
O Solar nos anos 1950, residência da família Teixeira
Soares.
Fotógrafo desconhecido. Acervo de Maria José Teixeira Soares.

Alunos da rede pública em atividade do Núcleo de Estudos e Ação sobre o
Menor (NEAM). c.2000.
Fotógrafo desconhecido. Acervo do NEAM.
No início do século XIX começa a construção da nova casa da família
Montigny, situada no então chamado Caminho da Tijuca. Seu proprietário,
o arquiteto Auguste Grandjean de Montigny (1776-1850), projetara um
solar alto o suficiente para dele contemplar, além dos cafezais e
mandiocais, as águas tranquilas da Lagoa Rodrigo de Freitas e, mais ao
longe, o mar. Nessa época, o porão do solar abrigava escravos, bois e
alguns animais que eram preparados para as refeições diárias.
No
ano de 1938 a construção foi tombada pelo Serviço de Patrimônio
Artístico Nacional, atual Iphan. Alguns anos depois, com a criação do
campus Gávea em 1951, o prédio foi adquirido pela PUC-Rio, e durante
algum tempo ali funcionou a Reitoria. A história do Solar passa, então,
a se confundir com a da Universidade. Em 1980 foi restaurado e
convertido em Centro Cultural da PUC-Rio, espaço para realização de
atividades culturais e artísticas.
Podemos pensar o Solar Grandjean de Montigny como uma das colunas da
PUC-Rio uma vez que, etimologicamente, coluna, do latim columen,
significa também “do princípio”, “o primeiro”. Assim, o mais antigo
prédio do campus Gávea que, no entanto, tem sua principal marca não nas
colunas mas nos degraus, nos convida a subir sua elegante escadaria e
conhecê-lo melhor. Nos pavimentos superiores são montadas exposições e
mostras variadas. O porão, em outros tempos uma triste senzala, hoje
abriga o Projeto Portinari, que reúne informações e desenvolve pesquisas
sobre a obra do pintor.
Monumento artístico e espaço de diálogo entre a Universidade e a
sociedade, o Solar é, assim, um lugar que conta muitas histórias,
conecta experiências e esboça os traços de nossa identidade comum. Lugar
de memória, não à toa o Solar foi escolhido pela Reitoria da
Universidade para sediar a Exposição Comemorativa dos 70 anos da
PUC-Rio.
Roberto de Azevedo
Aluno do Programa de Pós-Graduação em História Social da Cultura
Pesquisador do Núcleo de Memória da PUC-Rio |