
Jornal Flor do Campus, Ano III, n° 11, maio de 1985.
Acervo da Professora Lilian Saback.
Aclamada pelo público e proibida pela
repressão, a canção de Geraldo Vandré de 1968 tornou-se
sinônimo de resistência à ditadura e fez florescer
sementes de protesto. Talvez o Jornal Flor do Campus
tenha nascido desta floração.
O Jornal foi fundado na década de 1980,
quando o país caminhava para a redemocratização e a
PUC-Rio vivia uma crise interna que muitos viam na
contramão deste movimento.
O Flor do Campus foi assumido
pelos alunos de Comunicação da PUC-Rio como trincheira
na luta por melhores condições para o Departamento de
Comunicação e pela gestão mais participativa da
Universidade. A atuação do Professor Fernando Ferreira,
supervisor do Jornal, tornou possível essa empreitada
difícil que permitiu que o Flor se tornasse
escola de grandes profissionais da imprensa tais como
Cristina De Luca, Arthur Dapieve e Lilian Saback.
Ao folhear os números conservados pela
Professora Lilian Saback, salta aos olhos a capacidade
do Jornal de manter uma pauta abrangente e de atualidade;
de tratar temas que eram tabu tais como a AIDS, a
discriminação e a homossexualidade; de lutar sem perder
o humor por melhores instalações e equipamentos para o
Departamento de Comunicação e de enfrentar as questões
internas da PUC-Rio.
O expediente do Jornal mostra que era um
grupo não muito numeroso de alunos que assumia as
principais tarefas. Os nomes se repetem no Conselho de
Redação, diagramação, produção fotográfica, revisão
gráfica e divulgação, tarefas que tornavam viável a
publicação. Único docente da Redação, Fernando Ferreira
foi, segundo o Professor Miguel Serpa Pereira, o grande
responsável pela liberdade que pautava aquelas páginas.
Para os que viveram os complexos anos
1980 na PUC-Rio, é bom recordar que em meio a tensões e
crises, floresceu na Universidade essa
Flor do Campus.
Margarida
de Souza Neves
Yasmin Getirana
Núcleo de Memória da PUC-Rio