação de gerações de filósofos na PUC-Rio, na UFRJ e na UERJ, onde atuava nos últimos anos.

Em nota, a Anpof - Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia - lembrou que o prof. Olinto Pegoraro, seu presidente de 1988 a 1990, foi professor do Departamento de Filosofia da UFRJ e responsável por sua reestruturação após o término da ditadura civil-militar de 1964. Há muitos anos realizava trabalho comunitário na favela do Borel, no Rio de Janeiro. Engajado com a Filosofia Política e a luta pelos direitos humanos, trouxe para o Brasil, pela primeira vez, o prof. Ernst Tugendhat. Ex-padre, era conhecido por sua tolerância religiosa, acolhendo pessoas de todas as religiões e quem não possuía religião. Seu trabalho vinculava a ética à  justiça. 

Leonardo Boff se despediu do amigo lembrando sua dedicação, por grande parte de sua vida, à comunidade do Borel, “unindo pensamento com compromisso com os desvalidos”.

Manoel Herrington Wambier (1942 - 1993) _

Wambier, menino do Rio, da TV e do rádio

Crônica publicada em 16/10/2012 no Jornal da PUC, Edição 262

Nesta série de artigos sobre as pessoas que emprestam seus nomes a espaços do campus da PUC-Rio os denominadores comuns são o reconhecimento do papel desempenhado na Universidade e a saudade.

Esse é o caso da homenagem ao professor Manoel Wambier, que batiza os laboratórios de rádio e TV do Departamento de Comunicação da PUC-Rio desde 1998.

Amigos de diversas épocas e lugares publicaram relatos que ajudaram a compreender melhor a personalidade de Wambier. Nesses relatos e em matérias publicadas no Jornal da PUC surge a figura do “menino do Rio”, da praia, das festas, da música. No depoimento do professor Miguel Pereira, que o trouxe para o Departamento de Comunicação em 1981, aparece o professor muito próximo aos alunos e ao mesmo tempo muito rigoroso. No discurso da profa. Lenira Alcure na inauguração dos laboratórios, ela resume: “Eterno menino do Rio, com seu jeitinho malandro e doce de quem nunca abandonou a infância, dá sentido à inauguração dos nossos estúdios de rádio e TV, pois foi ele o seu primeiro idealizador.” Ressalta ainda o “espírito conciliador e a coragem de enfrentar os maiores desafios”. Um amigo dos anos 1970, Luiz Sergio Nacinovic, assim descreve Wambier: “cara de bugre saído de quadro clássico de Almeida Júnior”, resultado da mistura da bisavó índia com imigrantes alemães.

Manoel Herrington Wambier, nascido em Ponta Grossa, Paraná, em 1942, iniciou sua carreira como locutor de rádio em Curitiba, onde estudava Filosofia.  Em 1963 já apresentava o principal telejornal da TV Paraná. Um episódio definiu sua saída de Curitiba e a vinda para o Rio: no telejornal, ao preparar-se para ler uma notícia sobre uma greve de gráficos e jornalistas duramente reprimida, viu que o texto era tendencioso e traduzia a visão do grupo empresarial que incluía jornais e o canal de TV no qual trabalhava. Ao vivo, o jovem locutor com espírito de menino que vê e fala, declarou “isso eu não leio, porque não é verdade”. Perdeu o emprego.

Veio para o Rio e trabalhou como locutor e depois redator-chefe da Rádio Globo, onde conheceu o prof. Miguel Pereira, que pesquisava nos arquivos do jornal O Globo. Wambier completou o curso de Filosofia na UFRJ em 1969, um período conturbado da vida nacional. Foi para a Alemanha onde passou sete anos, dominou a língua e trabalhou como locutor, redator e tradutor para a Deutsche Welle, e como tradutor e dublador de filmes.

Ao chegar na Alemanha foi recebido com suspeita pela comunidade de exilados brasileiros por não ter um passado de militância política explícita. Ganhou o apelido de "O Espião de Colônia", história contada pelo jornalista Osvaldo Peralva em livro que reuniu crônicas publicadas nos anos 1980. Logo o menino que fazia amigos com a facilidade da infância superou a desconfiança, que deu lugar a reuniões para as quais Wambier preparava “uma sopa de lentilhas para chef germânico nenhum botar defeito”, seguindo a tradição de boa cozinha transmitida por sua mãe.

Voltou para o Brasil, foi diretor da Rádio Roquette Pinto, do jornalismo da TV Bandeirantes no Rio de Janeiro e do núcleo de programas especiais da Rede Manchete. No Departamento de Comunicação da PUC-Rio ajudou a definir as disciplinas relacionadas a rádio e TV e a montar os laboratórios. Coordenava os programas de rádio e depois de TV produzidos pelo Departamento.

Se da mãe herdou a habilidade culinária, com o pai aprendeu a mexer com eletrônica. Era capaz de construir e consertar rádios. Na PUC-Rio desenvolveu um pequeno transmissor e fez experiências para implantar uma rádio que transmitisse a programação produzida pelos alunos de Comunicação. Testou a transmissão do sinal de rádio do alto do Edifício Cardeal Leme para os outros prédios da Universidade. Não foi possível colocar a rádio no ar por limitações técnicas e legais, por isso criou e coordenou uma rádio transmitida nos pilotis através de alto-falantes. Havia na programação radionovelas, música e programas produzidos pelos alunos.

Wambier faleceu em 1993. O sentimento da jornalista Dalva Ventura é de que ele foi plenamente feliz no Rio de Janeiro: “Não perdia uma praia, sempre no final da tarde e, nos finais de semana, preparava almoços antológicos para nós e uma galera de agregados. Que eram muitos.” Os amigos da PUC-Rio estavam entre eles, presentes naqueles dias de sol de Ipanema e atentos às orientações do professor próximo, mas exigente, que dizia sem hesitar: “Isso não está certo. Corrija”.

É justo que essa edição comemorativa dos 60 anos do curso de jornalismo na PUC-Rio volte a homenagear o professor Wambier e que todos nós relembremos que os laboratórios de rádio e TV do Departamento de Comunicação da PUC-Rio levam seu nome.

Clóvis Gorgônio
Núcleo de Memória da PUC-Rio

Ana Maria Tepedino (1941-2018) _

(13 de setembro de 2018)

A Profa. Ana Maria de Azeredo Lopes Tepedino graduou-se em Filosofia pela Universidade Católica de Petrópolis, em 1963, e em Teologia, pela PUC-Rio, em 1981. Era Mestre (PUC-Rio, 1986) e Doutora em Teologia (PUC-Rio, 1993). Fazia parte do grupo de teólogas leigas, que é um diferencial do Departamento de Teologia da PUC-Rio. Em 2013, foi homenageada com o título de Professora Emérita pela PUC-Rio.

Membro da SOTER - Sociedade de Teologia e Ciência da Religião, foi apontada pela Sociedade como uma das mais importantes teólogas da América Latina, abrindo espaços e novas perspectivas de investigação no campo do feminino, na eclesiologia e na Teologia da Libertação. A Profa. atuou também em comissões da CNBB, no CELAM, na CRB e no CNLB.

Palavras do teólogo Leonardo Boff:

Conhecia-a como inquieta inteligência, engajamento pela justiça dos pobres e por um pensamento feminista bem fundado. Seus livros e artigos mostram esta sua dimensão. Bem dizia José Marti: “morrer é fechar os olhos para ver melhor”. Estamos seguros de que Ana Maria está agora com os olhos bem abertos e cheia de encantamento pela bondade de Deus-Pai e – Mãe – e pela alegria dos bem-aventurados. Que viva feliz na comunhão com os Divinos Três.

Ricardo Benzaquen de Araújo (1952-2017) _

 (01 de fevereiro de 2017)

O professor, historiador e antropólogo Ricardo Benzaquen de Araújo, foi professor da PUC-Rio no Departamento de História por mais de 40 anos, universidade na qual se formou. Benzaquen foi um importante intérprete da sociologia brasileira do século 20, tendo se dedicado principalmente à análise das obras de Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda.

Texto adaptado de nota da ANPUH (Associação Nacional de História) publicada no dia seguinte à morte de Ricardo Benzaquen:

Professor, antropólogo, historiador, vinculado a diversas instituições de ensino e pesquisa, como a PUC-Rio, IUPERJ, ANPOCS, Biblioteca Nacional e também ao IESP/UERJ, Ricardo Benzaquen faleceu no dia 1 de Fevereiro de 2017, depois de complicações decorrentes de uma cirurgia.

Estudioso de imensa erudição, intelectual brilhante, Ricardinho, como muitos o chamavam carinhosamente, nos deixou precocemente e sua ausência será marcada por muitas saudades de todos os que tiveram o privilégio de conviver com ele.

Por tudo que representou em sua trajetória particular e pública, pelo respeito intelectual e afetivo que consolidou ao longo da vida, sua perda será muito sentida.

Seu livro "Guerra e Paz: Casa Grande e Senzala e a obra de Gilberto Freire nos anos 30", marco nos estudos das Ciências Sociais no Brasil, prêmio Jabuti em 1995, será sempre uma referência dentro da rica e diversificada produção que nos deixou.

Nota do Núcleo de Memória da PUC-Rio:

O Departamento de História, seus alunos, ex-alunos, funcionários e professores viveram ontem, dia 01 de fevereiro, um dia de muita tristeza com a morte do Prof. Ricardo Benzaquen.

O Centro de Ciências Sociais (CCS) perdeu um de seus grandes colaboradores.

A PUC-Rio deixa de contar, em seu dia a dia, com um quadro intelectual brilhante e com alguém que, desde os tempos em que foi aluno do Departamento de História e a cada um dos muitos anos em que fez parte do corpo docente da Universidade, foi capaz de pensar a Universidade como um todo e comprometer-se com ela.

O país perdeu ontem um cientista social com uma rara capacidade de transitar por várias áreas do conhecimento por saber, como poucos, o que significa a interdisciplinariedade.

E o mundo, nesses tempos já tão sombrios, deixa de contar com o seu sorriso, sua fala mansa e firme, seu sentido de humor, sua capacidade de fazer amigos, sua doçura, sua conversa gostosa e sua enorme generosidade.

A equipe do Núcleo de memória, e muito especialmente aqueles que aprendemos tanto com o Ricardinho porque fomos seus colegas, seus alunos e seus leitores, muito tristes, quer juntar-se à dor de todos os seus amigos, e de modo muito particular à da Carolina, da Alice e da Carmen.

Diversas manifestações e textos sobre Ricardo Benzaquen estão disponíveis no site do Núcleo de Memória.

 

Regina Maria de Oliveira Borges (? - 2013) _

No final do mês de janeiro a PUC-Rio perdeu a Profa. Regina Maria de Oliveira Borges, do Departamento de Teologia, que foi por muitos anos encarregada de turmas de disciplinas de Cultura Religiosa.

Regina tinha uma longa história na Universidade. Antes de titular-se em Teologia, havia feito o curso de graduação em Pedagogia na década de 1960. Mas foi como teóloga que atuou como professora por mais de uma década.

Discreta, Regina conhecia bem os alunos de vários Departamentos. Muitos de seus colegas do Departamento de Teologia e vários professores de outros Departamentos manifestaram seu pesar com a morte de Regina.

A Profa. Lúcia Pedrosa, do Departamento de Teologia, que trabalhou com ela por muitos anos e era sua grande amiga destacou sua força interior para enfrentar com fé, com disposição de luta e sem deixar-se abater pela penosa doença que se manifestou no início de 2012 e a levou um ano depois. A PUC-Rio manifesta toda a solidariedade a seu marido, a toda sua família e a seus amigos.

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