Publicações do Núcleo de Memória da PUC-Rio

:: Igualdade e diferenças - série Crônicas de Memória - A PUC-Rio e os 450 anos da Cidade; artigo publicado em 08/06/2015 na edição 291 do Jornal da PUC.


Nos pilotis da PUC-Rio, a diversidade do Rio de Janeiro. 2000. Fotógrafo desconhecido. Acervo Centro de Pastoral Anchieta.

Vários caminhos permitem pensar a relação entre diferentes culturas, práticas, grupos e classes sociais. A PUC-Rio, acompanhando uma tendência de abertura para a diferença e a interação, vem se abrindo para abraçar a sociedade em sua multiplicidade. Nesse contexto, a comemoração do aniversário do Rio de Janeiro nos faz refletir sobre o papel das pessoas que por aqui passam e que é fundamentalmente o legado que a Universidade deixa para a Cidade e para o país.

A Universidade foi criada visando à formação de uma elite intelectual católica e por muito tempo a imagem e a identidade dela esteve ligada a um grupo social restrito. Essa percepção vem sendo gradual e firmemente alterada.

Na década de 70, tem inicio o programa de Bolsas de Estudo e em 1994, em parceria com o Pré-Vestibular Para Negros e Carentes, parte das bolsas passa a ser reservada para alunos negros e pobres. Nessa década multiplicam-se grupos de pesquisa sobre multiculturalismo, inclusão social, questões de gênero e religiões. Com o tempo passa-se a pensar não só a inclusão dos alunos no ensino superior, mas também nos meios que garantam a conclusão dos cursos.

Nos anos 2000 a noção de diversidade orienta as políticas acadêmicas, através do fortalecimento de ações afirmativas, da internacionalização da Universidade e dos diálogos interreligiosos e interculturais.

O que entendemos por igualdade no contexto da cultura escolar por nós herdada pressupõe homogeneidade e uniformização. Quando exclui-se a diferença, impede-se a aceitação do outro. Ainda assim, a interação entre distintas culturas, costumes, práticas e visões de mundo vem se tornando capital. Devemos lembrar de “lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem [e] lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos descaracterize”, como afirma o sociólogo Boaventura de Sousa Santos.

André Penna Firme e Yasmin Getirana
Núcleo de Memória da PUC-Rio

 

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Núcleo de Memória da PUC-Rio