
Bernhard Gross e Pe. Röser S.J. na sede das Nações
Unidas em Nova York. 1958.
Fotógrafo Leo Rosenthal. Acervo da Reitoria da PUC-Rio.
A
fotografia em que se vê um padre e ao fundo o perfil
característico dos prédios de Nova York chama a atenção,
principalmente ao reconhecermos o Padre Francisco Xavier
Röser S.J., professor da PUC-Rio nos anos 1950 e 1960 e
criador do Instituto de Física em 1957, um marco da relação
entre ensino e pesquisa na Universidade.
A foto
registra Pe. Röser e o cientista brasileiro Bernhard Gross,
membros da comissão composta por cientistas de 15 países
criada em 1955 pelas Nações Unidas para estudar os efeitos
do uso da energia atômica, assunto estratégico no contexto
da Guerra Fria. Uma das atribuições de Pe. Röser junto à
comissão era medir as radiações de origem natural de forma a
permitir a identificação da influência das radiações
produzidas artificialmente. Para isso, percorreu o Brasil
com o também físico e professor da PUC-Rio Pe. Thomas Cullen
S.J.
Em 1924
Pe. Röser veio da Áustria para o Brasil com intuito de ser
missionário junto aos índios. Estudou no Colégio Anchieta de
Nova Friburgo, ensinou Física no Colégio Santo Inácio do Rio
de Janeiro, e o interesse por esta área levou-o à
Universidade de Innsbruck, onde fez doutorado na área de
energia atômica orientado por Victor Hess, prêmio Nobel de
Física em 1936. Nos anos 1940 foi professor dos colégios
Anchieta e Santo Inácio. Entre 1950 e 1955 participou de
pesquisas sobre radiação natural e raios cósmicos nas
universidades de Stanford e Chicago.
Pe. Röser
foi responsável pelo grande impulso dos estudos em Física na
PUC-Rio, com a instalação do laboratório Van de Graaff e a
ampliação da parte do Edifício Cardeal Leme onde funcionava
o Instituto de Física. Foi também pesquisador do Conselho
Nacional de Pesquisas e membro da Agência Internacional de
Energia Atômica. Sua atuação profissional, ilustrada pelo
episódio da foto, salienta o papel do cientista nos fóruns e
programas internacionais que visam ao desenvolvimento da
sociedade.
Clóvis Gorgônio
Núcleo de Memória da PUC-Rio
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