Publicações do Núcleo de Memória da PUC-Rio

:: Padre Röser e a ameaça atômica - série Crônicas de Memória - Fotografias: janelas do tempo; artigo publicado em 21/06/2013, Jornal da PUC, Edição 271


Bernhard Gross e Pe. Röser S.J. na sede das Nações Unidas em Nova York. 1958.
Fotógrafo Leo Rosenthal. Acervo da Reitoria da PUC-Rio.

A fotografia em que se vê um padre e ao fundo o perfil característico dos prédios de Nova York chama a atenção, principalmente ao reconhecermos o Padre Francisco Xavier Röser S.J., professor da PUC-Rio nos anos 1950 e 1960 e criador do Instituto de Física em 1957, um marco da relação entre ensino e pesquisa na Universidade.

A foto registra Pe. Röser e o cientista brasileiro Bernhard Gross, membros da comissão composta por cientistas de 15 países criada em 1955 pelas Nações Unidas para estudar os efeitos do uso da energia atômica, assunto estratégico no contexto da Guerra Fria. Uma das atribuições de Pe. Röser junto à comissão era medir as radiações de origem natural de forma a permitir a identificação da influência das radiações produzidas artificialmente. Para isso, percorreu o Brasil com o também físico e professor da PUC-Rio Pe. Thomas Cullen S.J.

 Em 1924 Pe. Röser veio da Áustria para o Brasil com intuito de ser missionário junto aos índios. Estudou no Colégio Anchieta de Nova Friburgo, ensinou Física no Colégio Santo Inácio do Rio de Janeiro, e o interesse por esta área levou-o à Universidade de Innsbruck, onde fez doutorado na área de energia atômica orientado por Victor Hess, prêmio Nobel de Física em 1936. Nos anos 1940 foi professor dos colégios Anchieta e Santo Inácio. Entre 1950 e 1955 participou de pesquisas sobre radiação natural e raios cósmicos nas universidades de Stanford e Chicago.

 Pe. Röser foi responsável pelo grande impulso dos estudos em Física na PUC-Rio, com a instalação do laboratório Van de Graaff e a ampliação da parte do Edifício Cardeal Leme onde funcionava o Instituto de Física. Foi também pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisas e membro da Agência Internacional de Energia Atômica. Sua atuação profissional, ilustrada pelo episódio da foto, salienta o papel do cientista nos fóruns e programas internacionais que visam ao desenvolvimento da sociedade.


Clóvis Gorgônio
Núcleo de Memória da PUC-Rio

 

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
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