
Estudantes, professores e funcionários da PUC-Rio na
manifestação das Diretas Já, em 10/04/1984. Fotógrafo
Eduardo Jardim. Acervo Eduardo Jardim.
Em 2014 comemoram-se os 30 anos do maior movimento
popular da história do Brasil: a campanha das Diretas Já.
O Regime Militar que governava o país há 20 anos estava
enfraquecido. Críticas de corrupção, denúncias de
torturas e violência, a crise econômica e a alta da
inflação criaram um panorama agravado pela
impossibilidade do voto direto para presidente. A
perspectiva trazida pela votação da Emenda
Constitucional do deputado federal Dante de Oliveira,
que propunha as eleições diretas, acirrou o clamor das
manifestações que tomaram ruas e praças das cidades
brasileiras em 1984.
O movimento se espalhou por várias cidades e
instituições brasileiras e a PUC-Rio participou
ativamente deste momento político. No dia da grande
manifestação a Associação de Funcionários (AFPUC) e a
Associação de Pós-Graduandos (APG) mobilizaram
funcionários e alunos. O Diretório Central dos
Estudantes (DCE) saiu do campus com faixas em passeata
pela rua Marquês de São Vicente. Professores afiliados à
Associação de Docentes (ADPUC), órgão criado para
dialogar e negociar com a direção da Universidade,
incorporaram suas pautas às demandas da sociedade. Com
faixas e dizeres como “Liberdade de Expressão PUC” e
“Diretas Já PUC”, eles se juntaram às mais de um milhão
de pessoas que clamavam na Candelária por mudanças,
eleições limpas e diretas, pela volta do regime
democrático e o fim da ditadura.
Os anseios do movimento estudantil, dos docentes e
funcionários ultrapassaram os muros da PUC-Rio e se
juntaram às inúmeras vozes que lutavam por uma sociedade
mais igualitária, livre e democrática. Suas
reivindicações foram parcialmente atendidas. Apesar da
emenda não ter sido aprovada, em 1985 o poder civil foi
restaurado com a eleição, ainda que indireta, de um novo
presidente. O tempo dos governos militares se encerrava.
Eduardo Gonçalves e Fabio Cano
Núcleo de Memória da PUC-Rio