Agenda PUC-Rio 2009

:: Fevereiro - Os Alicerces do Sonho

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No início dos anos 1950, um grande painel destacava-se no gabinete da Reitoria da Universidade Católica, nesta época localizada no Palacete Joppert, uma edificação imponente na Rua São Clemente, no bairro de Botafogo. No painel, o desenho do que seria a Cidade Universitária, futura sede a ser erguida na Gávea, naquele tempo uma região de casarões senhoriais, algumas fábricas e casas de trabalhadores no então chamado bairro proletário, cercada de grandes áreas verdes.

Este era um dos sinais da importância que tomava o novo projeto arquitetônico na reestruturação, ampliação e materialização do projeto acadêmico da instituição que já contava 10 anos de existência e centenas de alunos distribuídos entre a Faculdade de Filosofia, a Faculdade de Direito, a Escola de Serviço Social, o Instituto Social e a Escola Politécnica de Engenharia.

Divulgado pela imprensa, objeto de campanhas populares de arrecadação de fundos para as obras, apresentado ao presidente Getulio Vargas para sua necessária aprovação, o arrojado projeto do novo campus resumiria muito rapidamente a própria imagem da PUC-Rio para os cariocas, identificada como um patrimônio da cidade do Rio de Janeiro e de seus moradores.

   

Foram vários os esboços, representados em desenhos, plantas, pinturas e maquetes. Comum a todos, a busca pela concretização, no espaço físico, de um ideal de universidade – equilíbrio entre fé e ciência e integração entre as distintas áreas de conhecimento.

O Anuário PUC de 1957 (p. 11) assim previa o que, um dia, viria a ser a PUC- Rio: “O projeto completo destinado à Universidade com seu perfeito desenvolvimento, conta quatro centros, reunidos em quatro grandes blocos de onze andares. Em estilo moderno, estritamente funcional, obedecerá a construção às mais modernas exigências técnicas, pedagógicas e científicas.”

    

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O dinamismo de alguns empreendedores, destacadamente, o do próprio Reitor Pe. Pedro Belisário Velloso Rebello, S.J. fez com que já em julho de 1955 fosse inaugurado oficialmente o novo campus. A mudança para a nova sede seria, no entanto, gradual, acompanhando a conclusão das obras que iriam estender-se até os anos 1960.

O campus da PUC-Rio é seu corpo físico.  Como um corpo vivo, representa, em seus espaços e usos, a memória, a identidade e os projetos da comunidade acadêmica.

Ele é arquitetura daqueles que, de dentro de um gabinete, idealizaram a Universidade e traçaram os primeiros esboços, daqueles que colheram adesões nas campanhas populares pela cidade, daqueles que, sob o sol, ergueram nos ombros as formas do concreto armado das estruturas e alicerces de um sonho. Ele é, igualmente, arquitetura de gerações sucessivas que por aqui passaram e passam, ampliam construções e identificam novos usos do espaço universitário, transformando-o a cada instante.

É arquitetura do tempo. Passado, presente e futuro coletivo.

 

Silvia Ilg Byington
Núcleo de Memória da PUC-Rio

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Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Núcleo de Memória da PUC-Rio