
Manifestação estudantil nos pilotis do Edifício da Amizade, 11/05/1977.
Fotógrafo desconhecido. Arquivo Agência O Globo.
Quantas gerações de estudantes já circularam pelos pilotis da PUC-Rio?
Certamente, muitas. Cada uma delas atribuiu a estas colunas um
significado todo especial e particular.
Ao
longo da década de 1970, os pilotis foram cenário de inúmeros encontros
e manifestações estudantis, nas quais os jovens lutavam pela cidadania
que lhes fora negada pelo regime ditatorial então vigente. Reivindicavam
não apenas direitos políticos, como, por exemplo, o direito ao voto.
Lutavam também – e talvez principalmente – pelos direitos civis que se
lhe haviam sido arrancados, isto é, exigiam o direito de ir e vir sem o
perigo de desaparecer sem deixar rastro e o direito de expressar-se
livremente sem o peso da ameaça da tortura. Em suma, manifestavam-se em
prol da liberdade e o faziam em nome de toda a população civil.
As
colunas da PUC-Rio eram, nesses encontros, pilares onde se prendiam os
cartazes que continham o grito da juventude que o governo autoritário
b2uscava silenciar. Talvez, na memória daqueles que vivenciaram este
momento da história da universidade, nas lembranças daqueles jovens que
aqui encontraram um lugar mais seguro para se manifestar, seus gritos e
reivindicações ainda estejam gravados nessas colunas.
Olhando para esses pilares, não se pode deixar de pensar: “Se essas
colunas falassem...”.
Juliana Cordeiro de Farias
Aluna de Graduação do Departamento de História
Bolsista de IC do Núcleo de Memória da PUC-Rio |