Publicações do Núcleo de Memória da PUC-Rio

:: Para lembrar do Walmer - série Crônicas de Memória - Um mapa da memória da PUC-Rio; artigo publicado em 05/11/2012, Jornal da PUC, Edição 263


Walmer Jacintho Soares.  Desenho de Fabrício Eyler. 1994.

         Em 1994 um menino transformou a dor da perda de um amigo em lembrança para sempre fixada em um desenho.  Fabrício, esse é o nome do menino, saia do colégio e vinha para o Departamento de História encontrar sua mãe, a professora Flávia Eyler.   Enquanto esperava a hora da volta para casa, brincava nas salas do Departamento.  Foi assim que fez amizade com um adulto chamado Walmer, para ele o companheiro de animadas partidas de futebol jogadas entre cadeiras e mesas cheias de livros.

            Naquele ano de 1994, depois de uma longa luta, Walmer, o amigo adulto de Fabrício morreu.  O menino sabia que não haveria mais futebol nem brincadeiras. Com a sabedoria das crianças, decidiu pregar uma peça à morte e fazer eterno seu amigo em um retrato surpreendentemente fiel daquele que teve o dom de fazer que suas longas horas de espera se enchessem de alegria.

            Walmer Jacintho Soares começou a trabalhar na PUC-Rio em 1978.  Foi um professor muito querido e é lembrado como uma presença amiga, um excelente profissional e um homem corajoso diante dos desafios da vida. Para o professor Marcelo Jasmin, era sobretudo “uma pessoa solidária” e “uma personalidade carinhosa e sensível”.  Para a professora Flávia Eyler, três palavras resumem o que ele foi: “sabedoria, simplicidade e proteção”.   Para todos os que conviveram com ele, é inesquecível.

            No 5º andar do Frings existe uma Sala Walmer.  A escolha do nome reflete o impacto de sua morte precoce e o carinho de todos que o conheceram.  Hoje, é possível que muitos alunos e alguns dos novos professores e funcionários do Departamento de História não saibam por que a sala ganhou esse nome.  Mas Fabrício Eyler, o menino que desenhou o amigo que perdera e hoje é doutorando do Departamento de Letras da PUC-Rio sabe muito bem que a sala leva o nome de um grande homem. 

Margarida de Souza Neves e Reinan Ramos dos Santos
Núcleo de Memória da PUC-Rio

 

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