
Nos pilotis da PUC-Rio, a diversidade do
Rio de Janeiro. 2000. Fotógrafo desconhecido. Acervo
Centro de Pastoral Anchieta.
Vários caminhos permitem pensar a relação entre
diferentes culturas, práticas, grupos e classes sociais.
A PUC-Rio, acompanhando uma tendência de abertura para a
diferença e a interação, vem se abrindo para abraçar a
sociedade em sua multiplicidade. Nesse contexto, a
comemoração do aniversário do Rio de Janeiro nos
faz refletir sobre o papel das pessoas que por aqui
passam e que é fundamentalmente o legado que a
Universidade deixa para a Cidade e para o país.
A Universidade foi criada visando à formação de uma
elite intelectual católica e por muito tempo a imagem e
a identidade dela esteve ligada a um grupo social
restrito. Essa percepção vem sendo gradual e firmemente
alterada.
Na década de 70, tem inicio o programa de Bolsas de
Estudo e em 1994, em parceria com o Pré-Vestibular Para
Negros e Carentes, parte das bolsas passa a ser
reservada para alunos negros e pobres. Nessa década
multiplicam-se grupos de pesquisa sobre
multiculturalismo, inclusão social, questões de gênero e
religiões. Com o tempo passa-se a pensar não só a
inclusão dos alunos no ensino superior, mas também nos
meios que garantam a conclusão dos cursos.
Nos anos 2000 a noção de diversidade orienta as
políticas acadêmicas, através do fortalecimento de ações
afirmativas, da internacionalização da Universidade e
dos diálogos interreligiosos e interculturais.
O que entendemos por igualdade no contexto da cultura
escolar por nós herdada pressupõe homogeneidade e
uniformização. Quando exclui-se a diferença, impede-se a
aceitação do outro. Ainda assim, a interação entre
distintas culturas, costumes, práticas e visões de mundo
vem se tornando capital. Devemos lembrar de “lutar pela
igualdade sempre que as diferenças nos discriminem [e]
lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos
descaracterize”, como afirma o sociólogo Boaventura de
Sousa Santos.
André Penna Firme e Yasmin Getirana
Núcleo de Memória da PUC-Rio