
Pilotis do Edifício da Amizade. 2010.
Fotógrafo Nilo Lima. Acervo do Núcleo de Memória da PUC-Rio.
No dia 21 de junho
a PUC-Rio amanheceu com algo diferente. Nos pilotis, na fachada
do RDC e nos ingressos à Universidade 54
estandartes
lembravam que o ano de 2010 é especialmente significativo. A
Universidade completa 70 anos e as datas festivas sempre se revestem da
possibilidade de comemorar, ou seja, de fazer memória
juntos.
Nos estandartes que o vento faz esvoaçar sobre os espaços por onde
alunos, professores, funcionários e visitantes circulam todos os dias
estão inscritos traços de identidade que, ao longo de sete décadas,
desenharam o perfil dessa universidade que, coerente com suas melhores
tradições, sabe se renovar a cada dia.
Fazer memória é uma das formas de construir identidades. E é na relação
entre a memória e os traços plurais da identidade que os alicerces dos
projetos de futuro encontram terreno propício, como assinalou em artigo
sempre citado o antropólogo Gilberto Velho. Foi com essa convicção e no
desejo de oferecer ao presente e ao futuro um serviço que a Vice
Reitoria Acadêmica, em parceria com o Departamento de História, teve a
iniciativa de criar o Núcleo de Memória da PUC-Rio.
O
Núcleo tem a particularidade de existir no espaço virtual e pode ser
visitado através da página principal do site da PUC-Rio
(www.puc-rio.br). Sua função é múltipla. Em primeiro lugar, localiza,
digitaliza e põe à disposição os
principais acervos documentais da Universidade, antes dispersos nos
vários Departamentos, Centros e na Administração Central, e mesmo em
acervos privados. São fotografias, cartas, notícias de jornal,
anuários, filmes, depoimentos e todo tipo de registros da vida acadêmica
e comunitária que permitem consultas e pesquisas não só sobre a história
da Universidade, mas também sobre suas contribuições para as ciências, a
cultura e a tecnologia e para a formação de quadros competentes e
críticos que atuam hoje nos mais variados setores do país e do
exterior. O Núcleo também tem suas próprias publicações e seu site
oferece ferramentas de trabalho tais como cronologias, mecanismos de
consulta de seus bancos de dados, bibliografias, além de hospedar
páginas especiais como a que foi elaborada por ocasião do centenário de
D. Helder Camara, professor da PUC-Rio e um dos bispos brasileiros que
emprestaram sua voz ao país silenciado nos tempos da ditadura militar.
Inclui ainda retalhos de memória, crônicas e imagens da nossa
memória afetiva, dos espaços significativos do campus,
e das nossas saudades.
Aberto à colaboração de todos, o Núcleo de Memória da PUC-Rio tem nesse
ano do septuagésimo aniversário da Universidade um duplo desejo: ser
mais conhecido e consultado pela comunidade acadêmica, e contribuir para
que os eventos que sinalizam os 70 anos já vividos apontem os rumos do
futuro que queremos, tal como sugere a logomarca da comemoração deste
ano.
Professora Margarida de Souza Neves
Professora do Departamento de História
Coordenadora do Núcleo de Memória da PUC-Rio |