Padre Leonel Edgar da Silveira Franca, S.J. (1940 a 1948)

Padre Leonel Edgar da Silveira Franca, S.J. (1940 a 1948)

Padre Leonel Edgar da Silveira Franca, S.J.
Padre Leonel Edgar da Silveira Franca, S.J.

(* 06/01/1893, São Gabriel/RS; + 03/09/1948, Rio de Janeiro)
 
De família bahiana, nasceu no Rio Grande do Sul quando seu pai, engenheiro ferroviário, trabalhava na construção de uma estrada de ferro. Tinha oito irmãos, nasceu no mesmo ano que Alceu Amoroso Lima e Heráclito de Fontoura Sobral Pinto, e com este conviveu na juventude no Colégio Anchieta em Nova Friburgo/RJ.
 
A família voltou à Bahia e Leonel Franca estudou inicialmente em Salvador, no Colégio Vieira, jesuítico, e aos 13 anos foi transferido para o Colégio Anchieta. Aos 14 anos teve a primeira crise cardíaca da doença que o acompanhou por toda a vida. Em 1908 ingressou no noviciado da Companhia de Jesus.
 
Entre 1912 e 1915 estudou na Universidade Gregoriana em Roma. Voltou ao Brasil, onde lecionou no Colégio Santo Inácio as disciplinas Religião, Filosofia, Química, História Natural, Álgebra, Geometria e Trigonometria, tendo tido como alunos futuros professores da PUC-Rio, como o Padre Pedro Belisário Velloso Rebello, S.J. e o Padre Eduardo Magalhães Lustosa, S.J.
 
Entre 1920 e 1923 completou em Roma seus estudos de Teologia e Filosofia. Em 1926 foi designado para ensinar História da Filosofia no novo curso que se iniciava no Colégio Anchieta de Nova Friburgo, transformado em Casa de Formação da Província do Brasil Central.
 
Voltou ao Rio de Janeiro em 1927, e iniciou sua atuação no Centro Dom Vital como Assistente Eclesiástico desta instituição, da Ação Universitária Católica - que ajudou a criar e que foi a semente da Juventude Universitária Católica - e da Associação dos Professores Católicos.
 
Padre Franca era muito próximo ao Cardeal Dom Sebastião Leme, Arcebispo do Rio de Janeiro e principal líder católico da primeira metade do século XX no Brasil. Juntos dedicaram-se à defesa das idéias da Igreja Católica na área educacional. Atuou no Conselho Nacional de Educação a partir de 1931, e manteve constante produção de artigos publicados em jornais e revistas. As lideranças católicas consideravam fundamental a existência de uma Universidade Católica no Brasil, e um primeiro movimento neste sentido foi a criação do Instituto Católico de Estudos Superiores, fundado em 1932 no Centro Dom Vital.
 
A partir de 1933 Padre Franca foi Assistente Eclesiástico da Confederação Católica Brasileira de Educação. Juntamente com Alceu Amoroso Lima redigiu o documento “Reivindicações Católicas”, entregue à Assembléia Constituinte que elaboraria a nova Constituição. Em 1937 tornou-se representante “para o campo da religião” no Conselho Nacional de Estatística.
 
A partir da autorização governamental para o funcionamento das Faculdades Católicas em 1940, Padre Franca foi nomeado Reitor e dedicou-se integralmente à construção física e acadêmica da Universidade Católica. Ainda no campus da Rua São Clemente construiu em 1942 um novo pavilhão para abrigar turmas das faculdades de Direito e Filosofia.
 
Com o crescimento do número de cursos e de alunos, buscou junto ao Governo Federal a doação de terrenos para a construção definitiva do campus universitário, pois o espaço à Rua São Clemente, compartilhado com o Colégio Santo Inácio, impedia a expansão dos cursos. Conseguiu terrenos na Esplanada do Castelo no qual se construiria o novo campus, mas que se mostraram inadequados e foram vendidos, buscando-se então novos terrenos em local mais adequado, a serem adquiridos com os recursos obtidos.
 
Em 1946 a reunião das faculdades de Filosofia e Direito com a Escola de Serviço Social permitiu a elevação das Faculdades Católicas a Universidade. Em 1947 a Universidade recebeu da Santa Sé o título de Universidade Pontifícia. Neste mesmo ano ficou pronta a nova sede do Instituto Social, na Rua Humaitá, em Botafogo. Em 1948 foi criada a Escola Politécnica.
 
Padre Franca não chegou a ver o sonho de um campus adequado para a Universidade plenamente realizado, pois a solução definitiva, com a aquisição dos terrenos na Gávea, só ocorreu após a sua morte em 1948.
 
Publicou ao longo de sua vida diversos livros relacionados ao estudo da Religião e da Educação, que tiveram grande repercussão e muitas reedições.

 
Bibliografia:
 
FERREIRA, Padre Pedro M.Guimarães, S.J. O Pe.Leonel Franca, S.J.: Saudades no centenário de seu nascimento. Mimeo. Rio de Janeiro, 1993.
 
O Jesuíta Leonel Franca.Disponível em www.fplf.org.br/fplf_franca.asp, acesso em 23/08/2010.
 
MENDONÇA, Ana Waleska Pollo C. Leonel Edgar da Silveira Franca. IN FÁVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque, BRITTO, Jader de Medeiros (org.). Dicionário de Educadores no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ/MEC-Inep-Comped, 2002. 2ª ed.