
Walmer Jacintho Soares. Desenho de Fabrício Eyler.
1994.
Em
1994 um menino transformou a dor da perda de um amigo em
lembrança para sempre fixada em um desenho. Fabrício, esse
é o nome do menino, saia do colégio e vinha para o
Departamento de História encontrar sua mãe, a professora
Flávia Eyler. Enquanto esperava a hora da volta para casa,
brincava nas salas do Departamento. Foi assim que fez
amizade com um adulto chamado Walmer, para ele o companheiro
de animadas partidas de futebol jogadas entre cadeiras e
mesas cheias de livros.
Naquele ano de 1994, depois de uma longa luta,
Walmer, o amigo adulto de Fabrício morreu. O menino sabia
que não haveria mais futebol nem brincadeiras. Com a
sabedoria das crianças, decidiu pregar uma peça à morte e
fazer eterno seu amigo em um retrato surpreendentemente fiel
daquele que teve o dom de fazer que suas longas horas de
espera se enchessem de alegria.
Walmer Jacintho Soares começou a trabalhar na
PUC-Rio em 1978. Foi um professor muito querido e é
lembrado como uma presença amiga, um excelente profissional
e um homem corajoso diante dos desafios da vida. Para o
professor Marcelo Jasmin, era sobretudo “uma pessoa
solidária” e “uma personalidade carinhosa e sensível”. Para
a professora Flávia Eyler, três palavras resumem o que ele
foi: “sabedoria, simplicidade e proteção”. Para todos os
que conviveram com ele, é inesquecível.
No 5º andar do Frings existe uma Sala Walmer. A
escolha do nome reflete o impacto de sua morte precoce e o
carinho de todos que o conheceram. Hoje, é possível que
muitos alunos e alguns dos novos professores e funcionários
do Departamento de História não saibam por que a sala ganhou
esse nome. Mas Fabrício Eyler, o menino que desenhou o
amigo que perdera e hoje é doutorando do Departamento de
Letras da PUC-Rio sabe muito bem que a sala leva o nome de
um grande homem.
Margarida de Souza Neves e Reinan Ramos dos Santos
Núcleo de Memória da PUC-Rio |