Vindo para a PUC-Rio pela Zona Sul carioca somos agraciados pela
beleza desta cidade. Alunos, professores, funcionários e visitantes
antes de chegarem à Universidade passam por alguns dos bairros mais
charmosos do Rio: Jardim Botânico, Lagoa e Leblon. São bairros
residenciais que guardam um pouco da atmosfera bucólica de outros
tempos. Esta região já foi conhecida pelos nomes de Freguesia da
Gávea, Chácara Dona Castorina e Freguesia da Lagoa, desconhecidos
para a maioria das pessoas que passam por eles hoje em dia.
Além dos nomes, a própria dinâmica da vida nestes bairros era
diferente. Outrora classificados como área industrial, estes bairros
abrigavam indústrias de tecidos, como a Tecelagem Carioca e o
Cotonifício Gávea, e algumas vilas operárias. Esse uso do espaço
distingue-se da ocupação anterior das margens da Lagoa Rodrigo de
Freitas, onde entre os séculos XVIII e XIX situavam-se o Engenho
Real e a Fábrica de Pólvora. O local desta foi escolhido por ser
afastado do centro da cidade, pois em caso de acidente haveria menos
danos. Desta época restaram poucos registros. Alguns deles são o
Jardim Botânico, o Horto Florestal, a capela de Nossa Senhora da
Cabeça, a igreja de Nossa Senhora da Conceição da Gávea, o Solar da
Imperatriz e a casa do Marquês de São Vicente, atual Museu da
Cidade, esta um exemplo das grandes propriedades da aristocracia
carioca que se espalhavam pela região.
A Lagoa Rodrigo de Freitas era muito diferente do que é hoje. Seu
formato tão conhecido era outro, e a sua área quase o dobro da
atual, ambos modificados pelos inúmeros aterramentos que sofreu. Os
moradores do seu entorno também eram outros. Segundo dados do
governo do Estado da Guanabara, em 1969 havia cerca de 26 favelas no
bairro da Lagoa. Estas foram removidas conforme avançou a
urbanização nesta área que chamara a atenção da especulação
imobiliária.
A partir da década de 1920 são construídos o Jockey Clube, o estádio
do Flamengo e o Jardim de Allah. Estes monumentos vão ajudar a
transformar estes bairros no que conhecemos hoje e que fazem o
caminho para chegar à PUC-Rio tão bonito e charmoso.
Luciana dos Santos
Aluna de graduação do Departamento de História
Pesquisadora do Núcleo de Memória da PUC-Rio