
Sessão solene da 61ª Caravana da Anistia,
no auditório do RDC. 2012. Fotógrafo Antônio
Albuquerque. Acervo do Núcleo de Memória da PUC-Rio.
O auditório do RDC recebeu entre os dias
14 e 17 de agosto de 2012
a Conferência Internacional “Memória: América Latina em
perspectiva internacional e comparada”. No último dia da
Conferência instalou-se a 61ª Caravana da Anistia, a
primeira a ser realizada em uma universidade do Rio de
Janeiro. Liderada pelo presidente
da Comissão de Anistia Paulo Abrão Pires Júnior, doutor em
Direito pela PUC-Rio, a Caravana realiza desde 2008 sessões
públicas itinerantes de avaliação dos pedidos de reparação
moral e econômica de perseguidos pelo regime militar.
Nesse evento a sede do
Ministério da Justiça e seus poderes legais e
constitucionais foram transferidos para o auditório do RDC.
Ao conceder o direito à reparação, o Estado brasileiro pede
desculpas públicas e oficiais pelos erros cometidos no
passado. A sessão solene de apreciação dos pedidos de
reparação foi marcada pela emoção, pelas lágrimas e pela dor.
Parentes e amigos com fotos, camisas e bandeiras dos seus
familiares, muitos deles ainda desaparecidos, relembraram
com orgulho e sofrimento as suas histórias de lutas contra o
regime autoritário.
A foto escolhida para esta
crônica retrata o momento em que militantes como Luiz Carlos
Prestes, Zuzu Angel e Augusto Boal receberam homenagens
post mortem. Também foram homenageados pela luta contra
a repressão professores e funcionários da PUC-Rio como
Leandro Konder, Maria Augusta Martins Davidovich, o padre
Fernando Bastos de Ávila S.J. e os ex-funcionários Joana
Brandão de Aguiar e Moisés de Mesquita Melo.
A PUC-Rio acolheu professores e
pesquisadores vítimas de perseguição política e teve um
ativo movimento estudantil. Muitos foram presos e vítimas de
violência. Consciente da importância da sua memória e da
abertura para a sociedade, a PUC-Rio dialoga com a Caravana
da Anistia na defesa do livre expressar das opiniões, na
busca da verdade e na luta contra o que não deve ser
esquecido.
Eduardo
Gonçalves
Pesquisador do Núcleo de Memória da PUC-Rio |